Atraso de 40 minutos não impediu boas perfomances
Adriane Perin, Jornal do Estado
Se o primeiro dia do Tim Festival foi de reverência ao público, o segundo pode se dizer que foi de reverência aos músicos. Não que quem estivesse no palco desprezasse sua platéia. Ao contrário. Só que a dinâmica do jazz é mesmo diferente e faz com os músicos se voltem mais um para o outro, estabelecendo um diálogo sempre interessante de se observar. A noite de sexta-feira passada começou com 40 minutos de atraso, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Noite de jaz foi com um público diferente do que dominou a primeira noite. Saíram de cena o tênis e entraram os sapatos de bico fino. O primeiro foi o menino prodígio Eldar, de 20 anos, dando um verdadeiro show. O rapaz nasceu no Quirguistão e ainda criança chamou atenção. Em sua primeira passagem pelo Brasil, ele foi logo detonando seu piano, mostrando porque as palavras virtuose e prodígio andam quase sempre lado a lado quando se fala dele. A banda também se mostrou a altura.
Lisa Ekdhal, ocupou o lugar deixado pela cantora Roberta Gambirini. Menina nova, de voz beirando o infantil, ela fez bonito, em seu vestido longo vermelho, um pouco nervosa. A terceira apresentação da noite dividiu opiniões e muitas pessoas começaram a deixar seus lugares. Também por causa do atraso. Foi algo mais fusion o que mostrou oSylvian Luc Quartet, com destaque para a harmônica que quase roubou a cena. Sairam as sutilezas da voz aveludada de Lisa, para entrar em cena os virtuoses instrumentais. Saiu um clima mais de feeling para entrar a técnica apurada, que também rendeu bons momentos. Mas, o melhor estava mesmo por vir e, infelizmente, foi visto por menos gente do que merecia, à uma da manhã de sábado. O show de Stefano di Batista Quartet foi arrebatador. Com um órgão, trumpete e bateria no palco, ele fez o melhor show da noite. Os comentários na saída eram sempre acompanhados por exclamações maravilhadas. O trumpetista Fabricio Bossa até parecia a estrela da noite, tal a, merecida, atenção que recebia de Stefano. Aliás, os duetos desses dois caras chegaram perto do sublime. Toda a banda de primeiríssima fez valer cada instante. Stefano, bem humorado, falou o tempo todo em um misto de português, castelhano e italiano, tentando se comunicar. Enfim, belos dois primeiros dias foram estes do Tim Festival 2007.
10/29/2007
10/26/2007
raios triplos !
E aqui mais uma palinha. Santo you tube. Judah Bauer arrepiando no slide. benzadeus!
MEEEEEEEEEEEERRRRRRRRDAAAAAAAAAA!
e eu perdi isso.
e ela ainda teve a manha de começar o show simplesmente com Don´t explain, da Bilie Holiday. E o guitarra é o cara do John Spencer Blues Explosion. E o batera, é do Dirty Three.
o mundo definitivamente não é um lugar justo.
E abaixo, pra aumentar e alimentar minha frustração e raiva comigo mesmo, o texto do Jotabê Medeiros, no Estadão:
"Como se fosse uma gata em teto de zinco quente, Cat Power anda pelo palco inventando gestos, inventando desconforto acústico, inventando uma dança que conspira contra a música (uma vai para lá, outra vai para cá). Nunca ninguém terá visto alguém saudar a platéia assim, semi-inclinado, com a perna para trás, a cabeça grudada no braço e o braço estendido para cima, fazendo um aceno desajeitado de toureiro.
De sapatos brancos, jeans muito justo e camisa muito larga aberta com camiseta por baixo, ela abriu a noite com Don’t Explain, canção que Billie Holiday imortalizou. Cat Power não parece ser a dona daquela voz imensa que enche o Auditório do Ibirapuera - e ainda assim, Chan Marshall, seu nome real, reclama o tempo todo do som, colocando os ouvidos nas caixas de som de retorno, fazendo as mãos nos ouvidos em concha para escutar a ambiência do som entre o público, apontando o microfone para o técnico invisível e pedindo com o dedo para cima para ele aumentar o som. Um João Gilberto de franja e rabo-de-cavalo (e bonitaça).
Menina inquieta, palhaça, faz micagem enquanto a voz de Zuza Homem de Melo a anuncia nos alto-falantes, fingindo fazer uma dublagem do venerável critico. Sua voz falhava em algum ponto? É possível, mas sua arte de intérprete é muito maior do que qualquer gap. Tomava uns goles de um líquido estranho, apertava a garganta com os dedos em pinça - talvez só a recente passagem de Joanna Newsom pela cidade possa se igualar à experiência de ouvir essa moça inquieta.
Cat Power cantou músicas que são amplamente conhecidas, mas que ninguém reconhece de imediato porque elas as seqüestra para si, como Lost Someone (James Brown), Silver Stallion (Lee Clayton), Ramblin’ Woman (Hank Williams). Ou então, coisas do tempo em que, como ela disse, era apenas uma pirralha, como Lord Help the Poor and Needy, da obscura cantora de blues Jessie Mae Hemphill.
Os músicos vão saindo do palco um a um, primeiro o guitarrista, depois o baixista, depois o tecladista, e finalmente ela se apresenta ("Eu sou Chan") e também sai, e fica só o baterista. Volta imediatamente com a banda (que baterista, esse Jim White, da banda Dirty Three) para dois bis apressados: Lived in Bars e I’ve been Loving You (de Otis Redding). Depois, amassou uma folha de papel com o repertório do seu show e virou de costas, jogando-a para os fãs como um buquê de noiva."
(...)
"Cat Power busca sua singularidade num repertório quase extinto, injetando alguma sujeira no blues, tingindo tudo de soul com sua voz rouca (talvez só Janis Joplin tenha ido tão longe nessa ousadia)."
10/25/2007
da série "eu já sabia" - Sigur Rós e monodia

A música "Improviso II", da banda porto-alegrense Monodia, é uma das seis finalistas de um concurso promovido pelo grupo Sigur Rós e pelo website "Artists in Residence". A banda começou em 2003, e é formada por Ernani Fração, Claus Pupp, Desirée Marantes e Carlos Wolff. Eles estão nas nuvens e dizem que, mesmo não conquistando o "troféu", ser ouvido pelos músicos que admiram já vale. A composição selecionada faz parte do segundo trabalho do quarteto, Esquerdo, que está disponível para download na internet e ainda não teve um lançamento oficial em disco.
Embora ainda pouco conhecida, mesmo em sua cidade-natal, a Monodia já deixou um rastro que a diferencia no mundo da música independente e, mais ainda, da produção gaúcha clássica. O quarteto se inscreve numa vertente da produção contemporânea do extremo Sul que deixou de lado as letras adolescentes, falando de sacanagens e farras para tratar de temas mais pessoais e menos festivos, por assim dizer. Trafegando por sonoridades mais densas e letras introspectivas, eles aliam-se mais às propostas de bandas como Blanched e Deus e o Diabo (na qual Desirée toca violino). A temática mais existencial é envolvida por camadas sonoras que lhe dão maior complexidade, ao mesmo tempo que rejeitam a virtuose gratuita. O resultado são canções introspectivas e de beleza peculiar, e vocais que parecem sussurrar verdades incômodas em nossos ouvidos.
A boa performance da tímida banda gaúcha, concorrendo com propostas musicais do mundo inteiro, demonstra que seu potencial vai bem além até do que os próprios músicos acreditam. Só falta o Rio Grande do Sul e o Brasil conhecerem melhor esse rebento musical.
por Adriane Perin
baixe Esquerdo - do Monodia AQUI
10/24/2007
Nos tempos de hoje se pode tudo, mas falta a utopia”
Jornal do Estado
O poeta carioca chacal conversa sobre o lançamento de dois livros dos quais participa e poesia em geral
Adriane Perin
Divulgação
Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
Ele viu na sua frente Allen Ginsberg, lá nos anos 60. Estava lá nas “Dunas do Barato” e foi um dos primeiros a usar o mimeógrafo como instrumento em favor da arte literária. Também estava junto com a Blitz quando ela mudou a rota da música brasileira, trazendo o rock pop cantado em bom português novamente para o centro das atenções. Ele é Ricardo Duarte Carvalho, conhecido como chacal, um senhor poeta de 53 anos, que teve recentemente sua antologia lançada pela Cosac & Naify e viu a história de um grupo de artistas cariocas, o Nuvem Cigana, do qual fez parte, também virar livro, Poesia e Delírio no Rio dos Anos 70, organizado por Sergio Cohn, pela Azougue Editorial - Também foi uma das mentes criadoras do evento multiáreas Free Zone, que teve duas edições em Curitiba, e é “O” cara do carioca CEP 20.000, que há 20 anos, reúne gerações de poetas. Agora, ele agora quer se dedicar à formação de platéia, estimulando a arte-educação. chacal bateu um papo com o JE sobre os riscos de um futuro sem poesia. Agora, você lê trechos da conversa.
JE — Tenho a impressão que pouca gente conhece a história do Nuvem Cigana. O livro de Sergio Cohn ajuda a diminuir a desmemória crônica do brasileiro?
chacal — O Nuvem lançou os Almanaques Biotônico Vitalidade e naquele período até ficamos mais conhecidos por pessoas ligadas, mais até fora do Rio de Janeiro. Não havia algo semelhante na época (N.R. Mal comparando, lembra um pouco as agendas da Soma ou da Tribo, mas mais autoral). Depois dos anos 70, cada um foi pro seu campo e eu mantive a mesma pegada até hoje. Sobre as pessoas não terem memória é porque o registro da memória no Brasil é muito pouco valorizado. Esse material da poesia marginal está em bibliotecas dos Estados unidos, mas não no Brasil. E a memória de um passado muito recente é mais difícil ainda. Porém, é importante que as pessoas saibam de onde vieram as lutas diárias alternativas, afinal as práticas independentes não começaram agora – e não tínhamos internet. Éramos proto-punk, já exercitávamos o do it yourself. Era: faça você mesmo do jeito que der.
JE — Sem internet e com a ditadura no cangote...
chacal — O que paradoxalmente era um estímulo maior aos alternativos do que hoje, quando é tudo liberado. Pode tudo, mas falta utopia. Não tem o vencer o inimigo, lutar junto por alguma coisa. Primeiro veio a poesia, gravar disco era muito caro. Mas, logo depois vieram dos discos também, com Antônio Adolfo, a Barca do Sol. Ainda demandavam alto custo, já o mimiógrafo era mais barato e foi isso que alastrou como epidemia pelo Brasil. Qualquer um podia escrever e publicar.
JE — Vencer a precariedade era a onda dessa geração, e como você vive com a internet?
chacal — Você vai se adaptando as novas linguagens. Pra mim, que estou com 53 anos, é um pouco mais dificil, não nasci plugado. Estou fazendo um blog, aprendendo, mas é difícil. Agora tô espalhando um monte de flyers do CEP 20.000. É uma arma poderosa, mas é como você falou antes: muita informação. Como na época da poesia: se fazia muito, porque era barato, mas pouco ficou realmente. Na era da internet vai ser a mesma coisa. É uma ferramenta, resta fazer algo de qualidade.
JE — E o mercado editorial como se modificou?
chacal — Aí houve uma oscilação do material alternativo dos anos 80. Gravadoras encamparam muita coisa, que foi descoberta pelo público jovem. O jovem passou a aparecer mais intensamente nos anos 80. Eu tive participação nisso, junto com a Blitz, estava no primeiro estouro da banda. Se tornar mais oficial tem vantagem e desvantagem: amplifica o barulhinho que faz na garagem e o trabalho do mimeógrafo. Quando vendi mais foi em 83, pela Brasiliense, com as Cantatas Literárias, junto com Leminski, Chico Alvin. Por outro lado, o produto fica com menos cara do poeta, há muito interferência da indústria. A gente perde em termos de corpo a corpo. Vai direto pras livrarias, mas o leitor não conhece o autor, que por sua vez, não tem o mesmo retorno.
JE — O blog pode ajudar na reproximação...
chacal — È um diálogo imediato, disso gosto muito. E também estou curtindo poder misturar imagens. Estou fascinado, é meu mini-canal de tevê. Um meio não é melhor que outro, são complementares.
Rápido e rasteiro
Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
Aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida
***
A vida é curta
pra ser pequena
dois poemas de chacal
O poeta carioca chacal conversa sobre o lançamento de dois livros dos quais participa e poesia em geral
Adriane Perin
Divulgação

Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
Ele viu na sua frente Allen Ginsberg, lá nos anos 60. Estava lá nas “Dunas do Barato” e foi um dos primeiros a usar o mimeógrafo como instrumento em favor da arte literária. Também estava junto com a Blitz quando ela mudou a rota da música brasileira, trazendo o rock pop cantado em bom português novamente para o centro das atenções. Ele é Ricardo Duarte Carvalho, conhecido como chacal, um senhor poeta de 53 anos, que teve recentemente sua antologia lançada pela Cosac & Naify e viu a história de um grupo de artistas cariocas, o Nuvem Cigana, do qual fez parte, também virar livro, Poesia e Delírio no Rio dos Anos 70, organizado por Sergio Cohn, pela Azougue Editorial - Também foi uma das mentes criadoras do evento multiáreas Free Zone, que teve duas edições em Curitiba, e é “O” cara do carioca CEP 20.000, que há 20 anos, reúne gerações de poetas. Agora, ele agora quer se dedicar à formação de platéia, estimulando a arte-educação. chacal bateu um papo com o JE sobre os riscos de um futuro sem poesia. Agora, você lê trechos da conversa.
JE — Tenho a impressão que pouca gente conhece a história do Nuvem Cigana. O livro de Sergio Cohn ajuda a diminuir a desmemória crônica do brasileiro?
chacal — O Nuvem lançou os Almanaques Biotônico Vitalidade e naquele período até ficamos mais conhecidos por pessoas ligadas, mais até fora do Rio de Janeiro. Não havia algo semelhante na época (N.R. Mal comparando, lembra um pouco as agendas da Soma ou da Tribo, mas mais autoral). Depois dos anos 70, cada um foi pro seu campo e eu mantive a mesma pegada até hoje. Sobre as pessoas não terem memória é porque o registro da memória no Brasil é muito pouco valorizado. Esse material da poesia marginal está em bibliotecas dos Estados unidos, mas não no Brasil. E a memória de um passado muito recente é mais difícil ainda. Porém, é importante que as pessoas saibam de onde vieram as lutas diárias alternativas, afinal as práticas independentes não começaram agora – e não tínhamos internet. Éramos proto-punk, já exercitávamos o do it yourself. Era: faça você mesmo do jeito que der.
JE — Sem internet e com a ditadura no cangote...
chacal — O que paradoxalmente era um estímulo maior aos alternativos do que hoje, quando é tudo liberado. Pode tudo, mas falta utopia. Não tem o vencer o inimigo, lutar junto por alguma coisa. Primeiro veio a poesia, gravar disco era muito caro. Mas, logo depois vieram dos discos também, com Antônio Adolfo, a Barca do Sol. Ainda demandavam alto custo, já o mimiógrafo era mais barato e foi isso que alastrou como epidemia pelo Brasil. Qualquer um podia escrever e publicar.
JE — Vencer a precariedade era a onda dessa geração, e como você vive com a internet?
chacal — Você vai se adaptando as novas linguagens. Pra mim, que estou com 53 anos, é um pouco mais dificil, não nasci plugado. Estou fazendo um blog, aprendendo, mas é difícil. Agora tô espalhando um monte de flyers do CEP 20.000. É uma arma poderosa, mas é como você falou antes: muita informação. Como na época da poesia: se fazia muito, porque era barato, mas pouco ficou realmente. Na era da internet vai ser a mesma coisa. É uma ferramenta, resta fazer algo de qualidade.
JE — E o mercado editorial como se modificou?
chacal — Aí houve uma oscilação do material alternativo dos anos 80. Gravadoras encamparam muita coisa, que foi descoberta pelo público jovem. O jovem passou a aparecer mais intensamente nos anos 80. Eu tive participação nisso, junto com a Blitz, estava no primeiro estouro da banda. Se tornar mais oficial tem vantagem e desvantagem: amplifica o barulhinho que faz na garagem e o trabalho do mimeógrafo. Quando vendi mais foi em 83, pela Brasiliense, com as Cantatas Literárias, junto com Leminski, Chico Alvin. Por outro lado, o produto fica com menos cara do poeta, há muito interferência da indústria. A gente perde em termos de corpo a corpo. Vai direto pras livrarias, mas o leitor não conhece o autor, que por sua vez, não tem o mesmo retorno.
JE — O blog pode ajudar na reproximação...
chacal — È um diálogo imediato, disso gosto muito. E também estou curtindo poder misturar imagens. Estou fascinado, é meu mini-canal de tevê. Um meio não é melhor que outro, são complementares.
Rápido e rasteiro
Vai ter uma festa
que eu vou dançar
até o sapato pedir pra parar.
Aí eu paro, tiro o sapato
e danço o resto da vida
***
A vida é curta
pra ser pequena
dois poemas de chacal
Ficar só no sonho, é repetição
O poeta carioca chacal conversa sobre o lançamento de dois livros dos quais participa e poesia em geral
Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
JE —
O que ficou de melhor e de pior desta fase?
Chacal — De melhor, a dimensão lisérgica, a psicodelia. Porque ela te dá outra dimensão da existência, uma possibilidade de utopia. De sonhar e ao mesmo tempo realizar coisas. E o pior é o excesso dessa mesma psicodelia. Descontrole, a desconexão com a realidade, quando se vai ao extremo. O sonho tem que ser feito acordado. Sonhar dormindo vai provocar só repetição sem realizar nada. Aquela época foi minha encubadora e aprendi essa coisas que tento realizar agora.
JE — O que a poesia provoca em você e o que ela pode fazer por nós hoje?
Chacal — Educação do espírito. Como se o teu espírito fosse um violão e você tivesse que afinar as cordas. O autor usa a poesia pra afinar essas cordas, ou seja, o seu ser. Pro leitor, é uma fonte didática tanto quanto o livro de matemática e Ciências. Estou cada vez mais convencido da importância da arte como educação. Mesmo que não se tenha consciência imediata, a pessoa está sendo transformada emocional e intelectualmente. Quero trabalhar cada vez mais profundamente nisso. Também é questão de mercado, pois se não houver esse tipo de educação a arte vai ser uma grande pastelaria. Porque as pessoas que estão no primeiro e segundo graus, fase de se educar, estão vendo Xuxa, lendo porcaria. A gente tem que tentar dar visão crítica. Não é dizer o que é bom, mas oferecer opções.
JE — Se fala nisso, mas é tão difícil notar algo concreto.
Chacal — É difícil mesmo, mas tem que brigar, não desistir. A mídia tem que dar valor ao conhecimento, pra que as crianças valorizem também. Elas não tem mais valor a não ser a roupa famosa. E falta também a dignificação do professor. Ele tem que poder se reciclar, se interessar. Como? Lendo, ouvindo, abrindo a cabeça. Tudo começa com professor. Senão, eu quero ir nas escolas e não consigo porque eles filtram.
JE — E a Cosac & Naify também tá lançando uma antologia sua...
Chacal — Estou feliz e ela cumpre uma função importante, de engrandecer o livro. Mas é cara e por isso não cumpre outra função, a de ser pro segundo grau, mais barato. Já estou preparando outro, com menos poemas, brevemente analisado, situando a época, pra entrar no programa nacional de biblioteca escolar. O Ministério da Educação compra e distribui. É bom duplamente: dá dinheiro para o autor e forma público. Se não pensarmos a médio prazo a poesia vai ficar só pra iniciados. Vai virar música, roteiro de cinema. Mas a coisa da poesia, da palavra solta, escrita ou falada, se não houver cuidado, já era. Os editores e poetas se conformam com o 500 leitores iniciados. Para as editoras é prestígio, e tem um prejuízo pequeno
JE — Como as gravadoras, as editoras também precisam achar outros caminhos?
Chacal — Ou faz isso ou acaba.
Chacal ganhou uma antologia e uma biografia do grupos que fez parte, o Nuvem Cigana
JE —
O que ficou de melhor e de pior desta fase?
Chacal — De melhor, a dimensão lisérgica, a psicodelia. Porque ela te dá outra dimensão da existência, uma possibilidade de utopia. De sonhar e ao mesmo tempo realizar coisas. E o pior é o excesso dessa mesma psicodelia. Descontrole, a desconexão com a realidade, quando se vai ao extremo. O sonho tem que ser feito acordado. Sonhar dormindo vai provocar só repetição sem realizar nada. Aquela época foi minha encubadora e aprendi essa coisas que tento realizar agora.
JE — O que a poesia provoca em você e o que ela pode fazer por nós hoje?
Chacal — Educação do espírito. Como se o teu espírito fosse um violão e você tivesse que afinar as cordas. O autor usa a poesia pra afinar essas cordas, ou seja, o seu ser. Pro leitor, é uma fonte didática tanto quanto o livro de matemática e Ciências. Estou cada vez mais convencido da importância da arte como educação. Mesmo que não se tenha consciência imediata, a pessoa está sendo transformada emocional e intelectualmente. Quero trabalhar cada vez mais profundamente nisso. Também é questão de mercado, pois se não houver esse tipo de educação a arte vai ser uma grande pastelaria. Porque as pessoas que estão no primeiro e segundo graus, fase de se educar, estão vendo Xuxa, lendo porcaria. A gente tem que tentar dar visão crítica. Não é dizer o que é bom, mas oferecer opções.
JE — Se fala nisso, mas é tão difícil notar algo concreto.
Chacal — É difícil mesmo, mas tem que brigar, não desistir. A mídia tem que dar valor ao conhecimento, pra que as crianças valorizem também. Elas não tem mais valor a não ser a roupa famosa. E falta também a dignificação do professor. Ele tem que poder se reciclar, se interessar. Como? Lendo, ouvindo, abrindo a cabeça. Tudo começa com professor. Senão, eu quero ir nas escolas e não consigo porque eles filtram.
JE — E a Cosac & Naify também tá lançando uma antologia sua...
Chacal — Estou feliz e ela cumpre uma função importante, de engrandecer o livro. Mas é cara e por isso não cumpre outra função, a de ser pro segundo grau, mais barato. Já estou preparando outro, com menos poemas, brevemente analisado, situando a época, pra entrar no programa nacional de biblioteca escolar. O Ministério da Educação compra e distribui. É bom duplamente: dá dinheiro para o autor e forma público. Se não pensarmos a médio prazo a poesia vai ficar só pra iniciados. Vai virar música, roteiro de cinema. Mas a coisa da poesia, da palavra solta, escrita ou falada, se não houver cuidado, já era. Os editores e poetas se conformam com o 500 leitores iniciados. Para as editoras é prestígio, e tem um prejuízo pequeno
JE — Como as gravadoras, as editoras também precisam achar outros caminhos?
Chacal — Ou faz isso ou acaba.
10/17/2007
O que alguns dizem é isso
Foto: Geisa Müeller


fotos: Gabriela F.



"Claro, seria ótimo se mais pessoas compartilhassem daquele momento, se a casa estivesse cheia, se a emoção de “Dias Tortos” pudessem pousar em corações que nunca a ouviram. Mas o tempo já está me deixando entender que as pessoas não querem essa emoção que dói ao ser exposta, preferem aquela que podem expressar com duas palavras fala direto às suas terminações nervosas, não às emocionais. Que uma banda que faz uma canção sobre sua própria amizade e persistência (“Canção para OAEOZ”), sobre a importância que a música tem para eles, uma banda assim não interessa. Uma banda que faz música para ser ouvida, não para ser pano de fundo de escritórios tediosos, cafés-da-manhã de hotel ou mesmo PCs de quem acumula arquivos mas descarta a música, de quem busca paixões mas não consegue cultivar amores e lidar com frustrações. Porque é disso que se trata OAEOZ, e foi isso que tivemos, todos nós, aquela noite."
Leo Vinhas
como diria o Linari, sem palavrs
vai lá e leia a íntegra


fotos: Gabriela F.



