6/30/2009

Curitiba em destaque na Trama Virtual

A Trama Virtual está publicando uma série de entrevistas com bandas da atual cena independente de Curitiba. Para nossa satisfação, das cinco entrevistas já publicadas, três são de bandas que vão estar no Rock de Inverno 7. O Delta Cokers, que se apresenta na quinta-feira, dia 23, no bar Era Só o que Faltava, ao lado do Folhetim Urbano, e Rosie and Me, na festa de abertura do festival. E o Heitor e Banda Gentileza, e o Je Reve de Toi, que tocam no sábado, dia 25, no John Bull Music Hall. Confiram lá.

3 HOMBRES no FILTRO TV



é. té chegando a hora de conferir isso ao vivo.

6/29/2009


Flávio Jacobsen, Ivan Santos, Carlos Alberto Lins,
Adriane Perin e Lícia Beletti.
Todos olhando para Igor Ribeiro, escondido.
Foto de Kathia Unger.

surrupiado do Quebradêra FC


"amor tenho 40 anos
e acho que não aprendi nada"


Mais do que nunca, os versos do mestre Linari fazem sentido pra mim. Não sei bem o que dizer, nem se tenho vontade de dizer algo. tirando as dores nas costas e o cabelo mais ralo, não me sinto muito diferente em relação ao pós-adolescente inseguro e instável que era aos vinte e poucos anos. pelo contrário, hoje tenho ainda menos certezas, apesar de dar muito mais valor ao que me é importante: as pessoas que eu amo e a música.

mas a vida segue, de alguma forma. pelo menos por enquanto. mesmo que essa sensação de "depois de tudo, ficou a vontade de nada" insista em ficar rondando os meus dias.

6/26/2009

Cuidado Nixon - Sexo Explicito (1988)


uma das minhas bandas preferidas de todos os tempos, em um raro registro em video. rubinho troll e sua turma. foda!

6/23/2009

parada senhor f

tava dando um rolê pelos blogs com o disco do Hotel Avenida e os caras vão ficar uns metidos de marca maior. E eu também vou poder esnobar, de quebra. Dá uma olhada na Parada do Senhor F. já tá lá "Eu não sou um bom lugar", em sexto lugar, antes de os the Darma lovers, que lançou um discaço no qual também to viciada; Violins, sempre entre as prediletas, "Os Marlenes" que também curti pra caramba o disco novo; pra citar os que curto mais... os caras não são fracos.

Mas, me regalei também com outro detalhe: das 13 músicas listadas, quatro estão escaladas no Rock de Inverno 7.

Mas, o blog do léo é que tá mal frequentado, hein. turma arruaceira a que tá circulando por lá.

Hotel Avenida lança primeiro single



BAIXE AQUI

A banda Hotel Avenida, de Curitiba, está lançando seu primeiro single. A canção “Eu não sou um bom lugar” tem participação de Igor Ribeiro no sax, e produção do guitarrista Carlos Zubek, que gravou a música em seu estúdio Confraria Z, no último mês de maio. O lançamento virtual será feito simultaneamente em mais de vinte blogs e sites na internet, além de disponibilizado para download na página da banda no site Myspace, a partir do próximo dia 23/06 (terça-feira).
Para marcar o lançamento, a banda também faz show no próximo dia 25/06 (quinta-feira), no James Bar, dentro das James Sessions promovidas pela produtora Maamute. A Hotel Avenida surgiu de um projeto do vocalista Ivan Santos (OAEOZ) e de Giancarlo Rufatto iniciado com um EP lançado no final de 2008. A vontade de apresentar ao vivo as canções do EP e outras que os dois estavam compondo juntos os levaram a recrutar outros músicos. Assim, no começo de 2009 a dupla ganhou os reforços de Carlão Zubek (OAEOZ, Folhetim Urbano), do baixista Rubens K (ruído/mm) e do multi-instrumentista Eduardo Patrício na bateria e teclado.
A estréia ao vivo foi no mesmo James Bar, em fevereiro. Em agosto, a banda grava participação no programa Acústico Mundo Livre - da rádio homônima - com canções inéditas e covers com o lançamento previsto para 11 de setembro no Jokers Pub.

