2/26/2009

Hotel Avenida estreia com Giancarlo Rufatto

Bem Paraná/ Jornal do Estado


O projeto James Sessions de hoje, no James Bar, recebe o primeiro show da banda recém-formada, que reúne músicos experientes da cidade, de diferentes gerações

Da redação


A James Sessions de hoje é a estreia da novata Hotel Avenida. Da banda é o primeiro show, mas seus integrantes já estão nessa há bem mais tempo do que o pouco mais de um mês de ensaios. Hotel Avenida veio do encontro de dois compositores/cantores do interior do Paraná estabelecidos em Curitiba, de diferentes gerações: Giancarlo Rufatto e Ivan Santos que lançaram um EP. Agora, ganharam companhia. O contrabaixista Rubens K (ruído/mm), o guitarrista Carlos Zubek (Folhetim Urbano e OAEOZ) e o batera Eduardo Patricio se juntaram ao duo.

Tudo começou quando, em uma incursão ao mundo virtual, Santos (OAEOZ) encontrou o lo-fi dreams. O cara por trás da banda era Giancarlo Rufatto, um jovem, talentoso e compulsivo compositor de Coronel Vivida. O lo-fi já era conhecido no circuito alternativo da capital, quando Rufatto fez intervenções nas esquinas da cidade empunhando seu violão, no melhor estilo trovador solitário. “Sempre me acusaram de fazer música depressiva e eu ficava ali tentando defender as canções. Fora assim em dois álbuns da lo-fi dreams e seus vocais medrosos e abafados. Quando comecei a assinar com meu nome, no primeiro instante parecia uma tentativa forçada de fugir da imagem de indie melancólico, coisa que critico em algumas bandas hoje”, comentou Gian em seu blog, cuja leitura permite desvendar um pouco do misterioso mundo criativo.

Ele e Santos foram trocando idéias, referências e se influenciando. As similaridades e conexões acentuaram e as admirações mútuas foram se traduzindo na parceria, que hoje aparece nas versões que um faz das músicas do outro, algumas no repertório de hoje. A qualidade das composições de Rufatto, seu despreendimento para dar passos bem pessoais em um circuito de vícios próprios abriram perspectivas para Santos. O messenger e o email foram instrumentos importantes e o fato de Gian estar em outra cidade não impediu a troca de arquivos, que resultaram no EP com o nome dos dois, o primeiro de Ivan fora d’OAEOZ. O veterano ajudou também na formação da banda – que faz as vezes de dois projetos. Quando o convite é para Ruffato, a banda o acompanha, e quando o convidado é Santos – como em abril no Acústico Mundo Livre –, o foco é a Hotel. Se Gian trouxe novas possibilidades musicais para Ivan, este, conhecedor das composições que o parceiro nunca parou de disponibilizar na internet, foi decisivo ao estimular o novo companheiro a voltar a ter banda. “Encontrar pessoas dispostas a levar sua musica para outro estado, para um terreno longe do que ela é normalmente associada é raro. Deve haver uma compreensão maior entre músicos que simplesmente acontece e é capaz de mudar o espírito de musicas antes supostamente tristes em algo no mínimo vibrante e carregado de ironias. Me sinto tocando em um novo universo com esses caras”, comentou Rufatto no blog. “Sempre enxerguei minhas canções como rascunho pessoal e exagerado do dramalhão que faço da minha vida. Era difícil imaginar pessoas cantando meus refrões e soando com uma certa euforia”.

Agora, as canções de Gian emprestaram outras vidas do baixo que parece lamentar junto a dor do artista; da guitarra que prolonga uma alegria, mas também sabe respeitar a (in)quietude e se envolver na ironia. Ivan, põe o seu tom nas letras, vai pro teclado e até faz uma base na bateria. Pra completar, veio Patrício, um maranhense “descoberto” pelo Gian que já tem sua trajetória musical. O encontro de gerações, virou encontro de gente que quer aproveitar o tempo degustando mais canções. Pressa, eles continuam tendo - aquela mesma urgência que não permite aos jovens deixar pra depois – tanto que os planos incluem mais dois discos pra este 2009. O set list tem, “Só o Amor”, “Reza” e “Eu sou aquele ali com as mãos no rosto”. Músicas que parecem não quer sair de perto nem quando acabam.

