5/28/2010

sei lá..

“A vida é fácil
eu é que sou complicado
sempre acabo me enroscando nesses dias tortos
A gente sempre quis ter uma vida simples (...)”


Tava trabalhando e dei uma passada no blog da Josiane Ritz... li alguns post, lindos, falando das filhas dela (que são, realmente, crianças encantadoras, resultado, com certeza, de uma educação amiga e amorosa). E aí, eis que começo a pensar na vida simples, e careta se preferir, que parece que o tempo insiste em nos encaminhar, os mais loucos e os menos loucos como eu. Cada um, louco ou louco, no seu rumo. Lembrei d’OAEOZ. Lembrei de Dias Tortos...que viagem no tempo. (Ah, amanhã é o niver do RO, por falar nisso).
Pensei na vida. Lembrei de coisas que venho pensando nesses últimos dias (que voltam como se estivesse num círculo do qual não posso sair). E que de tanto ficar pensando, acabo nunca escrevendo sobre no blog.... talvez seja só um tipo de covardia mesmo. Vai saber.
Só sei que me bateu uma nostalgia nesse fim de tarde, no meio dessa confusão de pensamentos. Acho que é a gripe (eu tinha prometido me entregar a seus braços, mas olha só que horas são e continuo na frente dessa tela). Uma saudade de sei lá o quê, mas com a certeza, também, de que amo a minha vida e a escolhi bem, embora me sinta, outra vez, num momento de me “perceber” novamente. Seria a saída da fase balzaca? ‘Sabeimelá’. Só sei que me perco, constantemente, entre ideias e vontades, umas sobrepondo as outras, voltando depois, para sobrepor-se às outras que vieram.

Acho que é o dia. Me senti um pouco assim até quando li sobre a peça que a Fernanda D’Umbra ta estreando hoje como diretora em Sampa, com texto do Caco Galhardo. Garotas que trabalham numa loja de sapatos esperando a porta ser aberta pra iniciar outro dia de trabalho. Enquanto esperam falam de si, de nós e das outras. Eu fiquei com tanta vontade de ver essa peça!!!!! Não sei porquê, mas me senti próxima.
Talvez seja a semana. Ontem também senti essa saudade de sei lá o quê, quando terminei o livro dos diretores de cinema. E parecia a gente conversando sobre como as pessoas curtem a música hoje de um jeito diferente, apressado demais, sem aquele ritual que a nós era tão caro. Um clima meio fim de festa, no livro, perante o jeito como as coisas são feitas, apressadas e com alvos duvidosos, hoje em dia.
Enfim... não vou entrar numas de "no meu tempo..." por favor, né adriane!!!

Pra encerrar essa coisa sem nexo:
“(...) ainda espero neste banco (...) com este caderninho em que uma mão escreve para inventar um tempo que não seja só aquela interminável rajada que me projeta em direção a outro sábado (...)”, Julio Cortázar.

Ou
“Vivo a caça de motivos pra estar vivo. só existir me empurra pro abismo/ás vezes o viver também, sabemos disso/os dias passando só pra preencher o tempo, como rabiscos num caderno antigo, não me interessam mais, embora me atropelem, quase sempre”, cortesia d’OAEOZ, que acolheu em uma de suas belas músicas minhas palavras perdidas num comentário de blog... parece que foi há tanto tempo!!!! (adri)

Beijo AA Força - Homem de ferro - Aeroanta 1992



Taí. Alguns dos "culpados" por eu ter me metido nessa fria de música.

5/25/2010

Novas na BR Press

Tem duas matérias novas da Adriane Karine Perin Vieira na BR Press, sobre os shows da banda Gentileza e do Apanhador Só em Sampa.

Colalá.

ou direto aqui e aqui.

5/23/2010

Um show pra voltar pra casa de pernas bambas


Sou muito emocional. E isso também na minha relação com as bandas que curto. Tem aquelas mais próximas e as que não conheço os autores. Com as bandas de Curitiba que eu gosto, a relação fica ainda mais forte. E uma dessas, muito próximas, é a Criaturas. Não somos amigos que se visitam, que conhecem as casas um dos outros, mas quando nos encontramos é sempre como se fosse. Na última quinta, não foi diferente. Era o único show de lançamento do disco de Xanda, Bruno e Caetano – que contaram com o apoio de um guitarrista bem bom (pô, desculpe, não sei o seu nome...)
Bom, as músicas eu conheço todas, ouço esse disco antes dele ficar pronto. E, já sabia disso, não era a única que sabia cantar todas, entre as pessoas que lotaram o James Bar. “Águas Passadas”, “Gato por Lebre”, “Serenata”, “Tábata” e todas as demais canções que me fizeram chamar a banda de Criaturas grudentas. E que grude bom é este que faz com essas canções fiquem coladas não só em mim. Num tempo de tantas cantoras surgindo no cenário nacional, me espanta que, outra vez, o restante do Brasil não conheça uma das melhores, senão a melhor entre todas elas: a “óóóótima” Xanda Lemos.
E não é só porque a Xanda tem charme de sobra e roube quase toda a cena, toda vez que sobe ao palco. Não é só porque ela é uma verdadeira “front woman” do rock nacional. Talvez também porque ela sabe como poucas transformar em música o que acontece em sua vida. Porque ela tem uma voz linda que, sendo doce e suave, não perde um tico da força que colhe dentro de si mesma (e nos outros também) em prol de poses vazias como as que se vê em pessoas que não tem o mesmo brilho.
A Xanda não precisa fazer força alguma, é a impressão que se tem.

