Jornal do Estado
Dono de selo diz que problema de independentes e majors é falta de público e não de dinheiro
Adriane Perin
Foi o descontentamento com os rumos do mercado fonográfico independente que moveu Gustavo Furniel a dar mais um passo na empreitada que começou com um bar em Campinas e hoje é também uma gravadora independente, a Mondo 77. Anova empreitada é uma rádio virtual homônima. “É por causa do retorno pífio que estamos tentando uma nova forma de atrair o público. Somos um selo de rock pop, nosso público é jovem e está acostumado ao mundo virtual”, comenta. Mas, se o público alvo da Mondo é o jovem habituado a internet, principal instrumento das bandas alternativas hoje, porque a apatia com os discos lançados pela gravadora? “Creio que faltava diálogo mais próximo, ficamos muito no lançamento de CDs tradicionais e faltava esse investimento no virtual”, avalia Gustavo. Ele observa que a queda das vendas é evidente também entre os grupos independentes, embora se fale mais da falência do mainstream. “Quem vendia 6 mil discos quatro anos atrás, hoje mal atinge 2 mil cópias e a internet teve participação decisiva nisso” . É com estes dados em mão que a Mondo parte para essa nova etapa de sua recente história – um pouco mais de um ano, como gravadora. Nesse tempo também mudou seu jeito de trabalhar. Começou investindo financeiramente também na gravação e produção dos discos lançados mas teve que recuar nessa postura, porque as vendas não dão retorno e o custo é altíssimo. Serão duas as frentes de atuação da Mondo 77, a partir de agora. A primeira é a tentativa de fazer com que a rádio se sustente, através de comerciais e publicidade no site. Na outra ponta, segue com o selo que voltou a ser mais como os tradicionais, que não custeam a fase de estúdio, que volta a ser por conta dos músicos. A Mondo aboliu também a verba de apoio para produção de shows e manteve apenas a assessoria de imprensa para os lançamentos novos.“O importante agora é fortalecer a marca, tanto da Mondo, como das bandas”, pondera Gustavo. Qualquer artista pode se cadastrar no site e ter uma página. Tem a rádio padrão e outras que podem ser compartilhadas. Lá estão, claro, as bandas do selo, como Ludov, Autoramas, Banzé e Walverdes. Mesmo com a internet não gerando receita direta hoje, ela continua sendo uma aliada importante. “Daqui a cinco anos ela pode gerar receira. Temos que tentar vislumbrar o caminho que viabilize a sobrevivência das bandas e dos selos. A rádio é uma tentativa. As bandas colocam música, que gera audiência, que gera publicidade, que pode gerar receita’’, defende. Ainda assim, Gustavo não decreta o fim da mídia tradicional, o CD, nem das gravadoras. “ Acabamos investindo menos em lançamento de bandas novas, é verdade, pois não se tem retorno. Mas, também não se pode desprezar o disco totalmente”, alerta. Ele considera lançamentos vistuais interesssantes, mas não como único. “A verdade é que todo mundo está perdido, no independente e no mainstream. Nosso problema é igual ao da Universal. Não importa a quantidade de dinheiro que se gasta, pois ninguém sabe o que fazer. Estamos no mesmo barco afundando juntos. Alguém vai vislumbrar o caminho antes. A Trama, que virou uma referência, por exemplo. Não se sabe se o sistema de venda de downloads vai vingar, mas eles estão tentando. Nós também.
Serviço - www.mondo77.fm/
7/04/2007
6/29/2007
Morre-se de Curitiba ?
Dias atrás, lendo o livro (Des)construção da Música na Cultura Paranaense, editado pelo Manoel Neto, encontrei um texto muito interessante, intitulado “Lá vai fandango com tamanco meu sinhô – Curitiba em letra e música”, assinado por Marcelo Sandmann, que trata da cena musical curitibana a partir de meados dos anos 90, fazendo a análise do trabalho de alguns grupos, discos e letras como forma de avaliar as formas de representação de uma identidade cultural curitibana propostas por artistas locais. A parte que me chamou mais atenção foi quando ele faz uma análise/comparação entre uma música chamada “Aroma urbano”, de Hilton Barcelos, Raymundo Rolim e Reinoldo Atem, e o samba “Curitiba”, de Walmor Góes, Thadeu Wojciechowski e Marcos Prado. A primeira, típica reverência às raízes, mitos e tradições da terra, a segunda, sarcástica e desmistificadora a ponto de vaticinar em sua letra: “Curitiba, Curitiba/você é a única droga/que eu vou admitir/na minha vida”.
Pois bem, a partir daí o Sandmann faz uma análise dessa música do Maxixe que pra mim é uma das coisas mais interessantes e contudentes que eu já li sobre a produção musical de Curitiba, desfazendo e iluminando mitos de uma forma precisa e cuidadosa. Chega a ser assustador a forma como ele compara a trajetória do Leminski e do Marcos Prado com o estereótipo de “destino inescapável” do fracasso que a cidade alimenta. Fiz questão de transcrever abaixo esse trecho. Vale a pena conferir. Poucas vezes vi alguém conseguir definir tão bem o que acontece aqui, ou mesmo o que a gente acha que acontece aqui, porque já se acostumou a repetir um estereótipo de pensamento que de tanto repetido acaba se tornando realidade.
Leiam, comentem e aproveitem e dêem uma olhada no livro, que tem muitos outros textos interessantes
“O samba “Curitiba” está no pólo oposto de “Aroma Urbano”. Contrapõe-se a alguns dos estereótipos oficiais e positivos da cidade, de que a outra canção se mostra tributária. Mas na divertida corrosão, acaba pondo mais um tijolo na construção de uma outra auto-representação que também já vai se tornando uma estereotipia: a da capital provinciana, fechada sobre si mesma, medíocre e mesquinha, consumidora voraz do que vem de fora, sem a contrapartida da criação e envio de bens culturais originais e vigorosos que pudessem interessar e influenciar outras regiões do país. Em suma, um grande centro metropolitano fadado à insignificância e ao fracasso no que toca à produção cultural (e aqui, em específico, à produção de música popular).
Tal era o diagnóstico, por exemplo, de um escritor influente como Paulo Leminski, autor referencial para o grupo de poetas que colabora nas composições do Maxixe Machine/Beijo AA Força. Concisos e provocativos ensaios seus como “Sem Sexo, Neca de Criação” e “Culturitiba”, reunidos no livro Anseios Crípticos, ou passagens das cartas enviadas ao poeta paulistano Régis Bonvicino, reunidas em Emvie meu dicionário, todos textos dos anos 70 e 80, glosam justamente esse mote. O desfecho autodestrutivo da trajetória do escritor (a despeito da projeção nacional que obteve ainda em vida), como a do próprio poeta e letrista Marcos Prado, um dos autores do samba que se está comentando, ilustra tragicamente o que para alguns parece ir se tornando um destino inescapável. Na sugestão e desdobramentos da canção do Maxixe Machine, “morre-se de Curitiba” como se morre de álcool e drogas (ou de tédio, impotência, solidão, frustração, ressentimento, resignação, nas versões individuais de muitos dos que vão sobrevivendo).”
Marcelo Sandmann, trecho do texto “Lá vai fandango com tamanco meu sinhô – Curitiba em letra e música”, do livro (Des)construção da Música na Cultura Paranaense
PS: Só acrescentando e esclarecendo. Como eu disse nos coments, na verdade um dos pontos que mais me chamou a atenção no texto do Sandmann é que ele mostra que essa imagem consensual que se formou em certos círculos, de Curitiba como a capital da indigência e irrelevância artística, onde nada da certo, nada vai pra frente, também é um estereótipo, tanto quanto o da capital modelo. É justamente aí que o texto mostra como a gente acaba muitas vezes sem perceber alimentando e reforçando esse estereótipo, em prejuízo de nós mesmos. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Nem Curitiba é um deserto cultural onde nada vinga - e a repercussão nacional do trabalho de bandas como o Charme Chulo e o Terminal Guadalupe, para ficar apenas nos exemplos mais óbvios e recentes - comprova isso. Nem é a oitava maravilha do mundo como alguns tentam fazer parecer. O problema é que a gente se acostumou a repetir certas coisas como um mantra, sem parar pra pensar direito nelas. É o velho maniqueísmo de quem só ve as coisas no preto e branco, e não consegue enxergar que entre eles há vários tons de cinza. Enquanto não superarmos esse maniqueísmo, estaremos condenados a caminhar em círculos.
Pois bem, a partir daí o Sandmann faz uma análise dessa música do Maxixe que pra mim é uma das coisas mais interessantes e contudentes que eu já li sobre a produção musical de Curitiba, desfazendo e iluminando mitos de uma forma precisa e cuidadosa. Chega a ser assustador a forma como ele compara a trajetória do Leminski e do Marcos Prado com o estereótipo de “destino inescapável” do fracasso que a cidade alimenta. Fiz questão de transcrever abaixo esse trecho. Vale a pena conferir. Poucas vezes vi alguém conseguir definir tão bem o que acontece aqui, ou mesmo o que a gente acha que acontece aqui, porque já se acostumou a repetir um estereótipo de pensamento que de tanto repetido acaba se tornando realidade.
Leiam, comentem e aproveitem e dêem uma olhada no livro, que tem muitos outros textos interessantes
“O samba “Curitiba” está no pólo oposto de “Aroma Urbano”. Contrapõe-se a alguns dos estereótipos oficiais e positivos da cidade, de que a outra canção se mostra tributária. Mas na divertida corrosão, acaba pondo mais um tijolo na construção de uma outra auto-representação que também já vai se tornando uma estereotipia: a da capital provinciana, fechada sobre si mesma, medíocre e mesquinha, consumidora voraz do que vem de fora, sem a contrapartida da criação e envio de bens culturais originais e vigorosos que pudessem interessar e influenciar outras regiões do país. Em suma, um grande centro metropolitano fadado à insignificância e ao fracasso no que toca à produção cultural (e aqui, em específico, à produção de música popular).
Tal era o diagnóstico, por exemplo, de um escritor influente como Paulo Leminski, autor referencial para o grupo de poetas que colabora nas composições do Maxixe Machine/Beijo AA Força. Concisos e provocativos ensaios seus como “Sem Sexo, Neca de Criação” e “Culturitiba”, reunidos no livro Anseios Crípticos, ou passagens das cartas enviadas ao poeta paulistano Régis Bonvicino, reunidas em Emvie meu dicionário, todos textos dos anos 70 e 80, glosam justamente esse mote. O desfecho autodestrutivo da trajetória do escritor (a despeito da projeção nacional que obteve ainda em vida), como a do próprio poeta e letrista Marcos Prado, um dos autores do samba que se está comentando, ilustra tragicamente o que para alguns parece ir se tornando um destino inescapável. Na sugestão e desdobramentos da canção do Maxixe Machine, “morre-se de Curitiba” como se morre de álcool e drogas (ou de tédio, impotência, solidão, frustração, ressentimento, resignação, nas versões individuais de muitos dos que vão sobrevivendo).”
Marcelo Sandmann, trecho do texto “Lá vai fandango com tamanco meu sinhô – Curitiba em letra e música”, do livro (Des)construção da Música na Cultura Paranaense
PS: Só acrescentando e esclarecendo. Como eu disse nos coments, na verdade um dos pontos que mais me chamou a atenção no texto do Sandmann é que ele mostra que essa imagem consensual que se formou em certos círculos, de Curitiba como a capital da indigência e irrelevância artística, onde nada da certo, nada vai pra frente, também é um estereótipo, tanto quanto o da capital modelo. É justamente aí que o texto mostra como a gente acaba muitas vezes sem perceber alimentando e reforçando esse estereótipo, em prejuízo de nós mesmos. Nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Nem Curitiba é um deserto cultural onde nada vinga - e a repercussão nacional do trabalho de bandas como o Charme Chulo e o Terminal Guadalupe, para ficar apenas nos exemplos mais óbvios e recentes - comprova isso. Nem é a oitava maravilha do mundo como alguns tentam fazer parecer. O problema é que a gente se acostumou a repetir certas coisas como um mantra, sem parar pra pensar direito nelas. É o velho maniqueísmo de quem só ve as coisas no preto e branco, e não consegue enxergar que entre eles há vários tons de cinza. Enquanto não superarmos esse maniqueísmo, estaremos condenados a caminhar em círculos.
6/25/2007
Porque as tardes são frias e as noites já não nos acolhem com a mesma desenvoltura. Porque adultos, nos tornamos todos muito tristes porque passamos a ter consciência demais. Porque adultos, ficamos cada vez mais sozinhos e assustadoramente sábios. E senti uma imensa saudade do tempo que apenas sabia que ao chegar em casa, minha mãe estaria fazendo bolinhos de chuva pro café da tarde e sobre a mesa haveria um pote de Manteiga Saúde.
Mário Bortolotto, em mais um texto indispensável, no Atirenodramaturgo
Mário Bortolotto, em mais um texto indispensável, no Atirenodramaturgo
Impossibilidades no disco da semana do Revoluttion

"A expectativa por um grande álbum é atiçada pela empolgante faixa título deste primeiro single, um poderoso rock que abre com uma linha de baixo marcando a melodia, traz uma bateria galopante, guitarras altas entupindo os dois canais de saída de som, e o vocalista Ivan Santos cantando até onde a garganta parece agüentar."
Marcelo Costa, no Revoluttion
então.
vai lá e veja a resenha completa do single
Marcelo Costa, no Revoluttion
então.
vai lá e veja a resenha completa do single
6/22/2007
Impossibilidades - novo link e Studio 11

Como diria o Silvio Santos, "isso é incrível". Deve ser algum novo recorde. Quarenta e oito horas depois de ser disponibilizado aqui neste espaço abaixo, o novo single do OAEOZ já fazia sua estréia radiofônica. Foi ontem (quinta, 21/06) à noite, no Studio 11, programa apresentado há cinco anos por um grupo de malucos por música – Mark, Az, Sid e Newton - na rádio Unifran, de Franca, São Paulo, todas as quintas-feiras, as 23 horas, com reprise nos domingos, às 19 horas. E que reconhecidamente é hoje um dos melhores programas de rock e afins do rádio brasileiro (e quem diz isso não sou eu, mas alguns dos principais jornalistas especializados em música e cultura pop do País). Só para ter uma idéia do nipe do programa, ontem, além do OAEOZ, rolou entre outras coisas Interpol, Art Brut, Prince (uma música nova ducaralho, surpreendente, com guitarras distorcidas no talo), um grupo de Israel que eu não me lembro o nome, e uma linda versão de uma música do Mundo Livre, “Leonor”, gravada em conjunto pelos caras do Ludovic (SP) e do Vanguart (MT) – o contraste entre a voz cavernosa do Jair do Ludovic e o vocal mais alto do cara do Vanguart ficou emocionante. Enfim, ouvir a nossa música no meio desse pessoal aí é motivo de orgulho e espanto. Valeu mais uma vez aos caras do Studio 11, mais um exemplo de gente que faz, ao invés de ficar de choramingos. Pra quem quiser conferir a reprise no domingo, dá pra ouvir a rádio pela internet no site da Rádio Unifran.
E eu tinha postado o single de Impossibilidades no rapidshare, mas como lá as vezes dá pau, ou o link é deletado depois de um tempo, o Renatinho fez a presa de hospedar o material lá no servidor do site do Folhetim Urbano. O novo link tá aí em cima.
E eu tinha postado o single de Impossibilidades no rapidshare, mas como lá as vezes dá pau, ou o link é deletado depois de um tempo, o Renatinho fez a presa de hospedar o material lá no servidor do site do Folhetim Urbano. O novo link tá aí em cima.
6/19/2007
OAEOZ lança single virtual
“Impossibilidades” é o single virtual que a banda OAEOZ, de Curitiba, está lançando, pelo selo independente De Inverno Records, antecipando duas faixas que estarão no próximo disco do grupo, em fase de finalização. Ele abre com a faixa título - um rock rápido, simples e direto - de autoria da banda. E como “lado B”, traz “Città Piu Bella”, versão gravada para o tributo ao Fellini, banda paulistana dos anos 80. O single será disponibilizado gratuitamente na internet para o download, incluindo capa, contracapa e label do CD para impressão. As músicas também poderão ser baixadas das páginas do OAEOZ nos sites My space e Trama Virtual.
Em 2005, o OAEOZ lançou o CD, “Às vezes céu”, gravado no estúdio Nico´s, de Curitiba. Para o novo disco, que deve sair até o final do ano, o grupo optou por um registro produzido pela própria banda, com a ajuda do amigo Luigi Castel, que já vinha trabalhando como técnico de som nos shows. Todas as bases das oito novas músicas que estarão no disco, incluindo “Impossibilidades”, foram gravadas entre novembro de 2005 e março de 2006, no estúdio da casa do guitarrista Carlos Zubek, onde o OAEOZ ensaia. Gravações adicionais foram feitas em um pequeno quarto do apartamento de Luigi, entre abril e setembro de 2006.
“Città Piu Bella” integra tributo ao Fellini que reúne bandas independentes de todo o país e deve ser lançado em breve em CD em uma parceria de selos de São Paulo e RJ. A versão feita pelo OAEOZ foi gravada também por Luigi, no antigo estúdio Áudio América, em Curitiba e contou com a participação de Igor Ribeiro (Íris/ESS) no trumpete; e de Rafael Martins (Wandula/Excelsior), na guitarra e efeitos.
O OAEOZ surgiu em outubro de 1997, formado por Ivan Santos, Igor Ribeiro, Hamilton de Lócco (bateria), e Rodrigo Montanari (baixo). Com essa formação, lançou duas demos - OAEOZ (1998) e De Inverno (1999), e dois CDs - Dias (2001) e Take um (2002). Participou das coletâneas, “Novos sons fora do eixo” (2202), lançada pela De Inverno em parceria com o Jornal do Estado; e “Raízes da terra” (2003), pelo jornal Gazeta do Povo. Tocou no Free Zone em setembro de 2002, e ajudou a criar o festival Rock de Inverno, que deu origem ao selo De Inverno Records, mantido por Ivan e pela jornalista Adriane Perin. Com a saída de Igor no final de 2002, o grupo incorporou André Ramiro (Alphapsicotics/Iconoclastas) e em seguida Carlão Zubek (Sabadá/Folhetim Urbano). Em 2005, lançou em 2005 - Às vezes céu - seu primeiro álbum totalmente gravado em estúdio, com shows no teatro Paiol, em Curitiba; e em São Paulo, no clube OUTs e no Centro Cultural de SP.
Com a saída de André Ramiro (guitarra), que participou das gravações do novo disco, mas deixou o grupo em 2006 para se dedicar aos Índios Eletrônicos e ao ruído/mm, o OAEOZ voltou a ser um quarteto. No momento, além da finalização do novo disco de estúdio com oito músicas, a banda ensaia outro repertório, também só de inéditas, que será registrado ao vivo dentro do projeto Grande Garagem que Grava, que tem o apoio da Fundação Cultural de Curitiba.
6/15/2007
Tinindo de bom: assim caminha a cena local
Abaixo, matéria do Jornal do Estado sobre o festival e o selo Tinidos. Aqui no link da matéria do JE também tem um vídeo com uma entrevista com a Fabiana e o Fernando, produtores do evento. Vejam lá
Festival Tinidos segue com lançamento de selo, shows no Jokers e talk-show com o jornalista Lúcio Ribeiro, na Fnac

