1/28/2011

Primeira Noite De Inverno


Vai começar o novo projeto da De Inverno. No próximo dia 18 o Wonka abriga a Primeira Noite De Inverno, com Hotel Avenida fazendo as honras para a paulistana Lestics. Além da parceria com o Wonka, outro laço muito bacana se estabelece, com a Candyland, através do Guilherme, que assina esse cartaz lindo que vocês estão vendo, bem no clima De Inverno. Com exceção do cartaz do Rock de Inverno7, todos os outros seis foram ilustrados com rostos femininos.
A De Inverno nasceu com o Rock de Inverno – embora o impulso inicial de tudo tenha sido OAEOZ. O festival existiu entre 2000 e 2009, com sete edições e 70 shows realizados, a maioria bandas daqui de Curitiba, mas também de São Paulo, Rio, Brasília, interior do Paraná e da Inglaterra. Sempre tivemos a intenção de colocar no palco do Rock de Inverno bandas que a gente, eu e Ivan, curtimos. Na maioria das vezes foram bandas que estavam à margem do circuitinho alternativo estabelecido (Blanched, Deus e o Diabo, Beto Só, Stela Campos, Cascadura, La Carne, Pipodélica, Casino). O caso mais emblemático é o Hurtmold, que quando tocou aqui no Rock de Inverno 3, em 2002, e deixou todos de boca aberta aqui, mal era conhecido em São Paulo. A exceção, talvez, tenha sido o Sonic Junior que acabou não se apresentando por conta dos problemas que aconteceram com o embargo casa onde estava originalmente previsto o festival, e não pode ficar pra tocar no dia seguinte, na brecha que o André Ramiro conseguiu pra gente no Motorrad. E a única recusa, que eu entendo perfeitamente, foi do Cidadão Instigado, pois não tínhamos condições de pagar cachê – e sempre tive uma postura: ou paga pra todos (como conseguimos no sétimo) ou não paga pra ninguém.
Orgulho maior guardo por saber que 99,99999....% das bandas que vieram pra cá se mostraram a altura da música que fazem. Pessoas bacanas que trazem dentro de si o mesmo espírito que nos move a continuar metendo a cara e fazendo essas coisas, mesmo quando tudo aponta para o fato de que seria melhor dar uma parada. Pessoas que são bem vindas em nossa casa, que me atrevo a chamar de amigas. E mesmo aquelas que depois não mantivemos mais contato tão próximo, deixaram momentos incríveis, como a Stella Campos, o Cascadura e o próprio Casino. São pessoas que sei que se ligar e dizer: “É adri perin, da De Inverno, de Curitiba”, vão me receber bem.
2011 me pega cheia de vontade de continuar tendo o prazer de estar diante de um palco vendo uma baita banda, filmando tudo – sabendo que ajudei mais aquele momento acontecer. Por isso, as Noites De Inverno, inspiradas em um cara que é uma referência pra nós, o grande Fernando Rosa e suas Noites Senhor F, estão começando. Não sei quantos shows serão este ano. Mas, sei que tem algumas bandas que gostaria muito de ver tocando aqui. E esse sempre foi o sentimento motor de tudo.
Lestics é perfeito pra abrir essa nova etapa – ao lado do Hotel Avenida, em uma formação emblemática pra mim, juntando ao lado do Ivan gente que tava lá no porão nos primeiros shows que vimos, em bandas que amamos até hoje; com esse figura que é o Giancarlo Rufatto, um representante top dessa geração que taí agora, compositor de verve afiada que escreveu algumas das canções que mais falaram comigo nesses recentes anos.
Lestics tocou no Rock de Inverno 7, o derradeiro. Olavo e Humberto tocaram também no Rock de Inverno 5, com Gianoukas Papoulas . Seu disco novo, Aos Abutres, está em todas as listas de melhores do ano com muita justiça e os caras lançaram um filme bem bacana sobre a banda. É uma história que a De Inverno acompanha há anos e um daqueles casos em que nos perguntávamos como é possível que um trabalho assim não seja percebido. Agora, tá todo mundo sacando. Mas, não é por isso que eles tão na Primeira Noite de Inverno, não.
Lestics é a primeira convidada do nosso novo projeto porque faz música para alimentar o espírito; porque fala da nossa vida, quando fala da deles; porque canta pra mim, quando nem imagina; porque são capazes de criar canções assim:

