12/28/2007

soul

abri meus emails no trampo e achei um que esperava. Recebi, ontem, uma mensagem que me deixou elétrica o dia todo. Uma pessoa dizia que havia gostado do que escrevi sobre a biografia de Nelson Motta sobre o Tim Maia - um texto rápido, na mesma linha do que o ivan escreveu aqui; também achei que ficou devendo, embora seja agradável leitura. quem escreveu pro JE também achou que Tim merece mais. assinado: Hyldon. gelei. e pensei, me esforçando pra manter o foco: é outro cara, não deve ser o hyldon que eu to pensando. e não é que é o cara mesmo. poxa bem legal. ele recebe matérias sobre a soul music brasileira e lá no meio achou a minha, que o motivou a procurar meu email e me responder. Achei isso muito legal. isso me faz lembrar da emoção da claudete soares se dando ao trabalho de me ligar (!!!) foi incrível... a soul music anda rondando nosso dias, nesse fim de ano. e em torno de tim maia. ivan também viveu uma história inusitada com outra pessoa contemporânea de Tim...
bom, vou voltar ao meu último dia de trabalho de 2007. tava justamente começando um post sobre a minha trilha, especialmente pensada pra hoje... daqui a pouco eu volto, então. (adri)

12/17/2007

"O que acontece em Curitiba é uma estratificação da cultura, pequenos guetos foram formados no decorrer dos anos e um não influencia o outro, isto resultou num pedatismo injustificado, na morte precoce de um movimento cultural que insinuava-se nos anos 80. O público curitibano que não entende picas de guetos, que não tem tempo para identificar estes buracos, simplesmente passou a ignora-los e prefere lotar o teatro Guaira e adjacências pra ver qualquer coisa que seja grandiosa, pode ser Fernanda Montenegro, O Teatro Negro de Praga, Fabio Jr ou Ivete Sangalo."

do blog do Márcio Américo

12/13/2007

A dor que não se explica

"Algumas pessoas pensam que tristeza é algo que acaba porque você é fiel às suas convicções, ou quando um projeto se realiza, quando você encontra o amor de sua vida ou quando a sua filha te dá o beijo mais sincero do mundo. Esses momentos podem te deixar feliz, mas não acabam com sua tristeza, porque esse sentimento verdadeiro é algo que não se explica, é um blues que toca constantemente no walkman acoplado no seu cérebro, é aquela dor que não se explica, ou como diria o velho bluesman "é só um bom homem se sentindo mal" e não há nenhum motivo específico. A vida não é tele-novela. Algumas pessoas não entendem que tristeza é algo inerente e indissocíavel para algumas pessoas. Mesmo quando estamos rindo e contando piadas. Algumas pessoas não entendem isso."

trecho de mais um texto matador do Mário Bortolotto

12/11/2007

Independência e vanguarda

Na falta de inspiração (e talento) pra escrever aqui, recorro a quem entende da coisa e posto dois trechos de dois livros que acabei de ler.

“O talento de Tim, maduro e eficiente, brilhava do início ao fim do LP. O repertório, os arranjos, a gravação e a produção fariam qualquer executivo discográfico babar de inveja e cobiça. Era um disco perfeito, feito para tocar no rádio, arrebentar nas lojas e abarrotar os cofres da gravadora. Mas, “distribuído” pela Seroma, quase de mão em mão, “Nuvens” foi para o espaço, jamais chegou ao grande público. Um dos melhores discos de Tim Maia se tornou um dos seus menos vendidos e mais desconhecidos.
Por todos os motivos, ele levava muita fé no disco e ficou bastante surpreso e abalado com o insucesso. E começou a refletir criticamente sobre as vantagens e desvantagens da independência musical:

‘É como quando você está com aquele tesãozinho e pensa em chamar uma puta, mas não quer gastar dinheiro. Você não chama a puta, toca uma punhetinha e goza e não paga nada – mas também não come ninguém. A produção independente é mais ou menos isso”’


Do livro “Vale Tudo – o som e a fúria de Tim Maia”, por Nelson Motta

comentário meu:
Um livro sobre o Tim não tinha como ser ruim e este não foge à regra. Altas e incríveis histórias do síndico punk funk do Brasil. Mas pra quem como eu é fã de biografias e está acostumado com aquelas biografias exaustivas que dissecam detalhadamente a história e a carreira do cara é um livro decepcionante e extremamente superficial. Prioriza o lado folclórico, deixando a parte musical em segundo plano. Pelo tamanho (literal e figurativamente) do personagem, o Tim merecia mais.