Marcelo Urânia, Fabiana Bubniak, Fernando Souza - produtores do Tinidos
Fabiana Bubniak, Fernando Souza, Marcelo Urânia e Rodrigo Lemos se conheceram quando Fernando foi entrevistar o Rodrigo, da banda Poléxia, para o FM Zine, um blog sobre música que ele tinha com Marcelo. O encontro acabou gerando o projeto Tinidos. Fabiana, produtora da banda, entrou junto. Isso foi em 2004 e, esta semana, eles estão às voltas com a terceira edição do Festival Tinidos, em formato diferente, dividido em cinco bares, além de pocket shows, debates e talk shows na Fnac. Hoje eles colocam no mercado mais um selo independente – pequena gravadora - com a banda Ímpar lançando um single. Por hora, explica Fernando, serão lançamentos virtuais, mas em breve “vamos começar a viabilizar a dsitribuição de discos físicos também”. A produção do disco - disponível no site do selo - é de Roy Cicala, que trabalhou com Madonna, Elvis Presley e John Lennon. “Fazemos a assessoria da banda, que tinha tudo engatilhado. Somos parceiros”. Sobre o projeto como um todo Fernando diz que “juntamos forças para fazer a cena local rodar”. “O intercâmbio é importante e um festival propicia isso facilmente”. Este ano tem ainda parceria com outro bom projeto local, o Prasbandas, que faz shows em bairros, ampliando o público potencial ao sair dos endereços tradicionais da região central. O produtor Getúlio Guerra escolheu uma das bandas de cada noite, em bairros. “Se o sonho é viver de música, é preciso público, então temos que mostrar essa música pra mais gente e tocar nos bairros”, avalia Fernando. O Tinidos não tem patrocínio. “A iniciativa privada não despertou pra força deste circuito, que tem um público fiel . Se houver investimento, terá crescimento. É questão de identidade com a produção cultural local. A leis não funcionam porque é impossível fechar um festival um ano antes”, pondera. Além dos shows no Jokers, hoje tem o jornalista Lúcio Ribeiro e amanhã, Marcelo Costa, na Fnac.
Serviço
Tinidos. Dia 14. Jokers e Fnac. Para programação completa: www.tinidos.com.br
Festival Tinidos segue com lançamento de selo, shows no Jokers e talk-show com o jornalista Lúcio Ribeiro, na Fnac

Marcelo Urânia, Fabiana Bubniak, Fernando Souza - produtores do Tinidos
Fabiana Bubniak, Fernando Souza, Marcelo Urânia e Rodrigo Lemos se conheceram quando Fernando foi entrevistar o Rodrigo, da banda Poléxia, para o FM Zine, um blog sobre música que ele tinha com Marcelo. O encontro acabou gerando o projeto Tinidos. Fabiana, produtora da banda, entrou junto. Isso foi em 2004 e, esta semana, eles estão às voltas com a terceira edição do Festival Tinidos, em formato diferente, dividido em cinco bares, além de pocket shows, debates e talk shows na Fnac. Hoje eles colocam no mercado mais um selo independente – pequena gravadora - com a banda Ímpar lançando um single. Por hora, explica Fernando, serão lançamentos virtuais, mas em breve “vamos começar a viabilizar a dsitribuição de discos físicos também”. A produção do disco - disponível no site do selo - é de Roy Cicala, que trabalhou com Madonna, Elvis Presley e John Lennon. “Fazemos a assessoria da banda, que tinha tudo engatilhado. Somos parceiros”. Sobre o projeto como um todo Fernando diz que “juntamos forças para fazer a cena local rodar”. “O intercâmbio é importante e um festival propicia isso facilmente”. Este ano tem ainda parceria com outro bom projeto local, o Prasbandas, que faz shows em bairros, ampliando o público potencial ao sair dos endereços tradicionais da região central. O produtor Getúlio Guerra escolheu uma das bandas de cada noite, em bairros. “Se o sonho é viver de música, é preciso público, então temos que mostrar essa música pra mais gente e tocar nos bairros”, avalia Fernando. O Tinidos não tem patrocínio. “A iniciativa privada não despertou pra força deste circuito, que tem um público fiel . Se houver investimento, terá crescimento. É questão de identidade com a produção cultural local. A leis não funcionam porque é impossível fechar um festival um ano antes”, pondera. Além dos shows no Jokers, hoje tem o jornalista Lúcio Ribeiro e amanhã, Marcelo Costa, na Fnac.
Serviço
Tinidos. Dia 14. Jokers e Fnac. Para programação completa: www.tinidos.com.br
6/08/2007
Ruído apresenta outra nova banda brasileira
Jornal do Estado
Nem depois do sucesso do primeiro festival, no final da semana passada, a Ruído Corporation descansa.
Nem depois do sucesso do primeiro festival, no final da semana passada, a Ruído Corporation descansa. Nesta sexta-feira o coletivo promove mais um show, desta vez apresentando à Curitiba a cearense Fossil.
Trata-se de uma banda de art-rock / post-rock que chega na cidade impulsionada por apresentações recentes em vários dos principais Festivais do Brasil, com boas repercussões. Quem a recebe no show desta semana é a curitibana Ruído/mm.
Esta é a última festa produzida pela Ruído Corporation neste primeiro semestre de 2007. O coletivo, formado pelas bandas Ruído/mm e Índios Eletrônicos, em especial o agora também produtor André Ramiro, estão mesmo de parabéns por esta primeira etapa vencida.
A escolha de bandas, que apresentam novas propostas e até eram então desconhecidas na cidade, tem feito a diferença e atraído um público que toda mês comparece nas festas assinadas pela trupe, que começou a produzir este ano.
Um detalhe legal é que os cartazes de divulgação dessas noitadas, que seguem até o final de 2007, vão virar uma história em quadrinhos no final do ano. O show desta sexta é no Korova (Av. Batel, 906), com ingressos a R$7.
Nem depois do sucesso do primeiro festival, no final da semana passada, a Ruído Corporation descansa.
Nem depois do sucesso do primeiro festival, no final da semana passada, a Ruído Corporation descansa. Nesta sexta-feira o coletivo promove mais um show, desta vez apresentando à Curitiba a cearense Fossil.
Trata-se de uma banda de art-rock / post-rock que chega na cidade impulsionada por apresentações recentes em vários dos principais Festivais do Brasil, com boas repercussões. Quem a recebe no show desta semana é a curitibana Ruído/mm.
Esta é a última festa produzida pela Ruído Corporation neste primeiro semestre de 2007. O coletivo, formado pelas bandas Ruído/mm e Índios Eletrônicos, em especial o agora também produtor André Ramiro, estão mesmo de parabéns por esta primeira etapa vencida.
A escolha de bandas, que apresentam novas propostas e até eram então desconhecidas na cidade, tem feito a diferença e atraído um público que toda mês comparece nas festas assinadas pela trupe, que começou a produzir este ano.
Um detalhe legal é que os cartazes de divulgação dessas noitadas, que seguem até o final de 2007, vão virar uma história em quadrinhos no final do ano. O show desta sexta é no Korova (Av. Batel, 906), com ingressos a R$7.
Marvado rock
Ilustrada de hoje
Bandas da nova geração, como Supercordas e Charme Chulo, revisitam temática rural
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Roqueiro brasileiro é urbano. Envelhece na cidade, convive com bichos escrotos, na sexta-feira vai pra zona da cidade gastar o dinheiro de rapaz trabalhador, se prepara para dormir enquanto o mundo inteiro acorda... Mas tem roqueiro jovem migrando para o campo, descrevendo paisagens, riachos e empunhando viola caipira.
Supercordas e Charme Chulo, duas bandas novíssimas, colocam e resgatam em seus discos de estréia a temática rural que marcou o pop brasileiro no início dos anos 70, principalmente por Sá, Rodrix & Guarabyra. Aliás, a expressão "rock rural" foi utilizada para classificar a música do trio.
O termo surgiu a partir da canção "Casa no Campo" (primeiros versos: "Eu quero uma casa no campo/ Onde eu possa compor muitos rocks rurais"), composta por Rodrix e Tavito, gravada depois por Elis Regina.
"Na época, 1972, tentaram nos chamar de "caipiras progressivos'", lembra Rodrix. "Depois de "Casa no Campo", criaram esse rótulo "rock rural".".
Pois o rótulo volta a ser (bem) usado. Além do auxílio de instrumentos pouco usuais no gênero, como viola caipira e viola de arame, Supercordas e Charme Chulo tratam em suas letras de temas mais cantados por duplas caipiras do que por bandas roqueiras.
"Em quarqué lugar/ Tem um sapo a espreitar/ Pronto pra pular/ No urbano que passar", diz o Supercordas em "Frog Rock", uma das 12 canções de "Seres Verdes ao Redor", o criativo e inusitado primeiro disco da banda carioca. "Essa ruralidade é uma característica do disco. Tem esse tema fechado, da vida na roça. É como um escapismo da realidade urbana", afirma Pedro "Bonifrate" (eles utilizam sobrenomes como Valentino, Giraknob e Wakaplot).
Lançado no final de 2006, "Seres Verdes ao Redor" é dos mais refrescantes e originais discos recentes do pop brasileiro. Não apenas por incorporar Sá, Rodrix & Guarabyra ("Na verdade, nem conhecíamos eles. Depois que lançamos o disco é que notaram semelhanças", diz Bonifrate), mas por pincelar elementos psicodélicos em músicas como "3.000 Folhas". No site da banda (www.supercordas.com), Bonifrate descreve o som do grupo como "ruraldélico".
"É quase uma necessidade espiritual fazer um som brasileiro. Acho patético um artista que apenas emula uma banda gringa. Tem muita banda assim por aí...", diz o vocalista. "Não vejo muito sentido nessa paranóia de inovação, de fazer algo que nunca foi feito antes. Temos que olhar um pouco mais para trás, para as tradições."
Preconceito
E olhar para as tradições é o que faz a paranaense Charme Chulo. Em seu disco de estréia, que acaba de sair pelo selo Volume 1, a banda olha não apenas para a tradição do rock inglês dos anos 80 (Echo, Smiths...) como para a tradição da música caipira brasileira.
"Na adolescência normalmente se ouve pop, rock. Mas eu ouvia música caipira em Maringá. Tínhamos necessidade de colocar algo que tivesse a ver com onde viemos", conta Igor Filus, 26, vocalista do grupo, que cita como influências Tião Carreiro e Pardinho, Almir Sater, Roberto Correia. "Existe preconceito [contra a música caipira]. É um dos assuntos de que tratamos. Tentamos conectar isso com rock e punk."
Música caipira e punk. Pelas mãos do Charme Chulo, dá certo. O disco, homônimo, traz canções como "Mazzaropi Incriminado" e "Barretos", entre outras que trazem o bom duelo de viola caipira com uma bateria enérgica e de compassos roqueiros. "Nos shows, o público sente que é algo inusitado, no começo estranham um pouco, pois a viola tem um som muito forte", diz Filus. Dá para ouvir no www.charmechulo.com.br. Hoje fazem show em SP, no Inferno (r. Augusta, 501; tel. 0/ xx/11/3120-4140; 23h; R$ 15).
Bandas da nova geração, como Supercordas e Charme Chulo, revisitam temática rural
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Roqueiro brasileiro é urbano. Envelhece na cidade, convive com bichos escrotos, na sexta-feira vai pra zona da cidade gastar o dinheiro de rapaz trabalhador, se prepara para dormir enquanto o mundo inteiro acorda... Mas tem roqueiro jovem migrando para o campo, descrevendo paisagens, riachos e empunhando viola caipira.
Supercordas e Charme Chulo, duas bandas novíssimas, colocam e resgatam em seus discos de estréia a temática rural que marcou o pop brasileiro no início dos anos 70, principalmente por Sá, Rodrix & Guarabyra. Aliás, a expressão "rock rural" foi utilizada para classificar a música do trio.
O termo surgiu a partir da canção "Casa no Campo" (primeiros versos: "Eu quero uma casa no campo/ Onde eu possa compor muitos rocks rurais"), composta por Rodrix e Tavito, gravada depois por Elis Regina.
"Na época, 1972, tentaram nos chamar de "caipiras progressivos'", lembra Rodrix. "Depois de "Casa no Campo", criaram esse rótulo "rock rural".".
Pois o rótulo volta a ser (bem) usado. Além do auxílio de instrumentos pouco usuais no gênero, como viola caipira e viola de arame, Supercordas e Charme Chulo tratam em suas letras de temas mais cantados por duplas caipiras do que por bandas roqueiras.
"Em quarqué lugar/ Tem um sapo a espreitar/ Pronto pra pular/ No urbano que passar", diz o Supercordas em "Frog Rock", uma das 12 canções de "Seres Verdes ao Redor", o criativo e inusitado primeiro disco da banda carioca. "Essa ruralidade é uma característica do disco. Tem esse tema fechado, da vida na roça. É como um escapismo da realidade urbana", afirma Pedro "Bonifrate" (eles utilizam sobrenomes como Valentino, Giraknob e Wakaplot).
Lançado no final de 2006, "Seres Verdes ao Redor" é dos mais refrescantes e originais discos recentes do pop brasileiro. Não apenas por incorporar Sá, Rodrix & Guarabyra ("Na verdade, nem conhecíamos eles. Depois que lançamos o disco é que notaram semelhanças", diz Bonifrate), mas por pincelar elementos psicodélicos em músicas como "3.000 Folhas". No site da banda (www.supercordas.com), Bonifrate descreve o som do grupo como "ruraldélico".
"É quase uma necessidade espiritual fazer um som brasileiro. Acho patético um artista que apenas emula uma banda gringa. Tem muita banda assim por aí...", diz o vocalista. "Não vejo muito sentido nessa paranóia de inovação, de fazer algo que nunca foi feito antes. Temos que olhar um pouco mais para trás, para as tradições."
Preconceito
E olhar para as tradições é o que faz a paranaense Charme Chulo. Em seu disco de estréia, que acaba de sair pelo selo Volume 1, a banda olha não apenas para a tradição do rock inglês dos anos 80 (Echo, Smiths...) como para a tradição da música caipira brasileira.
"Na adolescência normalmente se ouve pop, rock. Mas eu ouvia música caipira em Maringá. Tínhamos necessidade de colocar algo que tivesse a ver com onde viemos", conta Igor Filus, 26, vocalista do grupo, que cita como influências Tião Carreiro e Pardinho, Almir Sater, Roberto Correia. "Existe preconceito [contra a música caipira]. É um dos assuntos de que tratamos. Tentamos conectar isso com rock e punk."
Música caipira e punk. Pelas mãos do Charme Chulo, dá certo. O disco, homônimo, traz canções como "Mazzaropi Incriminado" e "Barretos", entre outras que trazem o bom duelo de viola caipira com uma bateria enérgica e de compassos roqueiros. "Nos shows, o público sente que é algo inusitado, no começo estranham um pouco, pois a viola tem um som muito forte", diz Filus. Dá para ouvir no www.charmechulo.com.br. Hoje fazem show em SP, no Inferno (r. Augusta, 501; tel. 0/ xx/11/3120-4140; 23h; R$ 15).
6/06/2007
6/04/2007
Uma noitada excelente!
Canção para OAEOZ
Não quero saber
E foi uma noitada excelente, como há muito eu não via, com direito a muitas risadas, reencontro com velhos e novos amigos, e até gente pedindo música. Fazia tempo que eu não me divertia tanto em um show, talvez porque tenhamos tocado totalmente relaxados, no bom sentido, como se estivéssemos em um ensaio aberto aos amigos. Aliás, eu sempre achei que o oaeoz não tem que fazer show, mas ensaio aberto mesmo, porque a gente toca muito melhor, se diverte e não fica preocupado em se algo vai dar errado ou não. E foi exatamente o que aconteceu na sexta. É aquela coisa, quando o negócio é pra dar certo, não o que atrapalhe. Seja o frio, a chuva que caiu pouco antes do início das apresentações, a concorrência de outros shows que estejam rolando, os problemas com equipo, etc. No final tudo se encaixou. Bandas, platéia, gente que só estava no bar para curtir, o aniversário do Zóio. Público interessado. Foi muito bom ver o Korova cheio, e saber que o esforço que o André fez para organizar o negócio todo foi recompensado. É isso aí André, você está de parabéns. Valeu mesmo pela insistência, pelo convite e pela generosidade de sempre.
Aí acima vocês podem conferir duas músicas do nosso show. Tá meio escuro, mas dá pra ter uma boa idéia. É isso aí. Que venham outras.
6/01/2007
É hoje!