"deixa eu fumar o meu cigarro em paz/não queira me encher o saco/deixa eu tremer pór toda vida/ deixa eu beber se isso me acalma/e se eu te faço mal é engraçado/a minha indiferença agora é o que restou/e seu ainda ontem não fui nada/hoje eu serei o que não sou/eu faço de conta que nada aconteceu/ as mágoas são águas passadas/ eu peço perdão para o menino meu/ as mágoas são sempre cantadas".

E põe toda sua vida no palco, pra cantar e tocar pra gente. Deve ser isso que faz a diferença. E, claro, ter ao lado uma dupla fiel. E, pra completar, o som no James tava perfeito. Deixou o resto pras duas bandas. Mordida, igualmente matadora. Se eles vão conseguir imagens pra fazer o clipe é outra história. Tinha tanta gente no bar que não sei não, se o sucesso dessa vez não vai atrapalhar... Como com a Criaturas, teve coro o tempo todo.
E as duas tiveram a participação da Tati Lemos, que fez parte das duas formações em seus começos. E com as duas formações, pra meu (nosso, eu sei) imenso orgulho e alegria, participou de duas edições do Rock de Inverno. No 3, com a então pouco conhecida Criaturas, no porão 92; e no Rock de Inverno 5, no Cine, com a Mordida. Nunca mais tinha visto a Tati - e não consegui falar com ela na quinta, mas foi tão legal vê-la cantando com essas duas bandas que fazem parte da vida dela - e da nossa, também, né. Afinal de contas, não são poucas as vezes que a gente coloca Mordida em alto e bom som pra dançar no meio da sala. Do mesmo jeito que são muitas as vezes que me pego cantarolando dentro do ônibus as canção das Criaturas...

"beibe, abra ao menos a janela/ isso não passa de uma serenata de meia tigela/ beibe, faça alguma coisa comigo/eu não vou querer me cuidar/já perdi a noção do perigo" (...)

Foi uma daquelas noites mágicas, perfeitas. Daquelas de voltar pra casa com as pernas bambas e sentir o efeito ainda no dia seguinte. E no outro.
Pena, é um show só, e eles já estão voltando por States. E nós vamos ficar aqui esperando outro show desses, arrebatador, pra gente poder atrapalhar bastante a (o) vocalista, querendo decidir repertório e insistindo em cantar tudo junto. Só pra depois poder levar pra casa mais boas lembranças e ficar ouvindo aquela canção até no silêncio. (adri)

Um belo show e um atendimento bem meia boca

Foram dois shows esta semana. O do Jame, com Criaturas e Mordida, na quinta,dia 20, foi nota dez, de verdade. O atendimento no James foi inclusive melhor que a última vez que estive lá, quando achei meio devagar. O do Otto, na sexta anterior a esta quinta, no John Bull Music Hall, só ficou perfeito quando a banda subiu no palco.
O John Bull Music Hall me deixou envergonhada por ele, por conta do (falta de) atendimento. Antes dessa noite, eu costumava dizer que o John Bull era uma das nossas principais casas de shows; depois desse show do Otto, não direi mais. Simplesmente porque uma casa de shows de respeito tem que atender bem a seus clientes e oferecer o melhor. E não foi o caso do John Bull Music Hall. Não que eu tenha sido atendida mal pelos pessoal.
O bar pecou pelo que não tinha. Só um tipo de cerveja, e em lata (tinha aquela bohemia insossa também, mas não tinha nem heinekken ???!!!! Básico! Nem uma cerveja escura decente? Nem sequer um uísque bebível, pois a única dose que a gente comprou daquela porcaria que eles tavam vendendo ficou no copo. De plástico. E o sistema novo de fichas, sem uso de cartão, é uma regressão pra uma casa tão importante. Se a intenção era evitar problemas na hora de sair, com filas, sinto informar que essa “solução” ficou pior. Sem falar que o show começou 1h30 da manhã – o ingresso falava 22h. Imperdoável. E mais, incompreensível, pra uma casa com a tradição do John Bull. (ah, e o ingresso tava com o valor riscado, pra mais, é claro, quando eu o comprei?????!!!!)
Só não foi uma noite mais irritante porque Otto e sua banda não deixaram. Quando eles começaram esqueci que tava puta da cara com o lugar. A sonzera no palco, as firulas de Otto querendo fumar e fazendo suas ligas sonoras entre uma musica e outra, uma platéia feliz, junto com a base da poderosa percussão que o lançou ao mundo e alguns dos melhores músicos da atualidade (porque esses caras o são, efetivamente), salvaram a noite. O Otto está melhor do que nunca, e não poderia escolher melhores companhias para subir ao palco. A gente agradece. Voltem sempre. Mas, o John Bull que se prepare melhor pra receber seus clientes da próxima vez. (adriane perin)