“É essa preocupação de ‘quem é mais moderno’, em vez de ‘quem está fazendo a música mais bonita, mais humana’. (A mais bonita) pode muito bem ser a mais moderna também, mas fazer da vanguarda o único critério acabou virando quase uma doença, especialmente no jazz”

Bill Evans, no livro – Kind of Blue – a história da obra prima de Miles Davis, de Ashley Kahn

Já esse é um livro perfeito, pra quem realmente gosta de música. Faz até um neófito como eu ter vontade de ir estudar essa porra pra entender direito o que os caras falam/contam. Examina em minúcias cada uma das duas sessões de nove horas (no total), take a take, que os caras precisaram para gravar esse monumento musical. E ainda descreve os antecedentes e os efeitos do trabalho de Miles e seus contemporâneos (Coltrane, Ornette Coleman). Obrigatório. E soube que agora ta saindo um do mesmo autor, sobre A love supreme. Vou atrás.

12/07/2007

Iê: capoeira!





Chegou mais um segundo sábado de dezembro e com eles agora sempre chegam também outro batizado do Grupo Força da Capoeira, do qual faço parte há seis anos. Desta vez pego a corda verde, uma graduação que me permitiria dar aulas de capoeira, se quisesse. Nunca pensei nisso, na verdade, não entrei na capoeira procurando outra profissão. Não imaginava, no entanto, que uma prática que entrou na minha vida porque gosto de me exercitar fosse me pegar desse jeito.
Ontem, quinta-feira, como sempre acontece também, foi a Roda com o pessoal de Niterói, o Jogar Capoeira, do agora Mestre Xangô e da professora Portuguesa. O Xangô, um cara muito legal, é amigo- irmão- camarada de fé do meu Mestre, o Kinkas. Eles foram parceiros aqui em Curitiba quando Kinkas chegou e, depois, cada um seguiu seu caminho, criando seus grupos e levando a capoeira adiante de uma maneira honesta e prontos pra encarar as pedreiras que viriam pela frente. São pessoas que admiro muito e pelas quais tenho cada vez mais carinho. Os dois têm a seus lados mulheres igualmente especiais. A Portuguesa, esposa de Xangô não veio este ano porque está doente. Áurea, minha professora também, e esposa de Kinkas, já entrou pro rol das minhas melhores e mais guerreiras amigas. Admiro demais da conta essa baixinha tão tagarela e pronta pra encarar uma briga, quanto eu, quando necessário - e às vezes quando nem seria tão necessário também, sabe como são essas baixinhas invocadas (rs)!.
Este ano estou no Coco e Maculelê. Foram ensaios tensos, alguns. Pouco tempo, a gente não se acertando nos movimentos, bate-bocas, estresse, foram inevitáveis e participei ativamente deles, infelizmente. Ainda bem que eu e Áurea estamos mais ou menos acostumadas a esse tipo de pressão e sempre nos entendemos depois que passa. Algumas pessoas ainda se assustam comigo e com ela, mas é assim mesmo. Pessoas intensas soltam faíscas, do mesmo jeito que nosso facões quando se encontram, certos, no maculelê.