blogs e sites que participam do lançamento:

Tramavirtual: http://www.tramavirtual.com.br/hotel_avenida

Myspace: http://www.myspace.com/hotelavenida

De inverno: http://deinverno.blogspot.com/

Giancarlo rufatto: http://giancarlorufatto.blogspot.com/

Scream & Yell: http://screamyell.com.br/blog/

INMWT: http://www.innewmusicwetrust.com.br/

Bloodypop: www.bloodypop.com

Senhor F: http://www.senhorf.com.br/

Blog do CEL: http://www.interney.net/blogs/blogdocel/

Young hotel foxtrot: http://younghotelfoxtrot.blogspot.com/

Mondobacana: http://www.mondobacana.com/

Aires Buenos: http://www.aires-buenos.blogspot.com/

Leo vinhas http://www.blogdovinhas.blogspot.com/

Culturanja: http://culturanja.blogspot.com/

Meio desligado: http://meiodesligado.com

Pistola da’gua: http://pistoladagua.blogspot.com/

Transitoriamente http://transitoriamente.wordpress.com/

Albert Nane: http://albertnane.blogspot.com/

RKjazz: http://rkjazz.wordpress.com/

Rodrigo carneiro http://euelaocoeoaffairredivivo.blogspot.com/

la cucina http://danimod.blogspot.com/

Josianne Ritz http://araciderci.zip.net/

Agenda:
25 de junho – James Bar
17 de julho – Wonka Bar
24 de julho – Rock de Inverno 7 (John Bull Music Hall)

A Hotel Avenida, sem Rubens K (tava viajando o viadinho), em foto de Marcelo Stammmer

6/21/2009

Efeito Arnaldo Baptista



Jornal do Estado/ Bem Paraná

Adriane Perin

Quando Paulo Henrique Fontenelle ficou cara a cara com Arnaldo Baptista algo mudou na percepção que ele tinha dessa figura de importância única na música brasileira. E quando ouviu o disco Lóki, foi a vida do cineasta que mudou. É sobre Arnaldo o premiado documentário, Lóki, de Fontenelle, o grande destaque da nova programação de cinema na cidade, em cartaz no Unibanco Arteplex, rede responsável pela exibição Brasil afora desta que é a primeira produção do Canal Brasil.
Tudo começou, contou Fontenelle, em 2005, quando produziu uma edição do programa Luz, Câmera, Canção para o Canal sobre o ex-Mutantes. Aliás, contou também, isso é uma das poucas coisas que sabia a respeito do figura. Quem era fã mesmo era André Saddy, gerente de marketing do Canal Brasil, que encampou a ideia e assina a produção do longa documentário. “Quando fui para Juiz de Fora falar com o Arnaldo fui ouvindo e lendo artigos dele. E me chocou encontrar um cara feliz da vida. Ao apertar a minha mão, tinha um daquele negócio de choque de brincadeira”, conta o diretor, que se surpreendeu porque a imagem que se passava do músico ainda era a de um cara desequilibrado, que gostava de viver isolado depois de ter tentado se suicidar. Isso não é verdade. Arnaldo não quis se matar, no confuso episódio da tentativa de fuga de uma clínica de reabilitação. Ele realmente pisou fundo em sua sanha de descobrir a si mesmo na arte, e teve seu afundamento nas drogas, como praticamente boa parte de sua guerrilheira geração. Mas, nunca quis morrer. Foi com o intuito de fugir desses e de todos os outros estereótipos que Fontenelle mergulhou na busca pela “verdadeira história” desse cara genial que marcou profundamente a música mundial – não foi só a brasileira, como tantos artistas estrangeiros reconheceram depois. “Aquela primeira entrevista foi bem interessante”, lembra o diretor. “Duas horas na quais conheci a maneira dele pensar, como é de verdade; perceber que respondia coisas que pareciam inicialmente nada a ver, e no final faziam todo sentido”.
Voltou fascinado. “Passei aquele ano buscando imagens, quase um ano atrás do material para o programa de tv. Quando mais lia mais ficava fascinado; e ouvir o disco Lóki foi uma revelação na minha vida. Impacto igual só tive aos 10 anos quando ouvi Raul Seixas”, lembra. O programa que deveria ter 20 minutos ficou em meia hora, mas muito mais havia a ser dito e mostrado, o diretor estava convencido. “Em mim ficou um vazio imenso e comecei a remontar e aumentar o programa pra mim mesmo”. Novamente, uniu forças com André e o projeto se desdobrou com o aval do Canal Brasil, no longa que vamos assistir hoje. “Como nós dois trabalhamos no Canal Brasil e o pessoal também gostou do programa e da proposta de filme, fiz o roteiro, mandei pro Arnaldo que também adorou e assim foi”, conta.

