10/30/2007

National Garage

E nesta terça, 30, o OAEOZ toca no novo 92 graus, dentro da programação do National Garage, que tem 100 bandas em dez dias de maratona musical. Também toca hoje o Folhetim Urbano, além de Tonighters, Djoa e Mariatchis. o negócio começa cedo, tipo 20 horas. apareçammmmmm

10/29/2007

Noite de detalhes e intensas interpretações

Nem a garganta arranhando e a tosse diminuiram a força especial da performance de Cat Power

Adriane Perin/Jornal do Estado

“I’m Chan”, disse simplesmente a moça conhecida artisticamente como Cat Power, quase ao final de seu primeiro show no Tim Festival, quinta-feira, no Auditório Ibirapuera, depois de apresentar sua banda, a Dirty Delta Blues. Foi a segunda atração do evento que acontece em Curitiba dia 31, depois de passar por Rio de Janeiro e Vitória, mas com programação enxuta, e sem a poderosa gata. A noite, que teve também Antony and the Johnsons, foi de detalhes instrumentais e interpretações intensas. O Auditório meio vazio viu Toni Platão fazer bonito, mostrando o repertório de Negro Amor. Ele não dispensou o hit “Pros que Estão em Casa”, mas o ponto alto foi a impressionante versão de “Loiras Geladas”, do RPM. Mas, a platéia queria mesmo ver Chan Marshall, a guria que apareceu de jeans e cabelo preso em um rabo de cavalo, e que bem poderia estar sentada ao lado na platéia, tão “comum” parece ser. Jeito de menina moleca entrou sem alarde no palco e foi logo tirando onda, dublando Zuza Homem de Mello, que a apresentava.

Cat Power apareceu enquanto os jornalistas eram colocados no lado de lá da fita adesiva que delimitava o espaço para registro de duas músicas. Depois, não se podia atrapalhar as verdadeiras estrelas: a platéia. A reverência ao público marcou o começo do Tim. Ela tentou o tempo todo estabelecer algum tipo de contato visual com aqueles seres além da luz que a cegava, ávidos por ouví-la, por acreditar que era pra cada um deles que ela cantava. E isso aconteceu. Cat Power estava ali pra cantar pra 800 sortudos que em um silêncio extasiado, acompanhavam cada dancinha sem jeito, cada tique, que denunciavam uma sensação de deslocamento. Como se ela acreditasse mesmo que não merecia os aplausos, como disse ao final, depois de reclamar de questões técnicas. Pra platéia, no entanto, o som foi quase perfeito. Houveram instantes estranhos, mas nada que diminuísse a magia de estar ali ouvindo seu canto ronronado. Nem a garganta que arranhava, provocando tosse e exigindo uma bebida à base de limão, tiraram a beleza daquela curtíssima hora. A camista de brim amassada, o cinco azul, a boca torta ao cantar, a compulsividade do puxar o calça todo instante... desajustamento que cativa e nunca vai sair da memória.

O show não veio completo, não tem o clima soul que impregna o disco; ela não toca piano. Foi mais rock, cru. O que não é problema, afinal, olha as companhias da moça: o batera do Dirty Threee, Jim White; o guitarra do John Spencer Blues Explosion, Judah Bauer. No final, a boa notícia. Por desistência de Feist, paulitanos e cariocas ganharam a sorte grande: shows extra da diva moleca.

Os silêncios e a tagarelice de Antony

Depois de Cat Power foi a vez do som mais acústico do inglês Antony and the Johnsons

Adriane Perin

Antony and the Johnsons fechou a primeira nhoite do Tim Festival
Depois de Cat Power foi a vez do som mais acústico do inglês Antony and the Johnsons, que também ganhou sessões extra por conta da crise de labirintite que impediu a vinda da canadense Feist. Mais conhecido e badalado, ele entrou no palco com a platéia, agora sim lotada, ganha. Fez um show legal, cheio de nuances, acompanhado de uma banda de prima. Sem largar jamais seu piano, falou muito, engajado em um feminismo tão manhoso quando perigoso e até um tanto oportunista. Mas, tudo bem, foi só pra fazer média com as mulheres, mesmo que até sua violoncelista tenha ficado tímida diante dos adjetivos direcionados às mulheres. Um show impecável, mesmo com os erros que provocaram pedidos de desculpas e o reinício das canções, sob aplausos. Foi um show muito bonito para encerar uma noite especial, com um repertório cheio de silêncios e detalhes e algumas de suas mais famosas canções, como “For Today I Am a Boy”, com direito a um cover inusitado de “I Will Survive”, de Gloria Gaynor. Foi um show na medida, mais um pouco e poria a ponta dos pés na chatice.

O Auditório
Um dos endereços do Tim em São Paulo foi o Auditório Ibirapuera um ambiente contemporâneo criado por Oscar Niemeyer, dado de presente a São Paulo em seu aniversário de 450 anos pela empresa de telefonia promotora do Festival. Todas atenções dos paulistanos que estavam lá, no entanto, pareciam se direcionar ao Festival de Cinema, mais comentado que o Tim, inclusive entre jornalistas que não sabiam nem qual seria o segundo show do Tim Festival. O cinema estava impregnado também naquele ambiente amplo e branco de Niemeyer. Se por um lado foi legal a idéia de apresentar estes shows num teatro, por outro, ficou um clima meio frio demais, contrastando com o astral intimista das performances. Se bares e casas noturnas têm seus ruídos e conversas paralelas que atrapalham o desfrute da música, por outro lado, também trazem uma proximidade que as cadeiras marcadas tiram. Lá dentro se perde a noção até de que estamos dentro de um belo parque. No show de Cat Power, especialmente, a vontade era chegar mais perto ainda, sentar no chão à beira do palco e fechar os olhos, tomando um drinque e fumando um cigarro, enquanto ela cantava.