“pode ser que algum dia eu perca o sono/ não tenha vontade de andar e comer/mas eu nunca me canso da luz do outono/não tenho porque me cansar de você/a eternidade vai um pouco além/do que eu costumo planejar/ no pedaço dela que me cabe/ é com você que eu quero estar/pode ser que algum dia eu queime meus livros/jogue fora meus discos e quebre a tevê/mas mesmo enjoado de tudo na vida/eu sei que não vou me cansar de você””

Ou

“... ela vem e me abraça/e é aí que o mundo acaba...”

... de beleza tão sublime. E porque várias outras belas melodias deles ficam na gente e estão naquela lista que sempre volta a rodar aqui em casa. Eles estão aqui porque são a fina flor da música brasileira.
E, pra encerrar, que já escrevi demais, fico muito feliz que essa Primeira Noite De Inverno seja no Wonka, comandando com competência e carinho pela Ieda e sua equipe. Ela, que estava lá no Poeta Maldito quando eu nem a conhecia; no Dolores Nervosa e no Dromedário e que agora ta aqui, no Wonka, continuando um trabalho muito bonito ao lado de quem faz música e cultura em geral nessa nossa cidade. Valeu Ieda, valeu Lestics e Candyland, valeu toda essa moçada que prestigia a De Inverno. Valeu Hotel Avenida e continua valendo, muito, cada dia desses, Ivan.
Nos vemos na Primeira Noite de Inverno, dia 18 de fevereiro no Wonka. Em breve convites, flyers e tudo mais. Acompanhem no facebook e aqui. Agora apreciem essa bela obra de arte com a marca d’água da Candyland. (adri perin)

1/27/2011

Rubinho Troll - Stinking Like a Brazilian





Parem as máquinas! Um dos melhores letristas do rock brasileiro em todos os tempos, na modesta e irrelevante opinião desse escriba está de volta, para a alegria daqueles que como eu, decorou os dois discos de sua antiga banda na virada dos anos 80 para os 90. Sim, caros amigos, estou falando dele mesmo, o endiabrado Rubinho Troll, vocalista do Sexo Explícito, que tinha na guitarra o hoje patofu John Ulhôa, está lançando disco solo. E pelas amostras que já chegaram aos meus ouvidos, o homem, que hoje reside em Londres, está em plena forma. Os cabelos não sei, mas a voz e a verve continuam as mesmas.

Uma ótima notícia para começar 2011, sem dúvida. Acima, dois videos feitos pelo próprio para duas músicas do novo disco, que já pode ser adquirido na loja virtual do Pato Fu, por módicos 15 reais.

Aqui da pra ouvir e baixar a faixa "Peçonhas ocultas".

1/25/2011

Tom Jobim - Sabiá



hoje é aniversário dele. pra relembrar, uma bela canção, que só a interpretação minimalista, ofegante e entrecortada do próprio poderia revelar em toda a sua frágil beleza.

1/19/2011

Os sons do Paraná de volta ao dial da Educativa



No momento em que escrevo, está tocando Sofia na Rádio Educativa FM, 97.1

E é uma emoção das grandes ouvir isso no rádio. Isso e muitas outras coisas que tem rolado nesses três dias em que a nova programação da emissora estreou (agora tá rolando Plêiade). Essa pequena "revolução" está acontecendo graças ao Fernando Tupan, que assumiu a direção da rádio. E ninguém melhor que ele pra fazer isso. Tupan é uma daquelas figuras fundamentais de Curitiba, daquelas que nunca desistem de tentar fazer dessa cidade um lugar criativo, com identidade. Que tá sempre com uma ideia, um projeto novo, atento. Lembro quando ainda estava na faculdade do Trendie, um suplemento que ele e o Marcelo Cattani faziam no Correio de Notícias, e que já falava do que estava rolando aqui em termos de cultura, movimento pop, punk, bandas, poesia, etc. Antes disso ele já tinha passado pelo Idolos da Matine, banda meio new romantic que chegou a ter um hit local na Estação Primeira nos anos 80, "Vamos invadir os Estados Unidos da América". (agora começou Pão de Hamburguer) Ele também tem estúdio, gravou e lançou discos de um monte de gente, enfim.
Por isso tudo, o que tá acontecendo na Educativa hoje é absolutamente natural pra quem conhece o Tupan. Ele simplesmente não poderia fazer diferente, porque isso significaria negar toda a sua história de vida.

