12/21/2012
História do Rock Curitibano - parte 4 e 5
Mais um pedaço da série de reportagens publicada no Caderno G entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001. Mais um pouco de anos 70 e chegando nos 80. Lembro da entrevista com o Kaven, da Carne Podre - seria ela mesmo a primeira banda punk brasileira? E o auge do Blindagem e da parceria com o Leminski, com direito a presença do primeiro baterista da banda na foto, o Marinho Bocão, um cara que conhecemos logo na nossa chegada aqui em Curita, bem antes da Gazeta e tudo mais e que se acabou, do pior jeito, nas ruas de Curitiba. Tem também Paz Armada, BAAF. E a new wave e o psycho curitibanos. E o Cemitério de Elefantes.
12/13/2012
Roda de capoeira
Essa semana o que não falta é roda de capoeira. Mais uma com a turma do Força da Capoeira.
12/08/2012
12/07/2012
História do Rock Curitibano - parte 2 e 3
a segunda e terceira de dez reportagens sobre o rock de Curitiba, publicada na Gazeta do Povo, no Caderno G, entre entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001. Anos 60 e 70.
12/04/2012
História do Rock Curitibano - parte 1
Uma das mais importantes reportagens ao longo dessa minha caminhada como jornalista foi uma série publicada no Caderno G, da Gazeta do Povo, entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001: História do Rock Curitibano. Foram dez capítulos publicados nas edições de domingo. Algumas das mais emocionantes entrevistas que fiz com os artistas locais foram para esta empreitada. Lembro da conversa com Paulo Hilário e com o Ivo Rodrigues. Com o primeiro, em sua casa, com ele me mostrando todo seu acervo enquanto contava histórias até o momento em que questionei, impertinente que só, porque eles não investiram em música própria como fizeram a grande inspiração deles, os Beatles. E ele pacientemente, e com visível emoção nos olhos, me fez ficar quieta ao ouvir um desabafo que fez eu me tocar que estava indo além, achando que sabia mais do que sabia da vida. A conversa com o Ivo foi em boteco próximo da casa dele, e este sim me fez chorar, mesmo, junto com ele. Como poderia ser de outra forma ouvir as histórias com toda aquela força, que só pode vir de alguém que deu sua vida por algo que ama muito. Falei algumas outras vezes com o Ivo, mas esta foi a mais inesquecível. Espero encontrar nas fitas cassetes que estou digitalizando essa entrevista completa.
Também foi igualmente emocionantes falar com um cara chamado Edison, da banda Excelsior. Saí dessa conversa convencida que teve gente começando a fazer música própria antes d' A Chave. Edison me levou a seu estúdio e não parava mais de falar e cada vez que mostrava uma coisa, uma nova história o fazia procurar outra - até que ele achou uma gravação inédita no meio daquilo tudo. Não lembro onde é a casa dele, mas sei que ele vive pela região central e vou encontrá-lo novamente.
Foram dez textos dominicais que trataram da chegada do rock em Curitiba, na década de 50, até o começo dos anos 2000. Muitas histórias ficaram pelo caminho, afinal eu só tinha uma página de jornal. Mas, o efeito desse trabalho ficou para sempre em mim - e pelo que vejo ficou também com algumas outras pessoas. Eu nem tenho palavras para dizer o quanto isso é importante pra mim - valeu José Carlos Fernandes, que apostou junto comigo na pauta. Acho que se eu não tivesse feito mais nada no Caderno G, meus seis anos de Gazeta já teriam valido por essa experiência.
Bom, pela vontade de não deixar um projeto morrer - e também atendendo a pedidos - encontrei essas reportagens digitalizadas e vou disponibilizar aqui no blog. Eu as tenho, para quem precisar, em tamanho maior e mais fáceis de acessar. Também imagino que Gazeta e Biblioteca Pública do Paraná tenham esse material. Se eu fosse um tantinho mais organizada e centrada colocaria junto com este texto alguma (s) das entrevistas degravadas. Mas, não sou assim tão organizada e sempre encontro essas coisas no meio de prazos que estão exigindo minha atenção. Porém, como esta semana ainda falei disso vou logo começar a colocar esse material no blog e na sequência a gente vê o que mais consigo fazer.
Aqui está a primeira reportagem da série: História do Rock Curitibano:
Também foi igualmente emocionantes falar com um cara chamado Edison, da banda Excelsior. Saí dessa conversa convencida que teve gente começando a fazer música própria antes d' A Chave. Edison me levou a seu estúdio e não parava mais de falar e cada vez que mostrava uma coisa, uma nova história o fazia procurar outra - até que ele achou uma gravação inédita no meio daquilo tudo. Não lembro onde é a casa dele, mas sei que ele vive pela região central e vou encontrá-lo novamente.
Foram dez textos dominicais que trataram da chegada do rock em Curitiba, na década de 50, até o começo dos anos 2000. Muitas histórias ficaram pelo caminho, afinal eu só tinha uma página de jornal. Mas, o efeito desse trabalho ficou para sempre em mim - e pelo que vejo ficou também com algumas outras pessoas. Eu nem tenho palavras para dizer o quanto isso é importante pra mim - valeu José Carlos Fernandes, que apostou junto comigo na pauta. Acho que se eu não tivesse feito mais nada no Caderno G, meus seis anos de Gazeta já teriam valido por essa experiência.
Bom, pela vontade de não deixar um projeto morrer - e também atendendo a pedidos - encontrei essas reportagens digitalizadas e vou disponibilizar aqui no blog. Eu as tenho, para quem precisar, em tamanho maior e mais fáceis de acessar. Também imagino que Gazeta e Biblioteca Pública do Paraná tenham esse material. Se eu fosse um tantinho mais organizada e centrada colocaria junto com este texto alguma (s) das entrevistas degravadas. Mas, não sou assim tão organizada e sempre encontro essas coisas no meio de prazos que estão exigindo minha atenção. Porém, como esta semana ainda falei disso vou logo começar a colocar esse material no blog e na sequência a gente vê o que mais consigo fazer.
Aqui está a primeira reportagem da série: História do Rock Curitibano:
11/27/2012
Estante nova
Tudo encaminhado - ou melhor mais ou menos encaminhado, porque ainda são muitos os Cds, livros e afins para organizar. Mas, o primeiro passo foi dado, a compra da estante, e com ele as intermináveis arrumações da minha vida. Nunca fui das mais organizadas, reconheço, talvez por isso fico sempre tentando arrumar a casa e ela nunca parece pronta. Pra ajudar, são dois jornalistas em casa, e jornalistas do século passado, o que significa muitos papeis por perto e um apego desgraçado, de minha parte, a algumas revistas, rabiscos, cadernos e blocos - e essas coisas do passado. Mas, o bom dessas arrumações cíclicas é remexer também nas passagens importantes que estavam lá juntando poeira. e foi assim, outra vez, semana passada. Aproveitei para digitalizar algumas preciosidades como estas aqui: Ella Guru, banda de Londrina que namoramos pra trazer para um Rock de Inverno, mas não deu tempo; Beto Só e os Solitários Incríveis, disco que ganhamos do Ju, do Phonopop, na primeira vinda deles para tocar em Curitiba (Ivan me ajude com as datas, foi antes da De Inverno nascer, oficialmente??!!!). Por alguma razão, ele achou que a gente ia curtir "a outra" banda dele.(Nada é por acaso, já dizia há tempos Cores d Flores); Johnz e suas canções românticas pra cantar; Astromato, a banda campineira que marcou época no independente brasileiro como uma das primeiras a apostar na língua portuguesa - também tentamos trazer, mas também não deu tempo. Hoje em dia, ela é Radiare e seguiu na mesma linha: belas e confessionais canções que falam do (nosso) tempo que não para, segue o seu rumo; La Carne de um tempo em que, confesso, não dei muita atenção aos caras (tsc, tsc, Adriane!)Mas, acho que me redimi, né, queridos e doces bárbaros? E o convite pra festa de um ano da Polexia, com momentos marcantes pois havia canções que o teatro todo cantava junto. Foi de chorar de tão lindo ver aquilo acontecer!