"Claro, seria ótimo se mais pessoas compartilhassem daquele momento, se a casa estivesse cheia, se a emoção de “Dias Tortos” pudessem pousar em corações que nunca a ouviram. Mas o tempo já está me deixando entender que as pessoas não querem essa emoção que dói ao ser exposta, preferem aquela que podem expressar com duas palavras fala direto às suas terminações nervosas, não às emocionais. Que uma banda que faz uma canção sobre sua própria amizade e persistência (“Canção para OAEOZ”), sobre a importância que a música tem para eles, uma banda assim não interessa. Uma banda que faz música para ser ouvida, não para ser pano de fundo de escritórios tediosos, cafés-da-manhã de hotel ou mesmo PCs de quem acumula arquivos mas descarta a música, de quem busca paixões mas não consegue cultivar amores e lidar com frustrações. Porque é disso que se trata OAEOZ, e foi isso que tivemos, todos nós, aquela noite."
Leo Vinhas
como diria o Linari, sem palavrs
vai lá e leia a íntegra
minha horta, meu jardim de cactus: no nosso quintal
A primeira profissão que minha mãe achou que eu seguiria foi a de agrônoma. Quanto comecei a aprender a mexer com a terra na escola, adora mostrar pra ela, quando nos encontrávamos nas férias, as plantinhas e explicar sobre cada parte dela. Alguma coisa lembro vagamente, como eu o fato de que arrancar a raiz não é garantia de que a muda poderá ser usada ou que o mato vai sumir. É que existe uma coisinha chamada coifa, na ponta dela que, se não estou enganada, é a essência de tudo. E se ela ficar no meio da terra o mato nasce novamente. E se cortarmos ela fora a muda não vai vingar. Não sei mais se é isso mesmo, mas nunca esqueci da tal pontinha de raiz que garante a vida. Aquele meu prazer ficou guardado em algum canto da memória e voltou algumas vezes diante do meu deslumbre com as plantas, que sem dúvida são uma das minhas paixões a serem exploradas. É a única situação em que consigo conceber algo próximo do que as pessoas chamam de deus, é quando olho toco e sinto as plantas. Agora mesmo, devia tar saindo pro meu inglês e to aqui encantada com os nosso pés de morangos. Genuínamente nossos: uma muda trazida pela minha mãe que deu os primeiros dois lindos frutos vermelhos outro dia e agora tava carregadinha novamente. Quase caí no choro ao ver que o tempero que plantei, aquele mesmo que tentei tantas vezes em vasinhos em outras casas e nunca vingara – e que nunca sei se é o cominho ou o tomilho, mas acho que é este último - vingou. De uma dessas mudas compradas em mercado mesmo, aquelas que insistiam em secar e morrer na casa azul; aqui está se espalhando.
Não sei definir que tipo de alegria é esta que leva pra longe tudo de ruim que possa estar por perto, que deixa meus dedos pretos de terra, pés igualmente sujos e me arranca da sensação esmagadora dos dias escorrendo entre os dedos. Esse cheiro de terra úmida – que é diferente do de poeira em dia de chuva – que toma conta de mim, parece até que consegue parar o tempo, enquanto empunho a enxada me debatendo com o mato que insiste em ser mais ágil que minhas plantinhas e contra os quais me jogo, arrancando-os pra que as deixem, plantas, frutas, flores, crescerem.
eu sabia que gostava de tudo isso, sempre soube. Mas agora, que estamos na nossa casa, que eu to fazendo uma horta que vai ter até aquelas cerquinhas de madeira, agora que basta abrir a porta da cozinha e ver esse verde se espalhando, e dar cinco passos pra colher o que vai ser servido....tá tudo mais vivo.
E vou fazer também um jardim de cactus, espero que um dia tão lindo quanto o maravilhoso feito pela mãe do igor, que nunca, nunca, esqueci.
sinto que isso tudo vai cada vez mais tomar conta da minha vida. Hoje, vim pra casa a tarde, pra fazer uma entrevista com alguém do Tim Festival. Não rolou.. e daí? Agora vou lavar as mãos e vou pro meu inglês muito melhor do que estava antes de chegar aqui, muito melhor do que estava ontem... pensando na nossa horta e no nosso jardim de cactus... (adri)
Não sei definir que tipo de alegria é esta que leva pra longe tudo de ruim que possa estar por perto, que deixa meus dedos pretos de terra, pés igualmente sujos e me arranca da sensação esmagadora dos dias escorrendo entre os dedos. Esse cheiro de terra úmida – que é diferente do de poeira em dia de chuva – que toma conta de mim, parece até que consegue parar o tempo, enquanto empunho a enxada me debatendo com o mato que insiste em ser mais ágil que minhas plantinhas e contra os quais me jogo, arrancando-os pra que as deixem, plantas, frutas, flores, crescerem.
eu sabia que gostava de tudo isso, sempre soube. Mas agora, que estamos na nossa casa, que eu to fazendo uma horta que vai ter até aquelas cerquinhas de madeira, agora que basta abrir a porta da cozinha e ver esse verde se espalhando, e dar cinco passos pra colher o que vai ser servido....tá tudo mais vivo.
E vou fazer também um jardim de cactus, espero que um dia tão lindo quanto o maravilhoso feito pela mãe do igor, que nunca, nunca, esqueci.
sinto que isso tudo vai cada vez mais tomar conta da minha vida. Hoje, vim pra casa a tarde, pra fazer uma entrevista com alguém do Tim Festival. Não rolou.. e daí? Agora vou lavar as mãos e vou pro meu inglês muito melhor do que estava antes de chegar aqui, muito melhor do que estava ontem... pensando na nossa horta e no nosso jardim de cactus... (adri)
10/15/2007
“Só o amor vai fazer você melhor”
OAEOZ e Rubens K - Meg & John
Giacarlo Rufatto - Venha comigo
E o show dos dez anos do OAEOZ veio e se foi. Tanta coisa passou pela minha cabeça pra dizer sobre isso nos últimos dias, desde a quinta-feira a noite, mas agora deu branco. Como disse a Adri aí embaixo, ficou só um imenso vazio, uma sensação de que tudo se dissolveu, desceu pelo ralo, escorreu até o bueiro mais próximo e desapareceu. Como se o show tivesse sido uma espécie de expiação, de exorcismo, de acerto de contas comigo mesmo. E agora, passado isso, não há mais nada pra dizer. Queria eu ter o talento de um Leonardo Vinhas (grande Leo) pra exprimir tudo o que senti nesses dias desde os primeiros ensaios até o show e depois o churras no feriado. Mas não tenho e não sei se tenho também força e vontade de fazer isso.
Me lembrei do show do Nirvana no holywood Rock, no RJ, em 1994, que eu revi esses das em dvd, e no qual, depois de tocar durante inacreditáveis 2 horas e 20 minutos de um show inacreditavelmente intenso, o Kurt Cobain simplesmente se abaixa, coloca a guitarra no show e sai engatinhando do palco, sem dizer boa noite, tchau ou qualquer coisa. Como se dissesse "taí, tudo o que eu podia fazer, mostrar, entregar, minha alma e meus sentimentos mais profundos, taí, não tem mais nada pra dizer", só resta se arrastar de quatro pra fora do palco em busca de um pouco mais...
Enfim, no momento, o que me ocorre é só dizer o óbvio, que o show em si foi ótimo, correu como a gente planejava, com exceção da participação do André que não rolou por que ele não conseguiu retornar à tempo da viagem, mas tudo bem. E da mesa de gravação de áudio que deu pau e não gravou nada. Nada que comprometesse a apresentação em si.
O fato de ter tido pouca gente (cerca de 50/60 pessoas) também é o de menos. Como eu comentei, há muito tempo eu deixei de alimentar qualquer tipo de expectativa, ou esperar qualquer coisa do público de Curitiba. Até porque mesmo assim ele sempre consegue me surpreender negativamente. Mas quem importa, os nossos amigos, estavam lá. E no final, é isso que fica, a música e os amigos que a gente faz pelo caminho.
Mas voltando ao show, foi muito legal revisitar todas aquelas canções – quatorze no total – e mais uma vez confirmar a força que elas têm de dizer e contar as nossas histórias. Até hoje me emociono, por exemplo, quando ouço ou toco o refrão de Contato: “a cidade dorme pra ela poder dançar/ no meio da rua/ como uma onda movida pelo vento/ como uma brisa que faz/ a onda se quebrar”. Tenho o maior orgulho de ter feito parte disso. E fico feliz, sim, muito feliz de saber que um cara como o Igor, que estava há um bom tempo afastado dos palcos, voltou a eles novamente pra tocar com OAEOZ.
E também fico muito feliz de tocar uma música como Meg & John, que nasceu lá nas nossas despretensiosas lisergic brainstorms do apto no edifício Tijucas, enquanto lá fora rolava o coral do antigo Bamerindus. E de colocar o Rubão pra cantar ela com a gente. E ver a satisfação dele em estar ali com a gente, a ponto de ter feito o terminal desmarcar um show em Londrina só pra estar lá com o OAEOZ. Valeu Rubão, você sabe, não preciso falar nada.
E ver o Leo Vinhas se abalar junto com a namorada lá de Foz do Iguaçu, só pra estar com a gente nesse show é algo que faz tudo o mais sem sentido, menor, desimportante. Ver ele deitado no chão do porão enquanto a gente tocava Dizem. É como o Gian comentou, "mas vocês têm um cara que vem de Foz pra cá só pra ver oaeoz”. E é real. Total real. Com o OAEOZ sempre foi assim. Não tem meio termo. É “ame-o ou deixe-o”. Não tem tapinha nas costas, nem mãozinha na cabeça. Não gostou, sai fora. Vai procurar tua turma. De gente medíocre eu quero distância. Como diria o Kerouac, para mim, interessa mesmo “são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo agora, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício”.
A verdade é que apesar de todo o cansaço, desgaste, vontade de “jogar tudo pro alto, abandonar, fugir, me esconder, desistir”, não existir, dez anos depois daquela fatídica tarde de sábado, 11 de outubro de 1997, quando eu o Igor e o Camarão nos reunimos a primeira vez na casa verde do campina do siqueira, acho que nunca senti tanto prazer e toquei com tanta consciência quanto nesses últimos dias de ensaio e no show dos dez anos propriamente dito. Consciência de como aquelas canções são importantes pra mim, fazem parte da minha vida, estão impregnadas no meu corpo, no meu suor, na minha respiração. Afinal, além da Adri, da minha mãe, minha irmã, e meus amigos, elas são tudo o que eu tenho na vida. E no dia em que eu não estiver mais aqui, quando alguém quiser lembrar de mim, é só colocar uma delas pra rolar. Sei que pouca gente ta interessa nelas. Em um mundo em que a música virou um arquivo sem rosto, sem cara, muitas vezes até sem nome, há pouco ou nenhum espaço para uma música tão pessoal e passional como a do OAEOZ. E isso não é uma reclamação, não, longe disso. É apenas uma constatação óbvia. E por mais que possa parecer o contrário, isso já não importa mais. Porque nada nem ninguém pode me tirar o prazer e a satisfação de saber que eu ajudei a criá-las, a coloca-las no mundo. O prazer de tocar e ouvir uma canção que te emociona e traz de volta sentimentos que estão ali aprisionados como numa caixinha de música. E a satisfação de que mesmo que apenas para muito poucos, essas canções fizeram algum sentido, e ajudaram de alguma forma algumas dessas pessoas a sentirem melhor, mais vivas, com vontade de chorar e estar com quem se ama, de ligar praquele amigo que há muito tempo você não vê. “Voltar pra casa e se desculpar/olhar nos olhos/sentir vontade/de abraçar forte”. É isso na verdade o que importa. O que fica, as canções e os amigos que a gente conquistou nesse tempo todo. As risadas, as viagens malucas, os amanheceres embriagados, as luzes da estrada, “a chuva que cai fazendo a noite um pouco mais vazia”, como diz o Gian. Porque um dia, tudo vai acabar. Como já dizia o antigo compositor baiano hoje ministro: “o sonho acabou/quem não durmiu no slepping bag nem sequer sonhou”.
Nós do OAEOZ, ousamos sonhar, e bancar esse sonho. Até o fim. Até o limite das forças. Até não ter mais nada pra dizer, como nesse texto longo e sem sentido. Vomitado. Esvaído. Porque desde o começo, só e tudo o que eu queria mesmo "era fazer uma canção pra você".
O set list final
De inverno
Recado
Contato
Me apaixonei por uma burguesa
Monumentos sem cabeça
Disco riscado
Meg & John
Talvez
Waking up
3h30
Dias tortos
Canção para oaeoz
Dizem
Lembranças (não valem nada)
e agora, é descansar um pouco, terminar o disco de estúdio, o ao vivo no Grande Garagem. e dia 30, pra fechar o ano, a gente toca no National Garage, no novo 92. Nos vemos lá.
ressaca!
Ainda me sinto de ressaca. Mas não é da bebida, não, desconfio. Nem do cigarro. é de tudo um pouco, inclusive desses dez anos de OAEOZ. No sábado, eu e ivan conversávamos quando ele comentou que sentia-se como em um pós-Rock de Inverno. “Alguém anotou a placa?” OAEOZ 010, ou algo assim, brinco. Uma certa malemolência meio mal humorada, no meu caso, vontade de nada fazer e uma sensação de vazio. Principalmente essa sensação de vazio, um gosto esquisito. A euforia do ver que tudo deu certo, foi, junto de um sabor amargo, cansaço, de notar que poucos dividiram mais esse momento. Salve Léo Vinhas, grande figura, e Lidiane. Valeu a vinda, voltem sempre!
O show d'OAEOZ foi dez. Repertório impecável, amigos por perto... mesmo com o bar quase vazio. De volta a algum começo... outra vez. não importa. agora, é como se o ano tivesse acabado. Mais um. To perdendo o tesão de fazer shows. É tanta ansiedade... Não que os tenha feito tanto assim, mas as falhas reincidentes, que não conseguem ser corrigidas pelos meus discursos, me irritam profundamente. Não fiz metade do que gostaria, mas por outro lado, se tivesse feito ia estar de cabelo em pé, hoje...
Já estamos só os dois em casa, silêncio e um dia chuvoso pra aquietar o espírito. só quero ficar quieta, com a cara enfiada no meu livro (valeu Conrad e Jung!) Não tenho muito que falar do show. Então assistimos as gravações. Uma, duas, três vezes. Ficaram bem legais, eu tô aprendendo. Daqui a pouco o ivan deve colocar algo com um de seus textos arrebatadores sobre a noitada.
O Igor, de volta aos primeiros tempos,... não deixa de ser irônico (e adorável!) que tenha sido OAEOZ que o tirou do “retiro dos artistas” e o recolocou de volta no lugar que é seu por direito: o palco. Não sai mais daí não, Igor. Tem gente que precisa da sua música, pode acreditar nisso, meu! E ver o Rubens no palco ao lado do ivan, então, provocou outro lindo flashback. E tinha que ser cantando meg e john, essa canção tão especial que fica ainda mais especial quando vocês dois cantam. Dias Tortos, há tanto não a ouvia. E Talvez, então, a primeira música com os vocais assumidos pelo ivan. E Contato, Recado, Waking up, Disco Riscado... enfim...
E o que foi a apresentação do Gian? Definitivamente, não é pra qualquer um e sou muito feliz por estar na lista dos que assinam embaixo. Já o tinha visto cantando nas esquina das marechais, mas ouvi-lo assim é mais indiscritível...Ficar ali, no pé do cara, registrando seu esforço, vendo o suor escorrer, suas inquietudes, insatisfações, os pensamentos que se manifestam também em forma de um profundo suspiro de alívio ao final de outra canção, densa, que parece quase fazer o Gian sofrer, se perguntando "onde foi que eu errei", fazendo sua "reza" . é como digo, ninguém sai ileso de dentro de certas canções, nem quem as faz tem o controle. Um ciclo se fecha. Em vários sentidos, no que me diz respeito. Nada mais será como antes...
O show d'OAEOZ foi dez. Repertório impecável, amigos por perto... mesmo com o bar quase vazio. De volta a algum começo... outra vez. não importa. agora, é como se o ano tivesse acabado. Mais um. To perdendo o tesão de fazer shows. É tanta ansiedade... Não que os tenha feito tanto assim, mas as falhas reincidentes, que não conseguem ser corrigidas pelos meus discursos, me irritam profundamente. Não fiz metade do que gostaria, mas por outro lado, se tivesse feito ia estar de cabelo em pé, hoje...
Já estamos só os dois em casa, silêncio e um dia chuvoso pra aquietar o espírito. só quero ficar quieta, com a cara enfiada no meu livro (valeu Conrad e Jung!) Não tenho muito que falar do show. Então assistimos as gravações. Uma, duas, três vezes. Ficaram bem legais, eu tô aprendendo. Daqui a pouco o ivan deve colocar algo com um de seus textos arrebatadores sobre a noitada.
O Igor, de volta aos primeiros tempos,... não deixa de ser irônico (e adorável!) que tenha sido OAEOZ que o tirou do “retiro dos artistas” e o recolocou de volta no lugar que é seu por direito: o palco. Não sai mais daí não, Igor. Tem gente que precisa da sua música, pode acreditar nisso, meu! E ver o Rubens no palco ao lado do ivan, então, provocou outro lindo flashback. E tinha que ser cantando meg e john, essa canção tão especial que fica ainda mais especial quando vocês dois cantam. Dias Tortos, há tanto não a ouvia. E Talvez, então, a primeira música com os vocais assumidos pelo ivan. E Contato, Recado, Waking up, Disco Riscado... enfim...
E o que foi a apresentação do Gian? Definitivamente, não é pra qualquer um e sou muito feliz por estar na lista dos que assinam embaixo. Já o tinha visto cantando nas esquina das marechais, mas ouvi-lo assim é mais indiscritível...Ficar ali, no pé do cara, registrando seu esforço, vendo o suor escorrer, suas inquietudes, insatisfações, os pensamentos que se manifestam também em forma de um profundo suspiro de alívio ao final de outra canção, densa, que parece quase fazer o Gian sofrer, se perguntando "onde foi que eu errei", fazendo sua "reza" . é como digo, ninguém sai ileso de dentro de certas canções, nem quem as faz tem o controle. Um ciclo se fecha. Em vários sentidos, no que me diz respeito. Nada mais será como antes...
10/09/2007
OAEOZ no Tudo Paraná
Fotos Yaskara


E o blog Sobretudo, do grande Luiz Cláudio Oliveira, o Lobão, destaca os dez anos do OAEOZ e o lançamento do single. Acima, duas belas fotos feitas pela Yaskara no show do Grande Garagem que Grava. Valeu Yaskara.
Confiram aqui


E o blog Sobretudo, do grande Luiz Cláudio Oliveira, o Lobão, destaca os dez anos do OAEOZ e o lançamento do single. Acima, duas belas fotos feitas pela Yaskara no show do Grande Garagem que Grava. Valeu Yaskara.
Confiram aqui
10/08/2007
CANÇÃO PARA OAEOZ NO SCREAM YELL

"Uma década distribuindo boa música pelo cenário independente é um fato que deve ser comemorado. Bandas surgem todas as noites, bandas acabam todas as manhãs. Um grupo permanecer na ativa por uma década apenas pelo tesão de se fazer o som que gosta não é pouco, e diz muito sobre a paixão que esses caras sentem por algo maltratado/usado pela indústria, e que um dia convencionou-se ser chamado música."
Como diria aquela música chata do seu jorge e ana carolina, "é isso aí!". O parágrafo acima é um trecho do texto do nosso grande amigo Marcelo Costa, que disponibilizou, a partir desta segunda-feira, 08 de outubro, o novo single virtual do OAEOZ, com exclusividade, no site Scream Yell. Vão lá, baixem, ouçam, comentem. Pra gente é uma honra lançar o single pelo SY, que desde que conheci nunca deixei de acompanhar, e até hoje é um dos melhores sites sobre música e cultura pop do País. E não é porque o cara gosta do OAEOZ, não, até porque eu já curtia o site muito antes do Marcelo falar qualquer coisa da banda. Simplesmente porque me identifico com o que ele escreve, e sinto que tem muito a ver com o que a gente pensa e faz. Assim como OAEOZ, o Marcelo não compactua com esse cinismo, essa empáfia, essa acomodação que contamina grande parte dos mass media no Brasil. Felizmente ainda podemos contar com pessoas como ele, que escrevem com o coração, e não precisa ficar fazendo pose de cool, de hypado, pra parecer relevante.
Enfim, vão lá no Scream Yell e confiram
10/06/2007
CANÇÃO PARA OAEOZ

e daqui a pouco, a partir das 17 horas deste sábado, a estréia radiofônica do nosso novo single, "Canção para OAEOZ", no programa Cena Local, da Mariele Loyola (Cores D Flores), na 91 rádio rock.
OUÇA AQUI
e segunda-feira (08/10), o lançamento com exclusividade do single virtual pelo site Scream Yell, do jornalista Marcelo Costa.
AQUI
e segue a carruagem...
10/02/2007
OAEOZ comemora dez anos com show e novo single