A segunda noite foi na companhia do jazz

Atraso de 40 minutos não impediu boas perfomances

Adriane Perin, Jornal do Estado

Se o primeiro dia do Tim Festival foi de reverência ao público, o segundo pode se dizer que foi de reverência aos músicos. Não que quem estivesse no palco desprezasse sua platéia. Ao contrário. Só que a dinâmica do jazz é mesmo diferente e faz com os músicos se voltem mais um para o outro, estabelecendo um diálogo sempre interessante de se observar. A noite de sexta-feira passada começou com 40 minutos de atraso, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Noite de jaz foi com um público diferente do que dominou a primeira noite. Saíram de cena o tênis e entraram os sapatos de bico fino. O primeiro foi o menino prodígio Eldar, de 20 anos, dando um verdadeiro show. O rapaz nasceu no Quirguistão e ainda criança chamou atenção. Em sua primeira passagem pelo Brasil, ele foi logo detonando seu piano, mostrando porque as palavras virtuose e prodígio andam quase sempre lado a lado quando se fala dele. A banda também se mostrou a altura.
Lisa Ekdhal, ocupou o lugar deixado pela cantora Roberta Gambirini. Menina nova, de voz beirando o infantil, ela fez bonito, em seu vestido longo vermelho, um pouco nervosa. A terceira apresentação da noite dividiu opiniões e muitas pessoas começaram a deixar seus lugares. Também por causa do atraso. Foi algo mais fusion o que mostrou oSylvian Luc Quartet, com destaque para a harmônica que quase roubou a cena. Sairam as sutilezas da voz aveludada de Lisa, para entrar em cena os virtuoses instrumentais. Saiu um clima mais de feeling para entrar a técnica apurada, que também rendeu bons momentos. Mas, o melhor estava mesmo por vir e, infelizmente, foi visto por menos gente do que merecia, à uma da manhã de sábado. O show de Stefano di Batista Quartet foi arrebatador. Com um órgão, trumpete e bateria no palco, ele fez o melhor show da noite. Os comentários na saída eram sempre acompanhados por exclamações maravilhadas. O trumpetista Fabricio Bossa até parecia a estrela da noite, tal a, merecida, atenção que recebia de Stefano. Aliás, os duetos desses dois caras chegaram perto do sublime. Toda a banda de primeiríssima fez valer cada instante. Stefano, bem humorado, falou o tempo todo em um misto de português, castelhano e italiano, tentando se comunicar. Enfim, belos dois primeiros dias foram estes do Tim Festival 2007.

10/26/2007

raios triplos !



E aqui mais uma palinha. Santo you tube. Judah Bauer arrepiando no slide. benzadeus!

MEEEEEEEEEEEERRRRRRRRDAAAAAAAAAA!



e eu perdi isso.
e ela ainda teve a manha de começar o show simplesmente com Don´t explain, da Bilie Holiday. E o guitarra é o cara do John Spencer Blues Explosion. E o batera, é do Dirty Three.
o mundo definitivamente não é um lugar justo.

E abaixo, pra aumentar e alimentar minha frustração e raiva comigo mesmo, o texto do Jotabê Medeiros, no Estadão:


"Como se fosse uma gata em teto de zinco quente, Cat Power anda pelo palco inventando gestos, inventando desconforto acústico, inventando uma dança que conspira contra a música (uma vai para lá, outra vai para cá). Nunca ninguém terá visto alguém saudar a platéia assim, semi-inclinado, com a perna para trás, a cabeça grudada no braço e o braço estendido para cima, fazendo um aceno desajeitado de toureiro.
De sapatos brancos, jeans muito justo e camisa muito larga aberta com camiseta por baixo, ela abriu a noite com Don’t Explain, canção que Billie Holiday imortalizou. Cat Power não parece ser a dona daquela voz imensa que enche o Auditório do Ibirapuera - e ainda assim, Chan Marshall, seu nome real, reclama o tempo todo do som, colocando os ouvidos nas caixas de som de retorno, fazendo as mãos nos ouvidos em concha para escutar a ambiência do som entre o público, apontando o microfone para o técnico invisível e pedindo com o dedo para cima para ele aumentar o som. Um João Gilberto de franja e rabo-de-cavalo (e bonitaça).
Menina inquieta, palhaça, faz micagem enquanto a voz de Zuza Homem de Melo a anuncia nos alto-falantes, fingindo fazer uma dublagem do venerável critico. Sua voz falhava em algum ponto? É possível, mas sua arte de intérprete é muito maior do que qualquer gap. Tomava uns goles de um líquido estranho, apertava a garganta com os dedos em pinça - talvez só a recente passagem de Joanna Newsom pela cidade possa se igualar à experiência de ouvir essa moça inquieta.
Cat Power cantou músicas que são amplamente conhecidas, mas que ninguém reconhece de imediato porque elas as seqüestra para si, como Lost Someone (James Brown), Silver Stallion (Lee Clayton), Ramblin’ Woman (Hank Williams). Ou então, coisas do tempo em que, como ela disse, era apenas uma pirralha, como Lord Help the Poor and Needy, da obscura cantora de blues Jessie Mae Hemphill.
Os músicos vão saindo do palco um a um, primeiro o guitarrista, depois o baixista, depois o tecladista, e finalmente ela se apresenta ("Eu sou Chan") e também sai, e fica só o baterista. Volta imediatamente com a banda (que baterista, esse Jim White, da banda Dirty Three) para dois bis apressados: Lived in Bars e I’ve been Loving You (de Otis Redding). Depois, amassou uma folha de papel com o repertório do seu show e virou de costas, jogando-a para os fãs como um buquê de noiva."
(...)
"Cat Power busca sua singularidade num repertório quase extinto, injetando alguma sujeira no blues, tingindo tudo de soul com sua voz rouca (talvez só Janis Joplin tenha ido tão longe nessa ousadia)."