Onde encontrar na internet as bandas
Giancarlo Rufatto (http://giancarlorufatto.blogspot.com)
Ivan Santos (http://www.deinverno.blogspot.com/)
Rubens K (http://rkjazz.wordpress.com)
Eduardo Patrício (myspace.com/eduardopatricio)

2/25/2009

deixe-me descer na mesma estação que ele escolher

Acabei de ter de escrever um comentário sobre a grande estréia mundial de amanhã, da banda Hotel Avenida, com o Gian Rufatto, claro. E novamente fico cara a cara com a minha dificuldade de escrever sobre coisas tão próximas. Tudo bem que, desta vez, a história não é TAO próxima quanto outras foram. A primeiríssima coisa legal, pra mim, foi ver o ivan feliz com um novo parceiro musical (mesmo que isso tenha se traduzido, muitas vezes, em menos tempo pra mim, fazer o que? A vida não tem que ser perfeitinha pra ser perfeita. E eu prefiro assim: o ivan debruçado na “Helena” ou diante do computador do que com aquele silêncio difícil escapando pelos olhos).

Outra coisa muito legal, é ver o ivan e o rubens tocando juntos novamente. Pra quem não sabe, o Rubens “era” d'OAEOZ, mas saiu bem quando a banda nasceu. Coisas da vida. Tantos foram os ensaios para que voltassem a tocar juntos. Tantas foram as vezes, em volta de uma mesa regada a cerveja´, com o igor junto, em que os ouvi lembrando músicas daquela época e planejando reviver o dusty (a banda de antes). E tem alguma coisa de diferente no Rubens. Eu não sei o que é, mas acho que a vida andou deixando outras marcas largadas por ele.

Agora, veio o Gian! Esse guri é foda. E pega, quase de uma vez, Ivan, Carlão e Rubens K. O Eduardo conheço muito pouco ainda, mas já gosto da banda que ele tinha no recife, Catarina Mina, soube neste final de semana (to com link dele no my space na tela, pra ouvir). E ele gosta de bandas que brincam também, não se levam só à sério. Dá pra ver que a coisa é pra valer nas expressões deles, acertando detalhes de compassos e notas adiantadas, lembrando e criando outra coisa. E o ivan com as baquetas (!!???)

Pro ivan, o Gian arejou a vida musical, numa fase em que OAEOZ nem parece existir mais. Tirou muito das responsabilidades que pesavam sobre ele e o deixou mais livre, até pra brincar mais. E é perfeito que o carlão tenha embarcado junto na viagem. Fiquei um tempão sem ouvi-lo e gosto dos sons de sua guita (quase) nova. Ela nos chama pra ela – e pra mim isso não é pouco, porque sou muito ligada nas letras.

Bem, amanhã é dia de show. Dos bons, pude pressentir no primeiro ensaio que curti. Era pra já ter outro vídeo aí, como o ivan não colocou ainda... “Reza” é uma das minhas canções preferidas: esse refrão me pegou desde a primeira vez, apaixonado, gian... "por favor, deixe-me descer na mesma estação que ela escolher".
See you tomorrow. (adri)

2/24/2009

Reza - Hotel Avenida



uma palhinha do que vcs poderão ver ao vivo na quinta-feira (amanhã), 26/02, na James Sessions com o Hotel Avenida.

2/20/2009

Boas ideias, grandes inércias

Ontem fui no debate com o Pablo Capilé, vice-presidente da Associação Brasileira dos Festivais Independentes (ABRAFIN) e "big boss" do Espaço Cubo, projeto muito bacana que comanda a cena independente lá em Cuiabá. Saí do trampo direto, e cheguei só no final, mas a tempo de me estranhar com o comentário de um cara (depois fiquei sabendo que era o Fardado), repetindo o velho clichê de que "as bandas de Curitiba não se unem, não se ajudam" e blá blá blá. Como não aguento mais esse papo furado, respondi que o cara devia falar por ele, porque eu conheço um monte de gente, banda, núcleo de produção que tá sim se ajudando e trabalhando coletivamente, e não é de hoje. Esse papo em geral é desculpa pra não se fazer nada. As pessoas se aproximam de acordo com suas afinidades e interesses em comum. O problema é que neguinho não quer que lhe mostrem o caminho das pedras, quer alguém que lhe carregue nas costas. Aí não rola mesmo. E esse papo de "temos todos que nos unir" é conversa pra boi dormir. Ficar esperando que todas as bandas vão se juntar em uma passeata pelo centro cívico "caminhando e cantando e seguindo a canção" é uma besteira sem tamanho. Discurso vazio não enche barriga nem produz coisa nenhuma. Quem quer vai lá e faz, não fica falando. Vide Grande Garagem que Grava, JR/92 graus, Ciro Ridal, Ultimo Volume, Psicho billy Fest, Pras Bandas, Maamute e muitos outros etecetaras.