Apresentação terá a participação de parceiros e ex-integrantes, músicas de todas as fases do grupo curitibano, e o lançamento do single “Canção para OAEOZ”
A banda curitibana OAEOZ comemora seus dez anos de atividade no próximo dia 11/10 (quinta-feira), com um show especial e o lançamento de um novo single. O show, que acontece no Porão Rock Club, terá a participação de parceiros e ex-integrantes, como Igor Ribeiro, André Ramiro (ruído/mm; Índios Eletrônicos), e Rubens K (Terminal Guadalupe). No repertório, músicas de todas as fases da banda, desde a primeira demo, homônima (OAEOZ, 1998), passando pelos discos Dias (2001) e Às Vezes Céu (2005), e chegando ao novo disco, que o grupo está finalizando e deve ser lançado até o final do ano.
Além disso, o show marca também o lançamento do segundo single extraído das gravações do novo disco. “Canção para OAEOZ” é a primeira composição do guitarrista Carlos Zubek gravada pela banda e que ele também interpreta fazendo o vocal principal. Como “lado B”, uma versão para a música “Loucura”, do Ídolos de Matinee, banda curitibana dos anos 80.
O OAEOZ surgiu em outubro de 1997, formado por Ivan Santos, Igor Ribeiro, Hamilton de Lócco (bateria), e Rodrigo Montanari (baixo). Com essa formação, lançou duas demos - OAEOZ (1998) e De Inverno (1999), e dois CDs - Dias (2001) e Take um (2002). Participou das coletâneas, “Novos sons fora do eixo” (2202), lançada pelo selo independente De Inverno Records em parceria com o Jornal do Estado; e “Raízes da terra” (2003), pelo jornal Gazeta do Povo. Tocou no Free Zone em setembro de 2002, e ajudou a criar o festival Rock de Inverno, que deu origem ao selo De Inverno, mantido por Ivan e pela jornalista Adriane Perin. Com a saída de Igor no final de 2002, o grupo incorporou André Ramiro (Alphapsicotics/ Iconoclastas) e em seguida Carlão Zubek (Sabadá/Folhetim Urbano).
Em 2005, lançou Às vezes céu - seu primeiro álbum totalmente gravado em estúdio - com shows no teatro Paiol, em Curitiba; e em São Paulo , no clube OUTs e no Centro Cultural de SP. Com a saída de André Ramiro (guitarra), que participou das gravações do novo disco, mas deixou o grupo em 2006 para se dedicar aos Índios Eletrônicos e ao ruído/mm, o OAEOZ voltou a ser um quarteto.
Em julho deste ano a banda lançou o single virtual “Impossibilidades”, que logo em seguida foi selecionado para estrear o projeto Compacto.rec - série de compactos virtuais lançada pelo Circuito Fora do Eixo, que reúne produtoras, selos e festivais de todo o País. Com isso, “Impossibilidades” foi relançada pelo Compacto.rec simultaneamente em um pool de 30 sites que disponibilizaram para download gratuito um kit com as duas faixas em mp3, capa, contracapa e label do CD para impressão.
No último dia 1º de setembro, a banda se apresentou no projeto Grande Garagem que Grava, que tem o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, e é comandado pelo pessoal da Chefatura Records, produtora integrada por músicos remanescentes das bandas Beijo AA Força/Maxixe Machine. No show, o OAEOZ registrou ao vivo cinco composições inéditas, que serão lançadas em CD pelo projeto. Além disso, a banda prepara o lançamento de seu novo disco de estúdio, com outras oito composições inéditas, gravado por Luigi Castel, que também responde pela mixagem ao lado do guitarrista Carlos Zubek.
OAEOZ
Show de comemoração dos dez anos da banda
Lançamento do single “Canção para OAEOZ”
Quinta-feira
11 de outubro
22 horas
Porão Rock Club
Rua Presidente Carlos Cavalcanti, 1158
Ingressos: 8 reais
APOIO
Livrarias Curitiba
Datawatch
Tecnicópias
REALIZAÇÃO
De Inverno
Gravações & Produções
oaeoz@yahoo.com.br
www.deinverno.blogspot.com
www.myspace.com/oaeoz
www.tramavirtual.com.br/oaeoz
9/29/2007
Finalmente: Hurtmold volta a Curitiba
Divulgação

O sexteto paulistano Hurtmold faz seu segundo show em Curitiba, neste sábado
Jornal do Estado
Banda experimental paulistana, que é top do indepedente nacional, se apresenta na cidade
Adriane Perin
Algo que ficou na memória do primeiro show da banda paulistana Hurtmold em Curitiba, há cinco anos, foi as pessoas postadas diante do palco do antigo 92, na última noite da terceira edição do festival Rock de Inverno. Uns tipos diferentes com um olhar que não perdia uma virada de baqueta, sequer, atentos e boquiabertos diante das movimentações do seis músicos, que mudavam de instrumento o tempo todo. Claro, que os caras diante do palco eram músicos. Só eles têm aquele tipo de olhar que procura o que poucos conseguem perceber: a conversa singular que se estabelece entre músicos e seus instrumentos. Foi um show catártico, ainda hoje muito comentado no meio, em especial agora que os paulistas estão de volta para lançar seu terceiro, homônimo da banda, também pelo selo Submarine Records. O show é neste sábado no Novo 92, com produção da curitibana Ruído/mm que abre a noitada.
“Esse 92 é aquele mesmo...”, pergunta logo de cara o multinstrumentista Maurício Takara, o cara mais conhecido entre os seis do Hurtmold, por conta também, de seus trabalhos solo e como músico contratado de feras da música brasileira. Ele conversou com a reportagem no dia da estréia do novo show em São Paulo, quarta-feira, já com a notícia de que os ingressos lá estavam esgotados. “No começo do ano tocamos bastante mas agora fa zia um tempo que não tocávamos aqui”. Eles ainda capitalizam, provavelmente, a capa que ganharam na Ilustrada da Folha de S. Paulo há algumas semanas, apontando a banda como uma representando o independente “de gente grande”.
Independente sim, mas já num estágio mais profissional, que garante à banda de Fernando Cappi, Guilherme Granado, Marcos Gerez, Mário Cappi, Mauricio Takara e Rogério Martins receber cachê e fazer exigências, simples como passar o som, mas ainda difíceis de receber. Foi o que aconteceu no Curitiba Rock Festival, em 2005, que não permitiu o acerto dos equipos. Eles não tiveram dúvida e cancelaram a participação, provocando a grande baixa nacional do evento curitibano.
Como a banda tem muitos fãs na cidade, ficou um gosto estranho na boca, que eles promotem trocar pelo sabor catártico de uma comunhão artística que, com certeza, vai acontecer novamente. Certeza, proque os dez anos de existência sem mudar de formação garantem a química e a leveza entre os músicos. Nesse tempo o Hurtmold foi ocupando cada vez mais espaço, inclusive na vida profissional de Maurício, que tem uma sólida carreira fora da banda também. “As coisas vão acontecendo em pequenas fases. Meus projetos paralelos chamaram a atenção para este trabalho autoral e chegou um ponto em que tive que dar preferência para ele, que é o que mais gosto de fazer, compor e investir no processo criativo mesmo”, conta.
Ele define sua banda como “totalmente independente”. “Principalmente porque não temos nenhuma expectativa; essa é a diferenteça. Quando se tem uma grande estrutura por trás, é inevitável que se espere uma respota de mercado”, argumenta.
O Hurtmold passou por todas aquelas fases de carregar equipamento, tocar em muquifo, bancar suas viagens por bilheteria micha. Mas agora com prestígio também no exterior, o currículo ganhou peso. “Fizemos o processo inverso. Somos amigos que resolveram tocar sem nem saber quem tocaria o quê”.
Takara conta que a gravação deste trabalho foi diferente a começar pelo tempo de 3 anos que levou para ser feito. “O penúltimos disco, Mestro, fechou um ciclo natural, o do começo, que tinha um pé mais fincado no punk e até vocais. O disco também consolidou o que a gente vinha fazendo baseado na repetição de idéias, variações de dinâmica e criação de climas. Nesse novo, as músicas tem momentos diferentes: só percussão, só sopro e corda”, conta. Mas, se a pré produção demora, as gravações são quase tudo ao vivo, para pegar o máximo do astral original. “É um processo rústico. “A gente se junta na sala, arma o máximo que dá pra gravar ao vivo e depois faz um ou outro overdub”.
Ainda com a passagem do CRF na mente, Takara encerrra a entrevista comentando de sua alegria de tocar na cidade. “Vai ser o maior prazer voltar pra tocar do jeito que a gente queria. E conhecer o novo 92”. Defintivamente, quem sabe sabe: não dá pra perder.
Serviço
Hurtmold e Ruído mm. Dia 29. Ingressos a confirmar. Novo 92 (R. Des. Benvindo Valente, 280).

O sexteto paulistano Hurtmold faz seu segundo show em Curitiba, neste sábado
Jornal do Estado
Banda experimental paulistana, que é top do indepedente nacional, se apresenta na cidade
Adriane Perin
Algo que ficou na memória do primeiro show da banda paulistana Hurtmold em Curitiba, há cinco anos, foi as pessoas postadas diante do palco do antigo 92, na última noite da terceira edição do festival Rock de Inverno. Uns tipos diferentes com um olhar que não perdia uma virada de baqueta, sequer, atentos e boquiabertos diante das movimentações do seis músicos, que mudavam de instrumento o tempo todo. Claro, que os caras diante do palco eram músicos. Só eles têm aquele tipo de olhar que procura o que poucos conseguem perceber: a conversa singular que se estabelece entre músicos e seus instrumentos. Foi um show catártico, ainda hoje muito comentado no meio, em especial agora que os paulistas estão de volta para lançar seu terceiro, homônimo da banda, também pelo selo Submarine Records. O show é neste sábado no Novo 92, com produção da curitibana Ruído/mm que abre a noitada.
“Esse 92 é aquele mesmo...”, pergunta logo de cara o multinstrumentista Maurício Takara, o cara mais conhecido entre os seis do Hurtmold, por conta também, de seus trabalhos solo e como músico contratado de feras da música brasileira. Ele conversou com a reportagem no dia da estréia do novo show em São Paulo, quarta-feira, já com a notícia de que os ingressos lá estavam esgotados. “No começo do ano tocamos bastante mas agora fa zia um tempo que não tocávamos aqui”. Eles ainda capitalizam, provavelmente, a capa que ganharam na Ilustrada da Folha de S. Paulo há algumas semanas, apontando a banda como uma representando o independente “de gente grande”.
Independente sim, mas já num estágio mais profissional, que garante à banda de Fernando Cappi, Guilherme Granado, Marcos Gerez, Mário Cappi, Mauricio Takara e Rogério Martins receber cachê e fazer exigências, simples como passar o som, mas ainda difíceis de receber. Foi o que aconteceu no Curitiba Rock Festival, em 2005, que não permitiu o acerto dos equipos. Eles não tiveram dúvida e cancelaram a participação, provocando a grande baixa nacional do evento curitibano.
Como a banda tem muitos fãs na cidade, ficou um gosto estranho na boca, que eles promotem trocar pelo sabor catártico de uma comunhão artística que, com certeza, vai acontecer novamente. Certeza, proque os dez anos de existência sem mudar de formação garantem a química e a leveza entre os músicos. Nesse tempo o Hurtmold foi ocupando cada vez mais espaço, inclusive na vida profissional de Maurício, que tem uma sólida carreira fora da banda também. “As coisas vão acontecendo em pequenas fases. Meus projetos paralelos chamaram a atenção para este trabalho autoral e chegou um ponto em que tive que dar preferência para ele, que é o que mais gosto de fazer, compor e investir no processo criativo mesmo”, conta.
Ele define sua banda como “totalmente independente”. “Principalmente porque não temos nenhuma expectativa; essa é a diferenteça. Quando se tem uma grande estrutura por trás, é inevitável que se espere uma respota de mercado”, argumenta.
O Hurtmold passou por todas aquelas fases de carregar equipamento, tocar em muquifo, bancar suas viagens por bilheteria micha. Mas agora com prestígio também no exterior, o currículo ganhou peso. “Fizemos o processo inverso. Somos amigos que resolveram tocar sem nem saber quem tocaria o quê”.
Takara conta que a gravação deste trabalho foi diferente a começar pelo tempo de 3 anos que levou para ser feito. “O penúltimos disco, Mestro, fechou um ciclo natural, o do começo, que tinha um pé mais fincado no punk e até vocais. O disco também consolidou o que a gente vinha fazendo baseado na repetição de idéias, variações de dinâmica e criação de climas. Nesse novo, as músicas tem momentos diferentes: só percussão, só sopro e corda”, conta. Mas, se a pré produção demora, as gravações são quase tudo ao vivo, para pegar o máximo do astral original. “É um processo rústico. “A gente se junta na sala, arma o máximo que dá pra gravar ao vivo e depois faz um ou outro overdub”.
Ainda com a passagem do CRF na mente, Takara encerrra a entrevista comentando de sua alegria de tocar na cidade. “Vai ser o maior prazer voltar pra tocar do jeito que a gente queria. E conhecer o novo 92”. Defintivamente, quem sabe sabe: não dá pra perder.
Serviço
Hurtmold e Ruído mm. Dia 29. Ingressos a confirmar. Novo 92 (R. Des. Benvindo Valente, 280).
9/28/2007
Não tem pra ninguém