A Força que vem da Capoeira

Minha amiga Fran tava passeando pela rede e resolveu ler algo que escrevi há alguns anos, pro site Overmundo, sobre a capoeira. Diz que achou lindo e até ficou inspirada para ir dar um passeio com sua filhotinha linda, que eu chamo de Franzinha", a Julia. Fui ler novamente e gostei. Resolvi colocar replicar, com algumas atualizadas.
Esse primeiro encontro foi há 9 anos. Nem eu acredito que já estou com uma corda verde amarela e vários dos amigos que conheci na capoeira, agora estão casados com seus filhotinhos indo também curtir os sons do sábado ou os treinos. Muito legal isso. Agora não treino mais no Aquacenter, que fechou. TReino na Água VErde. Continuo atravessando a cidade pra ir jogar capoeira, ali ao lado do Shopping Água Verde. O que não mudou é que continuo no Força da Capoeira, que ano passado fez uma roda linda no meu aniversário na praça ao lado de casa, com a ilustre presença do meu Avô amado. E espero que façamos outra pra festejar o 4.0 em outubro.


"Eu lembro bem aquela tarde quando, enjoada da monotomia da academia de ginástica, ouvi uma batida diferente e vi umas pernas pra cima na janela de uma das salas. Eu, entrando na minha década balzaquiana, procurava um desafio:

- O que eu sempre gostei mas nunca me atrevi a fazer por me achar incapaz?, me perguntava.

Quando descobri que ali tinha aquela arte tão linda da ginga que eu via embevecida e hipnotizada acontecer nas ruas, achando que era algo que meu corpo não conseguiria fazer, pirei. Quando botei a cabeça – e olhos curiosos - pra dentro da sala, veio o convite de um cara de voz forte e bonita que, depois eu soube, era o Mestre Kinkas – Joaquim Guedes da Silva Alcoforado Neto.

- Venha aí, fazer uma aula com a gente”, disse.

De onde veio a coragem, sinceramente ainda não sei, mas eu fui. E há cinco anos, toda terça e quinta eu tô lá, faça chuva ou sol, atravesso a cidade para aprender a jogar capoeira, cantar, tocar e, de quebra, tenho aula de Brasil, de um Brasil que parecia distante pra essa “catarina” branquela, mais acostumada, nos seus mais de 20 anos de Curitiba, à toada do rock que aos ritmos da cultura popular. Ainda hoje me emociono com a força da cantoria e do batuque que contam sobre a saga dos negros, provocando calafrio no ritmo marcado pelo pandeiro, atabaque e berimbau. Que coisa linda é essa cantoria! E o som do berimbau hoje em dia é capaz de me tirar (e colocar de volta no) do prumo.

O Grupo Força da Capoeira nasceu em Curitiba há 14 anos, quando Kinkas e Áurea vieram de Recife para Curitiba para (re) começar tudo. O menino Gabriel eles tiveram aqui, e foi por conta das “intromissões” dele – que já é um capoeirista com estilo aos 13 anos - , querendo fazer bananeira e entrar no jogo, que eles desenvolveram uma técnica de ensino da capoeira para crianças a partir de 2 anos e 9 meses, que auxilia também na alfabetização. Áurea e Kinkas também ajudaram a disseminar nessa “terra de polaco” os ritmos da nossa cultura popular. Junto com a capoeira, aprendemos frevo, maculelê, samba de roda, coco, maracatú, xaxado, puxada de rede, eles tentam pôr mais dendê na vida dessa gente meio durinha aqui do Sul. No ritmo dos quadris e dos pés da professora Àurea ví alguns preconceitos – que nem sabia que eu tinha – irem por terra com ela buzinando no meu ouvido: “Vamo lá Rubi, solta essa franga, faz a piriquita falar”.