Enfim, é muito legal ouvir os sons da gente no rádio. Acho que pra um músico, não existe prazer maior que isso. E o mais legal é perceber que a nossa música não destoa frente a programação de qualquer outra. Até porque a rádio continua tocando músicas de artistas nacionais e agora, também, gringos, "consagrados" vamos dizer assim, e se a dos artistas locais fosse de baixo nível, mal produzida ou qualquer coisa do tipo isso ficaria evidente.
Não se trata de paternalismo, de tocar só porque é daqui, mas sim porque é bom. E quem ouviu a rádio nos últimos dias pode constatar que nós temos sim, muita coisa boa, que não deve nada a produção de lugar nenhum. Música pop, popular (e mpb, rock, jazz, blues, samba) da melhor qualidade, boa de se ouvir, de letras, de arranjos. Basta dar oportunidade para que as pessoas ouçam, conheçam, se identifiquem naturalmente.

Interessante notar que com essa nova orientação da Educativa, Curitiba passa a contar com pelo menos quatro emissoras de sinal aberto com espaço para a música local - alem dela, Lúmen, 91 e Mundo Livre. Não conheço a realidade de outros estados, mas duvido que isso aconteça em muitas capitais brasileiras, até porque em geral a gente sabe que predomina aquela coisa de reproduzir a programação do rio e sp. Isso acontece aqui porque muita gente vem plantando e cultivando o trabalho de abrir esse espaço, pessoas como a Mariele Loyola, o Mauro Muller, Ciro Ridal, Helinho Pimentel, Neri da Rosa, Marco Stecz, o pessoal da Grande Garagem, e outros como o Omar Godoy, o Guga Azevedo, Abonico, enfim, com certeza estou esquecendo muita gente ainda. E é importante destacar isso, porque os artistas adoram reclamar que não têm apoio, espaço, etc, mas muitas vezes não valorizam nem reconhecem o trabalho das pessoas que trabalham na mídia - jornalistas, produtores, apresentadores, etc - e que lutam pra abrir esse espaço, muitas vezes enfrentando cara feia e má vontade de chefes que não tem a mínima ideia de que sequer exista produção cultural local, e pior, não dão a mínima pra isso. Só quem já trabalhou em um grande veículo de comunicação sabe o quanto muitas vezes é complicado pra você chegar pra uma chefia e sugerir uma pauta, ou um programa, enfim, com artistas locais desconhecidos da maioria, e que não tem um esquema de marketing por trás. Seja em uma rádio, jornal ou tv. Em geral prevalece aquela mentalidade: pra que eu vou me incomodar em dar espaço pra artista daqui que poucos ou ninguém conhece se eu posso ocupar todo o espaço com o enésimo show da Ivete Sangalo, o BBB, a novela, enfim, reproduzir a pauta manjada da mídia mainstream. É muito mais cômodo e menos arriscado.
Por isso é importante que os artistas e as pessoas que curtem a música feita aqui também valorizem isso, comentem com os outros, liguem, mandem emails pras rádios falando disso, pedindo músicas, etc. Pois só assim os empresários e o pessoal que manda vai perceber que vale investir nisso, que não se trata de filantropia, nem bairrismo, mas de cultivar um mercado local autosustentável que possa fortalecer essa cadeia produtiva, com ganhos em todos os sentidos para todos - público, artistas, mídia, enfim e porque não, para a economia, o desenvolvimento, a cultura do Estado e do País.

Parabéns ao Tupan, ao Crespo e a toda equipe da rádio Educativa pela nova programação. Sucesso e vida longa à nova 97.1 FM.

pra ouvir a rádio na net

1/15/2011

inspirador!


a gente mora num lugar muito bonito,com duas árvores altas em em frente. a chegada da noite mostra alguns dias únicos. inspirador, como hoje, agora a pouco. foto do ivan.