Curiosamente, agora a pouco, vendo o blog do André Forastieri - do qual não sou lá um grande fã, mas respeito - me deparo com um texto em que ele fala praticamente a mesma coisa, em outro contexto.


"A atitude complementar a “não resolve” é “não dá pra fazer”. Tudo se resolveria, todos seríamos felizes, daria pra fazer mil coisas maravilhosas se ao menos tivéssemos a) grana, b) tempo, c) o resto do mundo não fosse tão idiota ou d) qualquer outra desculpa.

Caramba, nunca nada conta com condições ideais de temperatura e pressão. Esperar tudo estar a seu favor para se mexer é garantia de imobilidade eterna. Tem algo legal, importante, interessante para fazer? Faça você."


perfeito. eu não resumiria melhor. é o que eu sempre falo com quem bronqueia com nosso trabalho. não gostou, faz melhor. se vira. faça por você mesmo. e não me encha o saco com discurso vazio. que de boas ideias pros outros executarem, o inferno tá cheio.

Ô abre alas: pro Psycho Carnival

Bem Paraná/ Jornal do Estado

Mésullsdegata/divulgação

A inglesa Klingonz é a atração principal

Produtor do festival, Vlad Urban, fala sobre a décima edição que tem a inglesa Klingonz como destaques

Adriane Perin

Oficialmente, a 10. ª edição do festival Psycho Carnival, tradicional evento do carnaval brasileiro, este ano tem com apoio do Fundo Municipal de Cultura de Curitiba, e ingressos populares a R$10, é dias 21, 22 e 23 no Clube Operário. Mas, na verdade tudo já começou com festa e bate papos, na quarta-feira na Fnac. Sinal de mais uma edição de sucesso, as oficinas ofertadas - uma delas de baixo de pau, e todas voltadas ao jeito psycho de tocar - esgotaram vagas. E, além do espaço “oficial”, outras casas entraram no circuito de festas, que tem ainda campeonato de futebol, show nas Ruínas de São Franciso e a volta do Zombie Walk, aquela cambaleante caminhada de pessoas caracterizadas como zumbis, que acontece em vários países.

Vlad Urban, o produtor, é acostumado à correria, que aumentou. “Ter o apoio da FCC traz uma tranquilidade, mas também dá mais trabalho que fazer do meu jeito. Por outro lado, consegui aumentar a equipe”, comenta. “No final das contas tudo dá certo, só foi necessária uma adaptação porque como este ano o preço do ingresso é igual na hora, as pessoas compram menos antecipado. Lógico que o coração fica na boca, mas se já tivesse todo o custo pago ficaria do mesmo jeito”, completa sobre o festival que desde o ano passado se “assumiu” como um evento de rock, sem centrar exclusivamente no psychobilly, já que há tempos abriga também surf music, garage rock.

Para Urban o aumento do festival é um reflexo do momento da cidade, que este ano tem outros eventos investindo numa opção alternativa. “Várias casas estão promovendo noites com rock, pegando essa fatia do mercado que o Pscyho explora desde sempre; abrindo os olhos para Curitiba como alternativa ao carnaval tradicional”, observa.

Urban é o representante regional da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), entidade que participa da articulação da política cultural brasileira e tem gente que manja do independente, algo de imprescindível importância. Para ele, o know how que veio com a entrada na entidade é o melhor. “Ter informações de outros lugares e aplicar aqui. É como se a cada três meses fizesse um curso sobre produção de festivais, algo que não tem por aí. Mas, o mais importante é ter por perto dos articulares da política cultural pessoas que têm essa vivência do rock independente na pele”, avalia. Sobre as críticas de que a Abrafin se concentra em seu próprio “grupinho”, garante que a entidade está atenta. “Refletimos que temos que melhorar a comunicação como um todo. Contratamos assessoria de imprensa para corrigir esse hiato”, adianta. Mas, também rebate”. “Fizemos uma pesquisa e ano passado foram mais de 700 bandas nos festivais da Abrafin; no mínimo, é uma panela grandinha e diversificada, porque são os mesmos perfis”. Sobre a diminuição de festivais na cidade, ele acredita que tá faltando saber lidar com a internet. “Não é so por material na rede; é tanto spam, informação que muita gente nem vê o que recebe. Tem que saber o seu público espera, conhecer as formas de conseguir apoio. E na minha opinião, a mídia impressa continua sendo mais poderosa por sua capacidade de aglutinação”, finaliza.