E, por último, o mais especial dos achados do acervo De Inverno: o show no qual foi gravação Take Um, disco ao vivo d'OAEOZ, no auditório Antonio Carlos Kraide em maio de 2001. O disco foi lançado em 2002. Eita aninho foda, esse 2001! Estava muuuito frio no Kraide, lembro bem: Foram duas lindas Noites De Inverno. Esta é uma cópia em VHS nos concedida por Marcelo Borges, que tem os originais captados em um formato para o qual não temos mais câmera para ver. Ela está indo daqui a pouco para as mãos de um especialista que vai limpar esse mofo que tá começando a deixa-la branquinha, e digitaliza-la. De pedacinho em pedacinho a gente mantém a nossa história viva.
E, por último, o mais especial dos achados do acervo De Inverno: o show no qual foi gravação Take Um, disco ao vivo d'OAEOZ, no auditório Antonio Carlos Kraide em maio de 2001. O disco foi lançado em 2002. Eita aninho foda, esse 2001! Estava muuuito frio no Kraide, lembro bem: Foram duas lindas Noites De Inverno. Esta é uma cópia em VHS nos concedida por Marcelo Borges, que tem os originais captados em um formato para o qual não temos mais câmera para ver. Ela está indo daqui a pouco para as mãos de um especialista que vai limpar esse mofo que tá começando a deixa-la branquinha, e digitaliza-la. De pedacinho em pedacinho a gente mantém a nossa história viva.
11/23/2012
imof no Último Volume - Full Download
Pra quem perdeu o programa, ta aí o arquivo completo do ÚltimoUltimo Volume Lumenfm com o imof ao vivo!
É só colar no Mofonovo e baixar.
11/14/2012
imof ao vivo no Último Volume
E neste domingo tem imof ao vivo no programa Último Ultimo Volume Lumenfm, apresentando três músicas inéditas mais uma faixa de nosso primeiro single.
A gravação foi feita no estúdio Sulco de Ideias, do nosso amigo Bhorel Henrique, e a mixagem/masterização foi feita pelo nosso baixista Fernando Lobo. A entrevista feita pelo Neri Rosa foi bem legal, e incluiu histórias sobre os trabalhos anteriores de cada um dos integrantes da banda, e sobre o selo De Inverno, com a Adriane Perin.
Vale a pena conferir, domingo, 18/11, as 23 horas
Pra quem é de Curitiba e região, é só sintonizar o 99,5 FM
Pra quem for de fora, dá pra ouvir pela internet. É só acessar o site da Lumen.
A gravação foi feita no estúdio Sulco de Ideias, do nosso amigo Bhorel Henrique, e a mixagem/masterização foi feita pelo nosso baixista Fernando Lobo. A entrevista feita pelo Neri Rosa foi bem legal, e incluiu histórias sobre os trabalhos anteriores de cada um dos integrantes da banda, e sobre o selo De Inverno, com a Adriane Perin.
Vale a pena conferir, domingo, 18/11, as 23 horas
Pra quem é de Curitiba e região, é só sintonizar o 99,5 FM
Pra quem for de fora, dá pra ouvir pela internet. É só acessar o site da Lumen.
11/03/2012
Grosso Calibre – Discos Raros
Algumas cenas marcam a gente. Eu lembro exatamente do instante em que vi o disco do Rodrigo Garcia em cima da mesa de redação na Gazeta do Povo. Voltara de alguma entrevista e aquele disco largado na mesa me chamou no instante em que larguei a bolsa e me preparava para empunhar o computador. Com uma capa horrível, escrita apenas: Grosso Calibre. Milênio.
Nome da banda, do artista, do disco???? Virei e reconheci a foto do carinha figura que circulava pelo James, amigo de alguns amigos. Não tinha ideia do nome dele. Peguei o cd sem dono e coloquei pra ouvir, curiosa. Não sabia que o carinha tocava, tinha banda, nada disso.
E como é bom se surpreender assim! Curti o disco logo de cara, ficou claro que era boa coisa mesmo na correria da redação, na primeira ouvida. Gostei do jeitão meio cru, a voz pra dentro e meio abafada. Essência, pra mim, as letras conseguiram minha atenção e o jeito de cantar também. No interno do encarte, uma confissão de inadequação.O encarte usa um desses modelos prontos de computador e foi uma unanimidade nas conversas, a sua ruindade. Já as canções, os poucos entendidos que ouviram concordaram comigo: pequenas preciosidades se escondem neste, que eu considero um dos melhores discos já feitos em Curitiba. E um dos melhores produzidos na chamada música alternativa brasileira. E na trilha sonora da minha vida ele tem lugar cativo. É um daqueles discos “para onde” preciso voltar de tempos em tempos.
Começa com “Maria Madalena”, foi aí que esse jeitão largado, esse “jeitão miserável” de cantar, todo largado, me pegou. Coisas assim:
(...) “ como eu ia dizendo ontem minha filha era virgem e queria um rapaz pra se casar” (...) “... sabe como é, é que esse mundo é tão grande... e o seu valor é imenso... se para, eu desço aqui, na hora..” Uma certa sabedoria latente: “não é possível vencer a maré, pois ela está agitada. (...) eu aprendi a nadar com a maré, me carregava na costas .. Irei viver esta hora, pequena fração despercebida, não vou esquecer de me entregar.. e o resto eu deixo pra depois... e o resto eu deixo com você... os que deixei... ” (A Maré)
Sequencia matadora: “Costumo ser pedra que cai, o ar se foi, sol que se vai... sou filho da vida... e você? Com quem andas, o que pensa, onde vai? Não me diga que sabe como escapar do dia de cada dia... vai moldando e toma conta de tudo... os seus lábios tocam minha testa... e quando isso acontece eu me sinto bem num lugar sem saída.. me diga com quem vc aprendeu a melhor parte da vida... eu não sou mais um mortal proletário - sem saída... estamos aí pro que der e vier, cada um cada um, esteja onde estiver de braços cruzados ou com a mão no peito sem preconceito não vou me curvar pr’essa vida...”(Devoto de São Judas).
Outra sequencia matadora “Se já não querem nada, não querem nem destino, me dizem que são jovens, que vão envelhecer, pois concordo com eles, que meio entorpecidos vão buscando o amanhã (...)acreditar que a vida não está comprimida num planetinha pequeno azul, em um só, não. alguns talvez, ou até mais. (...) Eles estão aí como um milhão de ordens e a ordem está escrita na mente de cada um... a seita não profana apenas acalma um pouco a dor... é ,meu, há monstros aí. Afogue eles! (...)Onde estão aqueles lugares que embalaram seus sonhos que fizeram amadurecer, então vamos querida, deixe pra trás a vida, que é pra poder viver assim” (Calango Armado)
Uma vida real pulsando: “eu só quero entender o que a vida me mostra, onde vou aprender/ eu só quero saber o motivo de tudo (...)mas me faça viver em horas transparentes (...) E o mundo está assim porque ninguém mais quer acreditar na força de uma vida, eu quero entender, eu quero saber/eu quero lutar/ não quero morrer/ não quero sair/ não quero sentir... eu quero viver, eu quero amar, que quero aprender (...) é o sopro da vida. Quem não sabe como escapar... venha me buscar... pra onde todos possam suar a camisa para ganhar o pão.. aqui não há mais vida, eu quero sonhar, eu quero lutar, quero aprender, quero me virar, quero ter um futuro na vida... Não é fácil entender porque uns nascem pra viver, não é fácil entender porque uns nascem pra sofrer. Eu quero sonhar, que quero um lugar, quero aprender...” (Um voto A favor)
Disco moderno, com clima Television aqui, bossa nova ali. Muito do que uma moçadinha antenada sonhava fazer e fez depois, tá aqui. Não achei a data do disco, mas ou é final de 99 ou dos primeiros anos 00.