10/25/2007

da série "eu já sabia" - Sigur Rós e monodia


A música "Improviso II", da banda porto-alegrense Monodia, é uma das seis finalistas de um concurso promovido pelo grupo Sigur Rós e pelo website "Artists in Residence". A banda começou em 2003, e é formada por Ernani Fração, Claus Pupp, Desirée Marantes e Carlos Wolff. Eles estão nas nuvens e dizem que, mesmo não conquistando o "troféu", ser ouvido pelos músicos que admiram já vale. A composição selecionada faz parte do segundo trabalho do quarteto, Esquerdo, que está disponível para download na internet e ainda não teve um lançamento oficial em disco.

Embora ainda pouco conhecida, mesmo em sua cidade-natal, a Monodia já deixou um rastro que a diferencia no mundo da música independente e, mais ainda, da produção gaúcha clássica. O quarteto se inscreve numa vertente da produção contemporânea do extremo Sul que deixou de lado as letras adolescentes, falando de sacanagens e farras para tratar de temas mais pessoais e menos festivos, por assim dizer. Trafegando por sonoridades mais densas e letras introspectivas, eles aliam-se mais às propostas de bandas como Blanched e Deus e o Diabo (na qual Desirée toca violino). A temática mais existencial é envolvida por camadas sonoras que lhe dão maior complexidade, ao mesmo tempo que rejeitam a virtuose gratuita. O resultado são canções introspectivas e de beleza peculiar, e vocais que parecem sussurrar verdades incômodas em nossos ouvidos.
A boa performance da tímida banda gaúcha, concorrendo com propostas musicais do mundo inteiro, demonstra que seu potencial vai bem além até do que os próprios músicos acreditam. Só falta o Rio Grande do Sul e o Brasil conhecerem melhor esse rebento musical.

por Adriane Perin


baixe Esquerdo - do Monodia AQUI

10/24/2007

Nos tempos de hoje se pode tudo, mas falta a utopia”

Jornal do Estado

O poeta carioca chacal conversa sobre o lançamento de dois livros dos quais participa e poesia em geral


Adriane Perin



Divulgação

Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
Ele viu na sua frente Allen Ginsberg, lá nos anos 60. Estava lá nas “Dunas do Barato” e foi um dos primeiros a usar o mimeógrafo como instrumento em favor da arte literária. Também estava junto com a Blitz quando ela mudou a rota da música brasileira, trazendo o rock pop cantado em bom português novamente para o centro das atenções. Ele é Ricardo Duarte Carvalho, conhecido como chacal, um senhor poeta de 53 anos, que teve recentemente sua antologia lançada pela Cosac & Naify e viu a história de um grupo de artistas cariocas, o Nuvem Cigana, do qual fez parte, também virar livro, Poesia e Delírio no Rio dos Anos 70, organizado por Sergio Cohn, pela Azougue Editorial - Também foi uma das mentes criadoras do evento multiáreas Free Zone, que teve duas edições em Curitiba, e é “O” cara do carioca CEP 20.000, que há 20 anos, reúne gerações de poetas. Agora, ele agora quer se dedicar à formação de platéia, estimulando a arte-educação. chacal bateu um papo com o JE sobre os riscos de um futuro sem poesia. Agora, você lê trechos da conversa.

JE — Tenho a impressão que pouca gente conhece a história do Nuvem Cigana. O livro de Sergio Cohn ajuda a diminuir a desmemória crônica do brasileiro?

chacal — O Nuvem lançou os Almanaques Biotônico Vitalidade e naquele período até ficamos mais conhecidos por pessoas ligadas, mais até fora do Rio de Janeiro. Não havia algo semelhante na época (N.R. Mal comparando, lembra um pouco as agendas da Soma ou da Tribo, mas mais autoral). Depois dos anos 70, cada um foi pro seu campo e eu mantive a mesma pegada até hoje. Sobre as pessoas não terem memória é porque o registro da memória no Brasil é muito pouco valorizado. Esse material da poesia marginal está em bibliotecas dos Estados unidos, mas não no Brasil. E a memória de um passado muito recente é mais difícil ainda. Porém, é importante que as pessoas saibam de onde vieram as lutas diárias alternativas, afinal as práticas independentes não começaram agora – e não tínhamos internet. Éramos proto-punk, já exercitávamos o do it yourself. Era: faça você mesmo do jeito que der.