PSYCHO CARNIVAL 2009
• Dia 20: Ópera 1: Hillbilly Rawhide, Krappulas e Chernobillies
• Dia 21: 21h: Clube Operário: Chibuku, Sick Sick Sinners, Big Nitrons, Damn Laser Vampires, Los Primitivos e Billys Bastardos
• Dia 22: 14h – Primeira Oficina de Rock de Curitiba - Estúdio H Mix
16h – Zombie Walk - Cemitério Municipal
17h – Ruínas de São Francisco: CWBillys, Flatheads, Barbatanas
22h: Clube Operário: Frantic Flintstones, Ovos Presley, Wrecking Dead, The Brown Vampire Catz, Deadrocks, Hot Rods.
• Dia 23: 13h - 6ª Copa Psycho de Futsal – Praça Oswaldo Cruz
17h – Matinê – Ópera 1: Fabulous Bandits, Rinha, O Melda
21h - Psycho Carnival 2009 – Clube Operário: Klingonz, Cenobites, O Lendário Chucrobillyman, As Diabatz, Ambervisions, The Reservoir Dogs
• Dia 24: 22h – Festa da ressaca, com Chuck and The Drugsquad – Chinasky

Endereços
Clube Operário: Praça João Cândido, 635, Largo da Ordem
TUC: Galeria Júlio Moreira, Largo da Ordem
Ópera 1: Rua Jaime Reis, 313, Largo da Ordem
Cemitério Municipal: Praça João Sotto Maior, s/nº, São Francisco
Chinasky Bar: Rua Inácio Lustosa, 530, São Francisco

Ingressos
R$ 10 por noite, mais 1 caixa de leite . Venda antecipada para o evento principal: na Livrarias Curitiba do Shopping Estação, loja Vitrina e Itiban Comic Shop.

Na internet: www.psychocarnival.com.br

2/19/2009

"Encontrar pessoas dispostas a levar sua musica para outro estado, para um terreno longe do que ela normalmente associada é algo raro. Deve haver uma compreensão maior entre músicos que simplesmente acontece e é capaz de mudar o espírito de musicas antes supostamente tristes em algo no mínimo vibrante e carregado de ironias. Me sinto tocando em um novo universo com esses caras - Ivan, Carlão, Rubens, Edu. A canção deixa de vez de pertencer a uma pessoa para se tornar o sentimento de uma multidão."

Giancarlo Rufatto, do blog porfavorumavidanovaecincopãeszinhos

Foliões do Rock’n’roll

Bem Paraná/ Jornal do Estado

Tudo pronto para o carnaval curitibano que vai alem das marchas e sambas típicos desses dias

Da redação

Quem disse que o carnaval é só com samba? Aqui em Curitiba o pessoal já sabe que os ritmos podem, e variam, nos dias de folia do momo. E em 2009 não será nem um pouco diferente. O curitibano adora espinafrar o carnaval – teve até pesquisa recente dizendo que a maioria não quer mesmo saber. Balela, o pessoal quer sim cair na festa, só que dentro do ritmo que tem no pé. No caso, parece ser mesmo o rock que pega mais forte e isso não quer dizer que esses rapazes e moças, necessariamente, detestem o carnaval. Ao contrário, como já deixou bem claro, por exemplo, o Vlad Urban produtor do Psycho Carnival, festival que atrai gente de todo o Brasil aproveitando o feriadão.

A idéia aqui é juntar forças e atender à diversidade. E o Jokers, que já abrigou o Psycho, neste ano preparou seu próprio Rock Carnival, duas noites com tipos diferentes de rock, amanhã e sábado. Los Diaños, Áyira, Punkake, Relespública, Anacrônica e A Fonte são as bandas.

Sandro Tavares, dono do Jokers quer que o evento entre para o calendário carnavalesco da cidade, que, muito por conta da Psychobilly Corporation, já tem uma tradição de embalar as folias no tempo dos hiffs de guitarra. Background pra isso a casa e seus funcioários têm. É fazer virar, então.

A festa começa, amanhã, dia 20, ao som de bandas da Punkake. Bacabi (vocal), Lívia (guitarra), Lucy (bateria) e Ingrid (baixo) gostam de um barulho e misturam bem as influências de cada uma. Depois é a vez do grupo Áyira, simplesmente uma banda de “rock nacional”, como definem Cleber Silva (vocais), Marko Leo (baixo e backing vocals), Paulo Robert (guitarra), Marcelo Costa (guitarra) e Ricardo Blasch (bateria).