Depois de cinco meses produzindo em Curitiba shows daquelas que considera bandas revelação do cenário musical brasileiro, a Ruído Corporation apresenta, nos dias 1° e 2 de junho, a Ruído Corporation Fest, uma festa com algumas das melhores bandas do cenário curitibano.
O objetivo da festa é reunir os mais variados estilos e os mais diferentes públicos em uma festa só.
Divididos entre duas noites, os veteranos do OAEOZ e Excelsior, a renascida Plêiade, Sick Sick Sinners (formada, em sua maioria, por ex integrantes d´Os Catalépticos), a banda de um homem só Chucrobillyman, o art-rock do ruído/mm, os animados Heitor e Banda Gentileza e a discotecagem do DJ Adam, da festa La Rock, prometem animar e inspirar o público.
Além das atrações musicais, a festa ainda contará com performances do coletivo Interlux Arte Livre e venda de produtos das lojas Vitrina e Wassup Rockers.
O valor da entrada é de somente R$ 7, por noite. Ingressos antecipados promocionais para os dois dias serão vendidos a R$ 10, na loja Vitrina (Rua Trajano Reis, 60 - Largo da Ordem), Nico´s Studio (R. Acelino Grande, 270 - Sta Felicidade) e Wassup Rockers (Av Batel, 906).
Parcerias
A realização da Ruído Corporation Fest será possível graças a importantes parcerias com empresas que reconhecem a importância da contribuição com o cenário musical curitibano. São elas:
Patrocínio: Vitrina, Wassup Rockers, Nico´s Studio e Station Music
Apoio: Under Rock Estúdio, Mafalda, James Bar, Wonka Bar, Porão Rock Club e 91 Rock News.
Ruído Corporation Fest
01/06
23h45 OAEOZ
00h45 Excelsior
01h45 Heitor e Banda Gentileza
Discotecagem: Adam (La Rock)
02/06
23h45 ruído/mm
00h45 Plêiade
01h45 Sick Sick Sinners
No 1° andar: Chucrobillyman e sua monoband
Korova Bar (Av. Batel, 906)
Ingressos: R$ 7 (por dia, na hora) R$ 10 (para os dois dias)
venda antecipada:
Vitrina (R. Trajano Reis, 60. Largo da Ordem)
Nico´s Studio (R. Acelino Grande, 270. Sta Felicidade)
Wassup Rockers (R. Benjamin Lins, 906. Batel)
5/30/2007
Onde você procura as informações que quer?
Jornal do Estado de ontem
Site do selo carioca Midssumer Madness disponibiliza fitas-demo de bandas
Adriane Perin
Outro dia, quando um som tosco invadiu a sala, tive um sobressalto. É 4Track Valsa, a banda carioca de Cecília Gianetti. Parece até aquela fitinha cassete dos anos 90, pensei....e não é que era mesmo a tal, da época em que as bandas usavam fitas-demo, um tempo nem tão distante assim, mas que parece já ter ficado na lembrança nesses dias de internet. É exatamente a rede mundial de computadores que, mais uma vez, contribui para que momentos importantes de nossa história musical contemporânea não fiquem só na lembrança. É no site do pioneiro selo independente Midssumer Madness, ou MMRecords, do jornalista Rodrigo Lariú, que esta e outras preciosidades estão. A idéia, explica ele, é reavivar o selo lançando novos artistas e disponibilizando o acervo em MP3.
O selo começou em 89 e a primeira fita foi em 92 - ou seja é um acervo de preciosos 15 anos, exatamente o percurso no qual se fortaleceu o independente brasileiro. “Não tem nem um quinto do que temos. Aos poucos vamos disponibilizando e a idéia é que as mais baixadas sejam depois lançadas em Cd, como eram essa fitas que faziam o papel de singles”, explica. O projeto “Demo é o cassete!” começou em maio. Mas, a coletânea Fim do Século Vol I, com hits de 30 bandas brasileiras antes lançadas em cassete nasceu este ano. Surgiu quando o músico Gabriel Thomaz contou que tinha feita uma coletânea de suas demos preferidas.
Quem entrou no site no Dia do Trabalho pode baixar a tal fitinha da 4Track Valsa, Altas Horas. A 4Track, depois transformada em Casino, deixou suas marcas em shows deliciosamente embriagados em Curitiba e a voz ronronante de Cecília Gianetti (que oficialmente não tem mais banda, está em Berlim por conta de um livro que foi convidada para escrever em projeto da Cias. das Letras e é colunista do jornal Folha de São Paulo), estou certa, ainda consegue derreter blocos de gelo.
A demo desta semana, Fim do Século Vol I, no entanto, tem uma história diferente. A coletânea reunindo os hits de 30 bandas brasileiras, não nasceu no passado. É um lançamento de 2007 que surgiu quando Gabriel Thomaz, um colecionador, comentou com Lariú que tinha feito uma seleção com as preferidas das demos que tinha em casa, pois está digitalizando seu acervo. Foi intimado na hora. “Vamos colocar já no Midssumer”. Alguns dos grupos presentes já viveram seus momentos de glória, como Raimundos; outras o vivem ainda, como Pato Fú e vários músicos seguiram com outros grupos como o próprio organizador Thomaz, que esteve semana passada tocando na cidade com seu Autoramas. Um texto de Lariú situa o momento fonográfico brasileiro, com o predomínio do axé e sertanejo, internet incipiente, entressafra dos grandes nomes da música brasileira e muitas, muitas bandas ensaiando nas garagens. Thomaz também comenta faixa a faixa e, juntos, eles dão aula de história da música independente brasileira que, não poderia ser diferente, tem três grupos curitibanos importantes pra ajudar a contar: Missionários, Cervejas e Pinheads.
Serviço
Vale conferir: www.mmrecords.com.br
Bandas locais aparecem também em vídeo — O site do MMRecords virou um referencial da música independente brasileira – ou, pelo menos, de um determinado recorte desta produção. Além de comercializar os discos de seu catálogo, que tem, por exemplo, a cultuada Fellini, tem um e-zine, as fitas cassetes e os links – e, de quebra, ensina a transformar as demo tape em mp3.
Fim do Século Vol I tem momentos históricos como a versão de Eddie para “Quando a Maré Encher”, transformada em sucesso pela Nação Zumbi. Missionários, Cervejas e Pinheads, que estão na coletanea de Thomaz, aparecem também, em performances intensas, tentando se movimentar no palco cheio de gente do Juntatribo2, histórico festival campineiro no qual as bandas curitibanas foram destaque. Foi a maior delegação do festival, superior até ao número de grupos paulistas.
O tempo todo tem uma moçada pulando do palco para a galera, em shows nervosos, no melhor sentido. Não foi por acaso que a Resist Control, outra curitibana que fez um show matador na mostra, quebrou o palco. E a Magog, por alguma razão, acabou tocando duas vezes. A Relespública também estava lá, tentando seguir adiante depois da morte do vocalista Daniel.
Site do selo carioca Midssumer Madness disponibiliza fitas-demo de bandas
Adriane Perin
Outro dia, quando um som tosco invadiu a sala, tive um sobressalto. É 4Track Valsa, a banda carioca de Cecília Gianetti. Parece até aquela fitinha cassete dos anos 90, pensei....e não é que era mesmo a tal, da época em que as bandas usavam fitas-demo, um tempo nem tão distante assim, mas que parece já ter ficado na lembrança nesses dias de internet. É exatamente a rede mundial de computadores que, mais uma vez, contribui para que momentos importantes de nossa história musical contemporânea não fiquem só na lembrança. É no site do pioneiro selo independente Midssumer Madness, ou MMRecords, do jornalista Rodrigo Lariú, que esta e outras preciosidades estão. A idéia, explica ele, é reavivar o selo lançando novos artistas e disponibilizando o acervo em MP3.
O selo começou em 89 e a primeira fita foi em 92 - ou seja é um acervo de preciosos 15 anos, exatamente o percurso no qual se fortaleceu o independente brasileiro. “Não tem nem um quinto do que temos. Aos poucos vamos disponibilizando e a idéia é que as mais baixadas sejam depois lançadas em Cd, como eram essa fitas que faziam o papel de singles”, explica. O projeto “Demo é o cassete!” começou em maio. Mas, a coletânea Fim do Século Vol I, com hits de 30 bandas brasileiras antes lançadas em cassete nasceu este ano. Surgiu quando o músico Gabriel Thomaz contou que tinha feita uma coletânea de suas demos preferidas.
Quem entrou no site no Dia do Trabalho pode baixar a tal fitinha da 4Track Valsa, Altas Horas. A 4Track, depois transformada em Casino, deixou suas marcas em shows deliciosamente embriagados em Curitiba e a voz ronronante de Cecília Gianetti (que oficialmente não tem mais banda, está em Berlim por conta de um livro que foi convidada para escrever em projeto da Cias. das Letras e é colunista do jornal Folha de São Paulo), estou certa, ainda consegue derreter blocos de gelo.
A demo desta semana, Fim do Século Vol I, no entanto, tem uma história diferente. A coletânea reunindo os hits de 30 bandas brasileiras, não nasceu no passado. É um lançamento de 2007 que surgiu quando Gabriel Thomaz, um colecionador, comentou com Lariú que tinha feito uma seleção com as preferidas das demos que tinha em casa, pois está digitalizando seu acervo. Foi intimado na hora. “Vamos colocar já no Midssumer”. Alguns dos grupos presentes já viveram seus momentos de glória, como Raimundos; outras o vivem ainda, como Pato Fú e vários músicos seguiram com outros grupos como o próprio organizador Thomaz, que esteve semana passada tocando na cidade com seu Autoramas. Um texto de Lariú situa o momento fonográfico brasileiro, com o predomínio do axé e sertanejo, internet incipiente, entressafra dos grandes nomes da música brasileira e muitas, muitas bandas ensaiando nas garagens. Thomaz também comenta faixa a faixa e, juntos, eles dão aula de história da música independente brasileira que, não poderia ser diferente, tem três grupos curitibanos importantes pra ajudar a contar: Missionários, Cervejas e Pinheads.
Serviço
Vale conferir: www.mmrecords.com.br
Bandas locais aparecem também em vídeo — O site do MMRecords virou um referencial da música independente brasileira – ou, pelo menos, de um determinado recorte desta produção. Além de comercializar os discos de seu catálogo, que tem, por exemplo, a cultuada Fellini, tem um e-zine, as fitas cassetes e os links – e, de quebra, ensina a transformar as demo tape em mp3.
Fim do Século Vol I tem momentos históricos como a versão de Eddie para “Quando a Maré Encher”, transformada em sucesso pela Nação Zumbi. Missionários, Cervejas e Pinheads, que estão na coletanea de Thomaz, aparecem também, em performances intensas, tentando se movimentar no palco cheio de gente do Juntatribo2, histórico festival campineiro no qual as bandas curitibanas foram destaque. Foi a maior delegação do festival, superior até ao número de grupos paulistas.
O tempo todo tem uma moçada pulando do palco para a galera, em shows nervosos, no melhor sentido. Não foi por acaso que a Resist Control, outra curitibana que fez um show matador na mostra, quebrou o palco. E a Magog, por alguma razão, acabou tocando duas vezes. A Relespública também estava lá, tentando seguir adiante depois da morte do vocalista Daniel.
Olhos nos olhos da música pop mundial
Jornal do Estado de ontem
Beijar o Céu, quarto livro da coleção Iê-Iê-Iê, reúne textos do jornalista inglês Simon
Adriane Perin
Divulgação

Simon Reynolds fez fama no semanário inglês Melody Maker
Houve uma época em que o jornalismo era escrito de uma maneira mais pessoal, e a paixão pelo assunto tratado era seu Norte. Neste cenário, alguns jornalistas fizeram fama no mundo falando de música. Eles escreviam sobre o que viviam e suas impressões e investigações teórico-filosóficas replicavam mundo afora, ditando tendências. Assim, o rock, o punk e a cultura pop, como um todo, passaram a ser levados mais a sério. São estes autores essenciais para a música contemporânea que a editora Conrad lança no Brasil na coleção Iê-Iê-Iê, que tem, até agora, quatro títulos publicados.
Logo de cara, dá pra dizer que todos devem ser listados entre as leituras obrigatórias de estudantes de comunicação, fãs ou não de música. Os dois mais recentes são Criaturas Flamejantes, de Nick Tosches e Beijar o Céu, de Simon Reynolds. Pensada para apresentar aos leitores brasileiros autores que fazem uma análise da história, da cultura e da sociedade da segunda metade do século 20 até hoje, através da música pop, a coleção dá aulas de música. Os primeiros passos de estilos hoje consagrados, analisados profundamente, em textos que não ficam numa visão maniqueísta de bom ou ruim. Eles ousam, se arriscam e bem por isso se tornaram referência.
Beijar o Céu, por exemplo. Tem-se a impressão que Reynolds faz viagens pela sua própria personalidade e se coloca no divã também, quando analisa grupos que, reconhece, são essenciais em sua vida, como Joy Division e Morrissey/ Smiths, dois dos melhores momentos dos escritos desta que á primeira coletânea dele em língua portuguesa. Em comentários às vezes delirantes, ele banca análises que hoje podem até soar como nada demais, mas trazem contornos bem pessoais e também listam informações inéditas de quem acompanhou tudo de perto.O olhar teórico e filosófico desvenda ( ou tentm, pelo menos) a própria alma do artista traduzida em suas músicas, e acaba por se debruçar também sobre importantes movimentos histórico-sociais do século 20. E faz bem ver que o universo pop tem águas bem mais profundas e revoltas do que seus detratores são capazes de perceber. Livros como estes da coleção Iê-Iê-Iê ajudam a encontrar um lugar no mundo, mas também deixam um gosto amargo na boca, uma sensação de nostalgia.
Se em Criaturas Flamejantes, o norte-americano Nick Tosches é mais didático, Reynolds é mais viajante. Em Criaturas, nomes e mais nomes, datas e mais datas tornam a publicação uma referência bibliográfica para consultas constantes. Aqui, são os passos iniciais do rock, o encontro entre blues e country - que deu no que deu - e nomes dos quais nunca ouvimos falar, que desfilam. O segundo, olha para os anos 80 e 90, analisando tendências modernas. Do Hip-hop e indie rock ele vai para o divã ao lado de Morrisey em uma entrevista memorável. Do mesmo jeito que tenta compreender o transe suicida que se abateu sobre Ian Curtis e seu Joy Division e seu impacto na cena de Manchester; analisa contrastes de Nirvana e Pearl Jam; ensina como foram os primeiros passos da música eletrônica; encara Radiohead, em outro grande momento do livro. O trunfo de Reynolds é o jeito como ele se coloca diante dos criadores. Criadores e criatura, de certa forma, se enfrentando. É um jogo que parecer cruel, às vezes. Mas, é imprescindível esse olhar bem dentro dos olhos da música pop. Se ele acerta ou erra, é o menos importante. O que vale é essa valiosa bibliografia, que serve bem a entendidos e leigos no assunto.
Serviço
www.editoraconrad.com.br
A coleção está em promoção no site da editora.
Beijar o Céu, quarto livro da coleção Iê-Iê-Iê, reúne textos do jornalista inglês Simon
Adriane Perin
Divulgação

Simon Reynolds fez fama no semanário inglês Melody Maker
Houve uma época em que o jornalismo era escrito de uma maneira mais pessoal, e a paixão pelo assunto tratado era seu Norte. Neste cenário, alguns jornalistas fizeram fama no mundo falando de música. Eles escreviam sobre o que viviam e suas impressões e investigações teórico-filosóficas replicavam mundo afora, ditando tendências. Assim, o rock, o punk e a cultura pop, como um todo, passaram a ser levados mais a sério. São estes autores essenciais para a música contemporânea que a editora Conrad lança no Brasil na coleção Iê-Iê-Iê, que tem, até agora, quatro títulos publicados.
Logo de cara, dá pra dizer que todos devem ser listados entre as leituras obrigatórias de estudantes de comunicação, fãs ou não de música. Os dois mais recentes são Criaturas Flamejantes, de Nick Tosches e Beijar o Céu, de Simon Reynolds. Pensada para apresentar aos leitores brasileiros autores que fazem uma análise da história, da cultura e da sociedade da segunda metade do século 20 até hoje, através da música pop, a coleção dá aulas de música. Os primeiros passos de estilos hoje consagrados, analisados profundamente, em textos que não ficam numa visão maniqueísta de bom ou ruim. Eles ousam, se arriscam e bem por isso se tornaram referência.
Beijar o Céu, por exemplo. Tem-se a impressão que Reynolds faz viagens pela sua própria personalidade e se coloca no divã também, quando analisa grupos que, reconhece, são essenciais em sua vida, como Joy Division e Morrissey/ Smiths, dois dos melhores momentos dos escritos desta que á primeira coletânea dele em língua portuguesa. Em comentários às vezes delirantes, ele banca análises que hoje podem até soar como nada demais, mas trazem contornos bem pessoais e também listam informações inéditas de quem acompanhou tudo de perto.O olhar teórico e filosófico desvenda ( ou tentm, pelo menos) a própria alma do artista traduzida em suas músicas, e acaba por se debruçar também sobre importantes movimentos histórico-sociais do século 20. E faz bem ver que o universo pop tem águas bem mais profundas e revoltas do que seus detratores são capazes de perceber. Livros como estes da coleção Iê-Iê-Iê ajudam a encontrar um lugar no mundo, mas também deixam um gosto amargo na boca, uma sensação de nostalgia.
Se em Criaturas Flamejantes, o norte-americano Nick Tosches é mais didático, Reynolds é mais viajante. Em Criaturas, nomes e mais nomes, datas e mais datas tornam a publicação uma referência bibliográfica para consultas constantes. Aqui, são os passos iniciais do rock, o encontro entre blues e country - que deu no que deu - e nomes dos quais nunca ouvimos falar, que desfilam. O segundo, olha para os anos 80 e 90, analisando tendências modernas. Do Hip-hop e indie rock ele vai para o divã ao lado de Morrisey em uma entrevista memorável. Do mesmo jeito que tenta compreender o transe suicida que se abateu sobre Ian Curtis e seu Joy Division e seu impacto na cena de Manchester; analisa contrastes de Nirvana e Pearl Jam; ensina como foram os primeiros passos da música eletrônica; encara Radiohead, em outro grande momento do livro. O trunfo de Reynolds é o jeito como ele se coloca diante dos criadores. Criadores e criatura, de certa forma, se enfrentando. É um jogo que parecer cruel, às vezes. Mas, é imprescindível esse olhar bem dentro dos olhos da música pop. Se ele acerta ou erra, é o menos importante. O que vale é essa valiosa bibliografia, que serve bem a entendidos e leigos no assunto.
Serviço
www.editoraconrad.com.br
A coleção está em promoção no site da editora.
5/23/2007
5/17/2007
Para o alto e avante!
Jornal do Estado
A Poléxia está de volta e comemora hoje os primeiros cinco anos com show cheio de convidados
Adriane Perin
Divulgação