Então. A Adri já deu a letra aí embaixo. Nesse sábado, não tem pra ninguém. Em Curitiba, quem for amante dos bons sons só tem um endereço. A festa da Ruído Corporation, de nosso grande amigo André, com ruído/mm e Hurtmold (SP) no novo 92. Sim, eles estão de volta, cinco anos depois do primeiro e até agora único show em Cwb, quando estiveram aqui pro Rock de Inverno 3. Lembro bem até hoje como conheci o som dos caras. Eu e a Adri tínhamos ido pro Goiania Noise, ela a trabalho, eu por conta, pra divulgar material da De Inverno e do OAEOZ. Parei na banquinha de Cds do festival, e um Cd de uma banda que eu nunca tinha ouvido falar me chamou a atenção pela capa. Era o primeiro disco, quando eles ainda tinham músicas cantadas. Comprei. No dia seguinte eles tocaram e deixaram todo mundo de cara, com aquele som inclassificável e um prazer de fazer música que poucos vi demonstrar. Chapei. Um ano depois, tivemos a felicidade de te-los no Rock de Inverno. Eles já tavam lançando o segundo disco "Cozido". Lembro que passei o show inteiro enchendo o saco dos caras pra que eles tocassem uma música do primeiro, se não me engano, "Positividade mórbida". E no final eles tocaram, mesmo essa música não estando no set list. Só pra quem pode (ehehe). Vai ser muito bom vê-los de novo, hoje já reconhecidos como uma das melhores bandas do País. Parabéns ao André e sua turma, pela coragem de fazer aquilo que os produtores "profissionais" não foram capazes. Sei por experiência própria que não é fácil isso. Só tendo muito amor à camisa mesmo. Mas vale a pena. Nos encontramos lá no 92 então. Aí acima, o vídeo do Marcelo Borges com o Hurtmold no Rock de Inverno 3.
Hurtmold aí e eu...
...aqui em Porto de Galinhas, um lugar lindo do lado do recife. Vim por conta da Fliporto, Festa Literária de Porto de Galinhas. Muitas, muitas coisas acontecendo e poesia, principalmente, até agora, escapando pra todo canto. Tem painel de hora em hora, com vários escritores participando. a temática é a produção da américa latina, então as boias voltaram a circular nas salas ar refrigeradas onde acontecem os debates. E todo mundo lê poesias....
cheguei ontem... foi um tanto tumultuado. mas passada a fase de instalação que durou a tarde todinha (a manhã foi voando de um aeroporto a outro, estômago estranho, pouca fome e essas coisas que sempre acontecem quando saio da segurança do meu doce lar no Abranches)foi bem legal. os jornalistas de fora são gente boa e já tem disquinho d'OAEOZ em mais mãos. ninguém ouviu ainda, por razões óbvias, agora é hora das palavras (depois eles verão que n'OAEOZ a palavra é estrela, também). pessoal de sampa e rio e euzinha. na mesma pousada e alguns passeios afins.
nossa, acabei de me tocar que até agora, já estou aqui há nesse lugar a quase 24 horas e não tomei nenhuma cerveja... ah, não. mas, a caipirinha da pousada é bem boa, no ponto. é, mas tá na hora de abrir uma cerva, pelo amor de deus... uma pausa de todo pensamento, pelo menos no horário do almoço....
ah, ontem rolou um lance engraçado. No coquetel de abertura do evento. o garçom entregou a cintia, jornalista de sampa, um drink de frutas e ficou em dúvida quando eu pedi um também: "é com cachaça, tá, moça!", me disse, hesitando entregar o copo. Não botei fé: olhei bem pra cara dele e soltei: por favor,só me falta vc me dar um coquetel docinho de frutas"... eu,hein, disse pra cintia, qualé tô com cara de santa...brincadeira...foi engraçado. bom, vou lá providenciar a cerveja. esse lugar é muito bonito, mas ainda não circulei muito. vou dar um giro daqui a pouco e amanhã.
e vocês vê se não perdem o hurtmold amanhã e leiam a entrevista que o Maurício takara me deu, no JE, sábado. E até a volta. Mas, dou mais notícias aqui antes... minhas impressões da cidade fora das salas refrigeradas (pelo menos aqui o povo não exagera).abço da adri.
cheguei ontem... foi um tanto tumultuado. mas passada a fase de instalação que durou a tarde todinha (a manhã foi voando de um aeroporto a outro, estômago estranho, pouca fome e essas coisas que sempre acontecem quando saio da segurança do meu doce lar no Abranches)foi bem legal. os jornalistas de fora são gente boa e já tem disquinho d'OAEOZ em mais mãos. ninguém ouviu ainda, por razões óbvias, agora é hora das palavras (depois eles verão que n'OAEOZ a palavra é estrela, também). pessoal de sampa e rio e euzinha. na mesma pousada e alguns passeios afins.
nossa, acabei de me tocar que até agora, já estou aqui há nesse lugar a quase 24 horas e não tomei nenhuma cerveja... ah, não. mas, a caipirinha da pousada é bem boa, no ponto. é, mas tá na hora de abrir uma cerva, pelo amor de deus... uma pausa de todo pensamento, pelo menos no horário do almoço....
ah, ontem rolou um lance engraçado. No coquetel de abertura do evento. o garçom entregou a cintia, jornalista de sampa, um drink de frutas e ficou em dúvida quando eu pedi um também: "é com cachaça, tá, moça!", me disse, hesitando entregar o copo. Não botei fé: olhei bem pra cara dele e soltei: por favor,só me falta vc me dar um coquetel docinho de frutas"... eu,hein, disse pra cintia, qualé tô com cara de santa...brincadeira...foi engraçado. bom, vou lá providenciar a cerveja. esse lugar é muito bonito, mas ainda não circulei muito. vou dar um giro daqui a pouco e amanhã.
e vocês vê se não perdem o hurtmold amanhã e leiam a entrevista que o Maurício takara me deu, no JE, sábado. E até a volta. Mas, dou mais notícias aqui antes... minhas impressões da cidade fora das salas refrigeradas (pelo menos aqui o povo não exagera).abço da adri.
9/21/2007
murros...
Eu tô tentando não pensar tanto. Juro que to tentando deixar tudo andar de um jeito mais tranquilo. Às vezes, até consigo. Mas daí, alguém - especial – diz algo que eu não queria ouvir e aquilo fica (ficou) grudado como se uma gravação repetisse a fala ad infinitum. Acho que tenho mania de achar que tô certa, especialmente em “coisas da vida”. Aí lembrei do que a Gilce –minha amigona - disse quando perguntei, retórica e dramaticamente, se “eu é que sou muito chata ou ao meu redor tinha muita coisa errada”. Eu acho que as duas opções estão certas, depende do momento e ás vezes elas acontecem ao mesmo tempo. Mas, ela, sabiamente, disse algo como: o certo pra você pode não ser o certo pra outro alguém”. Óbvio, né?
É... a vida é cheia de obviedades pelas quais a gente passa batido – por isso o simples pode ser a grande sacada. Ouvi algo essa semana que me entristeceu, e travou. É muito difícil a gente saber quando é hora de acabar algo pra começar um algo novo. É muito difícil dar uma guinada e mudar tudo – e também exige coragem corrigir o curso quando percebemos o erro. É muito difícil, pra mim, largar mão de coisas que gosto. Não sei quem tá certo e bem por isso tenho que deixar as pessoas andarem com suas pernas e não ficar tentando corrigir cursos que não são meus. Só que é muito dolorido deixar de lado algo muito importante. Mas, também é preciso parar de dar murros em ponta de facas. Isso machuca.
É... a vida é cheia de obviedades pelas quais a gente passa batido – por isso o simples pode ser a grande sacada. Ouvi algo essa semana que me entristeceu, e travou. É muito difícil a gente saber quando é hora de acabar algo pra começar um algo novo. É muito difícil dar uma guinada e mudar tudo – e também exige coragem corrigir o curso quando percebemos o erro. É muito difícil, pra mim, largar mão de coisas que gosto. Não sei quem tá certo e bem por isso tenho que deixar as pessoas andarem com suas pernas e não ficar tentando corrigir cursos que não são meus. Só que é muito dolorido deixar de lado algo muito importante. Mas, também é preciso parar de dar murros em ponta de facas. Isso machuca.
pelos blogs da vida...
"Daquelas músicas que você ouve por acaso, numa rádio online, e se pega pensando nela o resto da noite."
por Flávia Silveira, do blog Innocent and Sweet
por Flávia Silveira, do blog Innocent and Sweet
9/17/2007
Dez anos e Disco Riscado
E ontem (sábado, estou escrevendo isso no domingo, no plantão do JE) fizemos o quarto ensaio pro show dos dez anos do OAEOZ. E posso dizer que foi catártico, impulsionado pela presença do Rubens, Adri e outros amigos, que armaram até um churras pra nosso deleite lá na casa do Carlão. Um dia daqueles pra ficar ecoando na cabeça por um bom tempo. E o repertório do show começa a se definir de vez. Por enquanto, são essas aí abaixo:
De inverno
Contato
Recado
Me apaixonei por uma burguesa
Monumentos sem cabeça
Disco riscado
Talvez
Waking up
Meg & John
Dizem
Canção para oaeoz
Lembranças
Tem sido uma aventura prazerosa e uma redescoberta tocar de novo a maioria dessas músicas que a gente há muito tempo não toca, e perceber como elas ainda funcionam perfeitamente pra descrever nossos estados de espírito, nossas histórias e idiossincrassias. Isso só reforça o nosso entusiasmo com esse show, que certamente tem tudo pra ser uma grande festa, uma celebração entre amigos e parceiros queridos, que tanto nos ensinaram e continuam ensinando até hoje. É uma alegria renovada reencontrar as canções e os amigos ao mesmo tempo, e perceber que toda a energia dispensada nesses últimos anos se materializou em melodias e letras que têm uma inegável força catalisadora, e que preservam a qualidade de nos elevar a uma intensidade de sentimentos e sentidos que só a verdadeira música é capaz. Como eu
disse antes, sinto como se estivesse começando tudo de novo, só que desta vez, de uma forma muito mais consciente e prazerosa, curtindo cada momento, cada nota. É isso aí, segue em frente que 11 de outubro taí.
E aí acima vocês podem conferir mais uma música que estará nesse show: Disco Riscado, parceria minha e do Camarão, gravada no show de lançamento do disco Dias, em 5 de maio de 2001, no auditório Antonio Carlos Kraide, com a participação da grande pianista Marília Giller. O vídeo é do Marcelo Borges.
9/14/2007
Aquelas canções fizeram realmente a diferença
Então. no próximo dia 11 de outubro, quinta-feira, véspera de feriado, completam-se dez anos desde que eu, o Igor e o Camarão nos reunimos pela primeira vez, para fazer um som na casa verde do campina do siqueira, e começar a história do que se tornaria o OAEOZ. E pra comemorar essa data mais que especial, é claro, faremos um show especialíssimo, no Porão Rock Clube, com a participação de alguns dos nossos grandes amigos e parceiros que fizeram toda essa história com a gente: Igor Ribeiro, André Ramiro, Rubens K, entre outros. Tocaremos músicas de todas as fases da banda, desde o começo, até hoje.
Está sendo muito legal relembrar antigas canções, que há muito tempo não tocávamos, e que marcaram esse período. Tem sido uma incrível viagem no tempo e na memória, e um prazer voltar a ouvi-las, e um prazer maior ainda por perceber que independente de qualquer coisa, elas continuam fazendo todo o sentido até hoje, mesmo depois de tanto tempo. Continuam dizendo coisas e despertando sentimentos e emoções incríveis pra gente. É o tipo de coisa que faz você sentir que todo o esforço não foi em vão afinal. Como diria o Rubens, “aquelas canções fizeram realmente (e continuam fazendo) a diferença”, mesmo que só pra gente. Então, pra ir esquentando, to postando aqui um exemplo daquilo que vocês poderão ouvir dia 11 no Porão: “Contato”, da primeiríssima demo do OAEOZ, lançada no longínquo 1998. Belíssima composição do Igor, uma das mais belas letras que eu conheço, e que me emociona até hoje ouvir e cantar versos como :
"a cidade dorme
pra ela poder dançar
no meio da rua
como uma onda movida pelo vento
como uma brisa que faz a onda se quebrar"
É muito bom saber que eu fiz parte disso. Que bem ou mal, a gente conseguiu produzir grandes canções como essa e muitas outras, que contam as nossas histórias, aquilo que a gente é, vive, sente, vê. E isso, ninguém pode tirar da gente. E voltar a ouvir, tocar essas músicas, só renovaram o meu prazer de fazer música e de tocar com esses caras. Me sinto como se tivesse começando tudo de novo. Foi engraçado ontem o meu "reencontro" com minha velha guitarra (que vendi pro Flávio e ele, gentilmente, me emprestou, valeu mesmo véio jacobsen) e o velho e abandonado pedal zoom reverb. Os velhos timbres voltando a soar de novo. que coisa maluca essa da música. como ela consegue capturar o tempo e as sensações, e de devolve-las de novo, todas lá, intactas. enfim, são essas coisas que fazem tudo valer a pena.
É isso, ouçam, cantem junto e vão ensaiando pro porão. Esperamos todos lá.
Está sendo muito legal relembrar antigas canções, que há muito tempo não tocávamos, e que marcaram esse período. Tem sido uma incrível viagem no tempo e na memória, e um prazer voltar a ouvi-las, e um prazer maior ainda por perceber que independente de qualquer coisa, elas continuam fazendo todo o sentido até hoje, mesmo depois de tanto tempo. Continuam dizendo coisas e despertando sentimentos e emoções incríveis pra gente. É o tipo de coisa que faz você sentir que todo o esforço não foi em vão afinal. Como diria o Rubens, “aquelas canções fizeram realmente (e continuam fazendo) a diferença”, mesmo que só pra gente. Então, pra ir esquentando, to postando aqui um exemplo daquilo que vocês poderão ouvir dia 11 no Porão: “Contato”, da primeiríssima demo do OAEOZ, lançada no longínquo 1998. Belíssima composição do Igor, uma das mais belas letras que eu conheço, e que me emociona até hoje ouvir e cantar versos como :
"a cidade dorme
pra ela poder dançar
no meio da rua
como uma onda movida pelo vento
como uma brisa que faz a onda se quebrar"
É muito bom saber que eu fiz parte disso. Que bem ou mal, a gente conseguiu produzir grandes canções como essa e muitas outras, que contam as nossas histórias, aquilo que a gente é, vive, sente, vê. E isso, ninguém pode tirar da gente. E voltar a ouvir, tocar essas músicas, só renovaram o meu prazer de fazer música e de tocar com esses caras. Me sinto como se tivesse começando tudo de novo. Foi engraçado ontem o meu "reencontro" com minha velha guitarra (que vendi pro Flávio e ele, gentilmente, me emprestou, valeu mesmo véio jacobsen) e o velho e abandonado pedal zoom reverb. Os velhos timbres voltando a soar de novo. que coisa maluca essa da música. como ela consegue capturar o tempo e as sensações, e de devolve-las de novo, todas lá, intactas. enfim, são essas coisas que fazem tudo valer a pena.
É isso, ouçam, cantem junto e vão ensaiando pro porão. Esperamos todos lá.
8/28/2007
OAEOZ ao vivo no Grande Garagem

A banda OAEOZ se apresenta, neste sábado, dia 1º de setembro, no projeto Grande Garagem que Grava, comandado pelo pessoal da Chefatura Records, produtora integrada por músicos remanescentes das bandas Beijo AA Força/Maxixe Machine, e que tem o apoio da Fundação Cultural de Curitiba. No show, o OAEOZ mostra cinco composições inéditas que vem ensaiando especialmente para o Grande Garagem, responsável pelo registro e lançamento de uma série de CDs com apresentações de bandas curitibanas.
O OAEOZ surgiu em outubro de 1997, formado por Ivan Santos, Igor Ribeiro, Hamilton de Lócco (bateria), e Rodrigo Montanari (baixo). Com essa formação, lançou duas demos - OAEOZ (1998) e De Inverno (1999), e dois CDs - Dias (2001) e Take um (2002). Participou das coletâneas, “Novos sons fora do eixo” (2202), lançada pela De Inverno em parceria com o Jornal do Estado; e “Raízes da terra” (2003), pelo jornal Gazeta do Povo. Tocou no Free Zone em setembro de 2002, e ajudou a criar o festival Rock de Inverno, que deu origem ao selo De Inverno Records, mantido por Ivan e pela jornalista Adriane Perin.
Com a saída de Igor no final de 2002, o grupo incorporou André Ramiro (Alphapsicotics/ Iconoclastas) e em seguida Carlão Zubek (Sabadá/Folhetim Urbano). Em 2005, lançou “Às vezes céu”, seu primeiro álbum totalmente gravado em estúdio, com shows no teatro Paiol, em Curitiba; e em São Paulo, no clube OUTs e no Centro Cultural de SP.
Com a saída de André Ramiro (guitarra), em 2006, para se dedicar aos Índios Eletrônicos e ao ruído/mm, o OAEOZ voltou a ser um quarteto. No momento, a banda trabalha na finalização de um novo disco de estúdio, com oito faixas inéditas, a ser lançado até o final do ano.
Em julho, o OAEOZ lançou o single virtual “Impossibilidades” com uma amostra do novo disco. O single foi selecionado para estrear o projeto Compacto.rec - série de compactos virtuais lançada pelo Circuito Fora do Eixo, que reúne produtoras, selos e festivais de todo o País. “Impossibilidades” foi relançada pelo projeto simultaneamente em 30 sites que disponibilizaram para download gratuito um kit com as duas faixas em mp3, capa, contracapa e label do CD para impressão.
Contatos
oaeoz@yahoo.com.br
www.deinverno.blogspot.com
www.myspace.com/oaeoz
www.tramavirtual.com.br/oaeoz
e nesta terça, 28 tem:

Porão Loquax com A Mulher mais Vagabunda do Pedaço & Outros Poemas Sujos
com Flávio Jacobsen + Gruvox
Flávio Jacobsen é poeta e compositor, guitarrista e vocal da banda Gruvox. Acaba de lançar o CD Phala (poemas sonorizados). Vem acompanhado de Carlos Alberto Lins, Rodrigo Genaro e Walmor Goes (músicos Gruvox em estado semi-acústico-não-menos-ruidoso). Na noite Loquax, textos de sua autoria, mais Arnaldo Machado, Leminski, Chacal, Augusto dos Anjos, Mário Domingues, Edson Vulcanis, canções mínimas, máximas divertidas e badulaques que fazem som.
entrada R$1,99
8/23/2007
Dois textos
"Vejo as pessoas todas muito irritadas e as minhas vulgares análises todas me levam a crer que em algum lugar do caminho elas tiveram opções erradas, mas não querem se arrepender, porque talvez em algum ponto elas consigam se sentir satisfeitas a ponto de acreditar que tenham feito as opções certas. São os tais dos planos que não se concretizam. São as tais das vontades irrealizáveis, e todos parecem meio frustrados e infelizes, mesmo quando contam piadas e riem com sinceridade. Mesmo quando falam algo e querem se fazer notar. Mesmo quando insistem em chamar a atenção. Chamam a atenção para sua alegria, mas tudo que eu consigo ver é uma tristeza filha da puta, o tal buraco negro da alma, o tal buraco de 12 que eu disse que não dá pra encher nem com todo o whisky do mundo."
esse não precisa falar nada. Vai lá no atirenodramaturgo e veja a íntegra.
"O Charles Watson fala muito disso: o processo criativo deve ser um fim por si só. Ninguém que se envolve em alguma atividade criativa pode ficar pensando no fim, na recompensa, porque isso automaticamente mata o processo criativo.
"Todo criador, segundo ele, deve temer a sua criação. Porque quando você chega na obra, termina o processo criativo e tem a solução, acaba a melhor parte: o processo em si. Curiosamente, o ato criativo é um ato que leva invariavelmente à uma morte. E a morte é sempre dura. Criar é morrer o tempo todo.
esse outro eu achei no blog do Douglas Dickel (Blanched), que por sua vez retirou do blog do Mini (Walverdes), e fala sobre umas aulas sobre criatividade de um artista plástico que esteve por POA recentemente.
esse não precisa falar nada. Vai lá no atirenodramaturgo e veja a íntegra.
"O Charles Watson fala muito disso: o processo criativo deve ser um fim por si só. Ninguém que se envolve em alguma atividade criativa pode ficar pensando no fim, na recompensa, porque isso automaticamente mata o processo criativo.
"Todo criador, segundo ele, deve temer a sua criação. Porque quando você chega na obra, termina o processo criativo e tem a solução, acaba a melhor parte: o processo em si. Curiosamente, o ato criativo é um ato que leva invariavelmente à uma morte. E a morte é sempre dura. Criar é morrer o tempo todo.
esse outro eu achei no blog do Douglas Dickel (Blanched), que por sua vez retirou do blog do Mini (Walverdes), e fala sobre umas aulas sobre criatividade de um artista plástico que esteve por POA recentemente.
8/22/2007
Ivan, vc não vai acreditar, adivinha quem me ligou?
Acabei de voltar do almoço. O telefone toca e uma voz forte de mulher me pergunta quem fala. Quando respondo, ouço: Adriane Perin, você sabe quem está falando? Puxo pela memória, notando uma certa familiaridade na voz que se apresenta. Mas, o silêncio foi inevitável, logo em seguida: é Claudette Soares. Hã!!!???? Levei um susto, e ela riu: Vc não tá acreditando que sou eu?" Eu fiquei muda, não sabia se era alguma piada, mas o timbre da voz não deixou dúvidas era ela mesma e foi logo falando sobre o que meu comentário fez com ela. “Eu já li tanta coisa boa, achava que não ia ter mais nada pra ler a meu respeito. Mas, que loucura, o que você escreveu de mim. Chorei. Muito. Você sabe o que vcoê fez comigo?” Só consigo balbuciar: “ E o que vc tá fazendo neste instante?”. Ela ria.... “ Sou mulher antiga, gosto de falar, não gosto de nada virtual. Acho que a sensação de falar com a pessoa é imbatível.... nunca vi uma coisa tão linda. E outra coisa: abriu- se um vulcão...”. Você sabe, continou ela, que sou suspeita pra falar de emoção, pois trabalho com emoção, mas essa coisa é forte.
Sobrevivi até à Elis
“Se nunca me respeitaram pelo tamanho, pela idade vão respeitar”, conta ela que pensava isso porque quando começou a concorrência era braba. “ Eu sobrevei às grandes estrelas, até à Elis e quem sobreviveu à Elis, sobrevive a qualquer coisa na vida”. Contou que brincava que não conseguiria ficar pra sempre na bossa nova. “Eu queria ser a Dalva, que era uma cantora que você tinha que ver, não só ouvir. Ela tinha aqueles olhos, era como a Maysa. Garota, eu gostava muito disso, dessas cantoras, e achava que quando eu envelhecesse minha carreira não se sustentaria só na bossa, pois ficaria algo meio débil. E fui aos poucos indo pro romântico e hoje sou o que psersegui. Se alguém disser preu voltar uns 30 anos, não voltaria nunca....Mas, voltando, olha, fiquei tão feliz que fiz meu assessor descobrir seu telefone, porque eu queria ouvir sua voz, ouvir você conversando comigo”.
Silvinha e tom
Falou também sobre Silvinha Telles a quem, ela dedica o disco que fez só com composições de Tom Jobim, e sobre o qual falei (tá logo abaixo, cortesia do ivan). Ela lembra que morreu de inveja quando viu a amiga fazendo um disco em homenagem a Tom. E ouviu: amiga, na hora certa você vai fazer um até melhor... e ninguém canta Primavera de Vincius como você.
Na hora de escolher as canções foi difícil. É muito dificil cantar Tom Jobim, por várias razões. E quem sabe, sabe, né Claudette? “Aprendi que quando alguém faz muito e você vai fazer depois dessa pessoa, você faz pouco!." E o que fazer depois de Tom. Chamei Alaíde Costa e optamos pelo simples, também nas mais conhecidas músicas. “Com certeza Silvinha e Tom, lá onde estão, se olharam e ela disse: tá vendo, só! E você entendeu tão perfeitamente.... Vou fazer o lançamento aqui com Orquestra Tom Jobim, puxa bem que você podia vir assistir, né. Não tá marcado ainda, mas eu te aviso, quem sabe....”
Eu mais ouvi. Mas, também conversei. E, meu, se o email que eu havia recebido pelo assessor de imprensa dela já me deixou em estado de graça, imagine receber uma ligação dela... lindo, lindo, lindo! Ela terminou me agradecendo novamente. Fico até sem graça. Do mesmo jeito que falo por meus amigos – ou não – que fazem discos incríveis: eu é que agradeço por você cantar pra mim, pra nós! (Adri)
Sobrevivi até à Elis
“Se nunca me respeitaram pelo tamanho, pela idade vão respeitar”, conta ela que pensava isso porque quando começou a concorrência era braba. “ Eu sobrevei às grandes estrelas, até à Elis e quem sobreviveu à Elis, sobrevive a qualquer coisa na vida”. Contou que brincava que não conseguiria ficar pra sempre na bossa nova. “Eu queria ser a Dalva, que era uma cantora que você tinha que ver, não só ouvir. Ela tinha aqueles olhos, era como a Maysa. Garota, eu gostava muito disso, dessas cantoras, e achava que quando eu envelhecesse minha carreira não se sustentaria só na bossa, pois ficaria algo meio débil. E fui aos poucos indo pro romântico e hoje sou o que psersegui. Se alguém disser preu voltar uns 30 anos, não voltaria nunca....Mas, voltando, olha, fiquei tão feliz que fiz meu assessor descobrir seu telefone, porque eu queria ouvir sua voz, ouvir você conversando comigo”.
Silvinha e tom
Falou também sobre Silvinha Telles a quem, ela dedica o disco que fez só com composições de Tom Jobim, e sobre o qual falei (tá logo abaixo, cortesia do ivan). Ela lembra que morreu de inveja quando viu a amiga fazendo um disco em homenagem a Tom. E ouviu: amiga, na hora certa você vai fazer um até melhor... e ninguém canta Primavera de Vincius como você.
Na hora de escolher as canções foi difícil. É muito dificil cantar Tom Jobim, por várias razões. E quem sabe, sabe, né Claudette? “Aprendi que quando alguém faz muito e você vai fazer depois dessa pessoa, você faz pouco!." E o que fazer depois de Tom. Chamei Alaíde Costa e optamos pelo simples, também nas mais conhecidas músicas. “Com certeza Silvinha e Tom, lá onde estão, se olharam e ela disse: tá vendo, só! E você entendeu tão perfeitamente.... Vou fazer o lançamento aqui com Orquestra Tom Jobim, puxa bem que você podia vir assistir, né. Não tá marcado ainda, mas eu te aviso, quem sabe....”
Eu mais ouvi. Mas, também conversei. E, meu, se o email que eu havia recebido pelo assessor de imprensa dela já me deixou em estado de graça, imagine receber uma ligação dela... lindo, lindo, lindo! Ela terminou me agradecendo novamente. Fico até sem graça. Do mesmo jeito que falo por meus amigos – ou não – que fazem discos incríveis: eu é que agradeço por você cantar pra mim, pra nós! (Adri)
acordando...
A guria acordou cedo, mais cedo que de costume. Abriu bem pouquinho a cortina do quarto e viu o movimento das folhas verdes denunciando que um arzinho gelado acordou outra manhã. Teria de mudar a roupa planejada para o dia, a saia, mesmo com meia-calça, não vai rolar. A noite vai ser mais gelada ainda. No bairro, o frio é denunciado horas antes, quando à noitinha o amarelo das lâmpadas da iluminação pública já estão envoltos em uma leve neblina. E foi o que viu ontem, quando voltava. No banheiro, se esticando em cima da tampa da privada, a gatinha diz bom dia. Pouco depois, a outra, a gatona, deixa o seu resmungo matinal, também. É a rotina diária de despertar, dizer oi pros bichos, se preparar pro trabalho.
a hora dos cachorros
Água fria no rosto – é bom pra acordar a pele e ela já não sente gelar até os ossos como sentia quando criança e se recusava a tal absurdo. Dentes escovados, creme no rosto, roupa de trabalho: preta: calça, blusa, casado, cachecol. Bota!. Agora, a hora dos cachorros, no quintal, botarem seus focinhos gelados pra ganhar carinho. A guria empurra a porta que dá pra lavandeira e o peso do outro lado, indica que o pastor dormiu grudado na porta. A baixinha, não sai de seu ninho quentinho, espera que a guria vá até ela e faça um chamego. É sempre assim: tá frio, ela nem espera que sua cachorrinha saia do ninho atrás da porta. Ela é friorenta e mal humorada, prefere ficar na cama em dias cinzas, chuvosos.
Lixo pra fora de casa e duas, duas bolsas pra carregar todo o dia. A guria repete mais uma vez pra si mesma que precisa diminuir a quantidade de bugiganas que carrega todo dia nas bolsas, mas, outra vez, não consegue esvaziar nenhuma e sabe que também por isso, os braços já começam a doer novamente. Dali a pouco, eles também enfrentam o ônibus sem um lugarzinho sequer pra sentar. E a porcaria da prefeitura da cidade insiste em diminuir os veículos. Motorista simpático, mas sempre atrasado que nas manobras empurra a gente pra lá e pra cá, pendurada no braço dolorido. Burburinho no coletivo, mas estranhamente, a sensação é de silêncio.
pela janela do ônibus
No caminho pro trabalho, a mesma paisagem de sempre faz os pensamentos voarem alto. O som, sem pilha, não é companhia hoje. A guria repassa o que tem que fazer, mas não lembra de tudo. Pensa como seria bom não ter nada pra fazer a não ser ficar em casa, arrumando a casa nova – mas pra isso queria mais grana. Começando uma psicodélica horta, com plantinhas que não conhecia mas se tornarão muito amigas. Puts, e não é que ela esqueceu novamente de ligar pra seu avô? Há mais de duas semanas tá nessa.
Ai, dá um tempo, meu, o dia tá só começando. Nem sabe se já começou mesmo, afinal esse trajeto de ônibus é tão sonolento que deixa dúvidas. Passa o parque, passa o colégio, passa... passa... as horas passam... e a fazem lembrar de gianoukas papoulas, a banda paulistana que tocou uma única vez em Curitiba. Por alguma razão ela também lembra de cecília gianetti, que agora escreve na folha e deixou o casino de lado. Pensa no livro que ela ainda não escreveu (a guria, não a cecília, que esta não perde tempo e escreve mesmo – e bem) e nas conversas com seu amor. Solidão, vontades, saudades, alegrias, dúvidas....música! Muita coisa pra primeira hora acordada do dia.
sessão da tarde ou cinema?
Mas, é sempre assim. No ponto depois do correio, ela desce. Não sabe o que quer de café. Tá meio sem vontade. Até pensou em ir pra casa assistir sessão da tarde hoje... mas talvez queira pegar um cineminha, antes da aula de inglês. Quatro quadras depois, o computador. Quando a luz acende e os emails começam a baixar é hora de parar de divagar. Agora sim, mais um dia começou. Um pouco da vida fica em stand by! Mas, só um pouco, porque a guria, reconhece ela mais uma vez, gosta do seu trabalho, apesar de tudo - e não tem tanto problema em acordar cedo.
a hora dos cachorros
Água fria no rosto – é bom pra acordar a pele e ela já não sente gelar até os ossos como sentia quando criança e se recusava a tal absurdo. Dentes escovados, creme no rosto, roupa de trabalho: preta: calça, blusa, casado, cachecol. Bota!. Agora, a hora dos cachorros, no quintal, botarem seus focinhos gelados pra ganhar carinho. A guria empurra a porta que dá pra lavandeira e o peso do outro lado, indica que o pastor dormiu grudado na porta. A baixinha, não sai de seu ninho quentinho, espera que a guria vá até ela e faça um chamego. É sempre assim: tá frio, ela nem espera que sua cachorrinha saia do ninho atrás da porta. Ela é friorenta e mal humorada, prefere ficar na cama em dias cinzas, chuvosos.
Lixo pra fora de casa e duas, duas bolsas pra carregar todo o dia. A guria repete mais uma vez pra si mesma que precisa diminuir a quantidade de bugiganas que carrega todo dia nas bolsas, mas, outra vez, não consegue esvaziar nenhuma e sabe que também por isso, os braços já começam a doer novamente. Dali a pouco, eles também enfrentam o ônibus sem um lugarzinho sequer pra sentar. E a porcaria da prefeitura da cidade insiste em diminuir os veículos. Motorista simpático, mas sempre atrasado que nas manobras empurra a gente pra lá e pra cá, pendurada no braço dolorido. Burburinho no coletivo, mas estranhamente, a sensação é de silêncio.
pela janela do ônibus
No caminho pro trabalho, a mesma paisagem de sempre faz os pensamentos voarem alto. O som, sem pilha, não é companhia hoje. A guria repassa o que tem que fazer, mas não lembra de tudo. Pensa como seria bom não ter nada pra fazer a não ser ficar em casa, arrumando a casa nova – mas pra isso queria mais grana. Começando uma psicodélica horta, com plantinhas que não conhecia mas se tornarão muito amigas. Puts, e não é que ela esqueceu novamente de ligar pra seu avô? Há mais de duas semanas tá nessa.
Ai, dá um tempo, meu, o dia tá só começando. Nem sabe se já começou mesmo, afinal esse trajeto de ônibus é tão sonolento que deixa dúvidas. Passa o parque, passa o colégio, passa... passa... as horas passam... e a fazem lembrar de gianoukas papoulas, a banda paulistana que tocou uma única vez em Curitiba. Por alguma razão ela também lembra de cecília gianetti, que agora escreve na folha e deixou o casino de lado. Pensa no livro que ela ainda não escreveu (a guria, não a cecília, que esta não perde tempo e escreve mesmo – e bem) e nas conversas com seu amor. Solidão, vontades, saudades, alegrias, dúvidas....música! Muita coisa pra primeira hora acordada do dia.
sessão da tarde ou cinema?
Mas, é sempre assim. No ponto depois do correio, ela desce. Não sabe o que quer de café. Tá meio sem vontade. Até pensou em ir pra casa assistir sessão da tarde hoje... mas talvez queira pegar um cineminha, antes da aula de inglês. Quatro quadras depois, o computador. Quando a luz acende e os emails começam a baixar é hora de parar de divagar. Agora sim, mais um dia começou. Um pouco da vida fica em stand by! Mas, só um pouco, porque a guria, reconhece ela mais uma vez, gosta do seu trabalho, apesar de tudo - e não tem tanto problema em acordar cedo.
8/21/2007
Marcatti: um historiador de si mesmo
Jornal do Estado
Em entrevista exclusiva, o desenhista, que é um dos mais importantes do Brasil, fala de HQ
Adriane Perin
Divulgação