Lembre leitor: os Mutantes ainda não tinham voltado e Arnaldo, embora um pouco mais em evidência, ainda vivia meio esquecido. Mas, nesse meio tempo, Os Mutantes voltaram sem Rita Lee – que segue com esse machucado aberto, recusando-se solenemente, a tratar do assunto. “A primeira filmagem da nova fase acabou sendo o final do filme, a gente acompanhando Arnaldo no primeiro show da volta e andando pelas ruas de Londres”. Também lá em território, conta Fontenelle, ele foi reconhecido várias vezes na rua. “Ele tem uma cultura imensa, é impressionante; andar com ele foi uma aula de História da Inglaterra. Um americano emocionado disse que tinha vindo da América só para encontrar com eles”, lembra.

Alternativos – Tema diferenciado, produção independente sem apoio de nenhuma lei e bancada por uma canal de televisão nacional. Só isso já vale os méritos do trabalho de Fontenelle, mas ele teve bem mais reconhecimentos. Todas as sessões foram cheias de emoção e prêmios. “Foi um projeto muito barato, com uma equipe de 4 pessoas se desdobrando em todos as funções”. A primeira versão fechou com 2h40, resultado de 500 horas de imagens colhidas e “montadas em meu laptop em um mês e meio”. O primeiro corte foi para o cinema com um custo de R$100 mil. “Fiz um grande esforço para cortar os 40 minutos excedentes e quando vimos foi aquela comoção, primeiro no Festival de Cinema do Rio, onde, na presença de um Arnaldo muito emocionado, fomos aplaudidos em pé por 10 minutos. Todo mundo muito emocionado. Na semana seguinte, quando a cópia chegou ao Festival de São Paulo os ingressos estavam esgotados”, conta. “E por onde passou foi sempre essa emoção muito forte”. A ponto de o Canal Brasil mudar o plano inicial de lançar só em DVD. “Surgiu uma campanha na internet. O pessoal xingava o Canal Brasil por não colocar no cinema”.

Hoje, conta, são 17 fitas que, garante, vão percorrer o Brasil todo. Mas, ainda existe uma certa tendência em ver Arnaldo Baptista como uma figura exótica, o que o diretor rejeitou desde sempre. “Procurei fazer filme oposto disso, tirar todos os estereótipos, mantendo todas as contradições e erros e belezas de uma pessoa que é incrível, e esquecer qualquer referência à loucura, que costumam associar a ele”, fala.
Mas, teve gente próxima dessa história, e não só Rita Lee, que não falou ao diretor. Que Rita Lee não quer falar disso todo mundo sabe. Mas, ele tentou também falar com o outro irmão Dias, Claudio César, o gênio da eletrônica que desenvolveu os equipamentos que os irmãos precisavam para seu som e o mundo ainda não tinha para lhes dar. “Ele fez tantas exigências absurdas e queria cobrar pelas entrevistas que deixamos prá lá”, conta o diretor e completa. “Acho que foi uma oportunidade de muita gente fazer uma análise da relação que teve com o Arnaldo. Muitas perguntas perdidas e marcas do passado foram curadas com este filme. Tem uma entrevista muito bonita do Sérgio Dias, na qual ele pede desculpas publicamente a Arnaldo”. Sobre Rita, que faz show neste final de semana e ignorou as perguntas sobre os Mutantes: “Tomara que ela veja o filme”.
Imagens — Fontenelle ressalta ainda a quantidade de imagens inéditas, por exemplo, com a Patrulha do Espaço, banda que Arnaldo fundou logo ao sair dos Mutantes – e que tocou, captaneada pelo batera Rolando Castelo Junior mês passado em Curitiba. “O material estava totalmente espalhado, foi um trabalho de chinês achar tudo. Percorri toda as televisões e cinematecas e está tudo bem bagunçado. Triste foi ver tanta coisa que se apagou pra gravar futebol em cima. Na Record, por exemplo. Achei muita coisa cadastrada errada, até como Amado Batista. Como já previa isso, achei coisas raras. E também tenho que agradecer aos fãs que ajudaram muito nisso, dando pistas de onde podia encontrar algo”.