E termina com a força do Los Diaños, o quinteto é formado por RHS (vocais, trumpete e letras), Toshiro (baixo acústico), André Ribeiro (guitarras), Germano DieDrichs (bateria) Fred Paegle (viola). Donos da sonoridade mais sofisticada da noite, eles vão de momentos pesados de punk-a-billy, com quebradas de jazz, com direto a surdina no trumpete e pizzicatos de violino.

A segunda noite começa com os covers de A Fonte, que toca pérolas do rock, procurando explorar o “Lado B” de bandas bacanas dos anos 70. Leia-se: Led Zeppelin, Deep Purple, Black Sabbath, Judas Priest, Jethro Tull. A banda tem em sua formação, Guto Diaz no vocal, Carlos Moraes na guitarra, Simon Taylor no baixo e Luciano Farias na bateria .

Daí, vai para Anacrônica, banda que já tem um tempo de estrada e mostra um forte amadurecimento. No repertório canções novas e músicas do Ep. Deus e os Loucos - lançado em março de 2006 - com quatro composições próprias. O quarteto é Bruno Sguissardi, Sandra Piola (voz), Marcelo França (baixo) e Marcelo Bezerra “gordo” (bateria). E, para fechar em alto estilo, um grupo que dispensa apresentações, o trio Relespública. Fabio Elias (guitarras e voz), Emanuel Moon (bateria) e Ricardo Bastos (baixo) são referência na cena underground brasileira, com muita história na mala.

Serviço
Jokers Carnival Rock.. Dia 20: Los Diaños, Áyira e Punkake + DJ Ronypek.
Dia 21: Relespública, Anacrônica e A Fonte + DJ Sonderam. R$15 por noite.. Jokers (R. São Francisco, 164). Informações (41) 3324-2351.


Psycho Carnival já começou

O Psycho Carnival este ano não começa com música. Começa com conversa, pois é bom pensar sobre os desafios e nós a serem desamarrados neste caminho dito independente, que depente de tantas variantes. Este ano, com apoio do Fundo Municipal de Cultura, o evento começa às 18 horas de hoje, no Tuc, com bate papo com os dois nomes fortes da cena independente brasileira e representantes da Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Fabrício Nobre (também organizador dos festivais Goiânia Noise e Bananada, da banda MQN), e Pablo Capilé (do festival Calango de Artes Integradas e do itinerante Grito Rock). Completa a mesa, um representante do SEBRAE de Curitiba, discutindo assuntos pertinentes aos festivais de música, cena independente nacional e sobre o empreendedorismo nesta área. A entrada e gratuita. E, depois, todo mundo para o Jokers para viver um momento raro: a volta de uma das bandas mais importantes de Curitiba, que geraria várias outras, além de mostra um caminho pra toda essa cena pscyho que viria: Os Cervejas. Junto tem show da Hellfishes.

A ABRAFIN nasceu em 2005 para reunir, organizar e potencializar o circuito de festivais de música independente, já na época consolidado, mas carecendo de alternativas para se expandir. Atualmente, a associação reúne 32 eventos, dois deles do Paraná. Curitiba já teve ano com nada menos que 15 festivais. Ano passado, Vlad Urban, do Psycho Carnival, foi o único, entre os já tradicionais produtores a manter seu carro na rua. Mas, também foi o ano em que os produtores ganharam um voto de confiança da cidade quando a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) lançou pelo Fundo Municipal da Cultura edital para produção de festivais de música independente. O Psycho Carnival é o segundo fruto disso - o primeiro foi o Festival de Mùsica Étnica, em janeiro. Só estar na platéia ou no palco já não basta. É preciso aprender para onde ir depois da esquina. (Adriane Perin)

Serviço:
Palestra e bate papo sobre o atual panorama da música independente no Brasil, com Fabrício Nobre (Goiânia, GO), Pablo Capilé (Cuiabá, MT) e representante do SEBRAE (Curitiba, PR)
Data: 19 de fevereiro, quinta-feira
Horário: 18 horas
Local: TUC (Teatro Universitário de Curitiba), Galeria Júlio Moreira, Largo da Ordem, Curitiba, PR , Entrada franca


www.psychocarnival.com.br

2/18/2009

Granada no Senhor F Virtual

"O disco "Granada", que agora ganha edição por Senhor F Virtual, é o quarto lançamento da banda La Carne, surgida em 1995, em Osasco, na Região Metropolitana de São Paulo. La Carne é uma das melhores traduções do clima agitado, pesado, disforme, mas, para quem quiser ver, também poético da cidade. Algo muito particular, como um “indie-industrial”, se é que isso existe, ou se poderia assim batizar o som do quarteto."