JE — Sem internet e com a ditadura no cangote...
chacal — O que paradoxalmente era um estímulo maior aos alternativos do que hoje, quando é tudo liberado. Pode tudo, mas falta utopia. Não tem o vencer o inimigo, lutar junto por alguma coisa. Primeiro veio a poesia, gravar disco era muito caro. Mas, logo depois vieram dos discos também, com Antônio Adolfo, a Barca do Sol. Ainda demandavam alto custo, já o mimiógrafo era mais barato e foi isso que alastrou como epidemia pelo Brasil. Qualquer um podia escrever e publicar.

JE — Vencer a precariedade era a onda dessa geração, e como você vive com a internet?
chacal — Você vai se adaptando as novas linguagens. Pra mim, que estou com 53 anos, é um pouco mais dificil, não nasci plugado. Estou fazendo um blog, aprendendo, mas é difícil. Agora tô espalhando um monte de flyers do CEP 20.000. É uma arma poderosa, mas é como você falou antes: muita informação. Como na época da poesia: se fazia muito, porque era barato, mas pouco ficou realmente. Na era da internet vai ser a mesma coisa. É uma ferramenta, resta fazer algo de qualidade.

JE — E o mercado editorial como se modificou?
chacal — Aí houve uma oscilação do material alternativo dos anos 80. Gravadoras encamparam muita coisa, que foi descoberta pelo público jovem. O jovem passou a aparecer mais intensamente nos anos 80. Eu tive participação nisso, junto com a Blitz, estava no primeiro estouro da banda. Se tornar mais oficial tem vantagem e desvantagem: amplifica o barulhinho que faz na garagem e o trabalho do mimeógrafo. Quando vendi mais foi em 83, pela Brasiliense, com as Cantatas Literárias, junto com Leminski, Chico Alvin. Por outro lado, o produto fica com menos cara do poeta, há muito interferência da indústria. A gente perde em termos de corpo a corpo. Vai direto pras livrarias, mas o leitor não conhece o autor, que por sua vez, não tem o mesmo retorno.

JE — O blog pode ajudar na reproximação...
chacal — È um diálogo imediato, disso gosto muito. E também estou curtindo poder misturar imagens. Estou fascinado, é meu mini-canal de tevê. Um meio não é melhor que outro, são complementares.

Rápido e rasteiro

Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
Aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida


***

A vida é curta
pra ser pequena



dois poemas de chacal

Ficar só no sonho, é repetição

O poeta carioca chacal conversa sobre o lançamento de dois livros dos quais participa e poesia em geral

Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
JE —
O que ficou de melhor e de pior desta fase?
Chacal — De melhor, a dimensão lisérgica, a psicodelia. Porque ela te dá outra dimensão da existência, uma possibilidade de utopia. De sonhar e ao mesmo tempo realizar coisas. E o pior é o excesso dessa mesma psicodelia. Descontrole, a desconexão com a realidade, quando se vai ao extremo. O sonho tem que ser feito acordado. Sonhar dormindo vai provocar só repetição sem realizar nada. Aquela época foi minha encubadora e aprendi essa coisas que tento realizar agora.

JE — O que a poesia provoca em você e o que ela pode fazer por nós hoje?
Chacal — Educação do espírito. Como se o teu espírito fosse um violão e você tivesse que afinar as cordas. O autor usa a poesia pra afinar essas cordas, ou seja, o seu ser. Pro leitor, é uma fonte didática tanto quanto o livro de matemática e Ciências. Estou cada vez mais convencido da importância da arte como educação. Mesmo que não se tenha consciência imediata, a pessoa está sendo transformada emocional e intelectualmente. Quero trabalhar cada vez mais profundamente nisso. Também é questão de mercado, pois se não houver esse tipo de educação a arte vai ser uma grande pastelaria. Porque as pessoas que estão no primeiro e segundo graus, fase de se educar, estão vendo Xuxa, lendo porcaria. A gente tem que tentar dar visão crítica. Não é dizer o que é bom, mas oferecer opções.

JE — Se fala nisso, mas é tão difícil notar algo concreto.
Chacal — É difícil mesmo, mas tem que brigar, não desistir. A mídia tem que dar valor ao conhecimento, pra que as crianças valorizem também. Elas não tem mais valor a não ser a roupa famosa. E falta também a dignificação do professor. Ele tem que poder se reciclar, se interessar. Como? Lendo, ouvindo, abrindo a cabeça. Tudo começa com professor. Senão, eu quero ir nas escolas e não consigo porque eles filtram.

JE — E a Cosac & Naify também tá lançando uma antologia sua...
Chacal — Estou feliz e ela cumpre uma função importante, de engrandecer o livro. Mas é cara e por isso não cumpre outra função, a de ser pro segundo grau, mais barato. Já estou preparando outro, com menos poemas, brevemente analisado, situando a época, pra entrar no programa nacional de biblioteca escolar. O Ministério da Educação compra e distribui. É bom duplamente: dá dinheiro para o autor e forma público. Se não pensarmos a médio prazo a poesia vai ficar só pra iniciados. Vai virar música, roteiro de cinema. Mas a coisa da poesia, da palavra solta, escrita ou falada, se não houver cuidado, já era. Os editores e poetas se conformam com o 500 leitores iniciados. Para as editoras é prestígio, e tem um prejuízo pequeno

JE — Como as gravadoras, as editoras também precisam achar outros caminhos?

Chacal — Ou faz isso ou acaba.

10/17/2007

O que alguns dizem é isso

Foto: Geisa Müeller





fotos: Gabriela F.