Esta é nova formação da banda curitibana
Agora está tudo voltando ao eixo. Depois de oito meses sem fazer shows e da saída de Raphael Moraes, integrante fundador, a Poléxia está de volta. Comemora com show hoje os cinco anos, com direito a convidados, e a boa recepção do single Eu te amo, porra!”, que ultrapassou 10 mil downloads. Em junho toca em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. A banda parou quando seu vocalista, Rodrigo Lemos, mudou-se para Florianópolis para trabalhar. Na mesma época, Raphael comunicou a saída para trilhar uma carreira com outra banda. “ Foi complicado porque ele é um membro fundador e quando isso acontece é sempre um recomeçar do zero. Mas tudo bem, foi numa boa”, diz. O novo integrante é veterano. Fabrício tocou no Zeit, Cores d Flores e atualmente está na Loxoscelle. Rodrigo e Eduardo, o tecladista - da banda que se completa com Neto, na bateria -, foram conhecer o baixista da U2 Cover e quem estava no baixo era Fabrício. “Tudo conspirou a favor. Conversamos, fizemos um ensaio e agora estamos nos conhecendo musicalmente”, diz Rodrigo. A nova formação, garante o vocalista, mantém o padrão Poléxia de pegar “o jeito de cada integrante”. “Pode ser que nossa sonoridade mude um pouco”, comenta. Agora é hora de voltar aos palcos e Rodrigo garante que serão muitos shows. “Gravação vai ficar em segundo plano. Vamos trabalhar para montar um repertório completo e ano que vem lançar outro disco”, diz e emenda. “Ficar parado é necessário para organizar as idéias e não querer fazer tudo correndo”, pontua, sabiamente.
Serviço
Poléxia e convidados. Dia 17 às 21h. R$20 e R$10. Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969).
A Poléxia está de volta e comemora hoje os primeiros cinco anos com show cheio de convidados
Adriane Perin
Divulgação

Esta é nova formação da banda curitibana
Agora está tudo voltando ao eixo. Depois de oito meses sem fazer shows e da saída de Raphael Moraes, integrante fundador, a Poléxia está de volta. Comemora com show hoje os cinco anos, com direito a convidados, e a boa recepção do single Eu te amo, porra!”, que ultrapassou 10 mil downloads. Em junho toca em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. A banda parou quando seu vocalista, Rodrigo Lemos, mudou-se para Florianópolis para trabalhar. Na mesma época, Raphael comunicou a saída para trilhar uma carreira com outra banda. “ Foi complicado porque ele é um membro fundador e quando isso acontece é sempre um recomeçar do zero. Mas tudo bem, foi numa boa”, diz. O novo integrante é veterano. Fabrício tocou no Zeit, Cores d Flores e atualmente está na Loxoscelle. Rodrigo e Eduardo, o tecladista - da banda que se completa com Neto, na bateria -, foram conhecer o baixista da U2 Cover e quem estava no baixo era Fabrício. “Tudo conspirou a favor. Conversamos, fizemos um ensaio e agora estamos nos conhecendo musicalmente”, diz Rodrigo. A nova formação, garante o vocalista, mantém o padrão Poléxia de pegar “o jeito de cada integrante”. “Pode ser que nossa sonoridade mude um pouco”, comenta. Agora é hora de voltar aos palcos e Rodrigo garante que serão muitos shows. “Gravação vai ficar em segundo plano. Vamos trabalhar para montar um repertório completo e ano que vem lançar outro disco”, diz e emenda. “Ficar parado é necessário para organizar as idéias e não querer fazer tudo correndo”, pontua, sabiamente.
Serviço
Poléxia e convidados. Dia 17 às 21h. R$20 e R$10. Sesc da Esquina (R. Visconde do Rio Branco, 969).
Pra rir um pouco
Como se livrar do Telemarketing
Cansado dessas ligações de empresas de telemarketing? Eis aqui 10 meios de aterrorizar a pessoa que está do outro lado da linha.
1) Quando a pessoa lhe perguntar "como vai?" responda: "Estou tão feliz que você esteja me perguntando isso! Hoje em dia ninguém mais se preocupa comigo e preciso tanto conversar com alguém... Minha artrite está me matando e meu cachorro acaba de morrer. O pior, é o meu médico que me disse..."
2) Fale à pessoa para falar MUITO devagar porque você está escrevendo tudo o que ela está dizendo.
3) Quando a pessoa disser: "Bom dia, meu nome é Francisco da empresa X", peça-lhe para soletrar o nome e sobrenome, e o nome da empresa. Faça-o repetir. Pergunte o endereço, faça soletrar o nome da rua, o CEP. E faça repetir novamente. Peça-lhe o nome do chefe dele, o número do CGC, etc... Faça pausas longas como se você estivesse escrevendo tudo num papel. Continue a fazer perguntas pelo tempo que for necessário.
4) Quando a pessoa se apresentar (ex: "eu sou Júlia"), dê um grito: "Júlia? Oh meu Deus! É você mesma? Faz tanto tempo que não tenho notícias suas! Como é que você foi na faculdade? Você não lembra de mim?"
5) Se uma empresa de telefonia ligar para lhe oferecer descontos nos interurbanos, responda com voz sinistra: 'Não tenho amigos. Ninguém quer ser meu amigo. Ninguém quer falar comigo. Você quer ser meu amigo? Eu poderia ligar para você... Qual é teu número?"
6) Se uma administradora de cartão de crédito ligar para lhe oferecer um cartão, responda que esta oferta caiu do céu, você acabou de pedir concordata e está com um monte de dívidas, seu cheque especial foi cortado e que finalmente você vai poder fazer as compras de supermercado.
7) Diga que você está em liberdade condicional, num programa de reabilitação social para detentos violentos e que você precisa pedir à assistente social a autorização dela.
8) Depois de ter ouvido tudo o que a pessoa tem a dizer, peça-a em casamento, porque você só dá seu número de cartão de crédito a sua esposa.
9) Diga à pessoa: "Nem tente, André, eu já reconheci tua voz! Essa brincadeira é boa, mas agora não tem mais graça. E como vai a tia Joana?". Não importa o que a pessoa lhe disser, repita: "Pára com isso, André, você não percebeu que eu já te reconheci?"
10) Diga à pessoa que você está muito ocupado no momento, mas que lhe dê seu número particular que você irá ligar mais tarde. A pessoa evidentemente não vai querer lhe dar o número. Responda então: "Eu imagino que você não queira ser importunado na sua casa". Eu também não!
Cansado dessas ligações de empresas de telemarketing? Eis aqui 10 meios de aterrorizar a pessoa que está do outro lado da linha.
1) Quando a pessoa lhe perguntar "como vai?" responda: "Estou tão feliz que você esteja me perguntando isso! Hoje em dia ninguém mais se preocupa comigo e preciso tanto conversar com alguém... Minha artrite está me matando e meu cachorro acaba de morrer. O pior, é o meu médico que me disse..."
2) Fale à pessoa para falar MUITO devagar porque você está escrevendo tudo o que ela está dizendo.
3) Quando a pessoa disser: "Bom dia, meu nome é Francisco da empresa X", peça-lhe para soletrar o nome e sobrenome, e o nome da empresa. Faça-o repetir. Pergunte o endereço, faça soletrar o nome da rua, o CEP. E faça repetir novamente. Peça-lhe o nome do chefe dele, o número do CGC, etc... Faça pausas longas como se você estivesse escrevendo tudo num papel. Continue a fazer perguntas pelo tempo que for necessário.
4) Quando a pessoa se apresentar (ex: "eu sou Júlia"), dê um grito: "Júlia? Oh meu Deus! É você mesma? Faz tanto tempo que não tenho notícias suas! Como é que você foi na faculdade? Você não lembra de mim?"
5) Se uma empresa de telefonia ligar para lhe oferecer descontos nos interurbanos, responda com voz sinistra: 'Não tenho amigos. Ninguém quer ser meu amigo. Ninguém quer falar comigo. Você quer ser meu amigo? Eu poderia ligar para você... Qual é teu número?"
6) Se uma administradora de cartão de crédito ligar para lhe oferecer um cartão, responda que esta oferta caiu do céu, você acabou de pedir concordata e está com um monte de dívidas, seu cheque especial foi cortado e que finalmente você vai poder fazer as compras de supermercado.
7) Diga que você está em liberdade condicional, num programa de reabilitação social para detentos violentos e que você precisa pedir à assistente social a autorização dela.
8) Depois de ter ouvido tudo o que a pessoa tem a dizer, peça-a em casamento, porque você só dá seu número de cartão de crédito a sua esposa.
9) Diga à pessoa: "Nem tente, André, eu já reconheci tua voz! Essa brincadeira é boa, mas agora não tem mais graça. E como vai a tia Joana?". Não importa o que a pessoa lhe disser, repita: "Pára com isso, André, você não percebeu que eu já te reconheci?"
10) Diga à pessoa que você está muito ocupado no momento, mas que lhe dê seu número particular que você irá ligar mais tarde. A pessoa evidentemente não vai querer lhe dar o número. Responda então: "Eu imagino que você não queira ser importunado na sua casa". Eu também não!
5/13/2007
A hora do Lobo: é tempo de ocupar espaço
Jornal do Estado
O músico mostra o show Acústico MTV e diz que tem planos de até o final do ano relançar sua discografia também em vinil
Adriane Perin, do Jornal do Estado
Divulgação

Lobão é a atração deste sábado em Curitiba, na Hellooch
Lobão tem na ponta da língua bons argumentos para rebater críticas a seu retorno para uma gravadora major e a parceria com a MTV, para o Acústico, cujo show ele mostra neste sábado, na Hellooch, com participação de um quinteto de cordas curitibano. Nos últimos anos, o espaço na mídia tem sido mais para ele falar do que para falarem de sua música – e olha que foi um período em ele fez seus melhores discos e que estão também entre os melhores da produção do rock brasileiro. A melhor notícia dessa (re) aproximação com a Sony é que sua obra completa será relançada. Na conversa com o JE ele contou outro detalhe: os 16 discos serão apresentados também em vinil, em edição de luxo, para colecionador.
Quando o Acústico foi confirmado foi aquela gritaria com acusações de incoerente, traidor do movimento, pois ele sempre foi um crítico ferrenho do modelo engessado que serviu de muleta para o mercado fonográfico e artistas. Quando Lobão foi agredido por um fã (?) em Porto Alegre, ano passado, ele teve os tímpanos perfurados, o que obrigou a parar a turnê do disco Canções Dentro da Noite Escura, e um desânimo se abateu. “Foi um incidente terrível e entrei em depressão. AFinal, demorei quatro anos para gravar esse disco, que vendeu 20 mil cópias, muito aquém do potencial. Me dei conta que havia chegado num momento crucial”, avalia.
Toda sua história passou pela cabeça. Lobão, neste tempo em que ficou fora de majors, os últimos 15 anos, virou uma referência para os artistas independentes, defendeu regras mais claras de direitos autorais, criou um selo e uma revista que distribui Cd de bandas alternativas (a Outra Coisa), e também viu o projeto anti jabá ganhar vida própria. No meio da crise, decidiu aceitar o convite da MTV. Queria fazer o Ao Vivo, que considera o filét mignon. “Aceitei este porque pude fazer do que jeito que queria, com toda liberdade e buscando novas sonoridades. Investimos pesados em timbres de violão, pesquisamos muito, queria emular o som de violão”, conta. E é o som dos violões que tem merecido os melhores comentários sobre o álbum, já considerado de destaque entre os Acústicos.
Aí, então, choveu gravadoras, nacionais e estrangeiras, querendo estar junto. “Tava com a caneta para assinar um contrato quando o Bruno Batista, da Sony ligou e perguntou se eu tinha esquecido deles”. Imagine, só. Ele vem brigando com a gravadora há anos, tinha cinco processos, seus discos foram congelados pela empresa. Resumindo, ele constatou mudanças na nova administração da empresa, convidou Carlos Eduardo Miranda para produzir o disco e encarou a nova fase. “Eles estão interessados em tudo que aprendi nesses anos como empresário também”, comenta. Para ele, não existe incoerência alguma, já que os resultados de suas pendengas hoje servem de norte para toda classe artística. “Não tem nenhuma derrota, as gravadoras estão desmontadas, é hora de ocupar o espaço. Não posso virar as costas e ir embora. Minha presença não deixa de ser um constrangimento. Tô lavando a alma”.
“A História vai asfaltar mais esse percurso”
Agora Lobão está de volta até ao Faustão. “Porque incoerente? Ele quebrou todos os protocolos para me receber. Na semana seguinte à MTV, exigiu que eu fosse ao programa. Tem gente que não entende que sou querido, as pessoas falam comigo mesmo eu estando fora da mídia, perguntam sobre minhas músicas”, conta A oferta de sua obra completa vai ser boa também para a meninada de 16, 17 anos que lhe pergunta sobre seus trabalhos antigos. “É o final da minha novela. Os vinis terão edição super limitada”, diz. É hora de organizar a vida. “Me sinto meio fantasma, tava na hora de uma definição. No mainstream dizem que sou underground, e no indie me acham mainstream”. Mais uma vitória é o fato de que o lançamento será parceria com seu selo independente, Universo Paralelo, algo inédito na Sony. “É de executivo para executivo”. Com a imprensa ele diz estar acostumado. “Desde a saída do Vímana, a passagem pela Blitz, minha prisão, o Rock In Rio com a Mangueira (mistura que depois todo mundo fez), a saída de major para virar indie. Sempre recebi esse olhar de incautos. Eu jamais faria um disco ruim, depois de tudo que falo. Tanto é, que na hora de comentar as músicas, como agora, só leio coisas boas, inclusive nos jornais que me detonam”. Sobre o Acústico, uma dica. “Quem tiver o som 5.1 sente no meio da sala e vai se sentir no centro da orquestra. Só fiz porque pude fazer um disco muito bom, como queria. Sei que a História é que vai asfaltar mais esse percurso”, encerra.
O músico mostra o show Acústico MTV e diz que tem planos de até o final do ano relançar sua discografia também em vinil
Adriane Perin, do Jornal do Estado
Divulgação