É bom ver a História musical brasileira sendo desvendada, um nicho de mercado audiovisual – e biográfico – que ainda tem muito a render. Fontenelle vai contribuir um pouco mais. No próximo mês ele apresenta um DVD sobre o Ritchie. Vai ser com ele tocando em estúdio, mas meio documentário. “Bacana é que quando se conta história da música ou artista, se conta a história do país também e das nossas próprias vidas”, finaliza.

6/18/2009

Snowflake in a hot world" Mercury Rev - Los Conciertos de Radio 3 - 25-3-2009



quem é rei não perde a majestade. como diz o Mac, clichês são bobos, mas muitas vezes expressam a verdade. eu fui um dos que torceu o nariz pro novo disco do mercury rev, mesmo a contragosto, já que sou fã de carteirinha. mas ve-los tocando assim o material novo ao vivo muda completamente as coisas. tudo faz sentido. é isso aí. quem é rei não perde a majestade. definitivamente.

e tem mais

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Jornalistas: O que é isso

Nunca acreditei que um diploma garante um bom jornalista, mas daí a derrubar a exigência para o exercício da profissão tem um caminho muito longo que não percorro de jeito nenhum. Não é de hoje que as empresas de comunicação não precisam de gente competente com formação para "fechar" seus jornais. Também não é novidade que boa parte das faculdades são entidades que deveriam ter vergonha da forma como soltam "profissionais" no mercado e as que "formam jornalistas" estão entre as piores, me parece. Mas, daí a concordar com o que aconteceu ontem quando os Ministros do Supremo derrubaram a exigência do diploma... não dá. Ao invés de melhorar a qualidade, se derruba tudo... não consigo entender esse raciocício e me sinto uma idiota,por todo esforço que jogo em cima dessa profissão, que levo muito a sério, todo dia.

O diploma servia, pelo menos, pra nortear alguns critérios trabalhistas. Se nós já éramos uma categoria vergonhosamente parada, que não se mobiliza, que não consegue se comunicar com a população, agora então... Mas, quem perde mais com isso é a sociedade, que parece não perceber que o pior vai sobrar para ela. Porque se tendo jornalistas cuidando do que acontece e denunciando tudo o que vimos acontecer nos últimos anos, presenciamos tantas falcatruas vindo a luz, imagine agora que os donos dos veículos de comunicação vão poder barganhar ainda mais livremente, deixando livre também o campo para aqueles que se sentem incomodados com um bom trabalho investigativo. Com gente "barata" em toda esquina pronta para se postar de jornalista, como se não fosse preciso pra tal ter um mínimo de técnica, conhecimento e responsabilidade.

Se eu já não era otimista com o futuro da minha profissão, agora então sinto que um efeito cascata vai acabar de por por terra o que conseguimos. Em termos trabalhistas o que aconteceu ontem é terrível.