"Claro, seria ótimo se mais pessoas compartilhassem daquele momento, se a casa estivesse cheia, se a emoção de “Dias Tortos” pudessem pousar em corações que nunca a ouviram. Mas o tempo já está me deixando entender que as pessoas não querem essa emoção que dói ao ser exposta, preferem aquela que podem expressar com duas palavras fala direto às suas terminações nervosas, não às emocionais. Que uma banda que faz uma canção sobre sua própria amizade e persistência (“Canção para OAEOZ”), sobre a importância que a música tem para eles, uma banda assim não interessa. Uma banda que faz música para ser ouvida, não para ser pano de fundo de escritórios tediosos, cafés-da-manhã de hotel ou mesmo PCs de quem acumula arquivos mas descarta a música, de quem busca paixões mas não consegue cultivar amores e lidar com frustrações. Porque é disso que se trata OAEOZ, e foi isso que tivemos, todos nós, aquela noite."

Leo Vinhas

como diria o Linari, sem palavrs

vai lá e leia a íntegra

minha horta, meu jardim de cactus: no nosso quintal

A primeira profissão que minha mãe achou que eu seguiria foi a de agrônoma. Quanto comecei a aprender a mexer com a terra na escola, adora mostrar pra ela, quando nos encontrávamos nas férias, as plantinhas e explicar sobre cada parte dela. Alguma coisa lembro vagamente, como eu o fato de que arrancar a raiz não é garantia de que a muda poderá ser usada ou que o mato vai sumir. É que existe uma coisinha chamada coifa, na ponta dela que, se não estou enganada, é a essência de tudo. E se ela ficar no meio da terra o mato nasce novamente. E se cortarmos ela fora a muda não vai vingar. Não sei mais se é isso mesmo, mas nunca esqueci da tal pontinha de raiz que garante a vida. Aquele meu prazer ficou guardado em algum canto da memória e voltou algumas vezes diante do meu deslumbre com as plantas, que sem dúvida são uma das minhas paixões a serem exploradas. É a única situação em que consigo conceber algo próximo do que as pessoas chamam de deus, é quando olho toco e sinto as plantas. Agora mesmo, devia tar saindo pro meu inglês e to aqui encantada com os nosso pés de morangos. Genuínamente nossos: uma muda trazida pela minha mãe que deu os primeiros dois lindos frutos vermelhos outro dia e agora tava carregadinha novamente. Quase caí no choro ao ver que o tempero que plantei, aquele mesmo que tentei tantas vezes em vasinhos em outras casas e nunca vingara – e que nunca sei se é o cominho ou o tomilho, mas acho que é este último - vingou. De uma dessas mudas compradas em mercado mesmo, aquelas que insistiam em secar e morrer na casa azul; aqui está se espalhando.
Não sei definir que tipo de alegria é esta que leva pra longe tudo de ruim que possa estar por perto, que deixa meus dedos pretos de terra, pés igualmente sujos e me arranca da sensação esmagadora dos dias escorrendo entre os dedos. Esse cheiro de terra úmida – que é diferente do de poeira em dia de chuva – que toma conta de mim, parece até que consegue parar o tempo, enquanto empunho a enxada me debatendo com o mato que insiste em ser mais ágil que minhas plantinhas e contra os quais me jogo, arrancando-os pra que as deixem, plantas, frutas, flores, crescerem.
eu sabia que gostava de tudo isso, sempre soube. Mas agora, que estamos na nossa casa, que eu to fazendo uma horta que vai ter até aquelas cerquinhas de madeira, agora que basta abrir a porta da cozinha e ver esse verde se espalhando, e dar cinco passos pra colher o que vai ser servido....tá tudo mais vivo.
E vou fazer também um jardim de cactus, espero que um dia tão lindo quanto o maravilhoso feito pela mãe do igor, que nunca, nunca, esqueci.
sinto que isso tudo vai cada vez mais tomar conta da minha vida. Hoje, vim pra casa a tarde, pra fazer uma entrevista com alguém do Tim Festival. Não rolou.. e daí? Agora vou lavar as mãos e vou pro meu inglês muito melhor do que estava antes de chegar aqui, muito melhor do que estava ontem... pensando na nossa horta e no nosso jardim de cactus... (adri)

10/15/2007

“Só o amor vai fazer você melhor”


OAEOZ e Rubens K - Meg & John


Giacarlo Rufatto - Venha comigo

E o show dos dez anos do OAEOZ veio e se foi. Tanta coisa passou pela minha cabeça pra dizer sobre isso nos últimos dias, desde a quinta-feira a noite, mas agora deu branco. Como disse a Adri aí embaixo, ficou só um imenso vazio, uma sensação de que tudo se dissolveu, desceu pelo ralo, escorreu até o bueiro mais próximo e desapareceu. Como se o show tivesse sido uma espécie de expiação, de exorcismo, de acerto de contas comigo mesmo. E agora, passado isso, não há mais nada pra dizer. Queria eu ter o talento de um Leonardo Vinhas (grande Leo) pra exprimir tudo o que senti nesses dias desde os primeiros ensaios até o show e depois o churras no feriado. Mas não tenho e não sei se tenho também força e vontade de fazer isso.
Me lembrei do show do Nirvana no holywood Rock, no RJ, em 1994, que eu revi esses das em dvd, e no qual, depois de tocar durante inacreditáveis 2 horas e 20 minutos de um show inacreditavelmente intenso, o Kurt Cobain simplesmente se abaixa, coloca a guitarra no show e sai engatinhando do palco, sem dizer boa noite, tchau ou qualquer coisa. Como se dissesse "taí, tudo o que eu podia fazer, mostrar, entregar, minha alma e meus sentimentos mais profundos, taí, não tem mais nada pra dizer", só resta se arrastar de quatro pra fora do palco em busca de um pouco mais...