Lobão é a atração deste sábado em Curitiba, na Hellooch
Lobão tem na ponta da língua bons argumentos para rebater críticas a seu retorno para uma gravadora major e a parceria com a MTV, para o Acústico, cujo show ele mostra neste sábado, na Hellooch, com participação de um quinteto de cordas curitibano. Nos últimos anos, o espaço na mídia tem sido mais para ele falar do que para falarem de sua música – e olha que foi um período em ele fez seus melhores discos e que estão também entre os melhores da produção do rock brasileiro. A melhor notícia dessa (re) aproximação com a Sony é que sua obra completa será relançada. Na conversa com o JE ele contou outro detalhe: os 16 discos serão apresentados também em vinil, em edição de luxo, para colecionador.
Quando o Acústico foi confirmado foi aquela gritaria com acusações de incoerente, traidor do movimento, pois ele sempre foi um crítico ferrenho do modelo engessado que serviu de muleta para o mercado fonográfico e artistas. Quando Lobão foi agredido por um fã (?) em Porto Alegre, ano passado, ele teve os tímpanos perfurados, o que obrigou a parar a turnê do disco Canções Dentro da Noite Escura, e um desânimo se abateu. “Foi um incidente terrível e entrei em depressão. AFinal, demorei quatro anos para gravar esse disco, que vendeu 20 mil cópias, muito aquém do potencial. Me dei conta que havia chegado num momento crucial”, avalia.
Toda sua história passou pela cabeça. Lobão, neste tempo em que ficou fora de majors, os últimos 15 anos, virou uma referência para os artistas independentes, defendeu regras mais claras de direitos autorais, criou um selo e uma revista que distribui Cd de bandas alternativas (a Outra Coisa), e também viu o projeto anti jabá ganhar vida própria. No meio da crise, decidiu aceitar o convite da MTV. Queria fazer o Ao Vivo, que considera o filét mignon. “Aceitei este porque pude fazer do que jeito que queria, com toda liberdade e buscando novas sonoridades. Investimos pesados em timbres de violão, pesquisamos muito, queria emular o som de violão”, conta. E é o som dos violões que tem merecido os melhores comentários sobre o álbum, já considerado de destaque entre os Acústicos.
Aí, então, choveu gravadoras, nacionais e estrangeiras, querendo estar junto. “Tava com a caneta para assinar um contrato quando o Bruno Batista, da Sony ligou e perguntou se eu tinha esquecido deles”. Imagine, só. Ele vem brigando com a gravadora há anos, tinha cinco processos, seus discos foram congelados pela empresa. Resumindo, ele constatou mudanças na nova administração da empresa, convidou Carlos Eduardo Miranda para produzir o disco e encarou a nova fase. “Eles estão interessados em tudo que aprendi nesses anos como empresário também”, comenta. Para ele, não existe incoerência alguma, já que os resultados de suas pendengas hoje servem de norte para toda classe artística. “Não tem nenhuma derrota, as gravadoras estão desmontadas, é hora de ocupar o espaço. Não posso virar as costas e ir embora. Minha presença não deixa de ser um constrangimento. Tô lavando a alma”.
“A História vai asfaltar mais esse percurso”
Agora Lobão está de volta até ao Faustão. “Porque incoerente? Ele quebrou todos os protocolos para me receber. Na semana seguinte à MTV, exigiu que eu fosse ao programa. Tem gente que não entende que sou querido, as pessoas falam comigo mesmo eu estando fora da mídia, perguntam sobre minhas músicas”, conta A oferta de sua obra completa vai ser boa também para a meninada de 16, 17 anos que lhe pergunta sobre seus trabalhos antigos. “É o final da minha novela. Os vinis terão edição super limitada”, diz. É hora de organizar a vida. “Me sinto meio fantasma, tava na hora de uma definição. No mainstream dizem que sou underground, e no indie me acham mainstream”. Mais uma vitória é o fato de que o lançamento será parceria com seu selo independente, Universo Paralelo, algo inédito na Sony. “É de executivo para executivo”. Com a imprensa ele diz estar acostumado. “Desde a saída do Vímana, a passagem pela Blitz, minha prisão, o Rock In Rio com a Mangueira (mistura que depois todo mundo fez), a saída de major para virar indie. Sempre recebi esse olhar de incautos. Eu jamais faria um disco ruim, depois de tudo que falo. Tanto é, que na hora de comentar as músicas, como agora, só leio coisas boas, inclusive nos jornais que me detonam”. Sobre o Acústico, uma dica. “Quem tiver o som 5.1 sente no meio da sala e vai se sentir no centro da orquestra. Só fiz porque pude fazer um disco muito bom, como queria. Sei que a História é que vai asfaltar mais esse percurso”, encerra.
5/11/2007
Treze anos de pura resistência
Jornal do Estado
Grupo curitibano de hip hop, Mocambo, apresenta seu primeiro vinil, com show amanhã, no Vitrola Alternativa
Adriane Perin
É amanhã o lançamento do primeiro vinil de hip hop paranaense, Musicografia Abstrata. Os responsáveis pela simpática e bem produzida bolacha, que ganhou a cor sverde é o Mocambo, grupo de hip hop curitibano, em flerte explícito com o ragga. O show de sábado terá participação de Agamenom (CWB) e Jay (SP).
Jean Coringa e K-Nab, este o responsável pela produção do disco, que está finalizando o vídeoclipe e o CD, contaram foi preciso fazer empréstimo. Mas não dá nada, não. Esses guris são acostumados a tocar a vida por conta própria, tendo como a versatilidade sonora. K-nab, Coringa, Dz, Vint e L-Jay não fazem um hip hop tradicional, eles gostam de passear por ritmos e influências retrabalhando referências de um jeito apurado e original. “Tem uma pegada dancehall, que é um estilo do rap, e reggae, também. Estamos com muitas influências das coisas que temos ouvido, e isso aparece também nas participações. Tem gente da Itália, Angola, Espanha, Goiânia, Rio, São Paulo”, comenta K-Nab. Essa característica os levou a não se sentirem parte de circuitos tradicionais e a livres para circular por ambientes musicais variados. Eles concordam que se fechar num gueto de estilo não é o melhor caminho para quem quer fazer a diferença. Bem por isso o Mocambo tem fãs entre os apreciadores dos mais diferentes estilos. “Não estamos limitados. Temos fãs que gostam de metal e de pagode. Sem estereotipar nenhuma cadeia social de pensar, viver ou escutar”, argumenta Coringa. É assim que o Mocambo tem escrito sua história. E o reconhecimento veio. Os parceiros espalhados por todo canto, foram encontrados na internet. E os fãs, também. Em dois dias, uma música nova foi baixada por 400 pessoas – e foram mais de 16 mil acessos em 3 meses.
O problema maior ao realizar o sonho de ter um vinil foi a escolha das músicas, já que neste formato o espaço diminui muito e foi preciso escolher apenas nove das 30 prontas. Por isso, sai também um Cd em breve, com mais participações ainda. Foi 1 ano e meio trabalhando neste lançamento. Tanto tempo é porque K-Nab é um perfeccionista. Na mesa do bar, a conversa entre eles ficou engraçada, enquanto observo. Coringa quer saber porque clipe e Cd não podem ser anunciados para os próximos dias. K-Nab, com seu jeitão simples, responde na lata: “porque eu posso fazer melhor”. Ok, então, a gente espera.
Se em alguns casos, esse papo de fazer um “som sincero e honesto”, é só conversa pra boi dormir, pois o que tem que ser bom é a música e não a intenção, no caso dos mocambos essa promessa não soa vazia, pois se traduz em um material de altíssimo nível. “Sonho em sobreviver de música feita do que jeito que a gente gosta. Com compromisso, mas de forma irreverente”, diz K-Nab. “Trabalhamos, estudamos e queremos dominar o mundo”, completa Coringa, em tom brincalhão.
O Mocambo tem propostas para tocar no exterior, em lugares onde são ouvidos, como na Argentina, Espanha, França. Mas falta verba. A música “Passa a Bola” está rolando na coletânea Sucesso da Famastar, de um programa de uma rádio londrina. “ O DJ ouviu, gostou, botou pra rolar e convidou para uma apresentação por lá”.
Com os integrantes na média de 26 anos, e 13 de “resistência”, Mocambo é uma das mais antigas formações curitibanas, em atividade ininterrupta. “Encarando todas as adversidade que a vida impõe. Esses dias tocamos em Ponta Grossa e não tinhamos dinheiro nem para ir, mas fomos e voltamos bêbados”, conta Jean.
Serviço
Mocambo.
Dia 12. R$8 e R$5 (+consumação).
Radiola Alternativa (Pça do Gaúcho, 23).
Grupo curitibano de hip hop, Mocambo, apresenta seu primeiro vinil, com show amanhã, no Vitrola Alternativa
Adriane Perin
É amanhã o lançamento do primeiro vinil de hip hop paranaense, Musicografia Abstrata. Os responsáveis pela simpática e bem produzida bolacha, que ganhou a cor sverde é o Mocambo, grupo de hip hop curitibano, em flerte explícito com o ragga. O show de sábado terá participação de Agamenom (CWB) e Jay (SP).
Jean Coringa e K-Nab, este o responsável pela produção do disco, que está finalizando o vídeoclipe e o CD, contaram foi preciso fazer empréstimo. Mas não dá nada, não. Esses guris são acostumados a tocar a vida por conta própria, tendo como a versatilidade sonora. K-nab, Coringa, Dz, Vint e L-Jay não fazem um hip hop tradicional, eles gostam de passear por ritmos e influências retrabalhando referências de um jeito apurado e original. “Tem uma pegada dancehall, que é um estilo do rap, e reggae, também. Estamos com muitas influências das coisas que temos ouvido, e isso aparece também nas participações. Tem gente da Itália, Angola, Espanha, Goiânia, Rio, São Paulo”, comenta K-Nab. Essa característica os levou a não se sentirem parte de circuitos tradicionais e a livres para circular por ambientes musicais variados. Eles concordam que se fechar num gueto de estilo não é o melhor caminho para quem quer fazer a diferença. Bem por isso o Mocambo tem fãs entre os apreciadores dos mais diferentes estilos. “Não estamos limitados. Temos fãs que gostam de metal e de pagode. Sem estereotipar nenhuma cadeia social de pensar, viver ou escutar”, argumenta Coringa. É assim que o Mocambo tem escrito sua história. E o reconhecimento veio. Os parceiros espalhados por todo canto, foram encontrados na internet. E os fãs, também. Em dois dias, uma música nova foi baixada por 400 pessoas – e foram mais de 16 mil acessos em 3 meses.
O problema maior ao realizar o sonho de ter um vinil foi a escolha das músicas, já que neste formato o espaço diminui muito e foi preciso escolher apenas nove das 30 prontas. Por isso, sai também um Cd em breve, com mais participações ainda. Foi 1 ano e meio trabalhando neste lançamento. Tanto tempo é porque K-Nab é um perfeccionista. Na mesa do bar, a conversa entre eles ficou engraçada, enquanto observo. Coringa quer saber porque clipe e Cd não podem ser anunciados para os próximos dias. K-Nab, com seu jeitão simples, responde na lata: “porque eu posso fazer melhor”. Ok, então, a gente espera.
Se em alguns casos, esse papo de fazer um “som sincero e honesto”, é só conversa pra boi dormir, pois o que tem que ser bom é a música e não a intenção, no caso dos mocambos essa promessa não soa vazia, pois se traduz em um material de altíssimo nível. “Sonho em sobreviver de música feita do que jeito que a gente gosta. Com compromisso, mas de forma irreverente”, diz K-Nab. “Trabalhamos, estudamos e queremos dominar o mundo”, completa Coringa, em tom brincalhão.
O Mocambo tem propostas para tocar no exterior, em lugares onde são ouvidos, como na Argentina, Espanha, França. Mas falta verba. A música “Passa a Bola” está rolando na coletânea Sucesso da Famastar, de um programa de uma rádio londrina. “ O DJ ouviu, gostou, botou pra rolar e convidou para uma apresentação por lá”.
Com os integrantes na média de 26 anos, e 13 de “resistência”, Mocambo é uma das mais antigas formações curitibanas, em atividade ininterrupta. “Encarando todas as adversidade que a vida impõe. Esses dias tocamos em Ponta Grossa e não tinhamos dinheiro nem para ir, mas fomos e voltamos bêbados”, conta Jean.
Serviço
Mocambo.
Dia 12. R$8 e R$5 (+consumação).
Radiola Alternativa (Pça do Gaúcho, 23).
5/10/2007
"Fiquei bebendo e pensando em como as pessoas são tristes e desamparadas. Alguma espécie de Deus apenas as colocou por aqui, sem nenhum conselho, um drink grátis ou uma promessa de um cartão postal no fim do ano. Ele apenas as colocou por aqui e as pessoas dançam como se expulsassem a devastação do seu convívio diário, do seu vulcão interno. Ele não nos avisou da insegurança, das palavras ditas com irresponsabilidade na noite escura. Ele não nos falou da solidão irrefreável. Ele sequer deu o tapinha sacana nas costas. Ele foi embora sem olhar pra trás e nos deixou por aqui, irrecuperavelmente amaldiçoados."
Mário Bortolotto, em mais um tiro certeiro em seu Atirenodramaturgo
Mário Bortolotto, em mais um tiro certeiro em seu Atirenodramaturgo
Identidade
Hey, meu menino
eu estou
aqui
meias vermelhas, saia jeans
cabelos cor de cereja
hey, meu querido
o meu copo de vinho que está aqui
quase no fim
a toalha já manchou
a identidade eu já perdi
te buscando
esse sons na minha cabeça
ah, essa voz
que chama
seu nome constante e que pergunta
se você chora
sozinho
no quarto
atrás do vidro do carro
eu vejo as luzes passando
e você, ao longe
aaaaahhhhha
meu primeiro
e único amor
passei reto
não, eu não disse nem oi
fui pra casa
que triste e lindo
que triste e lindo
destino
Ah,
que triste e lindo
a minha baba no vidro
meu copo de vinho quebrado no chão, ah meu deus venha aqui
tô aqui
aahhhhhhhhh
que é que pode ver, quem é o cúmplice
não há testemunhas
estou aqui
aaaahhhhhh
os anos passaram e eu me misturei
a você
estou sem identidade
estou sem identidade
estou como o vinho misturado
na toalha
(lu raitani/nosusi)
eu estou
aqui
meias vermelhas, saia jeans
cabelos cor de cereja
hey, meu querido
o meu copo de vinho que está aqui
quase no fim
a toalha já manchou
a identidade eu já perdi
te buscando
esse sons na minha cabeça
ah, essa voz
que chama
seu nome constante e que pergunta
se você chora
sozinho
no quarto
atrás do vidro do carro
eu vejo as luzes passando
e você, ao longe
aaaaahhhhha
meu primeiro
e único amor
passei reto
não, eu não disse nem oi
fui pra casa
que triste e lindo
que triste e lindo
destino
Ah,
que triste e lindo
a minha baba no vidro
meu copo de vinho quebrado no chão, ah meu deus venha aqui
tô aqui
aahhhhhhhhh
que é que pode ver, quem é o cúmplice
não há testemunhas
estou aqui
aaaahhhhhh
os anos passaram e eu me misturei
a você
estou sem identidade
estou sem identidade
estou como o vinho misturado
na toalha
(lu raitani/nosusi)
5/09/2007
A Marcha do Terminal Guadalupe
Jornal do Estado
A banda curitibana apresenta seu novo disco, com show amanhã

A nova formação da Terminal Guadalupe que a partir de agora vai fazer menos shows em Curitiba
Adriane Perin
É amanhã o show de pré-lançamento do novo álbum da banda Terminal Guadalupe (TG), A Marcha dos Invisíveis. Depois de ser sondado por gravadoras independentes e major, o quinteto optou por seguir no circuito independente. A TG vai apostar novamente na mídia SMD - criada pelo músico Ralf, e da qual foi a primeira independente a experimentar-, com uma novidade. Vai lançar junto um SMDV, o DVD da mídia SMD. Disco e documentário formarão um kit que será vendido no site e shows, por R$13.
Este disco pode ser visto como o pulo do gato da formação criada pelo jornalista Dary Júnior, em 2003, inicialmente com a Poléxia como banda de acompanhamento. Dela, ficou em definitivo o guitarrista Allan Yokohama, cada vez mais atuante, aliás. Completam a TG, Rubens K (baixo), Lucas (guitarra, que entrou depois da gravação) e Fabiano Ferronato (bateria). “Não somos emo, nem elektro, retrô ou neo-hippie. Somos como várias bandas curitibanas que não se enquadram em definição e majors têm problemas com isso”, avalia Dary, completando que a TG “flerta com o pop, grunge e punk”. Experimentar caminhos alternativos já não é novidade para a essa curitibana, uma das mais desenvoltas no quesito divulgação, competência que colocou a fama de A Marcha dos Invisíveis na frente de seu planejamento. Antes dele nascer, suas músicas já circulavam nas mãos de jornalistas especializados, que o saúdam como um dos bons do ano.
Dary mantém o equilíbrio e diz que “O” disco da banda é o próximo. Mas, este, é um divisor de águas, pela qualidade sonora. Foi gravado no estúdio Toca do Bandido, fundado pelo produtor Tom Capone e hoje administrado por Constança Scofield (ex-Penélope Charmosa), tendo ao lado Tomás Magno. O lugar é frequentado pela fina flor do mainstream brasileiro. O “olhar estrangeiro” de Tomás é que está fazendo toda a diferença.
A Marcha dos Invisíveis é um disco com potencial para por a banda curitibana no mercado fonográfico “de gente grande”, com sua sonoridade impecável, instrumental valorizado, vocais mais trabalhados e equilibrados e boas músicas. Estão ali, as pegadas pop, as letras muitas vezes engajadas de Dary, os detalhes da guitarra de Allan e seus backings, a discrição madura de Fabiano e a pulsação do baixo de Rubens.
O que o produtor fez, observa Dary, foi valorizar a experiência de cada um, já que todos têm um currículo considerável. “Olhamos pro nosso próprio umbigo, fomos auto referentes no sentido de levar em conta a história dos integrantes. Tomás viu sonoridades distantes e construiu uma outra”, conta Dary, ressaltando que o documentário vai mostrar bem como eles eram reticentes inicialmente, pois registra momentos de resistência às palavras do produtor e a constatação de que ele tinha razão. “Só pedimos a ele que preservasse a essência.”.
Apesar de tudo, Dary insiste que o melhor está por vir. “As pessoas comentam sobre o nosso sucesso, mas não concordo. Esse disco não vai dar uma carreira. E ainda dependo do jornalismo, não sobrevivemos de música”, diz.
A primeira audição do disco todo, me deixou um pouco inquieta. Gostei sim, mas pareceu tão diferente do que eu conhecia! Dary sustenta que a diferença é que estão ali o jeito de cada um da banda – que só tem macaco velho.
O mais experiente é Rubens K, que foi da lendária, July et Joe, formação pós-punk do começo dos anos 90 em Curitiba, cujos ensaios levaram à abertura do 92 Graus, de JR Ferreira, que era o vocalista. Dary vem desde a Lorena Foi Embora, a empreitada com a qual chutou o pau, largou empregão e, para espanto de muitos, foi se dedicar exclusivamente à música.
Allan vem da Poléxia, uma das melhores bandas pop curitibanas surgidas nos anos 2000. Ferronato, não deixa por menos, vem da cult Íris, banda do introspectivo e talentoso Igor Ribeiro, autor e interprete original de “Cachorro Magro”, gravada pelo TG.
O disco tem vários momentos interessantes, com direito até a citação a Pink Floyd, na faixa que dá nome ao disco. Tem passagens mais pop, em alguns momentos lembra os deliciosos primeiros passos do “indie” brasileiro cantado em português. Também remete a goiana Violins, mas é TG. A decisão de gravar a belíssima “Cachorro Magro” foi bem corajosa, porque não é para qualquer um enfrentar a interpretação absolutamente cool (no melhor sentido) de Igor. É uma música pesada, exigente. Por isso, a suavidade da nova versão deixa em dúvida no começo. Mas isso passa. Estão lá a pulsação do baixo do Rubens e a batera de Fabiano, ambos da original. E é quase como se Dary e Allan se deixassem levar por eles. É bem diferente a versão, mais pop, cantarolável até. Mas, a partir da segunda audição – não esquecemos do original – mas este novo olhar ganha vida própria – e, o mais importante, sobrevive.
O Terminal tem nas mãos o seu mais belo disco, em todos os sentidos, e isso vai difícil alguém questionar. Um disco para tocar em qualquer lugar e fazer bonito.
Serviço
Terminal Guadalupe. Dia 10.
R$10 e R$8. Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1334).
A banda curitibana apresenta seu novo disco, com show amanhã