Grosso Calibre ou Milênio este disco é uma preciosidade que ficou perdida, pouco ouvida e um dos mais belos momentos da produção local. Rodrigo Garcia não fez nenhum outro disco, se apresentou uma vez no James, abrindo pro OAEOZ. À convite da De Inverno ele espalhou suas folhas de caderno com as letras. Quase ninguém entendeu nada! Mas, foi um momento especial. Talvez um dia eu ache algum registro disso. NO disco, Rodrigo tocou guita, baixo, bateria e percussão, além de cantar e assinar as letras. Ou seja, fez tudo. É um disco de compositor. A despeito de que ele reclame de questões técnicas, do que poderia ter mudado e tal, do seu jeito de cantar, esse álbum é de uma entrega que me emociona sempre que ouço. Teve participação especial de Rodrigo Ribeiro (o Tio Zé), Alex Lourenço, Bhorel. Pelo que sei, Rodrigo Garcia viveu anos no EUA. Chegou a circular uma notícia de que ele estaria de volta, com a mulher e a filha. Nunca mais encontrei o figura, mas a música que ele fez e registrou nesse disco volta sempre a tocar aqui em casa. É um daqueles discos que me faz pensar sobre o que sou e de onde venho!
Nome da banda, do artista, do disco???? Virei e reconheci a foto do carinha figura que circulava pelo James, amigo de alguns amigos. Não tinha ideia do nome dele. Peguei o cd sem dono e coloquei pra ouvir, curiosa. Não sabia que o carinha tocava, tinha banda, nada disso.
E como é bom se surpreender assim! Curti o disco logo de cara, ficou claro que era boa coisa mesmo na correria da redação, na primeira ouvida. Gostei do jeitão meio cru, a voz pra dentro e meio abafada. Essência, pra mim, as letras conseguiram minha atenção e o jeito de cantar também. No interno do encarte, uma confissão de inadequação.O encarte usa um desses modelos prontos de computador e foi uma unanimidade nas conversas, a sua ruindade. Já as canções, os poucos entendidos que ouviram concordaram comigo: pequenas preciosidades se escondem neste, que eu considero um dos melhores discos já feitos em Curitiba. E um dos melhores produzidos na chamada música alternativa brasileira. E na trilha sonora da minha vida ele tem lugar cativo. É um daqueles discos “para onde” preciso voltar de tempos em tempos.
Começa com “Maria Madalena”, foi aí que esse jeitão largado, esse “jeitão miserável” de cantar, todo largado, me pegou. Coisas assim:
(...) “ como eu ia dizendo ontem minha filha era virgem e queria um rapaz pra se casar” (...) “... sabe como é, é que esse mundo é tão grande... e o seu valor é imenso... se para, eu desço aqui, na hora..” Uma certa sabedoria latente: “não é possível vencer a maré, pois ela está agitada. (...) eu aprendi a nadar com a maré, me carregava na costas .. Irei viver esta hora, pequena fração despercebida, não vou esquecer de me entregar.. e o resto eu deixo pra depois... e o resto eu deixo com você... os que deixei... ” (A Maré)
Sequencia matadora: “Costumo ser pedra que cai, o ar se foi, sol que se vai... sou filho da vida... e você? Com quem andas, o que pensa, onde vai? Não me diga que sabe como escapar do dia de cada dia... vai moldando e toma conta de tudo... os seus lábios tocam minha testa... e quando isso acontece eu me sinto bem num lugar sem saída.. me diga com quem vc aprendeu a melhor parte da vida... eu não sou mais um mortal proletário - sem saída... estamos aí pro que der e vier, cada um cada um, esteja onde estiver de braços cruzados ou com a mão no peito sem preconceito não vou me curvar pr’essa vida...”(Devoto de São Judas).
Outra sequencia matadora “Se já não querem nada, não querem nem destino, me dizem que são jovens, que vão envelhecer, pois concordo com eles, que meio entorpecidos vão buscando o amanhã (...)acreditar que a vida não está comprimida num planetinha pequeno azul, em um só, não. alguns talvez, ou até mais. (...) Eles estão aí como um milhão de ordens e a ordem está escrita na mente de cada um... a seita não profana apenas acalma um pouco a dor... é ,meu, há monstros aí. Afogue eles! (...)Onde estão aqueles lugares que embalaram seus sonhos que fizeram amadurecer, então vamos querida, deixe pra trás a vida, que é pra poder viver assim” (Calango Armado)
Uma vida real pulsando: “eu só quero entender o que a vida me mostra, onde vou aprender/ eu só quero saber o motivo de tudo (...)mas me faça viver em horas transparentes (...) E o mundo está assim porque ninguém mais quer acreditar na força de uma vida, eu quero entender, eu quero saber/eu quero lutar/ não quero morrer/ não quero sair/ não quero sentir... eu quero viver, eu quero amar, que quero aprender (...) é o sopro da vida. Quem não sabe como escapar... venha me buscar... pra onde todos possam suar a camisa para ganhar o pão.. aqui não há mais vida, eu quero sonhar, eu quero lutar, quero aprender, quero me virar, quero ter um futuro na vida... Não é fácil entender porque uns nascem pra viver, não é fácil entender porque uns nascem pra sofrer. Eu quero sonhar, que quero um lugar, quero aprender...” (Um voto A favor)
Disco moderno, com clima Television aqui, bossa nova ali. Muito do que uma moçadinha antenada sonhava fazer e fez depois, tá aqui. Não achei a data do disco, mas ou é final de 99 ou dos primeiros anos 00.
Grosso Calibre ou Milênio este disco é uma preciosidade que ficou perdida, pouco ouvida e um dos mais belos momentos da produção local. Rodrigo Garcia não fez nenhum outro disco, se apresentou uma vez no James, abrindo pro OAEOZ. À convite da De Inverno ele espalhou suas folhas de caderno com as letras. Quase ninguém entendeu nada! Mas, foi um momento especial. Talvez um dia eu ache algum registro disso. NO disco, Rodrigo tocou guita, baixo, bateria e percussão, além de cantar e assinar as letras. Ou seja, fez tudo. É um disco de compositor. A despeito de que ele reclame de questões técnicas, do que poderia ter mudado e tal, do seu jeito de cantar, esse álbum é de uma entrega que me emociona sempre que ouço. Teve participação especial de Rodrigo Ribeiro (o Tio Zé), Alex Lourenço, Bhorel. Pelo que sei, Rodrigo Garcia viveu anos no EUA. Chegou a circular uma notícia de que ele estaria de volta, com a mulher e a filha. Nunca mais encontrei o figura, mas a música que ele fez e registrou nesse disco volta sempre a tocar aqui em casa. É um daqueles discos que me faz pensar sobre o que sou e de onde venho!