Enfim, no momento, o que me ocorre é só dizer o óbvio, que o show em si foi ótimo, correu como a gente planejava, com exceção da participação do André que não rolou por que ele não conseguiu retornar à tempo da viagem, mas tudo bem. E da mesa de gravação de áudio que deu pau e não gravou nada. Nada que comprometesse a apresentação em si.
O fato de ter tido pouca gente (cerca de 50/60 pessoas) também é o de menos. Como eu comentei, há muito tempo eu deixei de alimentar qualquer tipo de expectativa, ou esperar qualquer coisa do público de Curitiba. Até porque mesmo assim ele sempre consegue me surpreender negativamente. Mas quem importa, os nossos amigos, estavam lá. E no final, é isso que fica, a música e os amigos que a gente faz pelo caminho.
Mas voltando ao show, foi muito legal revisitar todas aquelas canções – quatorze no total – e mais uma vez confirmar a força que elas têm de dizer e contar as nossas histórias. Até hoje me emociono, por exemplo, quando ouço ou toco o refrão de Contato: “a cidade dorme pra ela poder dançar/ no meio da rua/ como uma onda movida pelo vento/ como uma brisa que faz/ a onda se quebrar”. Tenho o maior orgulho de ter feito parte disso. E fico feliz, sim, muito feliz de saber que um cara como o Igor, que estava há um bom tempo afastado dos palcos, voltou a eles novamente pra tocar com OAEOZ.
E também fico muito feliz de tocar uma música como Meg & John, que nasceu lá nas nossas despretensiosas lisergic brainstorms do apto no edifício Tijucas, enquanto lá fora rolava o coral do antigo Bamerindus. E de colocar o Rubão pra cantar ela com a gente. E ver a satisfação dele em estar ali com a gente, a ponto de ter feito o terminal desmarcar um show em Londrina só pra estar lá com o OAEOZ. Valeu Rubão, você sabe, não preciso falar nada.
E ver o Leo Vinhas se abalar junto com a namorada lá de Foz do Iguaçu, só pra estar com a gente nesse show é algo que faz tudo o mais sem sentido, menor, desimportante. Ver ele deitado no chão do porão enquanto a gente tocava Dizem. É como o Gian comentou, "mas vocês têm um cara que vem de Foz pra cá só pra ver oaeoz”. E é real. Total real. Com o OAEOZ sempre foi assim. Não tem meio termo. É “ame-o ou deixe-o”. Não tem tapinha nas costas, nem mãozinha na cabeça. Não gostou, sai fora. Vai procurar tua turma. De gente medíocre eu quero distância. Como diria o Kerouac, para mim, interessa mesmo “são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício”.
A verdade é que apesar de todo o cansaço, desgaste, vontade de “jogar tudo pro alto, abandonar, fugir, me esconder, desistir”, não existir, dez anos depois daquela fatídica tarde de sábado, 11 de outubro de 1997, quando eu o Igor e o Camarão nos reunimos a primeira vez na casa verde do campina do siqueira, acho que nunca senti tanto prazer e toquei com tanta consciência quanto nesses últimos dias de ensaio e no show dos dez anos propriamente dito. Consciência de como aquelas canções são importantes pra mim, fazem parte da minha vida, estão impregnadas no meu corpo, no meu suor, na minha respiração. Afinal, além da Adri, da minha mãe, minha irmã, e meus amigos, elas são tudo o que eu tenho na vida. E no dia em que eu não estiver mais aqui, quando alguém quiser lembrar de mim, é só colocar uma delas pra rolar. Sei que pouca gente ta interessa nelas. Em um mundo em que a música virou um arquivo sem rosto, sem cara, muitas vezes até sem nome, há pouco ou nenhum espaço para uma música tão pessoal e passional como a do OAEOZ. E isso não é uma reclamação, não, longe disso. É apenas uma constatação óbvia. E por mais que possa parecer o contrário, isso já não importa mais. Porque nada nem ninguém pode me tirar o prazer e a satisfação de saber que eu ajudei a criá-las, a coloca-las no mundo. O prazer de tocar e ouvir uma canção que te emociona e traz de volta sentimentos que estão ali aprisionados como numa caixinha de música. E a satisfação de que mesmo que apenas para muito poucos, essas canções fizeram algum sentido, e ajudaram de alguma forma algumas dessas pessoas a sentirem melhor, mais vivas, com vontade de chorar e estar com quem se ama, de ligar praquele amigo que há muito tempo você não vê. “Voltar pra casa e se desculpar/olhar nos olhos/sentir vontade/de abraçar forte”. É isso na verdade o que importa. O que fica, as canções e os amigos que a gente conquistou nesse tempo todo. As risadas, as viagens malucas, os amanheceres embriagados, as luzes da estrada, “a chuva que cai fazendo a noite um pouco mais vazia”, como diz o Gian. Porque um dia, tudo vai acabar. Como já dizia o antigo compositor baiano hoje ministro: “o sonho acabou/quem não durmiu no slepping bag nem sequer sonhou”.
Nós do OAEOZ, ousamos sonhar, e bancar esse sonho. Até o fim. Até o limite das forças. Até não ter mais nada pra dizer, como nesse texto longo e sem sentido. Vomitado. Esvaído. Porque desde o começo, só e tudo o que eu queria mesmo "era fazer uma canção pra você".