E o maculelê – “essa dança guerreira de preto velho do tempo da escravidão” - ? Confesso que entre a candura do coco, a sensualidade do samba de roda, foi a energia catártica do Maculelê que mais me acertou. O batuque, as músicas guerreiras o bater dos paus e o faiscar dos facões....

Não foi só por sua beleza que a capoeira entrou na minha vida. Tenho convicção que se continuo nessa lida é porque encontrei o Grupo Força da Capoeira. Porque gosto da filosofia de vida que norteia seus trabalhos, das pessoas especiais que o fazem existir. Sábado passado mesmo, em uma aulão, Mestre Kinkas teve outra daquelas conversas que nos dizem que a capoeira não é só dar pernada, mortais e essas coisas de exibicionismo gratuito. Sempre ao final das aulas ele conversa, alerta para não entrar no jogo de quem gosta de tretá, relembra histórias da capoeira, comenta sobre algo que está acontecendo...eu gosto disso.

Também tem os dias em que o tempo fecha, faz parte, é só saber levar e não é por acaso que Kinkas é chamado de Mestre. Ele é uma referência, principalmente, noto, para algumas pessoas que estão há mais de dez anos juntas no grupo, começaram adolescentes, crianças, cresceram e hoje são homens e mulheres que ajudam a quebrar os preconceitos que ainda rondam essa linda arte marcial brasileira. E a Áurea ali, segurando a onda junto, fazendo as roupas, os instrumentos que eles vendem na Feirinha do Largo da Ordem, todo domingo, dando aulas e, especialmente, ensinando as gurias a cantar e soltar o corpo de “um jeito diferente dos homens”. Ela tem uma voz poderosa e isso é importante, porque ainda não é muito comum as mulheres cantarem na capoeira. O Força tem mulheres que cantam e tocam. Terá mais, em breve. Até porque o número delas aumentou muito desde 2001. Já tinha a Maria José, a Mirian, a Alessandra e a Grila, vieram as superpoderosas Lindina, Docinho e Florzinha. A Sereia, “que cresceu na capoeira”, voltou com uma gana visível para recuperar os três anos que ficou sem treinar; chegou a Cacá, carioca seu jeito de guerreira, e, há pouco tempo a Tati, com sua experiência de dez anos na arte da ginga. Gurias porretas que não perdem o charme na hora de brincar a capoeira.

É um hábito na capoeira dar apelidos aos seus integrantes. Eu simplesmente amo o que ganhei, Rubi, por conta de meus cachos coloridos artificialmente - que lhes causava um tanto de espanto no começo, principalmente quando um suor vermelho escorria depois de uma camada recente de tinta.

Gosto de estar em mundos diferentes, e vê-los se encontrando. A jornalista tagarela acostumada a ter tudo sob relativo controle que, aqui, se desarma, desacelera, entra com uma expressão tensa no rosto e sai leve, sorriso aberto e com uma vontade louca no peito de nunca mais sair de uma roda de capoeira. Fico puta da cara quando o jogo não rende, mas tem horas mágicas em que já não importa se eu jogo muito ou pouco, se acerto o movimento ou não. Quando dou o aú para entrar na roda, é um transe incrível que, ao invés de cansar, descansa, descarrega todo o peso do mundo e repõe as forças – tanto quanto uma bela canção.

A vontade de fazer capoeira melhor aumenta quando vejo o “jogo zen” do Boneco de Milho (Miguel); a obstinação do Ema (Rodrigo); a alegria contagiante do Cigano (Marcos), o charme da Sereia (Larissa), da Jaboticaba (Mirian) e da Grila, os cuidados do Olavo, a força do Marquinhos. Mestre Kinkas e Áurea inspiram, também na vida. Assim como a amizade de todos os outros, nesse grupo que cresce a olhos vistos e sempre dá um jeito de engrenar uma baladinha regada, claro, a roda de capoeira, que vai até o churrasco e uma cervejinha, que ninguém é de ferro.

E por falar em balada, esse texto é pra contar que no próximo dia 9 de dezembro, como sempre acontece no segundo sábado de dezembro, é dia do Batizado do Grupo Força. Batizado é a cerimônia de troca de cordas dos alunos, não tem absolutamente nenhum cunho religioso.

Vai ter também xaxado, maculelê, coco, samba de roda, com convidados daqui, de Santa Catarina e Rio de Janeiro. Eu vou pegar a corda marrom e verde – e me dá um frio na barriga só de pensar.