Ainda não entendi como ficam as coisas a partir de agora. Repito, não acho que diploma garante bons jornalistas, mas a exigência é necessária até para que se possa cobrar desses profissionais uma formação especializada, melhorada. E ela nunca impediu que pessoas com talentos para as letras escrevessem em veículos de comunicação. Portanto essa vergonhosa decisão só interessa a quem não terá mais profissionais bem qualificados para ficar no pé, de olho nos desmandos. E aos donos dos jornais, revistas, televisões que se já tinham a faca e o queijo na mão, por conta do tanto de mão de obra que tinha pra escolher e escassez de mercado de trabalhos, agora ganharam mais a goiabada.

Devem ter aberto algumas garrafas de champagne ontem ás gargalhadas. E não me venham com essa conversa de que eram regras cridas na ditadura militar, porque devemos querer melhorar e não piorar as coisas. Argumentar que o exercício ruim da profissão de jornalista não é prejudicial à sociedade é de uma ignorância grotesca. E vindo de "magistrados" fica ainda mais vergonhoso. Ou não,né, moçada. É só coerência, diante das decisões vendidas que esses indivíduos têm tomado, sem a menor procupação com o que a sociedade pensa.

E o mais triste é esta sensação de saber que, no fundo, a maioria das pessoas que estão ao redor, concordam com esta decisão. Não conseguem enxergar o perigo e a quem atende uma decisão como esta. Ruim com jornalistas formados? Pois vai ser muitíssimo pior sem eles. Pode apostar! (Adriane Perin)

6/17/2009

Loki em Curitiba


Moçada, estreia nesta sexta, no Unibanco Arteplex, lá no Shopping Crystal o documentário Loki - Arnaldo Batista. outro dia o ivan colocou aqui o trailer. bati um papo com o diretor que contou que não passou incólume ao ficar cara a cara com esta mutante adorável. Impossível, impossíovel não lembrar daquela manhã e uma redação de jornal que só fazia me estressar e irritar, a conversa que tive com ELE, por telefone. Acho que foi, mesmo, o momento mais incrível do meu jornalismo. Sei lá se algum outro vai superar ouvir ele dizendo, ao final: "eu to sentindo mesmo que o seu coraçãozinho tá batendo forte", quando com voz trêmula e tentando manter o controle, contei tentei contar o que significava pra mim estar falando com ele. SExta, no JE, tem a entrevista com o diretor, o Paulo Henrique Fontenelle.
Aí em cima, uma foto enviada para imprensa. (Adri)

6/12/2009

King Crimson - Larks' Tongues in Aspic



fripp e sua turma mostrando que pós rock de c é r

Mr. X


é
2009 definitivamente não tá fácil
nosso brother Coelio avisa:


"...venho por meio desta, notificar o falecimento de marcio roberto dos santos, vulgo mr. x (baixista da banda maremotos).
tudo começou com um tumor no intestino, que resultou numa metástase.
o velório será hoje as 18:00 ná capela 1 do cemitério municipal e o enterro amanhã no cemitério água verde.

vai com deus meu amigo mr. x, viva a surf music e a rmaremotos!!!"

6/10/2009

"Falsas baladas" no Coisa Pop

"Com 'Falsas Baladas...' o OAEOZ lança um disco que em nenhum momento parece fácil e gratuito, que para ser apreciado precisa ser tocado por vezes e mais vezes, mas que a partir do momento que você acredita nas canções, fica difícil não gostar."

leia a resenha na íntegra no blog Coisa Pop

Meninos de Kichute - Making of

6/05/2009

Bom de música e de polêmica

O músico Carlos Careqa: “No meio artístico tem muito ego inflado e pouco resultado” (foto: Divulgação/Edson Kumasaka)


Jornal do Estado/ Bem Paraná

Carlos Careqa bate um papo sobre música e critica sem piedade a “onda de resgate” cultural que assola todo o Brasil