11/02/2012
9/30/2012
temporada de amoras: torta com chocolate
costumo dar um toque ou outro nas receitas que experimento. como estamos na temporada de amoras e tem uma árvore linda na frente de casa, carregada, fui atrás de receitas com frutas vermelhas. a primeira foi uma torta com chocolate com amora. Por minha conta e risco tirei o açucar e coloquei mais chocolate amargo que ao leite. e também deixei sem a cobertura com geleia de frutas vermelhas - e ainda assim, num primeiro momento achei muito doce. mas, comi todo o pedaço! penso em experimentar com açucar mascavo e só chocolate (talvez meio)amargo pra ver como fica.
não me dei conta no início, mas a receita dizia sobre uma forma de 20cm que não tinha e fiz uma maior. Pensei que a base não daria. Quando pronta temi que ficasse seca demais, me pareceu que ela tinha que ficar mais macia, sei lá. Nada! olha ela aí, ficou crocante e gostosa, depois do forno:
Aqui, o preparo da outra base, ou recheio, de chocolate. a parte morna gelada da receita. chocolates derretendo...
e aqui a delícia pronta:
E foi assim que comemos uma torta de amoras com chocolate deliciosa por três deliciosos dias. Meu próximo passo: cuque de amora!
ops, quase esqueci:essa é a receita que foi o ponto de partida:
Torta de Amoras
Ingredientes para a base
200g de biscoitos de chocolate amanteigados triturados
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal derretida
1/2 colher (sopa) de água gelada
Ingredientes para o recheio
200g de chocolate meio-amargo (eu usei um com 52% de cacau)
200g de chocolate ao leite
1 lata de creme de leite sem soro
2 colheres (sopa) de açúcar refinado
1 1/2 colher (sopa) de licor cherry brand
30g de manteiga sem sal em temperatura ambiente
1/2 caixa de morangos lavados
Decoração
2 colheres (sobremesa) de geléia de frutas vermelhas amolecida (coloquei no microondas por 40 segundos)
Morangos frescos
Mirtilos frescos(Blueberry)
Framboesas frescas
Amoras frescas
Modo de preparo
1. Pré aqueça o forno a 180 graus. Misture a água e a manteiga derretida junto com os biscoitos triturados e forre o fundo e as laterais de uma forma de fundo removível. Leve ao forno pré-aquecido por aproximadamente 10 minutos. Retire e deixe esfriar. Reserve.
2. Prepare o recheio. Derreta todos os ingredientes do recheio (com exceção da manteiga e dos morangos) em banho maria, mexendo de vez em quando (você também pode usar o microondas, mas eu prefiro o banho maria pois vejo todas as etapas da receita). Depois que derreter, deixe a mistura esfriar. Na batedeira, bata a manteiga até ficar fofa e de cor clara. Adicione aos poucos o chocolate, que deve estar frio, e bata por aproximadamente 5 minutos em velocidade média.
3. Montagem. Disponha metade do creme trufado sob a base de biscoitos, acrescente os morangos inteiros sobre o creme, complete a torta com o restante do creme e leve para gelar por aproximadamente 2 horas. Após gelar, passe a geléia sobre o creme e decore com as frutas frescas.
perdi o link do blog onde achei. sorry!
9/25/2012
Entre Tom Jobim e Stones: Stilnovisti
“It's Nothing New foi composta em Londres. Eu havia conhecido um guitarrista na vizinhança e de vez em quando nos encontrávamos para fazer um som. A gente aprende muito com outros músicos: ele me mostrou detalhes da afinação "Open G" usada pelo Stones e eu apresentei a música de Tom Jobim para ele. Na semana seguinte nos encontramos e toquei It's Nothing New e ele tocou sua primeira incursão na Bossa Nova. Gravamos juntos estas canções e outras, algumas estão lá no myspace Martinuci.
Essa nova leitura é um pouco mais puxada para o Blues Rock. Foi assim que o Gaúcho (Luís Bourscheidt) sentiu a canção. Schubert colocou uma pitada funky, Abu mergulhou-a ainda mais no Blues, com reverberações de Mick Taylor, Eric Clapton e Stevie Ray Vaugham. Jorge Falcon decidiu brincar de Nicky Hopkins e eu de Keith Richards!
Uma curiosidade é que a afinação, que na literatura do blues e do rock recebe o nome de Open G, no Brasil é usada na viola caipira e tem o nome de "Rio Abaixo". Isso explica o fato da introdução da canção estar bem mais perto de Umuarama do que de Londres !”, Aguinaldo Martinuci, sobre “It’s Nothing New” , cuja versão ao vivo gravada no Paço da Liberdade pela banda Stilnovisti ganhou clipe. É a segunda deste show a ganhar clipe. A primeira foi Inverno, faixa que dá nome ao EP relançado em julho pela De Inverno Records.
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Conheci o Stilnovisti quando procurávamos, ano passado, um último nome para o Palco De Inverno, celebração dos dez anos da produtora, dentro da Virada da Corrente Cultural de Curitiba. Conhecera Martinuci pelo blog Sobretudo e quando chegou a hora, o bom trabalho dele foi lembrado pelo Ivan na lista prévia. Coisas da vida, o Stilnovisti acabou não entrando, mas conversa vai conversa vem, houve uma aproximação e Martinuci virou professor de piano do Ivan. E eu aqui, só ouvindo as impressões e notando que havia nesse cara um interesse muito bacana, uma vontade de “fazer” e de encontrar gente disposta para ter ao lado. Simples, divertido, chegado em fazer parte “da diretoria”. Resumindo, nas voltas que a vida dá, ele veio fazer um som aqui em casa e foram dados os primeiros passos que se transformariam no imof, que agora já passou está mais forte do que nunca.
Junto vieram mais notícias sobre a Stilnovisti e quando eu percebi nas conversas pela casa, a De Inverno estava voltando da hibernação com tudo encaminhado para (re) lançar Inverno, EP de estreia da banda, que além das cinco faixas gravadas em estúdio do trabalho original, trouxe bônus com três músicas inéditas registradas ao vivo. Formado por um grupo de amigos que se conheceu durante o curso de Música da UFPR – Martinuci (voz, piano, violão, compositor e idealizador do projeto); Luís Bourscheidt (bateria, voz), Fernando Schubert (baixo acústico e elétrico) e Fábio Abu-Jamra (guitarra, violão, voz) - o Stilnovisti lançou o primeiro EP em outubro de 2010, com o apoio da lei de incentivo da Fundação Cultural de Curitiba.
Agora estou assim, entre imof e Stilnovisti, ensaios regados a café da tarde, queijo caipira e outras guloseimas, shows e vídeos novos. E o mais recente é este aqui, "It’s Nothing new”, que foi gravado nos show de lançamento no Paço da Liberdade e faz parte também do repertório da imof. É evidente que o Martinuci é um baita artista, além de um figura muito bacana que se integrou perfeitamente ao "nosso modus operandi!". Ele é contagiante, tem alto astral e divide não apenas seu conhecimento musical com humildado e companheirismo. Acho que isso tudo se reflete no som que ele apimenta, provoca e faz surgir outra coisa. Tenho sempre a sensação de que por ele, os ensaios não terminariam nunca! Até quando o povo faz aquela paradinha básica no quintal das amoras, ele fica lá às voltas com seus pedais de guita, tocando alguma música nova, enfim... é um inquieto tranquilo. Gostei primeiro da música que ele faz. Mas, ao observar o jeito como ele faz música percebi, ali, o modo de criar típico daqueles que sabem um tanto, mas também têm consciência e disposição para entender é sempre bom continuar aprendendo. Me parece que é dessa camaradagem, também, que nasce a música do Stinovisti - que, cá entre nós, só tem feras na formação, hein! Quem sabe, sabe! E a gente tá aqui pra aproveitar.
Então, agora já são dois clipes do Stilnovisti. Tem este também:
Stilnovisti já está entre as bandas que mais gosto. Volta e meia, o disco roda novamente por aqui. Afinal, pra música boa a gente volta sempre!
9/23/2012
temporada de amoras
antes mesmo da primavera chegar o pé de amora tava carregadinho. Ela já tava dando água na boca desde a floração. A árvore ficou simplesmente linda cheia de flores. É uma planta generosa, que se espalha pra fora do muro se oferecendo pra quem passa. Eu lembro delas de criança. A partir de agora, todo dia tem uma leva vermelhinha pedindo pra ser colhida, pois qualquer vento as derruba formando um tapete macio.
A colheita de hoje é o primeiro passo para uma torta. Vamos ver se eu acerto. A receita promete. E outras virão!
9/19/2012
Venha, Baby!
eu sonhei que tava chovendo
e a roupa da Baby lá fora molhando
quando acordei e lembrei
o gaio da roseira me arranhou e o vento sorriu pra nós
Hoje, sim, é um dia pra mim.
Venha, Baby, vamos lá fora no quintal
ver as folhas dançando pra nós
rolar de costas na grama
e ver as gatas correndo
tá trovejando e o sonho tá chegando
Venha, Baby!