A nova formação da Terminal Guadalupe que a partir de agora vai fazer menos shows em Curitiba
Adriane Perin
É amanhã o show de pré-lançamento do novo álbum da banda Terminal Guadalupe (TG), A Marcha dos Invisíveis. Depois de ser sondado por gravadoras independentes e major, o quinteto optou por seguir no circuito independente. A TG vai apostar novamente na mídia SMD - criada pelo músico Ralf, e da qual foi a primeira independente a experimentar-, com uma novidade. Vai lançar junto um SMDV, o DVD da mídia SMD. Disco e documentário formarão um kit que será vendido no site e shows, por R$13.
Este disco pode ser visto como o pulo do gato da formação criada pelo jornalista Dary Júnior, em 2003, inicialmente com a Poléxia como banda de acompanhamento. Dela, ficou em definitivo o guitarrista Allan Yokohama, cada vez mais atuante, aliás. Completam a TG, Rubens K (baixo), Lucas (guitarra, que entrou depois da gravação) e Fabiano Ferronato (bateria). “Não somos emo, nem elektro, retrô ou neo-hippie. Somos como várias bandas curitibanas que não se enquadram em definição e majors têm problemas com isso”, avalia Dary, completando que a TG “flerta com o pop, grunge e punk”. Experimentar caminhos alternativos já não é novidade para a essa curitibana, uma das mais desenvoltas no quesito divulgação, competência que colocou a fama de A Marcha dos Invisíveis na frente de seu planejamento. Antes dele nascer, suas músicas já circulavam nas mãos de jornalistas especializados, que o saúdam como um dos bons do ano.
Dary mantém o equilíbrio e diz que “O” disco da banda é o próximo. Mas, este, é um divisor de águas, pela qualidade sonora. Foi gravado no estúdio Toca do Bandido, fundado pelo produtor Tom Capone e hoje administrado por Constança Scofield (ex-Penélope Charmosa), tendo ao lado Tomás Magno. O lugar é frequentado pela fina flor do mainstream brasileiro. O “olhar estrangeiro” de Tomás é que está fazendo toda a diferença.
A Marcha dos Invisíveis é um disco com potencial para por a banda curitibana no mercado fonográfico “de gente grande”, com sua sonoridade impecável, instrumental valorizado, vocais mais trabalhados e equilibrados e boas músicas. Estão ali, as pegadas pop, as letras muitas vezes engajadas de Dary, os detalhes da guitarra de Allan e seus backings, a discrição madura de Fabiano e a pulsação do baixo de Rubens.
O que o produtor fez, observa Dary, foi valorizar a experiência de cada um, já que todos têm um currículo considerável. “Olhamos pro nosso próprio umbigo, fomos auto referentes no sentido de levar em conta a história dos integrantes. Tomás viu sonoridades distantes e construiu uma outra”, conta Dary, ressaltando que o documentário vai mostrar bem como eles eram reticentes inicialmente, pois registra momentos de resistência às palavras do produtor e a constatação de que ele tinha razão. “Só pedimos a ele que preservasse a essência.”.
Apesar de tudo, Dary insiste que o melhor está por vir. “As pessoas comentam sobre o nosso sucesso, mas não concordo. Esse disco não vai dar uma carreira. E ainda dependo do jornalismo, não sobrevivemos de música”, diz.
A primeira audição do disco todo, me deixou um pouco inquieta. Gostei sim, mas pareceu tão diferente do que eu conhecia! Dary sustenta que a diferença é que estão ali o jeito de cada um da banda – que só tem macaco velho.
O mais experiente é Rubens K, que foi da lendária, July et Joe, formação pós-punk do começo dos anos 90 em Curitiba, cujos ensaios levaram à abertura do 92 Graus, de JR Ferreira, que era o vocalista. Dary vem desde a Lorena Foi Embora, a empreitada com a qual chutou o pau, largou empregão e, para espanto de muitos, foi se dedicar exclusivamente à música.
Allan vem da Poléxia, uma das melhores bandas pop curitibanas surgidas nos anos 2000. Ferronato, não deixa por menos, vem da cult Íris, banda do introspectivo e talentoso Igor Ribeiro, autor e interprete original de “Cachorro Magro”, gravada pelo TG.
O disco tem vários momentos interessantes, com direito até a citação a Pink Floyd, na faixa que dá nome ao disco. Tem passagens mais pop, em alguns momentos lembra os deliciosos primeiros passos do “indie” brasileiro cantado em português. Também remete a goiana Violins, mas é TG. A decisão de gravar a belíssima “Cachorro Magro” foi bem corajosa, porque não é para qualquer um enfrentar a interpretação absolutamente cool (no melhor sentido) de Igor. É uma música pesada, exigente. Por isso, a suavidade da nova versão deixa em dúvida no começo. Mas isso passa. Estão lá a pulsação do baixo do Rubens e a batera de Fabiano, ambos da original. E é quase como se Dary e Allan se deixassem levar por eles. É bem diferente a versão, mais pop, cantarolável até. Mas, a partir da segunda audição – não esquecemos do original – mas este novo olhar ganha vida própria – e, o mais importante, sobrevive.
O Terminal tem nas mãos o seu mais belo disco, em todos os sentidos, e isso vai difícil alguém questionar. Um disco para tocar em qualquer lugar e fazer bonito.
Serviço
Terminal Guadalupe. Dia 10.
R$10 e R$8. Era Só o Que Faltava (Av. República Argentina, 1334).
5/05/2007
raspas e restos me interessam
As noites passadas
Em volta de uma mesa rabiscada de desejos
Deixaram meu coração ferido pelo tempo
Na sala enfumaçada
Sonhos pregados na parede do vento
O som atravessando minha mente em desespero
E agora o que digo pra mim mesmo quando acordar a noite soluçando
E minha mão procurar a tua no escuro
Será que tudo foi um grande engano
Será que esperei demais de tudo
Será que eu quis muito mais dessa vida
E agora vejo seus olhos molhados e aquele brilho perdido
Em que canto da memória a gente esqueceu a alegria de estarmos juntos
Bêbados noturnos em êxtase pela madrugada adentro
Olhando a noite e a lua
Descobrindo a dor e o abraço
Ivan (de uma página embolorada de uma agenda de novembro de 93)
Em volta de uma mesa rabiscada de desejos
Deixaram meu coração ferido pelo tempo
Na sala enfumaçada
Sonhos pregados na parede do vento
O som atravessando minha mente em desespero
E agora o que digo pra mim mesmo quando acordar a noite soluçando
E minha mão procurar a tua no escuro
Será que tudo foi um grande engano
Será que esperei demais de tudo
Será que eu quis muito mais dessa vida
E agora vejo seus olhos molhados e aquele brilho perdido
Em que canto da memória a gente esqueceu a alegria de estarmos juntos
Bêbados noturnos em êxtase pela madrugada adentro
Olhando a noite e a lua
Descobrindo a dor e o abraço
Ivan (de uma página embolorada de uma agenda de novembro de 93)
5/02/2007
Invasão paulista - parte III
E a terceira parte da fantástica e mesopotâmica aventura hierofântico-la carniana em Curitiba, captada pelo Danilo, já está no ar. Cenas de decadência moral e física, flagrantes inenarráveis, assassinatos musicais, e muito mais daquilo que você nunca quis saber, mas resolveram contar assim mesmo. Veja se tiver coragem, estômago forte, ou simplesmente nada melhor pra fazer.
4/27/2007
Eu sou o Rio
“Não sei se foi Deus quem falou naquele dia, mas parte do paraíso desabou nas minhas costas quando as cortinas do palco do 92 se abriram e os Quatro Cavaleiros do Dia-a-Dia apareceram tocando uma musica nova. Carlinhos e Jorge com suas expressões impassíveis, só lavando os instrumentos no sangue dos cordeiros inocentes vitimados pela caridade burguesa; Sidnei quase invisível de trás da bateria e Linari, em um mood especialmente Linariano, comandando o maior carisma que brota das entranhas daquela pança. O La Carne é assim. Assim foi, assim será, para sempre será, como diria o Elegia. E os escravos somos nós.
O problema é a preguiça – preguiça de ter a cara de pau de ser igual a todo mundo e pagar pau para gente bosta. Preguiça de participar da institucionalização da música e dos vícios de uma “indústria”, que de indústria só tem os vícios, já que não tem os lucros. Muitos chamam isso de preguiça, a maioria de ingenuidade, outros talvez chamem de burrice. Eu chamo de dignidade.”
Trechos do emocionante depoimento do Leo Vinhas para o livro do Fernando Lalli sobre o La Carne
Vão lá e leiam a íntegra
E pra completar
Uma das minhas preferidas de todos os tempos
Black Future
não precisa dizer mais nada
O problema é a preguiça – preguiça de ter a cara de pau de ser igual a todo mundo e pagar pau para gente bosta. Preguiça de participar da institucionalização da música e dos vícios de uma “indústria”, que de indústria só tem os vícios, já que não tem os lucros. Muitos chamam isso de preguiça, a maioria de ingenuidade, outros talvez chamem de burrice. Eu chamo de dignidade.”
Trechos do emocionante depoimento do Leo Vinhas para o livro do Fernando Lalli sobre o La Carne
Vão lá e leiam a íntegra
E pra completar
Uma das minhas preferidas de todos os tempos
Black Future
não precisa dizer mais nada
4/23/2007
Invasão curitibana
Do blog do Marcelo Costa (Scream Yell)
"Gostei muito do Folhetim Urbano, que abriu a noite. "Guerrilha", que fechou o show (e faz parte do CD "Cativeiro", que pode ser baixado no site oficial da banda), ganhou muito em sua versão ao vivo, incorporando o vocal de Linari (La Carne), que marca presença na gravação de estúdio. Grande show. Devido ao adiantado da hora, e o longo rolê por casas noturnas no dia anterior, perdi o La Carne (ainda estou em dívida com eles, mas pago assim que puder).
Já o show do TG foi típico. A banda começou se acertando no palco, e as coisas só começaram a fluir a partir da quarta música. Desse ponto em diante, o quinteto se soltou, mostrou a força das poderosas canções novas (destaque para "El Pueblo No Se Vá" e a faixa título, que crescem muito ao vivo) e tocou alguns mini-hits, como "O Bêbado de Úlisses" e "Esquimó por Acidente". Ao vivo, o TG não exibe sutilezas. É uma porrada atrás da outra. Muito bom.
Assisti ao show do Terminal Guadalupe com certo receio. Vi a banda nascer e venho acompanhando passo a passo a trajetória do grupo de lançamento a lançamento, mas nunca os tinha visto ao vivo. Imagina se a banda chega em São Paulo e decepciona no palco. Acontece muito. Mas foi o contrário. O grupo superou as expectativas, e o repertório do disco novo está bastante afiado. Dia 19 de maio eles estão de volta, para um show na Funhouse. Anote."
"Gostei muito do Folhetim Urbano, que abriu a noite. "Guerrilha", que fechou o show (e faz parte do CD "Cativeiro", que pode ser baixado no site oficial da banda), ganhou muito em sua versão ao vivo, incorporando o vocal de Linari (La Carne), que marca presença na gravação de estúdio. Grande show. Devido ao adiantado da hora, e o longo rolê por casas noturnas no dia anterior, perdi o La Carne (ainda estou em dívida com eles, mas pago assim que puder).
Já o show do TG foi típico. A banda começou se acertando no palco, e as coisas só começaram a fluir a partir da quarta música. Desse ponto em diante, o quinteto se soltou, mostrou a força das poderosas canções novas (destaque para "El Pueblo No Se Vá" e a faixa título, que crescem muito ao vivo) e tocou alguns mini-hits, como "O Bêbado de Úlisses" e "Esquimó por Acidente". Ao vivo, o TG não exibe sutilezas. É uma porrada atrás da outra. Muito bom.
Assisti ao show do Terminal Guadalupe com certo receio. Vi a banda nascer e venho acompanhando passo a passo a trajetória do grupo de lançamento a lançamento, mas nunca os tinha visto ao vivo. Imagina se a banda chega em São Paulo e decepciona no palco. Acontece muito. Mas foi o contrário. O grupo superou as expectativas, e o repertório do disco novo está bastante afiado. Dia 19 de maio eles estão de volta, para um show na Funhouse. Anote."
4/20/2007
Folhetim Urbano - Cativeiro - por Wellington Dias
Gramophone e-zine
Folhetim Urbano é de Curitiba – PR; conheço a banda desde que se chamava Sabadá (assisti um show deles em uma de minhas passagens pela cidade com o pessoal do La Carne); a mudança do nome veio por forças maiores, já existia uma banda (e de Axé!!) com o mesmo nome.
O trio é composto pelos irmãos Calão Zubek (guitarra/voz); Renato Zubek (baixo/voz) e o amigo Marcelo Chytchy (bateria). Mas nas gravações do ep “Cativeiro” eles acresceram as composições de várias participações.
“Guerrilha” abre o disco com um funkeado de levantar defuntos, nela as participações foram: Rodrigo Genaro (bateria); Linari “La Carne” (voz); Paulinho Branco (sax). A musica pega pelo ritmo, sacode a poeira e mostra ao ouvinte uma das facetas do Folhetim Urbano, que a exemplo do nome segue estações diferentes de uma música a outra, sem amarras a estilos. Destaque a excelente participação do saxofone na composição; a voz aguda do Linari complementa a urgência sonora da composição!
“F de todos nós” vem na seqüência e trás mais uma participação La Carneana: Jorge Jordão dispara sua guitarra ríspida e rápida como sempre a é, novamente a bateria foi gravada por Rodrigo Genaro e os backing vocais são de Rubens K. difícil não relacionar essa musica ao La Carne, pois a marca registrada da banda esta presente nela na forma dos acordes rápidos do Jorge... para quem conhece a banda em questão, imagine-os acompanhados por uma guitarra solo, chegarão bem próximo ao resultado desta que também é um destaque no EP.
“Avon” é uma balada pop ao estilo Iggy Pop em sua fase “Candy”; trás na letra uma bela homenagem ao Avon o avô dos irmãos Zubek que tive o prazer de conhecer e assino embaixo, uma figura impar, daquelas que basta um pequeno período de contato (foi o que tivemos) para ficar marcado na memória! Para quem não o conheceu, fica aqui uma bela composição Pop que agrada tanto pelo ritmo quanto pela letra, ambos carregados de sentimentalismo sem soar piegas!
“Fases, Frases e tempestades” trás novamente a participação de no saxofone (muito bem colocado na composição, sem excessos e devidamente incorporado na mesma); balada romântica gostosa de ouvir! Trás certo ar de saudosismo bem BRock 80’s.
“Sabadá” retoma o peso para encerrar o EP, a música foi uma das primeiras composições da banda e foi batizada junto com a mesma com o mesmo nome que depois viria ser substituído na figura do criador ficando apenas na criatura! Tem certa uma pegada 80’s principalmente na guitarra que remete ao Smack e outras menos conhecidas.
A apresentação gráfica esta bem feita, com letras no encarte, informações técnicas precisas de gravações e participações e uma bela colagem de fotos que mostra um macking off da gravação e produção!
Para quem quiser conhecer a banda e estiver em São Paulo no próximo fim de semana uma boa pedida é ir ao Jukejoint onde vai acontecer esse evento:
21.04 - Jukejoint - SP
Folhetim Urbano - Terminal Guadalupe - La Carne
Rua Frei Caneca, 304, São Paulo - SP
A partir das 22h - $ 10,00 (homens e mulheres)
Contatos:
Site: www.folhetimurbano.com
E-mail: fu@folhetimurbano.com
MySpace: www.myspace.com./folhetimurbano
Folhetim Urbano é de Curitiba – PR; conheço a banda desde que se chamava Sabadá (assisti um show deles em uma de minhas passagens pela cidade com o pessoal do La Carne); a mudança do nome veio por forças maiores, já existia uma banda (e de Axé!!) com o mesmo nome.
O trio é composto pelos irmãos Calão Zubek (guitarra/voz); Renato Zubek (baixo/voz) e o amigo Marcelo Chytchy (bateria). Mas nas gravações do ep “Cativeiro” eles acresceram as composições de várias participações.
“Guerrilha” abre o disco com um funkeado de levantar defuntos, nela as participações foram: Rodrigo Genaro (bateria); Linari “La Carne” (voz); Paulinho Branco (sax). A musica pega pelo ritmo, sacode a poeira e mostra ao ouvinte uma das facetas do Folhetim Urbano, que a exemplo do nome segue estações diferentes de uma música a outra, sem amarras a estilos. Destaque a excelente participação do saxofone na composição; a voz aguda do Linari complementa a urgência sonora da composição!
“F de todos nós” vem na seqüência e trás mais uma participação La Carneana: Jorge Jordão dispara sua guitarra ríspida e rápida como sempre a é, novamente a bateria foi gravada por Rodrigo Genaro e os backing vocais são de Rubens K. difícil não relacionar essa musica ao La Carne, pois a marca registrada da banda esta presente nela na forma dos acordes rápidos do Jorge... para quem conhece a banda em questão, imagine-os acompanhados por uma guitarra solo, chegarão bem próximo ao resultado desta que também é um destaque no EP.
“Avon” é uma balada pop ao estilo Iggy Pop em sua fase “Candy”; trás na letra uma bela homenagem ao Avon o avô dos irmãos Zubek que tive o prazer de conhecer e assino embaixo, uma figura impar, daquelas que basta um pequeno período de contato (foi o que tivemos) para ficar marcado na memória! Para quem não o conheceu, fica aqui uma bela composição Pop que agrada tanto pelo ritmo quanto pela letra, ambos carregados de sentimentalismo sem soar piegas!
“Fases, Frases e tempestades” trás novamente a participação de no saxofone (muito bem colocado na composição, sem excessos e devidamente incorporado na mesma); balada romântica gostosa de ouvir! Trás certo ar de saudosismo bem BRock 80’s.
“Sabadá” retoma o peso para encerrar o EP, a música foi uma das primeiras composições da banda e foi batizada junto com a mesma com o mesmo nome que depois viria ser substituído na figura do criador ficando apenas na criatura! Tem certa uma pegada 80’s principalmente na guitarra que remete ao Smack e outras menos conhecidas.
A apresentação gráfica esta bem feita, com letras no encarte, informações técnicas precisas de gravações e participações e uma bela colagem de fotos que mostra um macking off da gravação e produção!
Para quem quiser conhecer a banda e estiver em São Paulo no próximo fim de semana uma boa pedida é ir ao Jukejoint onde vai acontecer esse evento:
21.04 - Jukejoint - SP
Folhetim Urbano - Terminal Guadalupe - La Carne
Rua Frei Caneca, 304, São Paulo - SP
A partir das 22h - $ 10,00 (homens e mulheres)
Contatos:
Site: www.folhetimurbano.com
E-mail: fu@folhetimurbano.com
MySpace: www.myspace.com./folhetimurbano
4/19/2007
É sonhar ou morrer!
Jornal do Estado
No caso da banda curitibana Charme Chulo, as idéias não ficaram só num mundo idealizado, elas se concretizam como resultado de um trabalho competente
Adriane Perin
No dia em que assistiram ao filme Eterno Brilho de uma Mente Sem Lembranças os músicos Igor Filus e Leandro Delmonico saíram do cinema melancólicos: “Vamos em um bar gaúcho que a gente vai ter amores iguais aos do cinema cult”, conta Leandro, lembrando ainda o dia em que a letra de uma música de Zezé de Camargo e Luciano lhe caiu sobre a cabeça. “Como eu posso gostar deles? Eu gosto é de Belle & Sebastian!”, pensou. Histórias perfeitas para falar da banda dos dois, que tem o brilhante nome de Charme Chulo, que lança hoje seu primeiro disco, que tem a música “Amor de Boteco”, que nasceu no tal bar gaúcho. E agora não tem mais jeito, com Charme Chulo a moçadinha indie vai curtir também as influências caipiras e bregas tão naturais na música brasileira. “É um lado irônico e até meio vingativo nosso”, define Igor em tom de brincadeira. O álbum, homônimo da banda, registra muito bem o amadurecimento da sonoridade e dos músicos nesse caminho que começou em 2003.
Conversei com eles ontem no estúdio de ensaio, e casa de Igor, onde estava também Leandro. A dupla segue sendo o centro nervoso e emocional do quarteto, mas agora sente que tem a formação definitiva, com Peterson Rosário, no baixo e Rony Jimenez na bateria, com disposição para encarar o périplo que cabe às bandas independentes brasileiras.
O disco foi feito em Florianópolis com Eduardo Xuxu, da banda Pipodélica, e Alexei Leão, responsáveis pela sensação de limpidez e equilíbrio. Que o Charme Chulo é uma das melhores bandas locais e nacionais da atualidade já é notícia velha, que vem sendo repetida até pela Veja, que também se rendeu ao poder dos independentes. O disco, no entanto, é divisor de águas, no registro da maturidade que a banda atingiu. A viola, marca registrada, por exemplo, ao mesmo tempo que se destaca, está cada vez mais orgânica e se mistura naturalmente. “Sonho com o dia em que ela será vista como uma segunda guitarra”, confessa Leandro, que agora vive a expectativa do público. É a fase mais gostosa, comenta, esta de ver as pessoas descobrindo o álbum. Leandro diz que a banda saiu pronta da gravação. Antes, era o tempo das dúvidas. “Quem gostar legal; quem não gostar, tudo bem porque este é o Charme Chulo, este é nosso momento”, diz. Agora o grupo vai se dedicar ao clipe da música “Mazzaropi Incriminado”, mas não pensa desesperadamente em MTV, como acontecia há alguns anos.
Maturidade é isso: ter tranquilidade pra dar cada passo e degustar ao máximo os frutos quando madurarem. Mais importante é seguir adiante sem atropelos. “Estamos circulando, temos amizades com várias bandas e estamos em sampa direto. Se a MTV se interessar, ok, mas não vamos sair correndo atrás”, pontua o guitarrista violeiro, cujo grupo lançou pelo selo paulista Volume I. “Esse interesse é o símbolo do momento do rock nacional: tudo está se estreitando e a distância entre o independente e o mainstrean, diminuindo. Não tô dizendo que vamos estourar, mas qualquer desses grupos que a gente vê tocando em Curitiba pode virar mainstream – inclusive os curitibanos”, analisa. “Sinto uma progressividade nisso tudo. Ninguém sabe direito o que vai acontecer, é um momento crucial”, completa Igor.
A Charme Chulo toca em breve na terra natal da dupla, Maringá. E a expectativa é grande. “O interior é o melhor porque a carência faz com que as pessoas curtam. É uma sinceridade que não tem preço”, nota Igor, apontando, porém, um lado ruim. Os pedidos de cover, aos quais a Charme não cede. “É perigoso abrir precedente”. Em Curitiba analisa Leandro, existe uma mítica de que o problema é falta de espaço na mídia. “Mas se em em bar de músico não tem equipamento legal... Falta de estrutura, de mercado, é o problema”, pondera o guitarrista cuja banda comemora o fato de não mais pagar para tocar, nem tocar de graça.
Charme Chulo conseguiu o desafio maior dos dias de hoje: criar uma sonoridade própria. Para isso, se apropia de elementos que vem da música gauchesca, do sertanejo pop e, claro da caipira. Do mesmo jeito que se agarra a influência do pós-punk, do rock brasileiro oitentista e da produção dos 90’s. Consegue soar como qualquer dessas bandas hype, apegadas aos anos 80, só que melhor ainda, porque não se priva de sua brasilidade sulista. É este, justamente, o grande charme, que não tem nada de chulo, de Igor, Leandro, Peterson e Rony.
Serviço
Charme Chulo e Mordida. Dia 19. R$10.
Jokers (R; São Francisco, 164).
No caso da banda curitibana Charme Chulo, as idéias não ficaram só num mundo idealizado, elas se concretizam como resultado de um trabalho competente
Adriane Perin
No dia em que assistiram ao filme Eterno Brilho de uma Mente Sem Lembranças os músicos Igor Filus e Leandro Delmonico saíram do cinema melancólicos: “Vamos em um bar gaúcho que a gente vai ter amores iguais aos do cinema cult”, conta Leandro, lembrando ainda o dia em que a letra de uma música de Zezé de Camargo e Luciano lhe caiu sobre a cabeça. “Como eu posso gostar deles? Eu gosto é de Belle & Sebastian!”, pensou. Histórias perfeitas para falar da banda dos dois, que tem o brilhante nome de Charme Chulo, que lança hoje seu primeiro disco, que tem a música “Amor de Boteco”, que nasceu no tal bar gaúcho. E agora não tem mais jeito, com Charme Chulo a moçadinha indie vai curtir também as influências caipiras e bregas tão naturais na música brasileira. “É um lado irônico e até meio vingativo nosso”, define Igor em tom de brincadeira. O álbum, homônimo da banda, registra muito bem o amadurecimento da sonoridade e dos músicos nesse caminho que começou em 2003.
Conversei com eles ontem no estúdio de ensaio, e casa de Igor, onde estava também Leandro. A dupla segue sendo o centro nervoso e emocional do quarteto, mas agora sente que tem a formação definitiva, com Peterson Rosário, no baixo e Rony Jimenez na bateria, com disposição para encarar o périplo que cabe às bandas independentes brasileiras.
O disco foi feito em Florianópolis com Eduardo Xuxu, da banda Pipodélica, e Alexei Leão, responsáveis pela sensação de limpidez e equilíbrio. Que o Charme Chulo é uma das melhores bandas locais e nacionais da atualidade já é notícia velha, que vem sendo repetida até pela Veja, que também se rendeu ao poder dos independentes. O disco, no entanto, é divisor de águas, no registro da maturidade que a banda atingiu. A viola, marca registrada, por exemplo, ao mesmo tempo que se destaca, está cada vez mais orgânica e se mistura naturalmente. “Sonho com o dia em que ela será vista como uma segunda guitarra”, confessa Leandro, que agora vive a expectativa do público. É a fase mais gostosa, comenta, esta de ver as pessoas descobrindo o álbum. Leandro diz que a banda saiu pronta da gravação. Antes, era o tempo das dúvidas. “Quem gostar legal; quem não gostar, tudo bem porque este é o Charme Chulo, este é nosso momento”, diz. Agora o grupo vai se dedicar ao clipe da música “Mazzaropi Incriminado”, mas não pensa desesperadamente em MTV, como acontecia há alguns anos.
Maturidade é isso: ter tranquilidade pra dar cada passo e degustar ao máximo os frutos quando madurarem. Mais importante é seguir adiante sem atropelos. “Estamos circulando, temos amizades com várias bandas e estamos em sampa direto. Se a MTV se interessar, ok, mas não vamos sair correndo atrás”, pontua o guitarrista violeiro, cujo grupo lançou pelo selo paulista Volume I. “Esse interesse é o símbolo do momento do rock nacional: tudo está se estreitando e a distância entre o independente e o mainstrean, diminuindo. Não tô dizendo que vamos estourar, mas qualquer desses grupos que a gente vê tocando em Curitiba pode virar mainstream – inclusive os curitibanos”, analisa. “Sinto uma progressividade nisso tudo. Ninguém sabe direito o que vai acontecer, é um momento crucial”, completa Igor.
A Charme Chulo toca em breve na terra natal da dupla, Maringá. E a expectativa é grande. “O interior é o melhor porque a carência faz com que as pessoas curtam. É uma sinceridade que não tem preço”, nota Igor, apontando, porém, um lado ruim. Os pedidos de cover, aos quais a Charme não cede. “É perigoso abrir precedente”. Em Curitiba analisa Leandro, existe uma mítica de que o problema é falta de espaço na mídia. “Mas se em em bar de músico não tem equipamento legal... Falta de estrutura, de mercado, é o problema”, pondera o guitarrista cuja banda comemora o fato de não mais pagar para tocar, nem tocar de graça.
Charme Chulo conseguiu o desafio maior dos dias de hoje: criar uma sonoridade própria. Para isso, se apropia de elementos que vem da música gauchesca, do sertanejo pop e, claro da caipira. Do mesmo jeito que se agarra a influência do pós-punk, do rock brasileiro oitentista e da produção dos 90’s. Consegue soar como qualquer dessas bandas hype, apegadas aos anos 80, só que melhor ainda, porque não se priva de sua brasilidade sulista. É este, justamente, o grande charme, que não tem nada de chulo, de Igor, Leandro, Peterson e Rony.
Serviço
Charme Chulo e Mordida. Dia 19. R$10.
Jokers (R; São Francisco, 164).
4/17/2007
A vida é doce