Fernando Rosa

Então. O novo disco do La Carne, Granada, está disponível para download, com capa e label, pelo projeto Senhor F Virtual. Aproveitem aqui e aqui

2/16/2009

Hotel Avenida - James Sessions



Na semana que vem, dia 26/02, quinta-feira pós-carnaval, tem a estreia de nosso novo projeto, o Hotel Avenida, nas James Sessions. Ele nasceu da vontade minha e do Giacarlo Rufatto de apresentar ao vivo as canções que a gente lançou em um EP em parceria, no final do ano passado, além de outras que estávamos fazendo na mesma época. Daí veio a ideia de convidar outros músicos pra tocar com a gente. O Carlão, que já vinha acompanhando todo o processo e inclusive foi quem gravou a faixa "Noturna", lançada no EP. Depois o Rubens, que ouviu as músicas, gostou e quis participar. E pra completar o Eduardo Patrício, amigo do Gian, que se encaixou perfeitamente no que a gente queria. Enfim, a ideia é simplesmente fazer música que a gente gosta e se divertir com isso, sem qualquer outra pretensão. E os ensaios tem sido muito bons. O Gian colocou uma amostra do último sábado, da canção "Reza", lá no myspace dele. Se conseguirmos reproduzir pelo menos uma pequena parte desse clima no show será uma grande noite, com certeza.

2/13/2009

Solidão e frustração

Bem Paraná/Jornal do Estado

O Natimorto, em cartaz no Teatro da Caixa, tem texto de Lourenço Mutarelli, adaptado e dirigido por Mário Bortolotto

Quando a atriz Maria Manoela conheceu o texto O Natimorto, de Lourenço Mutarelli, logo sentiu a pegada teatral. Trata-se da história de um homem e uma mulher, ele agente musical e ela cantora. Cada um com seus problemas, se encontram em um quarto de hotel para viver um situação inusitada, marcada pela solidão. É este um resumo da peça O Natimorto – um musical silencioso, que tem direção do londrinense Mário Bortolotto, que faz nova temporada em Curitiba no Teatro da Caixa neste final de semana.

Nem ele nem ela conseguem fazer seus trabalhos e, a partir dessa situação insólita, Mutarelli – cartunista premiado coloca um humor cáustico, muito bem trabalhado por Bortolotto, que teve como meta manter o máximo possível o texto original. Nilton Bicudo, que faz o papel do Agente, foi indicado ao Prêmio Shell de 2008 pelo trabalho. Maria Manoella conheceu o texto em 2005 e logo identificou a forte vocação da história para ser levada ao teatro, e foi ter com Bortolotto para que fizesse a adaptação do texto - e ele também assina a sonoplastia. O amor, a solidão, a dependência, a frustração são alguns dos incômodos temas traduzidos em um jogo muitas vezes desconcertante de imagens e palavras.

Maria Manoella, gosta do diálogo rápido , seco e cortante de Mutarelli. "É capaz de propor o inesperado dentro do habitual, de chocar e de comover. A relação entre os dois personagens que dominam a cena, percorre todas as possibilidades, esgota todos os caminhos, até desaguar numa epifania de loucura e superação humana", considera.

Serviço

O Natimorto – um musical silencioso. Sexta e sábado às 21h e domingo às 19h R$10 e R$5. Teatro da Caixa (R. Conselheiro Laurindo, 280). Informações: (41) 2118-5111.

2/08/2009

(A)mostra cultural a céu aberto

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Divulgação/Guilherme Pupo

Os sábados da Praça da Espanha são com antiguidades, bandas curitibanas e, no próximo o primeiro Gritinho de Carnaval

Adriane Perin

Associação de comerciantes da Praça da Espanha cria projetos culturais para otimizar seus produtos e atrair clientela

Sábado, em Curitiba. Sol a toda em um céu de azul límpido, enquanto as pessoas aproveitam a tarde sentadas na grama da praça, depois de uma sessão de Yoga, curtindo um som de voz feminina potente e firme. Crianças, cachorros, motos, antiguidades e música. São assim, agora, as tardes na Praça da Espanha, encostada à região central da capital.

Curitiba, que já tem o projeto Música nos Parques, da prefeitura da cidade, que leva mais grupos de MPB para alguns dos espaços arborizados da cidade, ganhou, ano passado, outro projeto cultural bacana, este de iniciativa privada, organizado pela Associação de Comerciantes da Praça da Espanha, que fica nos limites do bairro Batel, (re) batizada pelo grupo de Batel-Soho - o projeto também tem apoio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC).