1/12/2011

notícias de sampa



VElhos amigos sempre aparecem. às vezes a gente fica tempos sem se falar e se ver, mas isso é normal. Uma das primeiras bandas e pessoas de fora que eu e ivan conhecemos quando chegamos a este mundo da vida independente curitibana foi a paulistana Charts, via FábioElias/daniel/Relespública, de quem eles eram quase o que chamo de "banda-irmã". Entre eles, estabelecemos laços de amizade, em especial, com o Sandro Garcia (e Consuelo), com quem falamos volta e meia. Semana passada chegou um daqueles pacotes gordinhos que, a gente sabe, trazem discos. Uma das coisas que sempre gostei no trabalho desse pessoal é a parte gráfica, sempre um show à parte. E, desta feita, não foi diferente. Ele reuniu alguns flyers de shows que rolaram nos ultimos anos, tudo muito bem produzido; classe, muita classe. Mandou dois discos de sua banda atual, Continental Combo (www.myspace.com/continentalcombo) e uma coletânea de clips, apresentações. Já vou passar os Cds pro mp3 pra curtir nas caminhadas. Entres os enviados está o novo EP, pelo que vi, recém lançado, Um Dia Melhor. Aí em cima, um pouco do material que ele enviou. show de imagens. Bacana!

1/11/2011

eternidades ocasionais

Também eu passo horas escolhendo as palavras. e na hora delas, desabam pro lado errado. Leio minha inspiração na esquina, mas na quadra seguinte outro som já me puxou e nada adiantou, estou de volta ao caminho do começo; essa eterna volta ao (falta de) sentido de tudo que num giro louco, tira tudo do chão outra vez - é bom voar de vez enquando. Tem uma amiga que diz que é esse cinza que sempre cobre Curitiba que faz isso, dá essa sensação de zonzeira, uma sombra no coração. mas eu não acho, não. não acho mesmo.embora, ás vezes, em alguns dias, até concorde com ela, por alguns instantes que seja, até que a próxima esquina me traga outro encontro daqueles que chacoalham e jogam o destino (??????) na cara outra vez.
eu não sei, na verdade... quase nada. mas nesses dias sempre encontro outro alguém como eu - e também outro alguém em outro instante.
(...)
até arrumei minha bike essa semana, pensando que minha amiga vai voltar e nós vamos, enfim, poder conversar de novo sobre tudo. e tudo aquilo que ficou no fim de ano. sentada à beira do lago, conversar sobre o que podemos esperar e sobre o que não tem mais jeito mesmo. até, claro, sobre a babaquice das pessoas, vamos falar. e da nossa própria, por certo. vamos falar dos desamores e da busca do que traz um porquê; da vontade de morar sozinha e de como é bom chegar em casa e ter um abraço do outro lado da porta.

é, eu também passo horas e horas pensando, tentando me equilibrar em tanto querer, em tantas ideias caídas por esses anos aí - e nas boas marcas das que puderam passar do sonho. também ando pela rua dançando ao som que entra em mim pelo fone, com um livro dentro da bolsa para os instantes de liberdade entre um ônibus e outro...e também tropeço, claro, em pedras, nas que eu vejo e nas que crio.
fico triste de saudade da meus melhores amigos que foram embora, mas me animo com um ano que começa vislumbrando, no meio de muita saudade, o seguir do tempo, implacável e inevitável.
Eu também detesto o que escrevo, apago tudo e deixo escondido, não mais só nas gavetas e cadernos esquecidos, mas também nas pastas de rascunho que se salvam automaticamente. As palavras fica alí, salvas de mim e delas mesmas. É, eu também gasto o tempo do trabalho pensando que podia, finalmente, tomar vergonha na cara,e me dedicar de verdade a .... algo que me faça sentir viva. Não que eu não me sinta, claro que me sinto, e bem viva. Ah, sei lá, o que acontece em algumas tardes...