Adriane Perin

Toques de Berimbau, um ritmo de forró e letras ácidas: “Brasileiro tá com medo de perder a identidade, tá fazendo curso de bumba meu boi no Sesc da cidade, tá jogando capoeira na universidade. Tá inscrito num curso de clown”. Ou: “Tem tanto artista falido/ tocando só pra família/ os amigos já não aguentam mais os discos que não tem saída/ Tanta menina namora com um guitarrista e já um microfone quer comprar/o campo precisa de gente, não tem mais agricultor”. Os trechos das faixas, “Brasileiro” e “Por que” mostram a discordância do músico Carlos Careqa - que está lançando seu novo trabalho, Tudo que Respira quer Comer, por seu próprio selo – em relação à moda do resgate do folclore e de todo mundo ser artista. Nascido catarinense, mas conquistado pelos curitibanos bem cedo, Careqa não se intimida em explicar melhor o que quer dizer, leia-se criticar, mesmo tendo que citar amigos. Vai conversando, com coerência e arraigado às defesas do que acredita. Por exemplo, faz questão de não usar leis de incentivo na produção de seus discos e deixa isso claro na contracapa.

Jornal do Estado — Você está tirando um sarro desse papo de “resgate da cultura popular” que virou moda, né? Não acreditas na boas intenções?
Carlos Careqa
— A ideia é o seguinte: as pessoas no Brasil vão pela moda e não se perguntam qual é o significado disso. De tempos pra cá noto que as pessoas começam com música, acham que descobriram as coisas brasileiras e, por conta disso, o resgate da cultura popular virou exagero. Em cada esquina tem Bumba- Meu-Boi. Até Curitiba que nunca teve essa tradição acabou aderindo a este tipo de coisa meio chata e, muitas vezes, sem conteúdo. Não que eu seja contra movimentos folclóricos. Sou super a favor, mas tem que ter parcimônia entre gostar e querer transformar isso em arte. Muitas vezes o folclore tem que ser preservado mas não que subir ao palco; assim como índio não tem que fazer show. Nem é que disvirtua a essência. Talvez. Mas, o pior é querer transformar em algo que não é. Indio não precisa estar no palco para mostrar seu valor. É um crime quando se pega uma tribo indígena e a leva para tocar no Sesc. Se cria uma necessidade que eles não têm e, aí sim, temos um problema. Coloca esse pessoal no show business e eles vão querer voltar. O mesmo com folclore, pega o sinhozinho que toca rabeca no interior do Pernambuco e traz para São Paulo. Pode ser interessante da primeira vez, mas depois vai criar algo desnecessário. Seria legal manter os movimentos folclóricos na sua.
JE — Isso não tem a ver com essa filosofia “Petista” de que tudo hoje em dia tem que ter um fim social, como se a arte já não fosse, por si só, inclusora?
Careqa
— Uma coisa é resgatar o social, trabalhar para que o povo seja melhor remunerado. Outra, é levantar bandeiras sem limites. E música é negócio que tem uma tradição, exige um estudo, tem que ter um tipo de conteúdo. Folclore é folclore.
JE — Às vezes tem-se a sensação de que linguagens urbanas e mais contemporâneas não tem o mesmo valor dentro deste contexto
Careqa
— Como se algumas coisas não fossem tão autênticas e acabam estigmatizadas... Não sou contra o folclore, a pesquisa e transformar em música. Mas, colocar isso no palco nu e cru e comprar vestido de algodão e sair fazendo ciranda, não é arte; não é música: é folclore, é lazer, não tem o valor artístico.
JE — Não tem medo de falar isso? Sabe que pode comprar brigas.
Careqa
— Não tenho medo de dizer o que penso. O pessoal do Mundaréu, por exemplo, eles são meus amigos e fazem um trabalho por aí. O lado musical é bacana, mas quando fica só no folclore é chato. Não sou contra quem faz folclore no palco, mas não é necessário, acho que é mais um exercício de vaidade e ego do que artístico.
JE — Outro problema é que a palavra “resgate” ficou tão batida...
Careqa
— Mesma coisa que achar que o samba vai salvar a humanidade... A música é sem fronteiras, nasceu pra ser livre e sem amarras. Por isso minha crítica. Não precisa fazer curso de clown. “O campo precisa de gente não tem mais agricultor.” É absurda essa forçação de barra, todo mundo quer ser artista. Juro pra você, volta a meia penso que deveria ter feito medicina, ter ido para um lugar com menos vaidades. No meio artístico tem muito ego inflado e pouco resultado. Querer salvar tribos indígenas quando tem tanta gente do seu lado que precisa de ajuda? Existe um exagero em certos setores sociais.