Eu não planejei ficar na capoeira, só queria ver como era. E hoje não consigo me imaginar sem ela e sem essas pessoas que conheci. E pra quem acha que capoeira é só pro pessoal mais novo, tem uma fala que o Mestre Kinkas emprestou de alguém, se não me engano, que é perfeita: a Capoeira é o jeito que o corpo dá. Que o diga eu, essa branquelinha de 36 anos, que dava pinta de que não vingaria: pois é, e eu achei mais um lugar que é meu nesse mundão: a capoeira, junto com o Força da Capoeira."
(Adri)

5/19/2010

Adri Perin agora no BRpress

Então é isso, estou relativamente de volta à ativa, escrevendo sobre cultura para o site Brpress, que é também uma agência de notícias de cultura. Estou começando, tomara que vingue. Ontem foi publicado um texto sobre o 92 graus. Hoje tem novidades sobre a Sabonetes.

É só acessar - BR PRESS

link para matéria sobre os Sabonetes

e 92 graus

Mark Lanegan no Brasil em junho



aqui

Quinta-feira de oportunidades musicais únicas



Gazeta do Povo
Coluna Acordes Locais
Luiz Claudio Oliveira


É uma oportunidade única. Não se sabe se haverá outra. A banda Criaturas está despedaçada, isso a gente já sabe. O motivo é que o casal Xanda Lemos e Bruno Zagonel mudou-se para a cidade de Charlotte, nos Estados Unidos. Mas todas as criaturas têm um período de férias e os dois estão dando um tempo em Curitiba e decidiram fazer um show na cidade. Vão se apresentar no mesmo dia e palco, mas não ao mesmo tempo, em que a banda Mordida aproveita para gravar o videoclipe da música “Maluca”, integrante de seu próximo disco, que vai ser lançado em breve. Criaturas e Mordida são duas das melhores bandas de rock/pop desta cidade infestada de grupos. E tudo acontece amanhã, no James.

No ano passado, a Criaturas lançou um belo CD, que já foi assunto de texto aqui neste espaço. Um álbum pouco valorizado pelo universo musical brasileiro. Talvez não soasse tão indie, ou tão rock, ou tecno, ou hippie, ou pagodeiro, ou sertanejo, ou sei lá qual é o som da moda. As pessoas gostam de se deixar escravizar por rótulos. Tudo bem, faz parte da autoafirmação de buscar apoio em grupos. Quem não escutou, perdeu. O Sexto Dedo é um dos melhores registros de pop-rock já feitos na cidade e, amanhã, há uma oportunidade única para conhecê-lo ou voltar a apreciá-lo.

Xanda e Bruno avisam que haverá versões em inglês para algumas canções e a participação especial dos músicos Fred Teixeira (percussão e voz) e Du Gomide (guitarra e voz), que participaram da gravação do disco.

E também tem Mordida, que além de gravar o clipe, vai apresentar algumas músicas que estarão no primeiro CD da banda (até agora só lançou EPs). Um disco aguardado com muita expectativa, pois o grupo é um dos mais respeitados do cenário curitibano pela qualidade de seus componentes e pelo trabalho sério que desenvolvem. Sério, apenas antes de subir ao palco, pois lá o som é descontraído e vibrante. A banda é formada pelo núcleo Paulo Hde Nadal (voz e guitarra) e Ivan Rodrigues (bateria), além de músicos convidados que gravitam dependendo da ocasião.

5/18/2010

Batera do Hotel convida


Eduardo Patrício, o baterista do Hotel Avenida, é um estudioso de sons. Com seu projeto experimental ele faz uma apresentação hoje:

" Afstand no DeArtes

Nesta terça-feira no auditório do DeArtes – UFPR às 18:30h, concerto com o grupo Afstand.

O DeArtes fica na rua Coronel Dulcídio, 638, Batel – Curitiba

Pode-se esperar: jazz, muito improviso e coisinhas eletrônicas.


Afstand é:

Pepê Barcellos – guitarra

Eduardo Patrício – derbak, bateria e eletrônicos

Carlos Ramos – sax, flauta e tromba marina

+ participações especiais…"

