6/21/2016

Cidade quente

Pela cidade na tarde quente
olho os tons do sol pintando os prédios
e os raios
(e) o tempo que passa (sempre) volta ao som daquela canção.

Escritores e seus livros

Ela meio que rouba as cenas que a chamam - e isso, agora, não na hora, me faz lembrar um pouco de Lou Reed. E as transporta para seus escritos. As lembranças dos livros lidos também vão surgindo nas páginas. E as histórias dela vão ganhando, assim, camadas do mais mundano dos cotidianos que nos assola, com o tempero de sua erudição tão calmamente colocada nos 'causos' que nos conta.

Entre uma página e outra de 'devaneios literários' surgem passagens com Fred "Sonic" Smith, viagens, trabalhos... sempre no mesmo canto do Café Ino.

Várias vezes na leitura, ainda no início, lembro claramente dela no palco da Pedreira Paulo Leminski, quase ali, se debruçando do palco para perto da área vip (da qual tínhamos saído pouco antes). Cantando aquelas mesmas canções que me levaram a ela com muito mais força do que antes.
Apaixonante a literatura de Patti Smith. E o livro sempre volta para aquela primeira página que me fez parar na descrição.

" (...) Toda manhã eu limparia as mesas com chá aromático, como eles fazem em Chinatown. Sem música e sem cardápios. Só silêncio café preto azeite hortelã fresca pão integral. Fotografias adornando as paredes: um melancólico retrato do homônimo do café e uma pequena imagem do desalentado poeta Paul Verlaine em seu sobretudo, debruçado sobre um copo de absinto".

Ah, os cafés! Porque este sentimento de gostar parece roubado das páginas dos livros que amo e me faz, às vezes, sentir-me tão...fake, como uma ladra que sobrevoa os outros a procura de suas próprias linhas tortas?

Parece tão fácil que dá até vontade de chorar de tão bonito!

Não bastasse as canções, a mulher é foda...



Ps: curtindo muito meu presente de dia dos namorados.