JE — São 25 anos de música. Nesse tempo suas intenções mudaram?
Careqa
— Quando comecei minha preocupação era sempre fazer com que o ouvinte pensasse no que estava ouvindo, porque vinha de uma uma escola toda baseada em grandes da mpb e não podia admitir que se faça uma música por fazer. Tem o lado do entretenimento, mas como faço música popular, pra mim, é importante que haja uma ação. A pessoa escuta e pode gostar ou não. Mas, reage. Neste disco tem duas músicas da época, de 84, “Cida” - um funk, algo até mais pra comédia e um jogo de palavras - e “Fantasias”, que tinham essa preocupação. Caminhei por aí sempre, algumas vezes com um ar mais ácido. Acho que tô no mesmo caminho. Sou alternativo ou underground. O Mercado não me absorveu e porque eu já não sei. Mas hoje em dia to muito mais tranquilo em relação a isso, porque meus ouvintes continuam comparecendo nos shows.
JE — E como se manter, sem usar leis de incentivo, sendo alternativo, vivendo de música? E com lançamentos, pelo seu próprio selo, Bed, cujos acabamentos visuais também chamam muito a atenção e devem ser caros?
Careqa
—Um disco vai pagando outro e os shows. Na verdade, disco não dá lucro. Dos shows vou sempre guardando uma graninha e às vezes ataco de produtor. A publicidade até caiu bastante. Sobre Leis de Incentivo não sou contra, mas do jeito que ela é usada sou totalmente contra. Virou um cabidão de emprego, muita gente usa totalmente errado e se faz discos sem estímulo para vender porque não se gastou nada. Como invisto e sei de onde veio o dinheiro, aposto em uma boa divulgação, mesmo que alternativa. Faço e procuro vender os shows e vendo meus discos, não tenho vergonha nenhuma de dizer que vendo ao final do show, na beira do palco, a R$10. E funciona muito bem, porque as pessoas querem ver isso. O público não é idiota e sabe o que vai comprar. A Lei favorece parasitas culturais, que não fazem nada sem lei de incentivo. É uma pena porque vejo grandes artistras encostados na lei, como se fosse uma droga que vicia. Por isso meu grito de discordia.
JE — O que mais faz a diferença em estar em São Paulo?
Careqa
— Poder abrir as fronteiras de onde mostrar meu trabalho, porque quando morava em Curitiba era muito dificil fazer shows fora. Sampa me acolheu de farois abertos e tive oportunidade de fazer shows maravilhosos e, daqui, pude tocar no Brasil todo. Mesmo tendo essa carreira super alternativa que tenho - até para Buenos Aires fui. Não sei se ficasse em Curitiba teria esse mesmo respeito. Mas Curitiba mudou bastante e hoje tem outras possibilidades. Sou de Santa Catarina, mas minha alma é curitibana. Esse jeito de pensar, esse jeito crítico sobre o qual conversamos no começo, herdei dos curitibanos com os quais convivi e convivo até hoje. Pessoas como Thadeu Wojciechowski, Adriano Sátiro, Roberto Prado, o pessoal do Maxixe Machine. É a minha cidade e a adoro.
JE — Em realação ao disco anterior o mudou pra você?
Careqa
— Este disco é como se fosse o quarto da carreira, porque dei uma pausa para fazer um resgate de trabalho que tinha engavetado e não queria deixar passar. Mas, o Pelo Público faz parte da minha vida. E o do Tom Waits é um tributo a um cara que admiro muito e queria fazer. Como tava meio sem nada, e a mpb muito lotada de coisas e compositores, quis dar uma passeada pelo rock and roll para recarregar as pilhas dessa verve de compositor. Esse meu disco como se fosse a sequencia da carreira de cancionista. Muita gente não gosta dessas minhas mudanças, os que gostam mais da canção e da mpb torcem o nariz. Mas como sou livre e a música também, se quiser fazer música erudita, vou fazer, mesmo que seja algo que o público não goste – desde que eu ache que tem conteúdo. Não sou preso. Estamos vivendo em um tempo que não dá pra fechar as portas e linguagens. Tem gente que é muito preconceituosa.