Vamos lá fora no quintal
comer amora no pé.
é que esse cheiro de terra molhada
me lembra tudo de melhor que a vida me deu.
9/12/2012
mulheres loucas
Tem gente que inspira a gente, não é não? Eu tenho várias pessoas que me inspiram. E o mais legal é que algumas nem conheço, só vejo na rua, por aí. Basta olhar e por alguma razão, que às vezes nem me dou conta direito e passa rápido, sinto algo pulsar mais forte – chamo isso, quando estou bem, de vida batendo na porta. Quando não tô bem, tudo passa entre os dedos sem nenhum prazer. Pode ser aqueles senhores na praça Tiradentes, falando, falando, com suas expressões de gente do interior; sentadas em seus bancos de praça elas olham as pombas e deixam a vida passar tão serenamente. Sei lá, se só estão esperando que o momento ruim se adiante ou se estão mesmo satisfeitas. Só importa vê-las ali, na praça da cidade como se vivessem em outrora, cheias de lembranças próprias e não raras vezes ouvindo uma cantiga de igreja ou uma música caipira que também em mim provoca algo.
Ou a pessoa que está pensativa no ônibus que sai do terminal as 15h45. Todos os tipos, todas as expressões, tantas e tantos, soltos nos dias nem sei se procurando algo – ás vezes acho que só eu me engano nessa busca insana por alguma coisa que provavelmente nem existe ou está bem embaixo do meu nariz.
Ou, outra dessas, que passa na rua e vejo pela janela no ônibus. Gosto de olhar as pessoas pelo vidro da janela do ônibus, estranhos desconhecidos que contam histórias sem saber, confessando suas birras, odiando e amando, errando mais do que acertando, porque às vezes essa é a sina.
Mas, também, tem os conhecidos que me inspiram. Como hoje, fazendo um clipping, abri o blog de uma amiga e, pronto, aqui estou eu escrevendo sem sentido, enquanto devia estar no trabalho por fazer. È que tem gente que inspira a gente, não é não?
E como eu ia dizendo, eu tenho muitas pessoas assim por perto. Algumas mais, outras menos. Perto. Algumas voltam na lembrança quando eu menos espero – e quando eu quero, sempre. Tem aquela, muito especial, que me aparece como um pássaro na árvore na frente de casa. Vejam só, demorei para perceber que tem um pássaro que canta quando essa pessoa quer falar comigo. Ou quando eu preciso falar com ela. Só me dei conta disso ontem, no meio da tarde, sozinha em casa, quando o mundo parece até que parou só pra eu ouvir aquele canto que me lembrou você, pessoa especial!
E, hoje, abri o blog e passando rapidamente os olhos lembrei de várias dessas pessoas que me inspiram, em especial esses estranhos que passam sem parar por minha vida. Foram alguns encontros fortuitos que deixaram marca na minha memória. Como o senhor que me viu um dia bebendo sozinha, faz tempo isso, na feirinha de inverno da praça Osório e puxou uma conversa tão simpática, para lá pelas tantas confessar que chegou perto de mim porque meu sorriso que escapou o lembrou de sua amada. Desde que a perdeu, disse, vinha do bacacheri parando de boteco em boteco para beber uminha e pensar na vida. Os filhos não gostavam disso. Mais ou menos assim ele me contou. Mas que ele podia, porque já tinha vivido seu grande amor. Já eu, uma menina tão nova, não devia estar ali bebendo sozinha, com aquele sorrisinho triste no rosto! Me diga, o que vc faz quando ouve algo desse jeito e a cidade para pra vc e aquele estranho?
E lembrei também daquela mão que senti no ombro no dia que fiz uma imensa burrada indo pra aula, no tempo do barddal, ainda. fiquei bem no meio da pista, por descuido, entre dois expressos que passaravam. No exato instante em que me dei conta da merda, senti uma mão pequena no meu ombro e uma voz: “ A gente faz tanta besteira quando está com pressa, né menina?” Respondi um ahã apressadamente e quando cheguei ao outro lado da calçada e procurei aquela senhorinha pequena, bem velhinha,para conversar melhor e quem sabe sorrir para ela, nunca mais a vi! Mas, jamais esqueci aquele instante. Por alguma razão aquele dia nunca mais saiu de mim.
Esses encontros me inspiram! Essas pessoas me inspiram! Outro dia, foram duas mulheres loucas que apareceram, no mesmo dia, dizendo coisas que nem eram para mim... essas mulheres loucas me intrigam mais do que os homens loucos... ainda descubro porque!
9/03/2012
Imof na Bicicletaria Cultural
O próximo, segundo, show da banda imof será na simpática bicicletaria cultural, num sábado a tarde. Bom, né, curtir um som cedo, voltar pra casa numa boa. Tenho certeza de que será demais. Nos vemos logo, então!
8/27/2012
A Garagem Lírica de Marcelo Montenegro
Bate-papo e recital integram as atividades do poeta em Curitiba. Além da nova obra, o artista relança Orfanato Portátil, cultuado livro que iniciou sua trajetória
O poeta paulista Marcelo Montenegro lança na quarta-feira, 29 de agosto seu novo livro Garagem Lírica, pela editora Annablume. Serão dois eventos em sequência. Um bate-papo (com mediação de Ricardo Corona) no Museu Guido Viaro (rua XV de Novembro, 1348) às 17 horas, com a presença de diversos professores, escritores e do público em geral. A seguir, a partir das 20 horas, noite de autógrafos com recital do poeta, acompanhado dos músicos Carlos Alberto Lins, Marcelo Chytchi e Walmor Goes, no Café Parangolé (rua Benjamin Constant, 400). A entrada é franca em ambos os eventos.
Marcelo Montenegro é considerado um dos principais nomes da nova poesia brasileira. Em junho o novo livro foi lançado em São Paulo, e também uma reedição de Orfanato Portátil – “leitura obrigatória para todos que queiram ver por onde a poesia nova transita”, de acordo com o poeta Armando Freitas Filho. Lançado originalmente em 2003, pela Atrito Art (PR), Orfanato… encontrava-se esgotado ganhando auras de pequeno clássico cult. Ambos os livros tiveram capas do quadrinista e artista gráfico André Kitagawa e saíram pela Annablume, inaugurando um novo selo da editora, o Annablume Literária.
Serviço:
Lançamento de Garagem Lírica, de Marcelo Montenegro
Bate Papo
(mediação de Ricardo Corona)
17 horas
Local: Museu Guido Viaro (rua Xv de Novembro, 1348, em frente à Reitoria)
Entrada Franca
...
Recital e noite de autógrafos
(com os músicos Carlos Alberto Lins, Marcelo Chytchi e Jahir Eleutério)
20 horas
Local: Café Parangolé (rua Benjamin Constant, 400, quase esquina com Dr. Faivre)
Entrada franca
8/20/2012
ontem não acabou
Dormir, hoje? Só amanhã!
E olha que o amanhã já chegou aqui - e nem assim!
A conversa de caboclos varou a noite/
e a achou desalinhada/
sentada à beira da cama/
olhos largados.
Eu nem percebi e o dia amanheceu!
Quando dei por mim a luz já clareara a janela/
e o dia tava acordado/
os pássaros, é verdade, há muito já tinham cantado lá fora/
anunciando o que chegava,
deixando claro que o dia tá só começando/
e ontem nem foi embora ainda!
8/10/2012
imof
Um dia de junho, acho, cheguei em casa e os rapazes estavam ensaiando
o repertório novo, que começava a nascer. Pararam, trocaram olhares que eu não
entendi – só ouvi: então, a gente para? Não, vamos tocar a música nova de uma
vez.