O set list final

De inverno
Recado
Contato
Me apaixonei por uma burguesa
Monumentos sem cabeça
Disco riscado
Meg & John
Talvez
Waking up
3h30
Dias tortos
Canção para oaeoz
Dizem
Lembranças (não valem nada)

e agora, é descansar um pouco, terminar o disco de estúdio, o ao vivo no Grande Garagem. e dia 30, pra fechar o ano, a gente toca no National Garage, no novo 92. Nos vemos lá.

ressaca!

Ainda me sinto de ressaca. Mas não é da bebida, não, desconfio. Nem do cigarro. é de tudo um pouco, inclusive desses dez anos de OAEOZ. No sábado, eu e ivan conversávamos quando ele comentou que sentia-se como em um pós-Rock de Inverno. “Alguém anotou a placa?” OAEOZ 010, ou algo assim, brinco. Uma certa malemolência meio mal humorada, no meu caso, vontade de nada fazer e uma sensação de vazio. Principalmente essa sensação de vazio, um gosto esquisito. A euforia do ver que tudo deu certo, foi, junto de um sabor amargo, cansaço, de notar que poucos dividiram mais esse momento. Salve Léo Vinhas, grande figura, e Lidiane. Valeu a vinda, voltem sempre!

O show d'OAEOZ foi dez. Repertório impecável, amigos por perto... mesmo com o bar quase vazio. De volta a algum começo... outra vez. não importa. agora, é como se o ano tivesse acabado. Mais um. To perdendo o tesão de fazer shows. É tanta ansiedade... Não que os tenha feito tanto assim, mas as falhas reincidentes, que não conseguem ser corrigidas pelos meus discursos, me irritam profundamente. Não fiz metade do que gostaria, mas por outro lado, se tivesse feito ia estar de cabelo em pé, hoje...
Já estamos só os dois em casa, silêncio e um dia chuvoso pra aquietar o espírito. só quero ficar quieta, com a cara enfiada no meu livro (valeu Conrad e Jung!) Não tenho muito que falar do show. Então assistimos as gravações. Uma, duas, três vezes. Ficaram bem legais, eu tô aprendendo. Daqui a pouco o ivan deve colocar algo com um de seus textos arrebatadores sobre a noitada.

O Igor, de volta aos primeiros tempos,... não deixa de ser irônico (e adorável!) que tenha sido OAEOZ que o tirou do “retiro dos artistas” e o recolocou de volta no lugar que é seu por direito: o palco. Não sai mais daí não, Igor. Tem gente que precisa da sua música, pode acreditar nisso, meu! E ver o Rubens no palco ao lado do ivan, então, provocou outro lindo flashback. E tinha que ser cantando meg e john, essa canção tão especial que fica ainda mais especial quando vocês dois cantam. Dias Tortos, há tanto não a ouvia. E Talvez, então, a primeira música com os vocais assumidos pelo ivan. E Contato, Recado, Waking up, Disco Riscado... enfim...

E o que foi a apresentação do Gian? Definitivamente, não é pra qualquer um e sou muito feliz por estar na lista dos que assinam embaixo. Já o tinha visto cantando nas esquina das marechais, mas ouvi-lo assim é mais indiscritível...Ficar ali, no pé do cara, registrando seu esforço, vendo o suor escorrer, suas inquietudes, insatisfações, os pensamentos que se manifestam também em forma de um profundo suspiro de alívio ao final de outra canção, densa, que parece quase fazer o Gian sofrer, se perguntando "onde foi que eu errei", fazendo sua "reza" . é como digo, ninguém sai ileso de dentro de certas canções, nem quem as faz tem o controle. Um ciclo se fecha. Em vários sentidos, no que me diz respeito. Nada mais será como antes...

10/09/2007

OAEOZ no Tudo Paraná

Fotos Yaskara


E o blog Sobretudo, do grande Luiz Cláudio Oliveira, o Lobão, destaca os dez anos do OAEOZ e o lançamento do single. Acima, duas belas fotos feitas pela Yaskara no show do Grande Garagem que Grava. Valeu Yaskara.

Confiram aqui

10/08/2007

CANÇÃO PARA OAEOZ NO SCREAM YELL


"Uma década distribuindo boa música pelo cenário independente é um fato que deve ser comemorado. Bandas surgem todas as noites, bandas acabam todas as manhãs. Um grupo permanecer na ativa por uma década apenas pelo tesão de se fazer o som que gosta não é pouco, e diz muito sobre a paixão que esses caras sentem por algo maltratado/usado pela indústria, e que um dia convencionou-se ser chamado música."