- E como dizia um amigo meu, "as coisas acontecem". Neste final de semana é a vez da invasão curitibana na terra da garoa. Terminal Guadalupe e Folhetim Urbano tocam no sábado, no Juke Joint, em São Paulo, tendo como anfitriões os grandes brothers do La Carne. Certamente será uma grande festa. Queria poder estar lá, mas não vai dar. Daqui, estaremos torcendo para que tudo corra bem. Façam um brinde pela gente lá e mandem um abraço praqueles meliantes de Osasco.
- Falando nisso, também já tá na rede o clip do Terminal.
- E na quinta-feira, 19, enquanto os aborrescente gotiquinhos estiverem choramingando na pedreira, e os tiozinhos, cantando Love Hurts, o Charme Chulo estará fazendo história, lançando seu primeiro disco, no Jokers. Já ouvi o disco e posso dizer que gostei muito. A produção capitaneada pelo grande Xuxu, da Pipodélica (SC) realçou as qualidades do trabalho dos caras, que por si só já era de alto nível. Belas canções, arranjos criativos, simplicidade e bom gosto, letras muito acima da média, que brincam com a fronteira entre aquilo que é "cool" e o "cafona". Com o perdão do clichê, imperdível.Eu queria colocar o flyer aqui, mas os caras me mandaram um negócio maluco. Qualquer coisa, vai lá no site deles ou se vira.

- E na sexta, mais um evento da Ruído Corporation, em parceria com o Só Para Losers,no Korova.Definitivamente, os caras são imparáveis.
- Gostei bastante do acústico do Lobão. Confesso que estava receoso, diante do histórico recente bunda mole desse programa/formato. Mas o Big Wolf não se deixou levar por isso, e privilegiou músicas dos discos mais recentes, que na minha opinião, estão entre os melhores trabalhos dele, mas que muito pouca gente ouviu. Pra mim são justamente essas músicas, como El Desdichado, Vou te Levar, A vida é doce, etc, são as melhores do programa/disco/dvd, sei lá.
4/12/2007
The show must go on
E para o horror dos coitadistas, tem muito mais gente se virando aí pras coisas acontecerem.
Hoje tem:

O mais legal é que o Hangar tá reabrindo com uma postura nova, e abrindo espaço para bandas com trabalhos autorais às quintas-feiras.
Amanhã, no mesmo lugar tem:

e também amanhã tem mais uma festa dos irredutíveis gauleses da ruído corporation:

falando neles, os Índios Eletrônicos foram indicados para concorrer ao Prêmio Toddy (antigo Dynamite) na categoria melhor álbum instrumental. Também estão indicados o Ciclojam, como programa de TV e o Caio Marques (Bad Folks), como revelação regional (seja lá o que for isso). Pra votar é só ir aqui ó: www.premiotoddy.com.br/
Hoje tem:

O mais legal é que o Hangar tá reabrindo com uma postura nova, e abrindo espaço para bandas com trabalhos autorais às quintas-feiras.
Amanhã, no mesmo lugar tem:

e também amanhã tem mais uma festa dos irredutíveis gauleses da ruído corporation:

falando neles, os Índios Eletrônicos foram indicados para concorrer ao Prêmio Toddy (antigo Dynamite) na categoria melhor álbum instrumental. Também estão indicados o Ciclojam, como programa de TV e o Caio Marques (Bad Folks), como revelação regional (seja lá o que for isso). Pra votar é só ir aqui ó: www.premiotoddy.com.br/
A minha influência nefasta.. (uau!).
Não é pra rir, é pra dar gargalhada, né? Além tudo é passado e acha que tá na crista da onda. Que coisa mais infantil o tal blog citado pelo ivan. Até achei que era algo mais "complexo", uma crítica apurada e bem argumentada. Me dei ao trabalho de ir lá ler... aquilo? Ele nem fala da de inverno, será que conhece? Fala de mim e do omar, puts, o cara tá no tempo do peçonha, ainda. Faria bem pra cena, se ensinasse muitas bandas por aí a se divulgarem decentemente. È, é verdade, agora não tem mais chance nenhuma pras bandas, né, elas não saem mais na Gazeta (porque será?), que é só o que os ignorantes acham que existe aqui. Bem, eu, de minha parte, vou logo avisando, a quem interessar possa: VOU CONTINUAR COM MINHA INFLUÊNCIA NEFASTA (poderosa eu, não!?) NA CENA LOCAL. Ah, por favor...tenho mais o que fazer...(só não resisti a tirar um sarro)
4/11/2007
"Se a gente não se abraçar, morre"
Felizmente, o mundo gira, e enquanto muitos vivem de reclamar, alguns insistem em fazer. Taí mais um exemplo na matéria de hoje da Adri, no Jornal do Estado, sobre projeto Prasbandas.
Projeto Prasbandas, criado por Getúlio Guerra em 2005, leva os grupos musicais curitibanos para tocar nos bairros da cidade
Adriane Perin - Jornal do Estado
Foto: Douglas Fróis
A equipe do Prasbandas e seu idealizador, Getúlio Guerra (seg.a partir dir.): sempre em frente
Getúlio Guerra sempre gostou de rock. Lá nos anos 80 era fã, especialmente, das bandas nacionais que tinha o (bom) português como língua mãe. Não raras vezes ficava sozinho nesta escolha que ia contra as ondas da moda, muitas vezes. Tanto que no primeiro show do Pato Fu na cidade, quando ainda não era banda do primeiro escalaão, não conseguiu convencer os amigos e foi sozinho. “Sempre gostei de rock, desde que era piá, mas do rock nacional com bons textos e não das novidades gringas”.
Das bandas curitibanas, apenas três lhe interessavam: BAAF, Abaixo de Deus e Opinião Púbica. A cena local do começo dos anos 90, não lhe interessou, calcada que era quase toda na língua inglesa - e ele casou, teve filhos e se afastou da onda que tornou Curitiba conhecida como a “Seatle brasileira”, nas palavras daquela mesma revista que era sua única fonte de informação, a Bizz.
“Daí, de repente você cresce e as responsabilidades se avolumam. E os anos 90 passaram batido pra mim. Um show aqui outro lá, mas as músicas em inglês não me interessavam”, comenta.
Porém, o rapaz que sempre sempre foi um tanto presunçoso, reconhece, não conseguiu se afastar da mania de mobilizar as pessoas. “Sempre fui meio arrogante, o dono da bola e do jogo de camisa, no futebol; o que organizava os jogos, as excursões para show, enfim, esses detalhes chatos”. Pois foi esse perfil empreendedor, na real, que o fez criar o belo projeto Prasbandas, em novembro de 2005. Trata-se de uma idéia muito simples que começou auto-centrada na vontade de ajudar as bandas dos amigos, dos sobrinhos e dos filhos.
Para tal, ele começou a promover o festival Prasbandas em bairros, se afastando do circuio central, mais tradicional na oferta de shows independentes. Até agora foram 4 edições que passaram pelos bairros do Sítio Cercado, Xaxin, Hauer e Boqueirão. “Todos pertos de onde moro, porque não tenho carro e tem que fazer pelo menso dois meses de divulgação”, diz ele que deixa filipetas e cartazes em tudo que é estabelecimento do bairro, do açougue a escolas. Como parte da ingresso, as pessoas fazem a doação de um livro, que é doado para as escolas e assim, conseguir apoio dos diretores.
Antes da idéia se concretizar, no entanto, em 2002, Guerra virou o produtor do Engenheiro do Hawai, Carlos Maltz – que também é astrólogo. Depois de algum tempo junto, o músico propos fazer o mapa astral de Guerra e viu que a existência do rapaz já havia sido marcada pelo tal egoísmo - mas em um grau mais maléfico. “Ele viu que eu tinha essa coisa de organizar, de fazer, perguntou porque eu não voltava a fazer isso direito, então, olhando também para o outro”, lembra Guerra.
Pronto, desse puxão de orelha para o nascimento do inspirado Prasbandas, foi tudo muito rapido. “Sei que é um papo messiânico do c*, mas eu sou ligado nesses assuntos e isso me leva a agir na vida, sei disso”. Bom “pras bandas” curitibanas, que ganharam mais um produtor arrretado, disposto a chutar por lado as pedras que vão aparecer.
Das bandas do filho e sobrinhos para o “resto” da cena contemporânea curitibana foi um salto que teve como impulso uma demo do Vadeco e os Astranautas, cujas músicas o fizeram voltar a se conectar com a produção local contemporânea. Desde então, arregimentou novos parceiros, como a Drum Shop, que apoiou desde o primeiro Prasbandas. Também devem vir este ano parcerias com o pessoal do Tinidos e do coletivo Situação. Contada assim, a idéia até parece a de um caminho óbvio. Só que que essa simplicidade exige uma tremenda disposição e muitas outras pessoas dispostas a serem voluntárias, trabalhar de graça, pelo amor à idéia. E nisso, Guerra hoje em dia se sente bem acompanhado. Cita várias pessoas importantes na entrevista e fez questão de ser fotografado com a turma de apoio. Agora, ele está preparando a quinta edição do Pras bandas, que deve ser na Praça Renato Russo, no Uberaba. Mas, ir para espaços públicos, exige articulação melhor ainda. Ele já começou a se inscrever em editais de apoio cultural. “Começou com uma tentativa de fazer algo pela minha turma, por isso no bairro. E virou algo maior quando conheci tanta gente legal que taí batalhando, hoje. É isso, se a gente não se abraçar, a gente morre”.
Serviço
geto@prasbandas.mus.br
www.prasbandas.mus.br
Projeto Prasbandas, criado por Getúlio Guerra em 2005, leva os grupos musicais curitibanos para tocar nos bairros da cidade
Adriane Perin - Jornal do Estado
Foto: Douglas Fróis