Logo reconheci o trecho de uma declaração de amor e saudade
eterna feita para um dos mais preciosos amigos e parceiros que tive, o
Dogui. Mais uma surpresa do Ivan, que
pela segunda vez catou rabiscos meus no blog para transformar em uma bela
canção. Nas primeiras vezes foi muito
difícil ouvir e eu disfarçava os olhos cheios, lavando a louça, com o rosto
virado para o outro lado, enquanto as imagens, tantas, voltavam aos borbotões,
trazendo de volta todo aquele amor e também essa saudade imensa que não acaba
nunca. Especialmente difícil era ouvir “essa imagem que volta toda vez que eu abro a
janela/ e vejo que vc não está mais ali/ que vc não vai mais estar/ esperando
eu chegar.”. Eu olhava pra fora, olhava
pro lado, e pro lado que eu olhasse...ele não estava mais lá esperando eu
passar para ir atrás...
Foram vários ensaios assim, até que aquela dorzinha
reavivada diminuísse (um pouco) e eu pudesse só rir, sem chorar, ao ouvir a
canção. No meio dessas sensações haviam outras.
Há tempos acompanho esse processo de
nascimento das canções. Mais do que
isso, acompanho os momentos de solidão, também, de um fazedor de canções. Os
momentos de frustração, de querer fazer e não rolar – e isso sem
falar das vezes que chegava, e sem ser percebida podia ouvir uma batida de
violão procurando o caminho certo para a música nova que lhe batia à porta. Mas, todo fim é também um recomeço e nada
melhor que bons parceiros para que o sopro traga de volta aquela
sensação de liberdade batendo no rosto.
E mais rápido ainda do que vieram novos parceiros para o
recomeço, vieram os outros novos parceiros para o novo recomeço. Aguinaldo Martinuci e Fernando Lobo passaram
pro lado de Ivan e Osmário Junior e reticênciaz se transformou em imof . O Osmario
Junior é um caso à parte. Há tempos o Ivan não tinha ao lado, em
banda, alguém tão ponta firme quanto
ele. Eu tenho certeza de que a presença
dele, intimando o povo para os ensaios, dividindo com o Ivan a responsa de
tocar uma banda adiante, foi imprescindível para que tudo caminhasse como
caminhou. E o que podia ser um fim virou
um começo tão forte, me parece, quanto foi OAEOZ. Nos meses que se seguiram, vi nascer as parcerias
que tanto bem fazem.
E mais, sábado a sábado, enquanto ouvia o Martinuci regendo
a criação, apontando caminhos, indicando possibilidades, provocando, instigando
todos, eu percebia nascendo um repertório muito forte de canções.
( No meio
disso, ainda havia as aulas de piano do Martinuci pro Ivan, cujo efeito
aparecia nos meus dias também ao longo da semana, cada vez que o meu amor
explicava um exercício ou compartilhava comigo uma nova descoberta. Tal qual um
menino em cujos olhos brilha a alegria de sentir-se bem).
E daí chegou o Fernando Lobo,
primo do Igor (parceiro dos primeiros), o cara que além de tocar muito baixo e esbanjando classe, ainda tem as manhas para captação e tal. Não podia ser mais
perfeito e a coisa toda foi a passos largos.
Aquele clima bom da música pela casa voltou a iluminar
nossos dias.
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O nome imof só surgiu bem no final disso tudo – e eu nem
queria a mudança de nome, pra ser sincera. Preguiça, confesso. Mas, quando me dei conta, até o nome, a
forma como ele nasceu, o que ele significa, é perfeito pra esta nova fase
. Parceria de verdade, criar junto,
acertar junto, marcar, desmarcar, fazer e refazer , dividindo as
responsabilidades e, mais do que tudo, sentir-se bem e querer estar um com o outro. Afinal, todo mundo tem muito o que fazer e é preciso muita disposição e persistência para no final de semana de folga, largar mulher, filhos, amigos para ir ensaiar. E é muito claro
que o clima entre eles é muito bom! E o astral deles se espalha pela redondeza. os imof gostam de estar juntos tocando todo sábado!
Eu sabia, portanto, que seria um grande show, a estreia, na
sexta passada, 03.08.2012, na 3ª Noite De Inverno. Mas, foi muito mais do que
pensei. O Ivan tava tão quieto
antes, eu via no semblante dele não nervosismo,
mas uma tensão. Quando cheguei no
bar, Martinuci também tava tão sério... Começaram e fiquei impressionada. Desta vez, algo foi diferente. Calmos, não é a palavra para defini-los. Acho
que “ à vontade”, é melhor. E foi mais
uma noitada, de estreia, muito bacana.
O Folhetim Urbano mandando cada vez melhor e o Leonardo
Vinhas finalmente voltando para Curitiba.
Ficou legal a leitura, com a participação pra lá de especial de um amigo
das antigas, Gelson Bini, que pra nossa alegria, volta a fazer parte do nosso
circuito de convivência. Quiçá, um novo parceiro para projetos culturais futuros...
Valeu, valeu e valeu.
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7/31/2012
imof - Um silêncio novo na casa
01 - Um silêncio novo na casa - (Ivan Santos/Adriane Perin)
02 - Histórias de um tempo fechado - (Ivan Santos/Martinuci)
03 - Imperfeição - (Ivan Santos/Jansen Nunes/Martinuci)
imof é
Ivan Santos - violão, voz e guitarra
Martinuci - piano e guitarra
Osmário Jr - bateria
Fernando Lobo - baixo
Participação:
Igor Ribeiro - sax em “Imperfeição”
Gravação e mixagem - Luigi Castel e Fernando Lobo
Instrumental gravado em 9 e 10 de junho de 2012,
na “casa do jardim das amoras”, Abranches - Curitiba.
Voz gravada em 29 de junho de 2012, no estúdio Audio Stamp.
Produção: Ivan Santos e Martinuci
01 - Um silêncio novo na casa - (Ivan Santos/Adriane Perin)
02 - Histórias de um tempo fechado - (Ivan Santos/Martinuci)
03 - Imperfeição - (Ivan Santos/Jansen Nunes/Martinuci)
imof é
Ivan Santos - violão, voz e guitarra
Martinuci - piano e guitarra
Osmário Jr - bateria
Fernando Lobo - baixo
Participação:
Igor Ribeiro - sax em “Imperfeição”
Gravação e mixagem - Luigi Castel e Fernando Lobo
Instrumental gravado em 9 e 10 de junho de 2012,
na “casa do jardim das amoras”, Abranches - Curitiba.
Voz gravada em 29 de junho de 2012, no estúdio Audio Stamp.
Produção: Ivan Santos e Martinuci
7/27/2012
Noite De Inverno com música e literatura
Terceira edição da festa do
selo homônimo acontece no próximo dia 3,
no Wonka, com lançamento do
primeiro livro de contos de Leonardo Vinhas, single e estreia ao vivo da banda
imof e show do Folhetim Urbano
A 3.ª Noite De Inverno
promovida pelo selo De Inverno, de Curitiba, traz música e literatura ao palco
do Wonka Bar no próximo dia 03. A festa marca o lançamento do primeiro livro de
contos do jornalista Leonardo Vinhas, “O estuprador deprimido e
outras pessoas comuns”; estreia ao vivo e lançamento do single “Um silêncio
novo na casa”, da banda imof. E show do Folhetim Urbano.
Lançamento da Editora
Multifoco, do Rio de Janeiro, no sistema "print on demand", o livro
reúne 16 contos escritos por Vinhas entre 2000 e 2011, que se unem por uma
temática onde predominam sexo, religiosidade e culpa. “A ideia por trás dos
contos é: quem são essas pessoas que estão aqui do lado? Minha percepção é que
toda pessoa tem um ‘quarto escuro’ na cabeça, um cantinho (ou cantão) onde
armazena as coisas que não quer que ninguém saiba”, diz o autor. “As histórias são como instantâneos desse quartinho, capturando momentos que revelam uma intimidade
incômoda de cada personagem”, completa. É um trabalho que escapa, ainda que de
forma involuntária, dos excessos confessionais em primeira pessoa que marcam os
títulos de autores brasileiros mais recentes.