6/04/2009

Patrulha do Espaço acústica

Jornal do Estado/Bem Paraná

Banda toca junto com Gato Preto hoje no Jokers, dentro do projeto Acústico Mundo Livre

Adriane Perin

Umas das convidadas de hoje do projeto Acústico Mundo Livre, que se desdobra em uma versão para a rádio homômina e em shows na Praça da Espanha, é uma “estrangeira”. Mas com um pé bem posto por aqui, já que o “mentor atual” da veterana Patrulha do Espaço, Rolando Castello Junior, já fez muito pela cena local em suas temporadas na cidade. Agora ele retorna para um show um pouco diferente, mas no qual, com certeza sua conhecida maestria com as baquetas vai continuar em evidência. A Patrulha do Espaço faz junto com Gato Preto, um show acústico no Jokers.

Em 2009, a lendária banda, criada por Arnaldo Baptista logo depois da saída dos Mutantes, tem na programação uma turnê nacional e outra internacional, com um repertório de canções clássicas da banda que muito bem simbolizam a energia arrebatadora e a sonoridade peculiar que marcou o rock brasileiro dos anos 70 – com o acréscimo de um apuro das letras de quem criou junto de um gênio da música. Castello Junior é um cara que nunca se deixou abater diante das adversidade e por isso segue escrevendo sua história.

Quem viu algum show recente sabe que o cara, ao lado de uma geração mais jovem de músicos, comprova a cada nova performance que sua força continua quase intacta.É um “monstro” atrás de sua bateria e tem sido sempre impressionante vê-lo(os) em atuação. Uma história que começou em 1977 com Arnaldo e deixou páginas – que ainda estão sendo escritas - importantes do rock nacional. É na mistura de rock’n’roll com hard rock que a Patrulha construiu sua potência, estilo e sonoridade rapidamente identificáveis, decalcados ao longo de onze discos e uma série com quatro CDs, intitulada “Dossiê. Este último, um apanhado da carreira, com momentos marcantes, como a abertura para o inesquecível show do Van Halen no Ginásio do Ibirapuera, em 83, um lançamento da curitibana Temptations, do hoje dono do Era Só o Que Faltava, Odilon Merlin. A formação de hoje é trio. Castello Júnior, Marcelo Schevano e René Seabra . “Como nosso repertório atual é basicamente rock pesado pinçamos canções da fase inicial da Patrulha com o Arnaldo”, adianta Castello. È uma canção mais maravilhosa que a outra: “Sunshine”, “Cortar Jacá” e “Trem”. Do repertório atual entra “Arrepiado”. E para fechar, uma preciosidade pouco conhecida de Ivo Rodrigues, “Berro”. “Nossa homenagem a cidade, o estado e nosso querido amigo e ídolo Ivo do Blindagem”, diz o batera.

Serviço
Gato Preto e Patrulha do Espaço. Dia 4 R$10. Jokers
(R. São Francisco, 164).

6/01/2009

Lestics lança novo disco

Do Scream Yell

"O Lestics acaba de disponibilizar “Hoje”, o seu terceiro álbum, para download gratuito no site da banda (http://www.lestics.com.br/) assim como fez com seus dois trabalhos anteriores, “9 Sonhos” e “Les Tics”. O novo disco marca a estréia da nova formação da banda, que era um duo e agora passa a ser um quinteto."

mais aqui

Só lembrando que no próximo dia 25 de julho, o Lestics faz sua apresentação de estreia em Curitiba, na segunda noite do festival Rock de Inverno 7, lançando o novo álbum. Oportunidade única de ver os caras ao vivo por aqui