Diz que o gosto pelas Histórias em Quadrinhos veio antes mesmo de ler e escrever.
Desde pequeno, Francisco A. Marcatti recebeu estímulos da mãe para exercitar seu traço, já que bem cedo mostrou talento com o desenho. Diz que o gosto pelas Histórias em Quadrinhos veio antes mesmo de ler e escrever. Nos anos 70, com 15 anos, foi junto com um amigo se meter em reuniões de uns caras mais velhos, que já estavam na faculdade. Lá encontrou outros caras da mesma idade que faziam a revista Papagaio, como o Marcelo Fromer, o Nando Reis, o escritor Paulo Monteiro, e foi ali que publicou suas primeiras histórias. Lá se vão três décadas dessa primeiros passos, período em que ficou conhecido como o quadrinista mais escatológico entre os brasileiros, com um estilo que lhe rende inúmeras comparações à Robert Crumb, de quem ele confessa, no entanto, não ser um admirador, nem estar na lista de suas referências, embora reconheça a importância.
Marcatti parou um tempo de desenhar, mas voltou com tudo em 2000. Seu mais recente trabalho, pela editora Conrad, foi o desafio de adaptar A Relíquia, do Eça de Queiroz para os quadrinhos. Ele nunca tinha lido o autor português e adorou. Outro trabalho que mereceu a atenção dele nesses anos foi a construção de seu próprio site, um endereço muito, mas muito legal, onde ele colocou tudo sobre sua obra. “Me transformei em um historiador de mim mesmo. Sou muito sistemático, tenho tudo anotadinho, uma cópia de cada coisa”, conta. Sorte nossa que ele não desistiu diante da trabalheira que teve. “Lá tem a lista de todas as histórias e quadrinhos que fiz na vida e com dados cruzados. Ou seja, você clica na história, vê onde foi publicada e que histórias mais estavam naquela revista, por exemplo. Até o que eu mesmo imprimi está lá”, diz.
Marcatti trabalha com produção gráfica na internet – e em casa, o que acaba fazendo uma miscelânia de trabalho e vida pessoal. “Faço tudo ao mesmo tempo. Agora mesmo, estava restaurando uma vespa”. Como é? “Tô pintando uma vespa brasileira, só que com meus desenhos”, emenda empolgado, contando que tem como “atividade remunerada” a customização de guitarras. “Então meu sobrinho, dono da vespa, me deu a idéia de fazer dela uma vitrine”.
Por ser um quadrinistas que não está fazendo charges em jornais diários ou em revistas mais conhecidas – e também porque sua vervemais afiada é para a escatologia, o que não agrada a qualquer um – tem-se a impressão de que Marcatti andou fora de circulação nos últimos anos. Achar isso, pondera ele, não é desinformação. “Exatamente porque meu tipo de quadrinho é muito maldito, difícil. E só a internet mesmo tem ajudado achar mais fácil”.
Ele só ficou sem desenhar entre 93 e 2000, mas desde então voltou com tudo. A primeira publicação foi o livro Restolhada, da Opera Graphica, com edição luxuosa da seleção das melhores criações dele até aquele momento. “Desse não tenho uma cópia sequer. Mas, com certeza, a Itiban consegue”, garante, se referindo a uma das mais completa livrarias especializadas do país, que fica ali na Avenida Iguaçu.
De lá para cá saiu também a revista com o Frauzio -“O primeiro e único personagem, propriamente dito, que criei” - em mais de 300 páginas publicadas pela editora Escala em revista mensal. Em 2005, ele assinou com a Conrad, que primeiro lançou Mariposa. “De fato, meu primeiro livro de quadrinhos meus, concebido como tal”. Fazer um livro e não juntar quadrinhos soltos em um, diz ele, dá uma outra dimensão e o obriga a pensar numa abordagem diferente. “A diferença da construção de personagens e da narrativa é a mesma que existe entre criar um jingle e uma ópera: coisas bem distante”, explica.
Serviço
www.marcatti.com.br
Em entrevista exclusiva, o desenhista, que é um dos mais importantes do Brasil, fala de HQ
Adriane Perin
Divulgação