Em breve, o jornalista vai
lançar um blog para divulgar o trabalho. Por ora, interessados em ter o livro
podem pedir diretamente a ele pelo email
oestupradordeprimido@gmail.com. Ou pelo site da Editora
Multifoco, a partir de 02 de agosto http://editoramultifoco.com.br.
A imof é formada por Ivan Santos (voz, violão e guitarra),
Aguinaldo Martinuci (piano e guitarra), Fernando Lobo (baixo) e Osmario Jr
(bateria), todos com longa história na cena musical local. Ivan foi vocalista e
compositor da banda OAEOZ, e é o criador, junto com a jornalista Adriane Perin,
do selo De Inverno e do festival Rock de Inverno. Osmário integrou as bandas
CMU Down e Sofia; Fernando Lobo tocou com ESS, Tod´s e Goticos 4 Fun, além de
atuar também como produtor, e Martinuci encabeça o projeto Stilnovisti.
O primeiro single do grupo,
quase todo gravado em casa – só as vozes foram captadas no estúdio Audio Stamp –,
é um lançamento do selo De Inverno. Gravação e mixagem são assinadas por Luigi
Castel, com assistência de Fernando Lobo. A versão virtual do trabalho será
disponibilizada para download no blog deinverno.blogspot.com
O Folhetim Urbano, formado
por Carlos Zubek (voz e guitarra), Renato Zubek (baixo) e Marcelo Chytchy (bateria)
volta aos palcos depois de alguns meses de descanso. A banda apresenta o show
de seu segundo disco, “D’Aurora Tormenta”.
Serviço:
3.ª Noite De Inverno. Dia 03.08.2012, às 23h. Wonka
Bar (R.Trajano Reis, 326). R$10. Informações: (41) 30266272
Contatos:
Imof - deinverno2@gmail.com
Folhetim Urbano - (41)9958-4000
Imprensa: 9902-1814 – de inverno1@yahoo.com.br
7/25/2012
7/12/2012
Stilnovisti relança primeiro EP com faixas bônus ao vivo pelo selo De Inverno
Trabalho agora inclui três
músicas gravadas durante
concerto com a participação do
Coral da UFPR; grupo se apresenta
no próximo dia 18, no Paço da
Liberdade do Sesc
O grupo
Stilnovisti, de Curitiba, está relançando seu EP de estreia, em parceria com o
selo De Inverno Records. Além das cinco faixas gravadas em estúdio do trabalho
original, o disco agora inclui como bônus, três músicas inéditas registradas
durante concerto ao vivo em 15 de dezembro de 2009, no Teatro da Reitoria, com
o Coral da Universidade Federal do Paraná. E para marcar o relançamento, o
Stilnovisti se apresenta no próximo dia 18, no Paço da Liberdade do Sesc de
Curitiba.
Formado por um
grupo de amigos que se conheceu durante o curso de Música da UFPR – Martinuci
(voz, piano, violão, compositor e idealizador do projeto); Luís Bourscheidt
(bateria, voz), Fernando Schubert (baixo acústico e elétrico) e Fábio Abu-Jamra
(guitarra, violão, voz) - o Stilnovisti lançou o primeiro EP em outubro de
2010, com o apoio da lei de incentivo da Fundação Cultural de Curitiba.
O disco traz
uma série de participações especiais, como os vocais de Edith de Camargo em
“Impressionista”, Cristiane Serkes em “Inverno” e Vadeco em “Gestalt”; o sax de
André Deschamps em “Não deu no New York Times”, o violoncelo de Thomas Jucksh
em “Lá Fora” e “Dias”. Jorge Falcon, que produziu a gravação de estúdio junto
com Martinuci, também toca violão em “Dias e “Gestalt”. E Fernando Nicknich,
parceito de Martinuci desde o início do projeto, toca piano e violão em
diversas faixas.
Em julho de 2009, o grupo abriu um
concerto do Coral da UFPR, que resultou no convite para uma apresentação em
parceria em dezembro do mesmo ano. A apresentação uniu o Stilnovisti a um coro
de 60 vozes, regido pelo maestro Alvaro Nadolny, com arranjos para coro
escritos por Nicknich. Renomeado “Inverno”, o novo EP traz o registro inédito de
três dessas canções, em gravação feita por Lucas Paixão. O material será disponibilizado
para download gratuito no blog do selo De Inverno (www.deinverno.blogspot.com), e na página
do grupo no Soundcloud (http://soundcloud.com/stilnovisti).
Apesar de ser
um grupo relativamente jovem, o Stilnovisti conta com músicos experientes e já
com história na cena local. Martinuci é compositor de longa data e suas canções
foram gravadas por artistas como Fernanda Porto, Beto Bertrami e Edson
Montenegro. Luis integra a Banda Mais Bonita da Cidade. Fernando e Abu tocam no
grupo Os Milagrosos Decompositores.
Contatos
Serviço (Show)
Stilnovisti
(com
participação de Jorge Falcon e Cristiane Serkes)
18
de julho (quarta-feira) – 20 horas
Sesc
Paço da Liberdade - Praça Generoso Marques, 189
Informações:
41 3234-4200
Comerciário:
10,00/Não comerciário: 20,00
deinverno2@gmail.com
Foto: Lucas Costas
6/26/2012
rabiscos de qualquer dia
Acordei querendo estar disposta hoje. Mas, a chuva, essa
chuva que começou quieta sem que a gente percebesse durante o sono escuro do
dia, tomou conta de tudo e deu seu próprio ritmo à vida deste dia. Cai pesada,
enquanto no quarto fechado eu olho as madeiras finas do forro do teto,
manchadas pelo mofo que cria formas pequenas, ora mais escuras, noutras mais
claras. Choveu tanto que divido o já pequeno espaço que sobra entre a cama e o
guarda-roupa com baldes e bacias que não protegem o velho taco dos pingos que, por sua vez, não respeitam as telhas e escapam pra dentro do
quarto, ainda com cheiro de sexo e janelas fechadas. Olho para ele que não
dorme ao meu lado – mas mantém o travesseiro cobrindo parte do rosto. É quase
meio-dia. Eu tento escrever mais uma vez!
Mas, é tanta confusão!
Você, por exemplo. Mas sobre você não quero escrever. Hoje,
não! Não, agora!
Eles. Mas, eles são tantos e tão importantes. E, também, são
tão sem importância. É por todos esses não seis dentro de mim que vivo sem
rumo. Não sou eu, no final das contas. São as lembranças. Apenas elas, sempre,
que me tumultuam. E embora tenham um sentido dentro de mim, escapam dos
argumentos todo o tempo. E quando escapam levam também as histórias.
Mas hoje decidi abrir aquela caixa branca. Empurrada,
procurei uma história para contar. Uma só – é o que preciso agora. Do começo.
Ao fim. Construindo um meio com meias verdades não vividas. E tem as mentiras,
carinhosamente saboreadas em pequenas doses falseadas diariamente.
Uma história – pode até ser uma que você já contou. Ou
tentou, ao menos. Ela abre a caixa branca e vira... eu. Nem ela, nem eu. Só uma
lembrança, quase apagada. Nem as fotos estão ali.Só as letras, dedicadas e
redondas. Letras de crianças. Que sabiam de tudo.
Vasculho todos os cantos, os poros abertos atrás das marcas.
O primeiro amor, que brotou do primeiro amigo. Dalto s. A letra dele,
irregular, mas melhor que a minha, me joga pra dentro de memórias que não sei se ele guardou. Seriam elas, para ele, lembranças que não valem nada? Será mesmo
que chegaram a existir? Nem isso, talvez. Mas, pra mim, são como as páginas de
um livro de capa dura que trazem de volta bonecas coloridas e espigas de milho. Ele usava
óculos. Será que foi aí que comecei a ligar o objeto a pessoas inteligentes?!!?
Foi uma das primeiras conclusões que lembro ter tirado.