O clima de Batizado já está entre nós há pelo menos dois meses, mas no último mês, o bicho pegou de verdade. Todo ano além da troca de cordas, nosso batizado tem um show a parte. Faremos coreografias, este ano, de xaxado, coco, maculelê, puxada de rede, frevo, ciranda e samba de roda junto com o pessoal do Jogar, que fará também seu maculelê. Ontem, no Aquacenter Batel, onde eu treino, aconteceu a Roda com o Jogar. Eu não sei o que acontece comigo, mas esta roda, em especial, é uma que desde a primeira vez que participei me emociona, quase tanto quanto o Batizado. Os caras chegam batido de mais de 15 horas de viagem e vão direto pra academia jogar com a gente. É uma roda alegre, solta, com amigos... quando o berimbau e o atabaque soam, me dá um arrepio, sinto as mãos suadas, como estão agora, aliás, só de falar disso.
Eu devia estar mais tranquila!. Mas, confesso que estou ansiosa, com um nó na garganta. Essa corda verde já está pesando, tenho que admitir, pra lidar melhor com isso. Devia estar cuidando de duas edições do jornal, mas não consegui começar o dia sem antes falar disso, pra ver se relaxo um pouco.
Este ano também é a despedida do capoeirista Boneco de Milho, o Miguel, um dos mais antigos do grupo que vai viver um tempo na Alemanha. Quando eu crescer na capoeira, quero ser como o Boneco: classe, tranquilidade, jogo limpo, estímulo aos novos e firmeza pra falar com serenidade de regras necessárias e nem um pingo de ansiedade na hora de jogar. Por isso o jogo dele é tão bonito, sereno, de movimentos claros, ataque fatal, se ele quiser, parecendo uma dança. É assim que a capoeira deve ser, força e leveza e juntos. Simplesmente amo ver o Boneco jogando, e pra mim, não é força de expressão dizer que ele é uma inspiração na capoeira. E outro ingrediente que gosto vem de outra das minhas inspirações, do Marcos Cigano: desde a primeira vez que o vi jogando, o que me chamou a atenção foi a alegria dele ao jogar. Dos amigos de capoeira – tirando mestre e áurea – são minhas principais referências. O Marcos faz o batizado dele hoje, às 17h na Escola Rio Negro, no Sítio Cercado. É outro batalhador que aprendi a admirar e muito. Não estarei lá fisicamente, Marcos, mas vou estar de coração. Boa roda e nos vemos amanhã. Bom, quem estiver a fim de conferir sabe onde me encontrar.

12/04/2007

Da série "eu já sabia" - Mocambo premiado em festival Latinoamericano

Divulgação
Se não conhece o som do Mocambo, ouça no MySpace algumas músicas

"Mocambo", de Curitiba, foi a banda premiada em festival latino-americano de música

Com o prêmio, o grupo de hip hop que nasceu no Pilarzinho vai gravar disco e fazer shows em Nova Iorque

por GISELE ROSSI - GAZETA DO POVO ONLINE

“A ficha caiu quando saímos do Uruguai, mas ainda tá caindo”, comenta o músico Marcelo Marques, do grupo curitibano de hip hop Mocambo, que se prepara para uma temporada em Nova Iorque, nos EUA, no próximo ano. O motivo de uma temporada internacional para um grupo mal conhecido na cidade de origem? É a conquista do prêmio principal, o Gold Especial, no 1º Festival Internacional da Canção Sul Americana - Prêmio Equinoccio 2007, que teve sua grande final realizada no último dia 29 de novembro em Punta del Este, no famoso hotel resort Conrad, no Uruguai.
“A gente achava que poderia ganhar algum prêmio, na nossa categoria, mas ganhar o prêmio principal foi totalmente surpresa. Foi uma grande alegria. Tinha muita gente boa concorrendo”, avalia Marques, já em Curitiba, após a vitória com a canção inédita “Na Caranga”, na categoria hip hop, além da premiação principal.
Na categoria Balada, outro brasileiro, Zé Alexandre, do Rio de Janeiro, saiu premiado. O principal prêmio é a gravação de um disco, com os premiados em cada categoria, para ser divulgado mundialmente.
Mocambo
O grupo curitibano é composto por Diego Zamprogna Ferreira, Ronaldo Candido Fratti, Jean Carlos de Oliveira e Luciano Arthur, além de Marques, todos amigos de infância, que cresceram no bairro Pilarzinho e se juntaram para fazer hip hop em 1994. “São cinco caras loucos que gostam de músicas diferentes, mas que um ajuda o outro quando alguém tem uma nova canção começada”, define Marques, sobre o processo de criação da banda.
Hoje eles estão com idades entre 26 e 27 anos e nem todos moram no mesmo bairro, mas a convivência entre os integrantes do Mocambo facilita a vida do grupo, principamente em uma cidade com pouco espaço para o hip hop. O nome da banda é uma gíria nordestina para barraco. "Minha família é de nordestinos e a gente sempre falou mocambo pra se referir a barraco. Achamos o nome legal pra banda", contou Marcelo Marques.
Mesmo pouco conhecido, o grupo tem três CDs lançados indepentendes, e produzidos em estúdio caseiro, respectivamente em 2001, 2003 e o último neste ano com lançamento simumtâneo em vinil, “para atender os DJs”, lembrou o músico. A banda também já teve músicas gravadas em coletâneas na França, Itália e Espanha. “O nosso som puxa mais pro Raga (ritmo jamaicano) porque o hip hop realmente não tem muito espaço em Curitiba. O Raga também não, mas é um pouco mais popular”, explicou Marcelo, entusiasmado com o prêmio. Apesar de realizarem poucos shows em Curitiba, a banda tem se apresentado em Paranaguá e cidades de Santa Catarina e São Paulo.
Com a conquista do prêmio principal no Equinoccio 2007, o Mocambo vai gravar um CD e DVD em Nova Iorque, pela Lobo Recording Corporation, que também vai promover a banda por lá durante o ano de 2008. “É uma mudança radical. Aquele sonho mais difícil e distante está se realizando”, reconhece Marques. Com a mudança, os integrantes do grupo estão se organizando para passar pelo menos um ano nos EUA, mas a expectativa é que a temporada possa ser maior.