E no litoral também tem um projeto com este perfil na temporada de Verão. Lá em Matinhos, neste sábado, a partir das 18 horas, as bandas 5 Graus, Anacrônica, Charme Chulo e Terminal Guadalupe sobem ao palco instalado na Praça Central da cidade para fazer os shows da temporada passada que não realizaram por conta da chuva. A Terminal faz sua terceira tentativa. Garante que toca até embaixo d’água. Esses grupos já receberam seu cachê e toparam tocar agora, alguns deles um ano depois, para honrar o contrato assinado com o Governo do Estado. Organizado pelo produtor Getúlio Guerra, os shows acontecem nos moldes do projeto Prasbandas, que tira os grupos musicais dos lugares tradicionais no centro da cidade para os colocar em espaços nos bairros .

Curitiba — O Batel-Soho comprende um perímetro de duas quadras no entorno da Praça, onde estão vários, e variados, estabelecimentos, desde sorveteria até a livraria infantil Bisbilhoteca. O objetivo da Associação é tornar a região um ponto de lazer, com cultura, gastronomia e comércio diversificado e interessante. Transformar o local em um shopping a céu aberto. Para isso, parcerias para execução de vários projetos estão sendo viabilizadas. Entre os que já estão em atividade, tem a Feirinha de Antiguidades, que faz tempo instalada ali, aos sábados a partir das 10 horas. Também a partir deste horário, até o meio-dia, tem o "Pintando na Praça", patrocinado pela Bisbilhoteca (que mantém em seu espaço interno, ao lado da praça, também várias atividades muito legais) que lembra aquelas matinês de sábado no Calçadão da Rua das Flores, onde a criançada (inclusive esta reporter, passando férias na cidade) se divertiam com tintas e pincéis. Ah, e para os pais já irem se programando, no próximo sábado, dia 14, a Bisbilhoteca promove o primeiro Gritinho de Carnaval, com banda e tudo, a partir das 11h.

A programação fixa, por ora, segue, às 15 horas, com yoga e logo em seguida, às 16 horas entrem em cena as bandas curitibanas. Neste sábado, tem repeteco de Naína, que toca versões e algumas músicas próprias e, às 17 horas, tem a banda 350 Ml., de Araucária.

Esta programação musical é parceria com a rádio Mundo Livre e com o programa Acústico, produzido pela cantora e compositora Mariele Loyola com direção artística de Helinho Pimentel, dois "agitadores musicais" das antigas que não se cansam de trabalhar em prol da cena local. Sábado passado o palco foi de uma representante da nova geração local, a banda Pão de Hamburguer que fez um show impecável, quase todo com música própria – e um cover inesperado de Arnaldo Batista, "Será que eu Vou Virar Bolor", que ganhou cores mais roqueiras nas mãos dos rapazes, em constraste com a versão pra lá de intimista do ex-Mutantes.

Som impecável é o que bandas como estas precisam para mostrar todo seu potencial. E, pelo que se viu, semana passada, disso a produção tem cuidado bem. Em versões eletro-acústicas, as músicas soavam poderosas e se ouvia todos os instrumentos com seus detalhes – inclusive a flauta que não estava ali só pra fazer figuração, não. Muito bom ver as bandas boas locais tocando em condições adequadas.

Os shows na praça são outro desdobramento do projeto Acústico Mundo Livre, que desde o ano passado grava performances ao vivo para levar ao ar na rádio homônima e a cada 15 dias, coloca as mesmas bandas no palco do Jokers. Agora, elas também vão para a praça. Muito bacana. A tarde ainda tem encontro dos amantes de Harley Davidson e exposição de carros antigos.

2/05/2009

tods - 92graus - marceloborges

"Curitiba ficou pequena"


Quatro anos depois do dossiê publicado pelo portal Terra assinado por Marcelo Costa, o Scream Yell volta a fazer um especial sobre a cena musical de Curitiba, desta vez, destacando ruído/mm, Mordida, Anacrônica e Trivolve, e comentando o bom momento por que passa essa cena. Vale a pena dar uma conferida aqui.

2/04/2009

Naked Lunch - Cronenberg



Uma dica pra quem tem acesso a TV Cultura (eu, como não tenho tv a cabo, não tenho mais. só qdo o requião deixa e falta discurso pra ocupar a Educativa). Nesta quarta (04/02), daqui a pouco (23h10), tem Naked Lunch, filme do Cronenberg baseado no romance homônimo do Burroughs - um dos meus preferidos de todos os tempos. Uma adaptação de um livro considerado inadaptável para o cinema, e que o próprio Burroughs gostou. Pra mim, simplesmente clássico e obrigatório.