A equipe do Prasbandas e seu idealizador, Getúlio Guerra (seg.a partir dir.): sempre em frente
Getúlio Guerra sempre gostou de rock. Lá nos anos 80 era fã, especialmente, das bandas nacionais que tinha o (bom) português como língua mãe. Não raras vezes ficava sozinho nesta escolha que ia contra as ondas da moda, muitas vezes. Tanto que no primeiro show do Pato Fu na cidade, quando ainda não era banda do primeiro escalaão, não conseguiu convencer os amigos e foi sozinho. “Sempre gostei de rock, desde que era piá, mas do rock nacional com bons textos e não das novidades gringas”.
Das bandas curitibanas, apenas três lhe interessavam: BAAF, Abaixo de Deus e Opinião Púbica. A cena local do começo dos anos 90, não lhe interessou, calcada que era quase toda na língua inglesa - e ele casou, teve filhos e se afastou da onda que tornou Curitiba conhecida como a “Seatle brasileira”, nas palavras daquela mesma revista que era sua única fonte de informação, a Bizz.
“Daí, de repente você cresce e as responsabilidades se avolumam. E os anos 90 passaram batido pra mim. Um show aqui outro lá, mas as músicas em inglês não me interessavam”, comenta.
Porém, o rapaz que sempre sempre foi um tanto presunçoso, reconhece, não conseguiu se afastar da mania de mobilizar as pessoas. “Sempre fui meio arrogante, o dono da bola e do jogo de camisa, no futebol; o que organizava os jogos, as excursões para show, enfim, esses detalhes chatos”. Pois foi esse perfil empreendedor, na real, que o fez criar o belo projeto Prasbandas, em novembro de 2005. Trata-se de uma idéia muito simples que começou auto-centrada na vontade de ajudar as bandas dos amigos, dos sobrinhos e dos filhos.
Para tal, ele começou a promover o festival Prasbandas em bairros, se afastando do circuio central, mais tradicional na oferta de shows independentes. Até agora foram 4 edições que passaram pelos bairros do Sítio Cercado, Xaxin, Hauer e Boqueirão. “Todos pertos de onde moro, porque não tenho carro e tem que fazer pelo menso dois meses de divulgação”, diz ele que deixa filipetas e cartazes em tudo que é estabelecimento do bairro, do açougue a escolas. Como parte da ingresso, as pessoas fazem a doação de um livro, que é doado para as escolas e assim, conseguir apoio dos diretores.
Antes da idéia se concretizar, no entanto, em 2002, Guerra virou o produtor do Engenheiro do Hawai, Carlos Maltz – que também é astrólogo. Depois de algum tempo junto, o músico propos fazer o mapa astral de Guerra e viu que a existência do rapaz já havia sido marcada pelo tal egoísmo - mas em um grau mais maléfico. “Ele viu que eu tinha essa coisa de organizar, de fazer, perguntou porque eu não voltava a fazer isso direito, então, olhando também para o outro”, lembra Guerra.
Pronto, desse puxão de orelha para o nascimento do inspirado Prasbandas, foi tudo muito rapido. “Sei que é um papo messiânico do c*, mas eu sou ligado nesses assuntos e isso me leva a agir na vida, sei disso”. Bom “pras bandas” curitibanas, que ganharam mais um produtor arrretado, disposto a chutar por lado as pedras que vão aparecer.
Das bandas do filho e sobrinhos para o “resto” da cena contemporânea curitibana foi um salto que teve como impulso uma demo do Vadeco e os Astranautas, cujas músicas o fizeram voltar a se conectar com a produção local contemporânea. Desde então, arregimentou novos parceiros, como a Drum Shop, que apoiou desde o primeiro Prasbandas. Também devem vir este ano parcerias com o pessoal do Tinidos e do coletivo Situação. Contada assim, a idéia até parece a de um caminho óbvio. Só que que essa simplicidade exige uma tremenda disposição e muitas outras pessoas dispostas a serem voluntárias, trabalhar de graça, pelo amor à idéia. E nisso, Guerra hoje em dia se sente bem acompanhado. Cita várias pessoas importantes na entrevista e fez questão de ser fotografado com a turma de apoio. Agora, ele está preparando a quinta edição do Pras bandas, que deve ser na Praça Renato Russo, no Uberaba. Mas, ir para espaços públicos, exige articulação melhor ainda. Ele já começou a se inscrever em editais de apoio cultural. “Começou com uma tentativa de fazer algo pela minha turma, por isso no bairro. E virou algo maior quando conheci tanta gente legal que taí batalhando, hoje. É isso, se a gente não se abraçar, a gente morre”.
Serviço
geto@prasbandas.mus.br
www.prasbandas.mus.br
4/08/2007
"Nova" - Fluid - Rock de Inverno 5 e o onanismo crítico by internet
Por mais que muitos ainda torçam por isso, a gente não pára. Pelo menos ainda não. Taí mais um vídeo do Rock de Inverno 5. “Nova” dos guris do Fluid, que atualmente atendem pelo nome de Estática.
Por incrível que pareça, ainda tem neguinho que a essa altura do campeonato insiste na ladainha do coitadismo, de justificar a sua própria incompetência e inércia não pelas iniciativas que ele mesmo banca, mas pelo que os outros fazem ou deixam de fazer. Digo isso porque quando eu esperava que com o recolhimento que a gente adotou nos últimos tempos, os arautos da babaquice já tivessem nos esquecido, novamente topei essa semana com esse tipo de comentário, em um blog, segundo o qual o que a De Inverno faz nada mais é do que puxar os sacos dos amigos e trabalhar em causa própria. De acordo com um blog até bem intencionado que eu conheci esses dias, tudo o que a gente fez até hoje é classificado como uma “influência nefasta” para a cena curitibana.
Primeiro eu não acho que a gente tenha tanta importância assim. Segundo que esse tipo de comentário só mostra que a burrice é mesmo contagiosa, e neguinho continua cultivando o péssimo hábito de repetir besteiras que ouviu por aí sem nem prestar atenção no que tá dizendo. Sim, pois o mais engraçado é que em uma passada de olhos pelo mesmo blog, o que eu vi foram textos destacando muitas das bandas que passaram pelo Rock de Inverno e que tiveram destaque através das reportagens da Adri. Ou seja, o cara acusa a gente de falar sempre das mesmas bandas, de só fazer “panelinha”, e daí destaca as mesmas bandas que a gente ajudou a divulgar. Estão lá por exemplo, Charme Chulo, Poléxia, Terminal Guadalupe, Mordida, Cores D Flores, só pra ficar nas que eu lembro agora. Quer dizer então que quando tocam no Rock de Inverno essas bandas fazem parte de uma panelinha odiosa e mau caráter. Mas quando é pra falar de bandas legais da cidade no blog, aí elas servem? Faz sentido? Eu só queria entender a lógica. Das duas uma, ou o cara também faz parte da tal panelinha, e fala uma coisa e faz outra, ou não sabe do que tá falando, pois está apenas repetindo uma bobagem que outros falam por aí, sem se dar ao trabalho de ver se aquilo tem sentido.
Enfim, tudo isso me traz à mente as circunstâncias que nos levaram, por exemplo, a escalar o Fluid no Rock de Inverno 5. Foi assim: a gente recebeu a demo dos caras, gostou, foi no show, gostou mais ainda e chamou eles pra tocar. Não rolou jabá (aahahaha, quem dera), nenhuma conspiração internacional. Não tenho parentesco ou sequer relacionamento pessoal com os caras. Não tenho nenhuma amizade com eles, não sei onde eles moram, estudam, o que lêem, se são casados ou solteiros. Nunca sentei em um bar pra tomar uma cerveja com os caras. E com exceção do vocalista, o Will, os outros caras da banda, se eu cruzar na rua, provavelmente sequer vou reconhecer. Mas mesmo assim, os babacas coitadistas ainda insistem na ladainha de repetir bobagens para justificar a própria falta de coragem de tomar iniciativa e fazer alguma coisa. É a cultura do choramingo. “Eu não faço nada, porque não vai dar certo mesmo, porque ninguém vai me dar espaço, ninguém dá apoio, então eu nem sequer tento”. Pra essa gente, como eu já comentei, o pior crime que alguém pode cometer é fazer algo e aquilo dar certo, ter algum tipo de repercussão. Porque aí fica evidente que o problema não é que “não tem espaço, apoio, etc”, mas porque o cara é que não tem coragem de tomar as rédeas do próprio destino e ir à luta. É mais fácil ficar colocando a culpa nos outros. Mais cômodo ficar fazendo comentariozinhos em orkut, e blogs, batendo punheta, criando espinha e reclamando da vida. Afinal, se eu fizer algo, vai que dá certo, e daí do que é que eu vou reclamar? Em quem vou colocar a culpa pela minha própria incapacidade?
Tomei o cuidado de contar e descobri que nas cinco edições realizadas do Rock de Inverno, passaram 46 bandas diferentes. Muitas delas eram de meus amigos. Com certeza. Eu escalaria uma banda que acho ruim só porque tem amigos meus? Nunca. Deixaria de escalar uma banda que eu acho legal só por isso? É claro que não. Mas o fato – por mais que os idiotas tentem negar – é que boa parte, se não a maioria das bandas que a gente escalou no festival a gente sequer conhecia os caras pessoalmente. Escalou porque ouviu o som e gostou. Muitos se tornaram amigos depois. Outros continuam sendo estranhos pra mim. Muda alguma coisa? Não. Tô me justificando? Ahahaha. A essa altura da vida não tenho que provar nada pra ninguém. Se quiserem acreditar, beleza. Se não, vão tomar nos respectivos orifícios anais. Faço o que faço porque quero, gosto, ninguém paga minhas contas e não tô nem aí para o que indiezinhos onanistas metidos a criticuzinhos de blog acham. Não gostou? Vai procurar tua turma. Acha o Rock de Inverno uma bosta? Organize o seu próprio festival e chame as bandas que você gosta. Do contrário, cala a boca e não enche o meu saco.
O que eu sei é que enquanto neguinho perder tempo e desperdiçar energia com esse tipo de picuinha inútil e medíocre, a coisa não vai pra frente mesmo. Até por isso, tenho feito questão de manter uma distância segura desse tipo de babaquice. Tenho mais o que fazer do que ficar alimentando polêmicas vazias de quem não sabe o que tá falando e não mexe a bunda da cadeira a não ser pra coçar o rabo.
Tenho, por exemplo, que terminar o vídeo do Rock de Inverno 5 junto com o Marcelo, pra gente lançar em dvd ainda este ano. E a gravação do novo disco do OAEOZ. E a gravação do disco ao vivo na Grande Garagem que Grava, dos grandes brothers e esses sim, heróis da música local do BAAF e seus comparsas. E tem a comemoração dos dez anos do OAEOZ, que se tudo der certo, vai render um documentário. E ainda tem o vídeo do Rock de Inverno 6, que a gente ainda nem começou. Enfim, tem muito trabalho pela frente. Quem não gosta, é muito fácil, não vai no show, não baixa o mp3, não compra o disco, nem assiste o vídeo. A gente vai continuar fazendo do mesmo jeito, nem que seja só pelo prazer de fazer o que gosta e dar assunto pros idiotas continuarem reclamando da merda da vida deles. Fazer o que. Alguns vieram pro mundo pra isso. Eu, pessoalmente, quero muito mais da minha vida. E não tenho do que reclamar, pois já fiz muito mais do que esperava, e com certeza, ainda vou fazer muito mais, com a ajuda do meu amor, dos meus parceiros queridos e daqueles que realmente tem algo a dizer que valha a pena ser ouvido.
4/05/2007
O dia em que a gente parar...
não sei o que acontece ou sei muito bem, né). Dá um susto mesmo, entendo o rubens, ouvir que o Edson parou. Mas, ele já parou (ou tentou) algumas vezes. De vc mesmo, rubens, algumas vezes ouvi a mesma coisa. Do igor já ouvi, de tantos desses amigos especiais. Do ivan não ouvi, (que “ele” pararia), ele não é dado a esses desabafos, pode até pensar. E já pensou que OAEOZ tava parado quase parando, nós dois já paramos o Rock de Inverno...mas, na real a gente não pára. Não consigo pensar no dia em que vcs irão parar. Ivan, rubens, igor, andré, coelio, Jr, wallace, tupirô, bauducko, mariele, marcelo borges, camarão, ro, carlão, mestre kinkas, aurea, boneco, marco cigano, lacarnianos, deod, blanched...ah, enfim, essas pessoas incríveis que povoam meus dias... essas pessoas, definitivamente, não param. Porque, como já sabemos, é impossível parar, é uma questão de sobrevivência... de respiração, o mais básico e imprescindível dos movimentos humanos. a gente acorda uns dias mais fechados, leva a vida no mau humor, tentando equilibrar nas pernas e às vezes caindo na calçada, mas não tem como... por isso, agora, quando ouço esse tipo de conversa, fico na minha, é só deixar o dia ruim passar... tem dias que baixa “um anjo triste”perto da gente e só sobra se encolher num canto e não ver o dia. Se deixar quieto....
essa semana fui ver pela primeira vez Chico Buarque. E fiquei embasbacada. Temia o cansaço e nem senti o show passar. Simplesmente maravilhoso, das composições ao visual do palco. Os músicos dão seu show a parte, se escondem e se mostram ao sabor da canção. Chico parece de uma simplicidade desconcertante.E que iluminação do show (não sou muito d prestar atenção, confesso, mas dessa vez...) pensei muito na lu raitani e no marcelo borges enquanto as cores de tons quentes ajudavam a criar o clima pra tramas sonoras. Muito legal. Valeu cada segundo dessa disposição de, neste ano, ver os(bons) medalhões da música brasileira.
Já o show dos Mutantes me deixou com uma tristeza imensa no coração. Esperei tanto, defendi o direito deles de fazer shows de retorno sim, mas o que vi no palco do Curitiba Master Hall só serviu para me deixar triste e irritada. Desrespeito total com aquele que é um dos maiores nomes de todos e todos os tempos da música brasileira. Arnaldo Baptista! Em uma das mais lindas canções,Dia 36, que ele cantaria, o microfone simplesmente falhou. Qualé, produção. Depois me vêm falar de (falta) profisisonalismo nas bandas independentes. Como é que uma coisa dessas acontece num show desses. E o sergio dias, megalômano constrangedor com suas guitarras incomodamente mais altas que o resto. O pior é que o cara não precisa disso (ou precisa, né, e eu é que tô sendo ingênua de novo). O som como um todo estava uma porcaria, abafado. A banda não pareceu empolgada, não tinha brilho, não estava em um dia legal – e ainda assim, ouvir aquelas canções.... fiquei triste sim. Não foi nem de longe a magia que deveria ter sido. Lamentável.
Terminal Guadalupe tá de parabéns por toda movimentação. O tempo todo recebo no jornal material deles. Profissa e com boa música. É isso aí.
Marcelo, já falei isso por email pra ti e vou repetir aqui. Teus vídeos me deixam orgulhosa, por ser sua amiga, pelo Rock de Inverno, pelo OAEOZ, pelas bandas curitibanas, pelas bandas alternativas brasileiras, por sermos capazes de perceber a beleza, não apenas a sonora, disso tudo. Me deixam com vontade de não parar nunca, me dão vontade de chorar, de alegria por poder desfrutar disso, de tristeza e de frustração por tanta gente não perceber isso tudo... no fim das contas é o que nos resta para pelo menos tentar fazer essa vida um pouco mais especial. Às vezes a gente ( esse a gente é todos nós) consegue!(adri)
essa semana fui ver pela primeira vez Chico Buarque. E fiquei embasbacada. Temia o cansaço e nem senti o show passar. Simplesmente maravilhoso, das composições ao visual do palco. Os músicos dão seu show a parte, se escondem e se mostram ao sabor da canção. Chico parece de uma simplicidade desconcertante.E que iluminação do show (não sou muito d prestar atenção, confesso, mas dessa vez...) pensei muito na lu raitani e no marcelo borges enquanto as cores de tons quentes ajudavam a criar o clima pra tramas sonoras. Muito legal. Valeu cada segundo dessa disposição de, neste ano, ver os(bons) medalhões da música brasileira.
Já o show dos Mutantes me deixou com uma tristeza imensa no coração. Esperei tanto, defendi o direito deles de fazer shows de retorno sim, mas o que vi no palco do Curitiba Master Hall só serviu para me deixar triste e irritada. Desrespeito total com aquele que é um dos maiores nomes de todos e todos os tempos da música brasileira. Arnaldo Baptista! Em uma das mais lindas canções,Dia 36, que ele cantaria, o microfone simplesmente falhou. Qualé, produção. Depois me vêm falar de (falta) profisisonalismo nas bandas independentes. Como é que uma coisa dessas acontece num show desses. E o sergio dias, megalômano constrangedor com suas guitarras incomodamente mais altas que o resto. O pior é que o cara não precisa disso (ou precisa, né, e eu é que tô sendo ingênua de novo). O som como um todo estava uma porcaria, abafado. A banda não pareceu empolgada, não tinha brilho, não estava em um dia legal – e ainda assim, ouvir aquelas canções.... fiquei triste sim. Não foi nem de longe a magia que deveria ter sido. Lamentável.
Terminal Guadalupe tá de parabéns por toda movimentação. O tempo todo recebo no jornal material deles. Profissa e com boa música. É isso aí.
Marcelo, já falei isso por email pra ti e vou repetir aqui. Teus vídeos me deixam orgulhosa, por ser sua amiga, pelo Rock de Inverno, pelo OAEOZ, pelas bandas curitibanas, pelas bandas alternativas brasileiras, por sermos capazes de perceber a beleza, não apenas a sonora, disso tudo. Me deixam com vontade de não parar nunca, me dão vontade de chorar, de alegria por poder desfrutar disso, de tristeza e de frustração por tanta gente não perceber isso tudo... no fim das contas é o que nos resta para pelo menos tentar fazer essa vida um pouco mais especial. Às vezes a gente ( esse a gente é todos nós) consegue!(adri)
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