O prêmio
Artistas e grupos de dez países participaram da disputa, em semi-finais realizadas nos seus países, antes de chegar à grande final do último dia 29. No Brasil, a competição aconteceu em Curitiba, no teatro Fernando Montenegro. O evento latino-americano que teve início neste ano foi realizado pela Corporação Equinoccio Social e Cultural do Equador e pela Lobo Recording Corporation, de Nova Iorque, empresa dedicada à produção, gravação e promoção de artistas. No Brasil a promoção foi da Danilo D´Ávila Propaganda.
Foram inscritos trabalhos nas seguintes categorias: balada, música gospel, bachata, hip hop, merengue, pop, rock, salsa e, no caso específico do Brasil, samba (categoria Folclore Nacional). Puderam participar compositores, intérpretes e produtores musicais com idade acima de 16 anos, que necessariamente deveriam apresentar canções inéditas e interpretadas por artista desconhecido no mercado internacional.

Nota do blog: para quem não se lembra ou não sabe, o Mocambo foi uma das atrações do Rock de Inverno 6, que aconteceu em outubro de 2005, no antigo 92 graus. Parabéns a eles!

12/02/2007

Cores acústico na GGG





E sexta-feira voltei à sempre aprazível Grande Garagem que Grava para um happy hour especialíssimo regado a coca-cola, à companhia dos grandes brothers e empreendedores Rodrigão, Ferreira, Magoo, Almeidossauro e sua trupe, para presenciar o imperdível show do Cores D Flores acústico, e o que é mais legal, apresentando as músicas do repertório inicial da banda, o qual tivemos nós, da De Inverno, o privilégio de lançar em 2001. Reouvir essas músicas que tanto fizeram parte de tempos e momentos intensos da nossa vida recente foi realmente emocionante. A formação com dois violões, baixolão, a sempre precisa batera do Denis acentuou a beleza das melodias dessas grandes canções - que pra mim pessoalmente integram a melhor fase/repertório da carreira do Cores - e deu liberdade para que a Mariele se soltasse e mostrasse mais uma vez(como se fosse preciso) a grande cantora que é. Como a Adri não pode ir por causa dos ensaios da capoeira, fui sozinho, e acabei assumindo (temerosamente) a missão de registrar pelo menos parte da apresentação com a câmera digital que dei de presente pra ela em seu último aniversário. Foi o primeiro show pra valer que filmei (mesmo que em parte) e posso dizer que foi bom - por ter registrado as lindas interpretações das músicas - mas só confirmou aquilo que eu sempre pensei, não tenho saco pra isso porque quem filma não vê o show, e no final das contas era pra isso que eu tinha ido ali. enfim, alguém tem que fazer o serviço sujo (ehehe). Confiram então aí acima duas das canções que eu consegui registrar lá. E aproveitem que eles vão estar na FNAC nos próximos dias apresentando esse mesmo show.