Como diria aquela música chata do seu jorge e ana carolina, "é isso aí!". O parágrafo acima é um trecho do texto do nosso grande amigo Marcelo Costa, que disponibilizou, a partir desta segunda-feira, 08 de outubro, o novo single virtual do OAEOZ, com exclusividade, no site Scream Yell. Vão lá, baixem, ouçam, comentem. Pra gente é uma honra lançar o single pelo SY, que desde que conheci nunca deixei de acompanhar, e até hoje é um dos melhores sites sobre música e cultura pop do País. E não é porque o cara gosta do OAEOZ, não, até porque eu já curtia o site muito antes do Marcelo falar qualquer coisa da banda. Simplesmente porque me identifico com o que ele escreve, e sinto que tem muito a ver com o que a gente pensa e faz. Assim como OAEOZ, o Marcelo não compactua com esse cinismo, essa empáfia, essa acomodação que contamina grande parte dos mass media no Brasil. Felizmente ainda podemos contar com pessoas como ele, que escrevem com o coração, e não precisa ficar fazendo pose de cool, de hypado, pra parecer relevante.

Enfim, vão lá no Scream Yell e confiram

10/06/2007

CANÇÃO PARA OAEOZ


e daqui a pouco, a partir das 17 horas deste sábado, a estréia radiofônica do nosso novo single, "Canção para OAEOZ", no programa Cena Local, da Mariele Loyola (Cores D Flores), na 91 rádio rock.

OUÇA AQUI

e segunda-feira (08/10), o lançamento com exclusividade do single virtual pelo site Scream Yell, do jornalista Marcelo Costa.

AQUI

e segue a carruagem...

10/02/2007

OAEOZ comemora dez anos com show e novo single


Apresentação terá a participação de parceiros e ex-integrantes, músicas de todas as fases do grupo curitibano, e o lançamento do single “Canção para OAEOZ”

A banda curitibana OAEOZ comemora seus dez anos de atividade no próximo dia 11/10 (quinta-feira), com um show especial e o lançamento de um novo single. O show, que acontece no Porão Rock Club, terá a participação de parceiros e ex-integrantes, como Igor Ribeiro, André Ramiro (ruído/mm; Índios Eletrônicos), e Rubens K (Terminal Guadalupe). No repertório, músicas de todas as fases da banda, desde a primeira demo, homônima (OAEOZ, 1998), passando pelos discos Dias (2001) e Às Vezes Céu (2005), e chegando ao novo disco, que o grupo está finalizando e deve ser lançado até o final do ano.
Além disso, o show marca também o lançamento do segundo single extraído das gravações do novo disco. “Canção para OAEOZ” é a primeira composição do guitarrista Carlos Zubek gravada pela banda e que ele também interpreta fazendo o vocal principal. Como “lado B”, uma versão para a música “Loucura”, do Ídolos de Matinee, banda curitibana dos anos 80.
O OAEOZ surgiu em outubro de 1997, formado por Ivan Santos, Igor Ribeiro, Hamilton de Lócco (bateria), e Rodrigo Montanari (baixo). Com essa formação, lançou duas demos - OAEOZ (1998) e De Inverno (1999), e dois CDs - Dias (2001) e Take um (2002). Participou das coletâneas, “Novos sons fora do eixo” (2202), lançada pelo selo independente De Inverno Records em parceria com o Jornal do Estado; e “Raízes da terra” (2003), pelo jornal Gazeta do Povo. Tocou no Free Zone em setembro de 2002, e ajudou a criar o festival Rock de Inverno, que deu origem ao selo De Inverno, mantido por Ivan e pela jornalista Adriane Perin. Com a saída de Igor no final de 2002, o grupo incorporou André Ramiro (Alphapsicotics/ Iconoclastas) e em seguida Carlão Zubek (Sabadá/Folhetim Urbano).
Em 2005, lançou Às vezes céu - seu primeiro álbum totalmente gravado em estúdio - com shows no teatro Paiol, em Curitiba; e em São Paulo , no clube OUTs e no Centro Cultural de SP. Com a saída de André Ramiro (guitarra), que participou das gravações do novo disco, mas deixou o grupo em 2006 para se dedicar aos Índios Eletrônicos e ao ruído/mm, o OAEOZ voltou a ser um quarteto.
Em julho deste ano a banda lançou o single virtual “Impossibilidades”, que logo em seguida foi selecionado para estrear o projeto Compacto.rec - série de compactos virtuais lançada pelo Circuito Fora do Eixo, que reúne produtoras, selos e festivais de todo o País. Com isso, “Impossibilidades” foi relançada pelo Compacto.rec simultaneamente em um pool de 30 sites que disponibilizaram para download gratuito um kit com as duas faixas em mp3, capa, contracapa e label do CD para impressão.
No último dia 1º de setembro, a banda se apresentou no projeto Grande Garagem que Grava, que tem o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, e é comandado pelo pessoal da Chefatura Records, produtora integrada por músicos remanescentes das bandas Beijo AA Força/Maxixe Machine. No show, o OAEOZ registrou ao vivo cinco composições inéditas, que serão lançadas em CD pelo projeto. Além disso, a banda prepara o lançamento de seu novo disco de estúdio, com outras oito composições inéditas, gravado por Luigi Castel, que também responde pela mixagem ao lado do guitarrista Carlos Zubek.


OAEOZ
Show de comemoração dos dez anos da banda
Lançamento do single “Canção para OAEOZ”

Quinta-feira
11 de outubro
22 horas

Porão Rock Club
Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1158

Ingressos: 8 reais

APOIO

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Tecnicópias

REALIZAÇÃO

De Inverno
Gravações & Produções

oaeoz@yahoo.com.br
www.deinverno.blogspot.com
www.myspace.com/oaeoz
www.tramavirtual.com.br/oaeoz