5/17/2010

sobre eu e você

Em geral, quem comenta os escritos do Bortolotto aqui é o ivan, mas desta vez, o que o mario escreveu pra Folha de hoje, acertou primeiro em mim. E me lembrou uma amiga dos tempos de faculdade. Ela, a Paulinha, rabiscou na parede da kit onde a gente morava, em Ponta Grossa, uma frase que não lembro direito, mas falava de felicidade, de estar alegre, enfim.
Um dia, ela chegou de saco cheio daquelas letras grandes exigindo, cobrando uma felicidade que em vários dias nem quer olhar pra cara da gente (e nem a gente pra cara dela, vamo combinar!). Lembro até da expressão dela quando perguntei porque isso, agora? ela me respondeu, com uma cara que estava em algum lugar muito próximo de "um bater a cara na porta que quem aparecesse na frente": "Ah, é uma obrigação de ser feliz todo dia!!!"... Achei aquele instante tão genial.
Acho que o que o Mario fala em relação à exigência de se divertir, de ter que ver todos os shows, tem a ver com isso também. Ele está falando da Virada Cultural, e não falou mal do evento, falou muito certo é do nosso tempo e das pessoas "antenadas" de hoje.
E falou de mim mesma, mesmo que muitas vezes eu não me dê conta. Não que eu me obrigue a ser feliz todo dia, ao contrário. Ou me obrigue a ir a todos os eventos que acontecem. Definitivamente, não.
Mas sim, me fez lembrar de me dar o direito (e que os outros me deixem também) de não estar feliz todos os dias. E, mais, que eu não cobre de quem está ao lado que seja feliz todos os dias. E que eu não me sinta culpada por não ter ido a qualquer coisa que seja. E que eu não me sinta culpada por ter preferido ficar na minha casinha gostosa, lendo um livro que to amando ou ouvindo música, sem fazer mais nada.
Lendo Mario lembrei da minha amiga, lembrei do fim do 92, lembrei de mim mesma, outra vez. (adri)

Easy Players



Caraca,esse é o Norberto Pie cantando.... é. Esse é o Easy Players, que tem na formação também o Coelho, Cris, Cassiano e a Andreza. A música é "Girl" e o Coelho conta que azucrinou a vida do pobre do Norberto pra ele cantar desse jeito... gostei mesmo desse jeito pra lá de cool de cantar, inspirado em uns caras bons que a gente conhece. O clipe foi feito pelo Cassiano. Gostei da música. (adri)

Vai também no:
http://www.myspace.com/easyplayers

5/12/2010

Criaturas e Mordida no James

Há mais de um ano vivendo nos Estados Unidos, a vocalista, compositora e guitarrista da banda curitibana CRIATURAS, Xanda Lemos – junto com seu marido e baterista Bruno Zagonel – retorna à terra natal para uma breve estadia na cidade.
Aproveitando a oportunidade, eles reúnem pela primeira vez o grupo todo para divulgação do CD O SEXTO DEDO, gravado no final de 2008.
Neste show exclusivo, CRIATURAS promete algumas versões em inglês de clássicos da banda, como Óculos Escuros (Dark at Night), o Homem Mosca (The Housefly Man) e Insuportavelmente Só (Alone). O show contará também com a participação dos músicos Fred Teixeira (percussão e voz) e Du Gomide (guitarra e voz), que participaram da produção do disco.
CRIATURAS vai dividir o palco com a MORDIDA, que promete um show arrebatador, com a participação do público para a gravação de mais um vídeoclipe!
Ouça Criaturas aqui: www.myspace.com/bandacriaturas
Ouça Mordida aqui: www.tramavirtual.com.br/mordida

Serviço: Show com CRIATURAS & MORDIDA
Quinta, 20/05, a partir das 22h
James Bar - R. Vicente Machado, 894
Entrada: R$ 8,00
Lista amiga até 18h do dia: lista@jamesbar.com.br

5/11/2010

Próxima parada

Gazeta do Povo

Fotos: Rafael Dabul/Divulgação
No alto, Allan Yokohama (guitarra e voz), Fabiano Ferronato (bateria), Marano (guitarra e voz), e Igor Ribeiro (sintetizadores e sax): o cotidiano e uma mistura sonora

Dasvelas, banda formada por ex-integrantes do Terminal Guadalupe, grava primeiro álbum, produzido por Carlos Trilha, e apresenta o novo repertório no próximo domingo

Marcio Renato dos Santos

Uma novidade sonora deve provocar burburinho na cena cultural curitibana: a banda Dasvelas vai, finalmente, mostrar o seu repertório, durante 40 minutos, na manhã do próximo domingo, no pátio do Conservatório de MPB.

A expectativa a respeito desse projeto musical está no ar desde março do ano passado, quando foi anunciado o fim das atividades da banda Terminal Guada­­lu­­pe, apontada por críticos, como Sérgio Martins, da revista Veja, como uma das mais promissoras do cenário nacional. O TG, na realidade, não acabou: está na ativa, capitaneado pelo vocalista Dary Jr. Mas três ex-integrantes do TG continuaram tocando juntos e formaram a Dasvelas.
Para fluir

Allan Yokohama (guitarra e voz), Marano (guitarra e voz) e Fabiano Ferronato (bateria), músicos que chamaram a atenção do público e da crítica pela sonoridade que desenvolveram no TG, incorporaram o amigo Igor Ribeiro (sintetizadores e sax) nessa nova proposta musical.

Eles afirmam que, antes da sonoridade, o que explica a banda é a amizade, o elo que os aproxima e torna a relação leve e agradável.

Yokohama lembra que, como muitos ensinamentos evidenciam, nada é independente nesse mundo de contínuos intercâmbios. O quarteto troca informações com muita frequência. Mostram, uns aos outros, a mais recente descoberta musical, assistem filmes e compartilham inúmeras horas da existência.