2/03/2009

Para ficar cara a cara com Woody Allen

Bem Paraná/ Jornal do Estado

No novo lançamento da Cosac & Naify, que reúne entrevistas feitas pelo jornalista Eric Lax ao longo das mais de três décadas

Divulgação

Woody Allen em uma das cenas de seus filmes


Adriane Perin

Nas 512 páginas de Conversas com Woody Allen, lançamento da editora Cosac & Naify, assinado por Eric Lax, é, efetivamente, possível conhecer muito do cineasta norte-americano, que fez fama nos últimos 36 anos. Neste período, Allen produziu incontrolavelmente filmes, boa parte marcada por uma pegada cômica, que nunca precisou dispensar a ironia ao traduzir suas realidades-alvo.

O grande trunfo do jornalista entrevistador é ser amigo do cineasta, o que permite colocar em cena informações de bastidores, detalhes de uma produção à outra, que fazem toda a diferença e demonstram um conhecimento profundo dessa trajetória. Os diálogos vão muito além do óbvio e Lax investiga questões que talvez nem Allen tenha pensado.

Talvez, mas também parece impossível que a mente acelerada deste senhor tenha deixado passar algum ponto que seja, tantas são as reflexões, e sempre pertinentes, embora às vezes chatas consigo mesmo, que faz de sua própria trajetória. Chama a atenção o desapego de Woody Allen com sua obra, o que transparece em declarações do tipo: cada projeto é um projeto, "só isso". Allen se avalia o tempo todo, e com um olhar absolutamente despido de vaidades, lisonja e sem que isso soe como coitadismo. É só a objetividade de quem se considera um operário; não tem estrelismo algum ali, ao contrário. Tem segurança e foco. É raro ver uma estrela dessa envergadura se mostrar dessa maneira.

"É só um filme", diz em certo ponto. "Se visse meus filmes teria surpresas aqui e ali, mas na maior parte ficaria bem arrasado", diz por exemplo, exercitando seu desapego em análise impiedosa consigo mesmo.

É muito interessante ler os comentários que o criador faz de personagens e atores, de idéias que nasceram como certas e acabaram mudando. Sobre ser cômico ou dramático, sobre atuar – e o que muda ao estar em cena – ou deixar o filme livre de si mesmo; sobre a busca por um olhar que faça a diferença.

Parece que todo o "processo criativo" está esmiuçado em conversas travadas ao longo das últimas décadas, divididas em blocos temáticos, organizados cronologicamente: a idéia; escrever; direção; montagem; trilha sonora; casting, atores , atuação; filmagens, sets e locações; e a carreira. E o olhar do jornalista não é só de um fã. Ele não perdeu a noção e nem se deslumbrou diante da força de Woody Allen. Manteve uma postura crítica, tanto quanto o criador, mas deixou que este falasse, jogando assuntos. Um exemplo de como ele não poupa o cineasta foi citar um psiquiatra que o considerou "meio infatilóide. Em passagens como esta, muito da pessoa se mostra entre as faces do artista.

O resultado não é algo maçante e vai além do universo de iniciados – embora seja sim uma obra mais próxima de quem curte o trabalho de Allen.

Lax foi e voltou nas entrevistas, feitas em época diferentes, o que lhe permite comparar momentos, questionar escolhas e entendê-las. Tudo com o background de quem conhece mesmo do assunto. E sempre situando o leitor, citando exemplos e passagens de filmes e também da vida pessoal do cineasta, em alguns momentos, mas sem ser fofoqueiro, apenas passando informações relevantes para que se entenda o que Allen quis dizer.

Nas partes dedicadas à escolha de elenco, Lax põe em primeiro plano as atrizes que marcam a vida e a obra do cineasta, como Diane Keaton, Mia Farrow, Dianne Wiest, Scarlett Johansson. Não deixa de lado a sempre surpreendente escolha de atores coadjuvantes, que aproveita de maneira inesperada talentos desgastados pela televisão ou então associados a clichês ou a determinados tipos de personagem. Ele fala tam bém muito de suas influências fundamentais, Bob Hope com os Irmãos Marx e Ingmar Bergman. Ao longo dos capítulos, que cobrem os anos entre 1971 a 2006, é possível perceber a evolução do diretor e como ele foi dominando a técnica cinematográfica.