eu também "sinto saudade de mim", às vezes sinto até falta de mim mesma - enquanto ouço a linha de baixo dessa canção outra vez. Ah, eu vivo perdida por aí, volta e meia. não consigo disfarçar que sou uma romântica incorrigível, que continua construindo sonhos, até quando acorda. do mesmo jeito que não consigo disfarçar que se tem algo que falta em mim, é o bom humor pra gargalhar de minhas próprias mancadas e dos meus ridículos. A verdade é que, em alguns dias, estou coberta de ferro e de fogo, em outros vejo o meu dia passar apressado entre conversas rápidas e passeios no quintal de amoras. E também adoro ler o livrinho "Nós", da Gabriele Gomes, de onde volta e meia empresto uma frase que gosto, do mesmo jeito que vivo emprestando letras de canções para tentar entender o que sinto.
a verdade, é que sou uma tremenda confusão, em alguns dias, cheia de altos e baixos. mas, no fim desses dias, de alguma forma, sempre me toco que é só uma das fases da lua.. logo aquela gigante vai voltar me enchendo dessa doce e deliciosamente amarga confusão que é a minha vida. (adri)

1/09/2011

Hotel Avenida no Alto Falante



a gente tá ali, aos 8'41, no quadro Garimpo, entre o and you will know us by the trail of dead e a amy.

e amanhã, segunda-feira, as 12h30, estaremos no programa Enfoque, da RTVE-PR

1/06/2011

Acervo De Inverno: Candyland 1



Na arrumação de final de ano que fez aqui em casa a Adri acabou encontrando essa pérola. Um exemplar da primeira edição da Candyland, quando ainda era um fanzine xerocado e grampeado. O expediente informa que a mesma foi produzida em maio de 1994, com "textos de Olavo Castro, desenhos de Guilherme Santos". Também informa que foram feitos "90 exemplares com o apoio financeiro do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (FCA/USP)".

Não me pergunte como ou onde a gente conseguiu isso, porque eu nem lembrava mais que a gente tinha. Como fanzineiros de carteirinha, a gente sempre colecionou fanzines e publicações alternativas, então em algum momento dos anos 90 devemos ter topado com essa edição, hoje uma raridade.

Esse lance na verdade me fez pensar como as histórias se entrelaçam mesmo sem que a gente perceba. Já conhecia de ouvir falar o trabalho da Candyland há muito tempo, desde, como disse, os anos 90. Mas só fui descobrir que o Olavo é o roteirista dos quadrinhos muito recentemente, mais exatamente no final do ano passado, quando teve o lançamento do belo livro da Candyland, aqui, na Itiban. Só aí fiquei sabendo da história dos dois, que se conheceram na USP e começaram fazendo fanzines até chegar ao que a história é hoje.

Até então a gente conhecia o Olavo (Rocha) como vocalista letrista de duas bandas que são prediletas da casa. Nunca vou esquecer quando, lá por 2003/04, recebemos o EP "Os Gianoukas Papoulas", que já chamava a atenção pelo cuidado visual e gráfico. Lembro bem que foi um daqueles discos que foi me conquistando aos poucos. Na primeira audição você fica pensando "interessante isso", mas não dá muita bola. Na segunda já alguma canção, melodia gruda na cabeça. E daqui há pouco, sem perceber, eu não conseguia mais parar de ouvir a bolacha.

Em 2005, tivemos o prazer de conhecer a banda pessoalmente, quando eles vieram tocar no Rock de Inverno 5, e a boa impressão do disco só se confirmou.

De lá pra cá o Olavo e o Humberto criaram um novo projeto, o Lestics, que tocou em 2009 no Rock de Inverno 7, e já lançou quatro discos merecidamente bem recebidos e elogiados quase que de forma unânime. Hoje, tenho a maior satisfação de ser amigo dos caras, que são pessoas boníssimas, daquelas que mesmo a gente estando distante e não se encontrando por muito tempo nunca deixa de querer bem e se sentir bem quando se vê. Fico feliz pelo quarto disco deles, "Os abutres", estar sendo comentado na maioria das listas de melhores do ano, pois há muito tempo já considero o trabalho desses caras como estando entre as mais belas músicas produzidas no País nessa década, e não entendia o porque esse trabalho não recebia mais destaque. Mas é aquela coisa, como muita gente boa por aí, os caras não são do tipo que "frequenta" o mundinho, não fazem média com os mídia, nem correm atrás do hype do momento, então aí já viu nê, ficam no limbo. Menos mal que essa burrice esteja começando a ser corrigida, mesmo que parcialmente.

Encontrar a Candyland #1 só confirmou que nossa sintonia não é de hoje, nem é por acaso. De alguma forma, esse encontro ia acontecer algum dia.