Marano e Ribero vi­­vem há seis meses no mesmo endereço, no bairro Água Verde, local em que a banda ensaia, das segundas às quintas-feiras, das 19 às 22 horas.

Além de refinar o repertório para as apresentações públicas, eles se permitem brincar, improvisar e ouvir o que gostam. De Led Zeppelin a Cazuza, também fazem soar no aparelho de som canções de bandas curitibanas, como ruído/mm, Anacrônica, Sabonetes, Copacabana Club, Hotel Avenida, Mordida, Narciso Nada e outras.

No dia 10 de junho, a Dasvelas divide o palco do James com a banda Charme Chulo. Eles querem exibir as suas canções no palco do Wonka, no Blues Velvet, no Teatro do Paiol, enfim, onde for possível soar.

Em um segundo momento, a meta é conhecer o país fazendo música. Nada mais natural, observa Yokohama, do que seguir Brasil afora por meio de uma turnê permanente – algo que pode se estender por ou­­tros países.

No tsunâmi do agora

“Pessoas vivendo o presente, esquecendo o depois.” Eis um trecho de uma nova letra que, como sugere Yokohama, pode ajudar a compreender a proposta da banda.

Eles entendem que esse começo de década é um momento que, acima de tudo, “pede” leveza, devido a tantos incidentes e tragédias que se repetem em diversos pontos do mundo, de corrupção a desastres naturais. “Então, percebemos que o artista tem de oferecer leveza ao público. Não é escapismo. Ao contrário. Já há ‘peso’ demais na realidade”, diz Ribeiro. E Yokohama completa dizendo que as letras são, de maneira geral, “para cima”.

A gravação do álbum, ainda sem título, aconteceu em meio a um astral muito leve, dizem os músicos. De janeiro a março, eles registraram 14 canções no estúdio carioca Órbita, com a produção de Carlos Trilha, famoso por ter burilado álbuns da Legião Urbana, Renato Russo, Marisa Monte e Lobão.

Trilha, conta Ribeiro, soube extrair o que a banda tinha de melhor, sem tentar transformá-los em um produto comercialmente viável. Eles lançam o álbum em agosto. No mês que vem, anteciparão uma das faixas pela internet. E, neste próximo domingo, dão o primeiro passo em público desse projeto que, como o nome sugere, segue ao sabor do vento.

Saiba mais sobre a banda Dasvelas:

Sintonia

Os quatro integrantes são da mesma geração. Allan Yokohama e Fabiano Ferronato têm 29 anos, dois a mais do que Marano. Eles se encontraram no Terminal Guadalupe (conjunto de rock local), e há pouco mais de um ano seguiram em busca de novos ares, o que resultou no grupo Dasvelas. Igor Ribeiro, 30, que já tocou, entre outras bandas, na Íris, é um amigo de muito tempo, que ajudou a consolidar esse novo projeto.

Baixo

Yokohama e Marano tocam guitarra, mas em algumas situações Yohohama assume uma guitarra barítono, responsável pelos graves, uma vez que a banda não tem contrabaixista. Igor Ribeiro também dá um jeito nos graves, por meio de seus sintetizadores.

Texto

Yokohama, um dos letristas, diz que, de maneira geral, o discurso da banda é “para cima”, a respeito do cotidiano, do amor, da amizade. Para exemplificar, ele apresenta, com exclusividade para os leitores da Gazeta do Povo, trechos de algumas das letras de canções inéditas. “Faço um brinde ao amor dono do que eu sinto/ Ao sentimento que renasce cheio de vontade por ser nobre”. Em outra canção, ele canta o seguinte: “O livre arbítrio sempre caiu bem/ Essa é a força natural que o mantém”. Ele ainda sente necessidade de enunciar o seguinte discurso: “Lembra do amanhecer/ como foi bom ouvir tua parte/ Eu tinha tempo vc saudade/ Nem céu nem inferno pra crer”.


Serviço

Estréia da banda Dasvelas. Conservatório de MPB (R. Mateus Leme, 66). Dia 16, às 11h. No Sarau das Nuvens. R$ 5. Mais informações: (41) 9902-1814.