Lembro também que muito cedo me dei conta que jamais amaria
alguém plenamente – se é que isso existe. Hoje é tudo confuso, mas ás vezes
lembro destas percepções prematuras e incompreensíveis. Mas, incrível, lembro até que
estava no alto do morro barrento que levava à
escola. Não tinha geada, então não era inverno. Tinha brigado, de novo, com minha melhor amiga, e fui acometida por
uma sensação estranha de ter uma certeza estarrecedora: a impossibilidade, tão
cristalina naquele momento, da entrega total a alguém. Era certo pra mim que
jamais amaria alguém plenamente, acima de tudo – e colocava nesse baú o amor por
todas as pessoas, não aquele outro. Parecia, não sei, que isso tinha a ver com
as partidas e despedidas que eu já pressentia nunca saem da gente.
Mas, contudo, eu achei que o amava. O primeiro amigo. E era
um amor tão puro – tanto que nem amor era! E tão distante, como sempre me
pareceriam todos os (poucos) amores que tive depois. Um amor amado em segredo,
que era sem ser. Só depois percebi que não era o
amor que eu pensei. Ele nem soube do meu amor que não era. Todos os outros
sabiam. E caçoavam da pequena enamorada. Todo dia, subíamos o morro e era exigência
dela esperar por ele em frente ao bangalô verde musgo.
Foi ele quem me conquistou. Quando me pegou pela mão e
chamou pra brincar. Do calor daquela mão pequena não lembro. Mas lembro como
hoje que o meu choro calou e todo aquele estarrecedor medo de ficar ali foi embora na mesma hora. Fui, de mãos dadas com ele,
entre outras crianças e brinquedos, e sob dois sorrisos carinhosos, da
professora e da tia.
E foi assim que há muitos e muitos anos eu dei meus segundos
primeiros passos. De mãos dadas com meu primeiro amiguinho de escola, que
pensei ser meu primeiro amor, aos seis anos de idade. Ele foi a primeira pessoa
estranha que me conquistou!
Marcelo Brum-Lemos e O SOM-DE-BRINKEDO
Lirismo
experimental
Grupo retorna ao
palco do SESC Paço da Liberdade para lançamento do álbum “TRÊS”
Depois de abrir
a temporada 2012 da Terça Brasileira, no teatro Paiol, Marcelo Brum-Lemos volta a se apresentar com a formação
completa do grupo SOM-DE-BRINKEDO, na Sala de Atos do Sesc Paço da Liberdade.
Os shows, nos dias 29 e 30 de junho, marcam o lançamento do novo trabalho do
compositor Marcelo Brum-Lemos, o disco TRÊS.
O álbum reúne um
apanhado de composições e experimentos, gravados com ou sem o grupo
SOM-DE-BRINKEDO, e será distribuído em formato artesanal com uma tiragem de
apenas 100 cópias. O trabalho tem momentos que vão do um lirismo medieval (em
“Feitos e honras”, com harpa e flautins) ao experimento solo mais
“contemporâneo” de faixas como “Que Rey Soul?”, passando pelo “pop-rock” de
“Desculpa aí” (cuja letra retrata uma malsucedida tentativa de flerte) e pelo
surrealismo de “O Fantasma do Guimarães”, por exemplo.
O
SOM-DE-BRINKEDO, banda que atualmente acompanha o compositor, reúne músicos já experimentados que se revezam
como convidados de Brum-Lemos conforme o perfil das apresentações. Nos shows da
Sala-de-Atos do SESC Paço da Liberdade, a formação incluirá, além de Marcelo Brum-Lemos (guitarra, piano,
harmônica, kazoo e voz), Aruana Moscheta
(rabeca e violino), Aluísio Coelho
(cavaco-banjo, kazoo, violão e baixo), Felipe
Ayres (guitarra, piano, acordeon 8 baixos), Leandro Leal (bateria, percussões e voz) e Carlos Ramos (flautas, charamelas, dulcimer, acordeon e voz).
A
versatilidade dos músicos se traduz na riqueza de elementos sonoros do show. Em
60 minutos, a banda parece transmutar-se em diversas formações: grupo de
seresta, combo de jazz, trovadores da Idade Média, MPB, folclore gauchesco,
banda de rock... Todas essas variantes são possíveis no “laboratório” do
SOM-DE-BRINKEDO, fazendo do espetáculo uma verdadeira viagem pelo vasto leque
de sonoridades do compositor .
Outro
destaque é o lirismo das letras de Brum-Lemos, que escapam do lugar comum, e
trazem uma forte ligação com a literatura. “Em princípio, não sou músico, nem
cantor” observa. “Trabalho a arte da canção, o meio termo entre a poesia e a
música. Sou compositor de canção popular, área em que a poesia exerce um papel
tão significativo quanto a melodia, a harmonia, o ritmo, etc”, completa.
Com uma história
consolidada na canção curitibana, Brum-Lemos, que é um dos fundadores da banda
Zaius, encontrou nos amigos músicos o caminho para voltar a tocar ao vivo. “São
músicos com variadas formações, o que me permite convidar de acordo com a
proposta dos shows. Isso também permite continuar meus experimentos, posso ir
do medieval ao ‘rockão’, passando pelo jazz e folk, com a certeza de ter sempre
bons parceiros por perto”, considera. “É também um jeito de valorizar a
individualidade de cada músico”, diz, lembrando que seus convidados têm
carreiras-solo e são compositores também. O nome do projeto, explica, tem a ver
com essa vontade de “brincar com os sons”.
Trajetória
Como solista,
Marcelo Brum-Lemos editou os CDs “Res” (ano 2000) e “Mágica” (2004), mas não
fez apresentações. Multiinstrumentista, gravou tudo sozinho, mantendo a pegada
experimental, que é uma das marcas de sua produção desde os tempos de Zaius,
banda que ficou conhecida por um tipo de rock que nunca se prendeu as amarras
de um estilo único, passeando pelo jazz, MPB, “rock medieval” e experimental
com a mesma perspicácia. São mais de 15 anos de carreira na música e
na poesia curitibanas, desde a estréia em 1995, no 1º. Festival da Canção da
UFPR. No mesmo festival conquistou os prêmios de 1º. lugar e Melhor Arranjo em
1997, já com a banda Zaius, com a qual gravaria 3 CDs (“Ao Vivo no Paiol”,
2002; “No Século Errado”, 2005; “A Cidade não Morre”, 2006). A intensa produção
de Marcelo teve, porém, poucas apresentações ao vivo. Foram 50 shows apenas em
dez anos de história.
Paralelamente, Brum-Lemos
também desenvolveu uma história como poeta/contista, com premiações como o
Concurso Nacional Helena kolody (1990/91/93 e 96) e o Concurso Nacional de
Minicontos (2002). Esteve também em palcos de poesia da capital paranaense,
como “Porão Loquax”, no Wonka bar, e no projeto “Café, Leite Quente e Poesia”,
do Café do Paço.
Em
ambas as carreiras, o compositor sempre se destacou por uma postura de
independência artística, o que fez tanto de seus CDs e apresentações públicas
peças únicas na cena curitibana. Depois do término da banda Zaius, Marcelo
passou algum tempo incubando novas ideias e voltou, em 2010, com o projeto
poético-sonoro SOM-DE-BRINKEDO, que já se apresentou no Museu Guido Viaro, no
Café do Paço da Liberdade, no Wonka bar, Teatro Paiol e em 2012 fez sua estreia
internacional, em Coimbra, Portugal, no Piazzolla Jazz Café.
Serviço
O que: Marcelo Brum-Lemos e Som-De-Brinkedo
Quando: Dias 29.06 às 19h30; e 30.06 às 18h
Onde: SESC PAÇO DA LIBERDADE – Sala de Atos
Quanto: R$ 12,00 e R$ 6,00
(comerciários, estudantes, idosos, etc)
Ps.: a foto é de Ana Carolina Torquato.
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