5/04/2010

Armadilhas da vida virtual - ou quem disse que eu tenho que estar conectado o tempo todo

Como já comentei por aqui, não sou exatamente um fã do André Forastieri. Não gostei quando ele assumiu o comando da Bizz e sempre tive reservas a atitudes dele que mais pareciam aquele tipico jornalismo que se preocupava mais em "causar" do que em informar ou mesmo dar opinião consistente. Bobagens como "preto não sabe fazer rock" ou "o disco do fulano é ruim porque é chato" acabaram colaborando para gerar um tipo de "escola" de crítica musical no Brasil boba, superficial e vazia que não me atrai nem um pouco. Sem falar nos imitadores que sem o talento de polemista, a inteligência, o texto e a cultura do cara pegaram a casca da coisa e só produziram nulidades.
Mas também nunca deixei de reconhecer o talento do cara para escrever e levantar questões pertinentes sobre assuntos polêmicos. Prefiro um jornalista com o qual eu não concorde, mas que me instigue, do que o comodismo, o bom mocismo e a mesmice que muitas vezes impera por aí.

E recentemente ele escreveu mais um texto em seu blog com o qual me identifiquei bastante. "Por que você não me encontra no Facebook nem no Orkut" fala sobre esse excesso de vida virtual que parece nos engolir nos dias atuais. Como igualmente já comentei por aqui, acho curioso que a tecnologia e a era da informática tenha sido vendida como uma forma de livrar a gente de trabalhos e ocupações maçantes, para que tivessemos mais tempo para nós mesmos, família, amigos, ler, lazer, etc. E que o que aconteceu tenha sido justamente o contrário - nunca tivemos cercados de tantas máquinas pra fazer as coisas, e nunca tivemos tão pouco tempo pra nada. Destaco alguns trechos do que ele disse:

"Você às vezes tem impressão de que está sendo soterrado por tanta novidade? Você está começando a achar que talvez toda essa gente com quem você se comunica digitalmente o dia inteiro talvez não mereça, assim, tanto tempo da sua vida? Não está sozinho.

Muita gente está ficando com gastura da pressão insistente para estarmos em todos os lugares, disponíveis 24 horas por dia para todo mundo. Tem até neguinho que está além de cansado: está certo de que todo esse pula-pula das redes sociais é espuma. Até, ironia, gente que é especialista em comunicação e vive de se comunicar."


concordo plenamente. não sou nenhum saudosista, nem refratário a tecnologia ou as facilidades da internet. pelo contrario. tenho blog, myspace, tres emails, conta na trama virtual, etc. mas não tenho celular, nem twitter. detesto essa coisa de que porque surgiu algo novo e todo mundo tá usando você tem que obrigatoriamente aderir mesmo que não precise realmente daquilo. vira uma armadilha. a indústria tá o tempo todo criando "necessidades" que na verdade muitos de nós poderia passar melhor sem. mas é a lógica do negócio. a gente é que não tem que agir como manada e simplesmente aceitar isso como se fosse lei.

a medida pra eu aderir usar ou não alguma ferramenta tecnológica é a minha necessidade daquilo. não aquilo que a manada midiática me impõe.

qdo digo que não tenho celular certas pessoas me olham com espanto. não tenho porque simplesmente estou cercado de telefone a maior parte do tempo, seja em casa ou no trabalho. se eu não tiver é só deixar recado que eu retorno assim que for possível. Quem disse que a gente tem que estar disponível 24 horas por dia? porque é que eu vou querer um telefone me seguindo no banheiro ou enquanto eu to almoçando?

"Com todo o respeito e admiração pelo potencial embasbacante das novas tecnologias de comunicação – e reconhecendo que as velhas ou estão mortas, ou estão fedendo – peço licença para defender uma posição impopular: você precisa escolher onde vai investir seu tempo, sua energia, sua inteligência.

O esforço de estar sempre atualizado com as mínimas e máximas inovações não compensa. A não ser, claro, que você seja um profissional de internet / mídias sociais."


(...)

"Pessoalmente, decidi faz algum tempo ser seletivo, e recentemente ser muito seletivo. Não se trata de nostalgia dos velhos tempos e das antigas plataformas de comunicação."

(...)

"Simplesmente concluí que preciso concentrar meus esforços onde eles são mais produtivos e prazerosos. Por isso, você pode encontrar perfis meus no Facebook e no Orkut, mas confiro bimestralmente o que acontece por lá."

perfeito. recentemente entrei no tal facebook, mais pela dica do Rubens que tavam transmitindo o coachella por lá. acabei nem vendo o festival, mas fiquei atordoado com a quantidade de "informação" que brota daquele negócio. acho legal como ferramenta e tal, mas francamente, me parece mais uma coisa que acaba te tomando um tempo tremendo, com um monte de informação que seria dispensável e até inútil. pra que eu quero saber que fulano de tal "curtiu" o comentário de sicrano? ou travou "amizade" com beltrano? como dizem por aí: informação demais desinforma.

"há que saber usar o tempo com sabedoria. Agitação não é movimento."

enfim. confere lá o texto do cara na íntegra. falou muito do que eu ando pensando/sentindo.

e afinal, é pra isso que os jornalistas servem, não é mesmo (rs).