Diz que o gosto pelas Histórias em Quadrinhos veio antes mesmo de ler e escrever.
Desde pequeno, Francisco A. Marcatti recebeu estímulos da mãe para exercitar seu traço, já que bem cedo mostrou talento com o desenho. Diz que o gosto pelas Histórias em Quadrinhos veio antes mesmo de ler e escrever. Nos anos 70, com 15 anos, foi junto com um amigo se meter em reuniões de uns caras mais velhos, que já estavam na faculdade. Lá encontrou outros caras da mesma idade que faziam a revista Papagaio, como o Marcelo Fromer, o Nando Reis, o escritor Paulo Monteiro, e foi ali que publicou suas primeiras histórias. Lá se vão três décadas dessa primeiros passos, período em que ficou conhecido como o quadrinista mais escatológico entre os brasileiros, com um estilo que lhe rende inúmeras comparações à Robert Crumb, de quem ele confessa, no entanto, não ser um admirador, nem estar na lista de suas referências, embora reconheça a importância.
Marcatti parou um tempo de desenhar, mas voltou com tudo em 2000. Seu mais recente trabalho, pela editora Conrad, foi o desafio de adaptar A Relíquia, do Eça de Queiroz para os quadrinhos. Ele nunca tinha lido o autor português e adorou. Outro trabalho que mereceu a atenção dele nesses anos foi a construção de seu próprio site, um endereço muito, mas muito legal, onde ele colocou tudo sobre sua obra. “Me transformei em um historiador de mim mesmo. Sou muito sistemático, tenho tudo anotadinho, uma cópia de cada coisa”, conta. Sorte nossa que ele não desistiu diante da trabalheira que teve. “Lá tem a lista de todas as histórias e quadrinhos que fiz na vida e com dados cruzados. Ou seja, você clica na história, vê onde foi publicada e que histórias mais estavam naquela revista, por exemplo. Até o que eu mesmo imprimi está lá”, diz.
Marcatti trabalha com produção gráfica na internet – e em casa, o que acaba fazendo uma miscelânia de trabalho e vida pessoal. “Faço tudo ao mesmo tempo. Agora mesmo, estava restaurando uma vespa”. Como é? “Tô pintando uma vespa brasileira, só que com meus desenhos”, emenda empolgado, contando que tem como “atividade remunerada” a customização de guitarras. “Então meu sobrinho, dono da vespa, me deu a idéia de fazer dela uma vitrine”.
Por ser um quadrinistas que não está fazendo charges em jornais diários ou em revistas mais conhecidas – e também porque sua vervemais afiada é para a escatologia, o que não agrada a qualquer um – tem-se a impressão de que Marcatti andou fora de circulação nos últimos anos. Achar isso, pondera ele, não é desinformação. “Exatamente porque meu tipo de quadrinho é muito maldito, difícil. E só a internet mesmo tem ajudado achar mais fácil”.
Ele só ficou sem desenhar entre 93 e 2000, mas desde então voltou com tudo. A primeira publicação foi o livro Restolhada, da Opera Graphica, com edição luxuosa da seleção das melhores criações dele até aquele momento. “Desse não tenho uma cópia sequer. Mas, com certeza, a Itiban consegue”, garante, se referindo a uma das mais completa livrarias especializadas do país, que fica ali na Avenida Iguaçu.
De lá para cá saiu também a revista com o Frauzio -“O primeiro e único personagem, propriamente dito, que criei” - em mais de 300 páginas publicadas pela editora Escala em revista mensal. Em 2005, ele assinou com a Conrad, que primeiro lançou Mariposa. “De fato, meu primeiro livro de quadrinhos meus, concebido como tal”. Fazer um livro e não juntar quadrinhos soltos em um, diz ele, dá uma outra dimensão e o obriga a pensar numa abordagem diferente. “A diferença da construção de personagens e da narrativa é a mesma que existe entre criar um jingle e uma ópera: coisas bem distante”, explica.
Serviço
www.marcatti.com.br
8/20/2007
astrologia!?!?!@?&*#$%¨¨&**(*()(!
"Um dia delicado para você, pois a lua crescente ocorre em seu signo, levantando muitas perguntas. Aquele velho tormento de alma que lhe é peculiar retorna. Você tem que mostrar serviço, administrar o tempo, dar conta do trabalho e de um sem número de encargos. Mas onde estará você nisso tudo?"
onde eu estarei nisso tudo? no trampo... na aula de inglês, em reunião pra pedir patrocínio, frilando,pagando contas, fazendo inglês, tentando salvar um projeto que larguei nas mãos de outros.... não adianta, mesmo. nessas horas fica fácil, pra mim, entender porque eu virei uma pessoa centralizadora quando o assunto é projetos da De Inverno. por uma razão bem simples: ninguém faz do jeito que eu faço, pode até não ser o melhor jeito, pode não ser o mais fácil, e realmente é mais estressante, eu sei disso. pode até ficar no meio do caminho porque falta de patrocínio, ou seja porque foi preterido por outros, mas nunca por faltar algo que eu poderia ter feito. que ódio, que raiva, que ódio dessa situação... vai ser difícil, mas preciso manter a cabeça fria o dia inteiro hoje....
então, bom dia e boa semana pra vcs. vou ouvir um som!(adri).
onde eu estarei nisso tudo? no trampo... na aula de inglês, em reunião pra pedir patrocínio, frilando,pagando contas, fazendo inglês, tentando salvar um projeto que larguei nas mãos de outros.... não adianta, mesmo. nessas horas fica fácil, pra mim, entender porque eu virei uma pessoa centralizadora quando o assunto é projetos da De Inverno. por uma razão bem simples: ninguém faz do jeito que eu faço, pode até não ser o melhor jeito, pode não ser o mais fácil, e realmente é mais estressante, eu sei disso. pode até ficar no meio do caminho porque falta de patrocínio, ou seja porque foi preterido por outros, mas nunca por faltar algo que eu poderia ter feito. que ódio, que raiva, que ódio dessa situação... vai ser difícil, mas preciso manter a cabeça fria o dia inteiro hoje....
então, bom dia e boa semana pra vcs. vou ouvir um som!(adri).
8/17/2007
No meu peito, um vulcão
Jornal do Estado
Claudette Soares presta sua homenagem a Tom Jobim em um belíssimo disco, Foi a Noite, lançado pela gravadora Lua Music
Adriane Perin
Toda vez que uma cantora brasileira é saudada como a “nova MPB”, me bate uma imensa desconfiança. Me preparo logo para uma suposta sofisticação calcada em uma técnica vazia e excessos vocais. Infelizmente, na maioria das vezes, o que ouço é uma música fria, sem calor algum na interpretação. Prefiro aquelas que o tempo fez divas - e não as que nasceram acreditando serem uma. Aquelas, mais discretas, são centradas na música, o “show”é conseqüência. Esse eterno “pós-elis” e “pós-marisasmontes” que a mídia mostra como algo novo, dá uma saudade das ditas grandes cantoras. Pré ou pos- bossa-nova, mulheres como Alaíde Costa, Dolores Duran, cantando, é o que me interessa. É o que tira o pé do chão, diante de uma entrega tamanha que toma conta da vida da gente e não deixa nada mais ser tão importante quanto a canção que expõe a alma do artista diante de ti. O tempo que passa, também me distancia dessas novas cantoras para aproximar de veteranas que conheci, de verdade, quase tardiamente.
Um desses casos me cai nas mãos de um pacote cheio de Cds, enviados pela Lua Music. Foi A Noite – Canções de Tom Jobim é a homenagem de Claudette Soares a Tom e a Sylvinha Telles. Em plena manhã de segunda-feira, esse disco embalou a volta ao trabalho, fez dar uma pausa na pilha de rock, para me deleitar com uma interpretação forte, entre arranjos instrumentais perfeitos em sua sofisticação que não se traduz em virtuosismos gratuitos.
Claudete Soares tem aquele jeito de cantar de quem quer um “dedo de prosa, ao pé do ouvido”, como que contando a bela nova percebida pelo compositor. Se ter uma canção de Tom Jobim, é meio caminho andado, esses passos podem também levar pra trás, pois a dificuldade de lidar com uma obra imortal como estas, é proporcional. Cantar Tom Jobim, que canta como ninguém suas próprias composições, é muito difícil. Noto isso claramente, agora que a tal maturidade começa a se sobrepor às inquietações em alta velocidade da juventude e a aprimorar os ouvidos para as sutilezas da música brasileira, também em outros ritmos. Já posso aquietar e emocionar-me sem nenhum pudor. Me entregar embalada por Claudete, que é capaz de reavivar uma letra tão conhecida quanto “Sabiá”, na companhia de Alaíde Costa, sua convidada mais do que especial. Posso encostar o rosto cansado no ombro de uma canção carregada da dor e da alegria dessas duas - e não só delas. Mas também, ouvindo “Retrato em Branco e Preto” (impossível não lembrar do próprio Tom a cantando...), “Cala, meu Amor”, “Andam Dizendo”...
É um disco daqueles para acordar, abrir a janela – e “ouvir cantar uma sabiá” - e deixar a música sair para o quintal, pra que também o vizinho sinta essa vontade doida de dançar essa canção de levada romântica, que faz pensar tanto na vida. Para que também ele perceba, que precisa de um tempo, sentar e, com calma, degustar canções como estas. No texto de apresentação, Aldir Blanc lembra a primeira vez que ouviu Claudete cantando e, quieto, chorou. Penso nisso, enquanto procuro o jeito certo de falar dos efeitos de uma música assim no dia da gente. E fico com a certeza de que, quando pessoas como esta cantam, a nós, resta o silêncio. Um silêncio que parece, às vezes, do tamanho dessa existência, que chega trazendo todo o peso das tristezas e das saudades, mas também de um dia bonito, junto das pessoas que a cada dia ficam mais importantes na vida da gente.
PS: (Comentário/apresentação do blog: belíssima resenha escrita pela Adri para o JE sobre o disco da grande cantora Claudette Soares, que como muitos artistas deste País, mesmo esquecida pela mídia, continua fazendo um trabalho de altíssimo nível. Não por acaso, a resenha emocionou a própria Claudette, que fez questão de mandar um recado pra Adri, dizendo que há muito tempo não lia um texto com essa profundidade e entrega, e que é esse tipo de reação que a faz querer continuar cantando. Parabéns Adriane. Isso é pra você parar de falar certas besteiras que eu as vezes tenho que ouvir sobre o jornalismo que você faz.) Ivan
Claudette Soares presta sua homenagem a Tom Jobim em um belíssimo disco, Foi a Noite, lançado pela gravadora Lua Music
Adriane Perin
Toda vez que uma cantora brasileira é saudada como a “nova MPB”, me bate uma imensa desconfiança. Me preparo logo para uma suposta sofisticação calcada em uma técnica vazia e excessos vocais. Infelizmente, na maioria das vezes, o que ouço é uma música fria, sem calor algum na interpretação. Prefiro aquelas que o tempo fez divas - e não as que nasceram acreditando serem uma. Aquelas, mais discretas, são centradas na música, o “show”é conseqüência. Esse eterno “pós-elis” e “pós-marisasmontes” que a mídia mostra como algo novo, dá uma saudade das ditas grandes cantoras. Pré ou pos- bossa-nova, mulheres como Alaíde Costa, Dolores Duran, cantando, é o que me interessa. É o que tira o pé do chão, diante de uma entrega tamanha que toma conta da vida da gente e não deixa nada mais ser tão importante quanto a canção que expõe a alma do artista diante de ti. O tempo que passa, também me distancia dessas novas cantoras para aproximar de veteranas que conheci, de verdade, quase tardiamente.
Um desses casos me cai nas mãos de um pacote cheio de Cds, enviados pela Lua Music. Foi A Noite – Canções de Tom Jobim é a homenagem de Claudette Soares a Tom e a Sylvinha Telles. Em plena manhã de segunda-feira, esse disco embalou a volta ao trabalho, fez dar uma pausa na pilha de rock, para me deleitar com uma interpretação forte, entre arranjos instrumentais perfeitos em sua sofisticação que não se traduz em virtuosismos gratuitos.
Claudete Soares tem aquele jeito de cantar de quem quer um “dedo de prosa, ao pé do ouvido”, como que contando a bela nova percebida pelo compositor. Se ter uma canção de Tom Jobim, é meio caminho andado, esses passos podem também levar pra trás, pois a dificuldade de lidar com uma obra imortal como estas, é proporcional. Cantar Tom Jobim, que canta como ninguém suas próprias composições, é muito difícil. Noto isso claramente, agora que a tal maturidade começa a se sobrepor às inquietações em alta velocidade da juventude e a aprimorar os ouvidos para as sutilezas da música brasileira, também em outros ritmos. Já posso aquietar e emocionar-me sem nenhum pudor. Me entregar embalada por Claudete, que é capaz de reavivar uma letra tão conhecida quanto “Sabiá”, na companhia de Alaíde Costa, sua convidada mais do que especial. Posso encostar o rosto cansado no ombro de uma canção carregada da dor e da alegria dessas duas - e não só delas. Mas também, ouvindo “Retrato em Branco e Preto” (impossível não lembrar do próprio Tom a cantando...), “Cala, meu Amor”, “Andam Dizendo”...
É um disco daqueles para acordar, abrir a janela – e “ouvir cantar uma sabiá” - e deixar a música sair para o quintal, pra que também o vizinho sinta essa vontade doida de dançar essa canção de levada romântica, que faz pensar tanto na vida. Para que também ele perceba, que precisa de um tempo, sentar e, com calma, degustar canções como estas. No texto de apresentação, Aldir Blanc lembra a primeira vez que ouviu Claudete cantando e, quieto, chorou. Penso nisso, enquanto procuro o jeito certo de falar dos efeitos de uma música assim no dia da gente. E fico com a certeza de que, quando pessoas como esta cantam, a nós, resta o silêncio. Um silêncio que parece, às vezes, do tamanho dessa existência, que chega trazendo todo o peso das tristezas e das saudades, mas também de um dia bonito, junto das pessoas que a cada dia ficam mais importantes na vida da gente.
PS: (Comentário/apresentação do blog: belíssima resenha escrita pela Adri para o JE sobre o disco da grande cantora Claudette Soares, que como muitos artistas deste País, mesmo esquecida pela mídia, continua fazendo um trabalho de altíssimo nível. Não por acaso, a resenha emocionou a própria Claudette, que fez questão de mandar um recado pra Adri, dizendo que há muito tempo não lia um texto com essa profundidade e entrega, e que é esse tipo de reação que a faz querer continuar cantando. Parabéns Adriane. Isso é pra você parar de falar certas besteiras que eu as vezes tenho que ouvir sobre o jornalismo que você faz.) Ivan
Grande Garagem volta hoje à ativa
Jornal do Estado
Projeto criado pelos músicos do BAAF começa sua segunda etapa e segue até dezembro, com 13 bandas locais
Da redação
As portas da Grande Garagem que Grava (GGG) reabrem hoje para mais um etapa do projeto, que põe bandas curitibanas de volta na garagem para captação ao vivo de suas músicas. Criado pelos músicos Luiz Ferreira e Rodrigo Barros, o projeto começou há dois anos, dentro das Residências do Rebouças, programa da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e gravou 16 grupos. Este ano, a proposta ganhou o edital Bandas de Garagem, do Fundo Municipal de Cultura.
O primeiro final de semana será com Black Maria, Imperious Malevolence e o Lendário Chucrobillyman Monoband Orquestra. Até dezembro, 13 grupos passarão pela simpática garagem transformada em palco. As próximas datas serão 31/8 (Heitor e Banda Gentileza), 1/9 (OAEOZ) e 2/9 (Maxixe Machine).
Para iniciar esta fase, o estúdio ganhou novos equipamentos para garantir a qualidade das gravações feitas como os músicos parecem gostar mais: todos tocando junto, com a platéia e captação ao vivo, que é pra registrar o pique de palco. Representantes de todos os estilos da diversificada cena curitibana passarão pela garagem dos ex-Beijo AA Força que, aos poucos, vão compondo o mais completo panorama da produção contemporânea na capital paranaense - em especial do fértil momento da produçãoatual da cidade, que “é campeã nacional de bandas de rock por metro quadrado”.
Os artistas não tiram nem um centavo do bolso e contam com uma equipe competente que entende do riscado, afinal Rodrigão e Ferreira - e sua trupe - têm mais de duas décadas de trabalho no circuito independente brasileiro, à frente da Beijo AA Força e, mais recentemente, no Maxixe Machine. Os grupos também levam para casa 200 cópias, sem custo algum.
Hoje, o som está sob os cuidados da Black Maria, grupo de ponta da cena local, que fez ferver as segundas-feiras, do bar Era Só o Que Faltava, por anos seguidos. Sábado é dia do death metal da internacionalmente conhecida Imperious Malevolence, uma das bandas mais respeitadas do gênero no circuito metal em qualquer parte do planeta.
O domingo será igualmente interessante com Klaus Koti, o homem responsável pelo Lendário Chucrobillyman Monoband Orquestra, que faz um mix de sons e referências com um resultado inusitado. Haverá também performances poéticas, venda de cds, livros e vinís no estande da Livraria Joaquim, além do já tradicional Chilli do Renatão, outro velho companheiro de BAAF.
O projeto terá ainda, até dezembro, a participação dos grupos Poléxia, Criaturas, Cores d Flores, Opinião Pública, No Milk Today, Charme Chulo, Terminal Guadalupe e Diedrich e os Marlenes. È só ficar ligado para não perder sua preferida, e aproveitar a chance para conhecer as demais.
Serviço
GGG, com Black Maria, Imperious Malevolence e O LendárioChucrobillyman. Dias 17, 18 e 19. às 19h. R$5. GGG (R. Santo Antonio, 900). Informações: 3016-0409.
Projeto criado pelos músicos do BAAF começa sua segunda etapa e segue até dezembro, com 13 bandas locais
Da redação
As portas da Grande Garagem que Grava (GGG) reabrem hoje para mais um etapa do projeto, que põe bandas curitibanas de volta na garagem para captação ao vivo de suas músicas. Criado pelos músicos Luiz Ferreira e Rodrigo Barros, o projeto começou há dois anos, dentro das Residências do Rebouças, programa da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) e gravou 16 grupos. Este ano, a proposta ganhou o edital Bandas de Garagem, do Fundo Municipal de Cultura.
O primeiro final de semana será com Black Maria, Imperious Malevolence e o Lendário Chucrobillyman Monoband Orquestra. Até dezembro, 13 grupos passarão pela simpática garagem transformada em palco. As próximas datas serão 31/8 (Heitor e Banda Gentileza), 1/9 (OAEOZ) e 2/9 (Maxixe Machine).
Para iniciar esta fase, o estúdio ganhou novos equipamentos para garantir a qualidade das gravações feitas como os músicos parecem gostar mais: todos tocando junto, com a platéia e captação ao vivo, que é pra registrar o pique de palco. Representantes de todos os estilos da diversificada cena curitibana passarão pela garagem dos ex-Beijo AA Força que, aos poucos, vão compondo o mais completo panorama da produção contemporânea na capital paranaense - em especial do fértil momento da produçãoatual da cidade, que “é campeã nacional de bandas de rock por metro quadrado”.
Os artistas não tiram nem um centavo do bolso e contam com uma equipe competente que entende do riscado, afinal Rodrigão e Ferreira - e sua trupe - têm mais de duas décadas de trabalho no circuito independente brasileiro, à frente da Beijo AA Força e, mais recentemente, no Maxixe Machine. Os grupos também levam para casa 200 cópias, sem custo algum.
Hoje, o som está sob os cuidados da Black Maria, grupo de ponta da cena local, que fez ferver as segundas-feiras, do bar Era Só o Que Faltava, por anos seguidos. Sábado é dia do death metal da internacionalmente conhecida Imperious Malevolence, uma das bandas mais respeitadas do gênero no circuito metal em qualquer parte do planeta.
O domingo será igualmente interessante com Klaus Koti, o homem responsável pelo Lendário Chucrobillyman Monoband Orquestra, que faz um mix de sons e referências com um resultado inusitado. Haverá também performances poéticas, venda de cds, livros e vinís no estande da Livraria Joaquim, além do já tradicional Chilli do Renatão, outro velho companheiro de BAAF.
O projeto terá ainda, até dezembro, a participação dos grupos Poléxia, Criaturas, Cores d Flores, Opinião Pública, No Milk Today, Charme Chulo, Terminal Guadalupe e Diedrich e os Marlenes. È só ficar ligado para não perder sua preferida, e aproveitar a chance para conhecer as demais.
Serviço
GGG, com Black Maria, Imperious Malevolence e O LendárioChucrobillyman. Dias 17, 18 e 19. às 19h. R$5. GGG (R. Santo Antonio, 900). Informações: 3016-0409.
8/15/2007
"Eu sempre tive necessidade de provar que não precisava de ninguém pra me salvar. Talvez por isso com o tempo passemos a esquecer as orações de nossa infância e aí a gente acabe se transformando nesses adultos solitários, falsamente auto-suficientes e melancólicos que somos hoje."
trecho de mais um texto indispensável do Mário Bortolotto
Veja a íntegra no atirenodramaturgo
trecho de mais um texto indispensável do Mário Bortolotto
Veja a íntegra no atirenodramaturgo
8/09/2007
E hoje (quinta/09/08) tem...
Folhetim Urbano no Porão Rock Clube, junto com a banda Blaubléus. O FU estréia nova formação, com o Zuba, mais um dos irmãos dessa confraria familiar, nos teclados.
8/02/2007
“O que eu faço é Folk Brasileiro”, diz Renato Teixeira
Jornal do Estado
Divulgação
Renato Texeira acertou ao valorizar a singeleza das canções
O músico santista lançou seu primeiro DVD para celebrar os 40 anos de carreira e está em sexto lugar no ranking de vendas
Adriane Perin
O músico Renato Teixeira festejou os 40 anos de carreira com o lançamento de seu primeiro DVD, Ao vivo no Auditório Ibirapuera. Trata-se de registro no qual a música é o que mais importa. Pode prescindir, portanto, de aparatos complementares para mostrar toda sua força. Com simplicidade, o músico argumenta que em sua produção a poesia tem a mesma importância que a música. “Por isso tem que deixar isso à frente e foi este o norte de todo trabalho”, conta, sobre o lançamento da Som Livre, que faz uma retrospectiva de suas primeiras quatro décadas.
Com viola em punho, ele é conhecido como um fazedor de música caipira de agora. Mas, ele contesta. A idéia é mostrar a música folk brasileira. Nem a caipira, nem a sertaneja, nem aquela chamada ‘de raíz”. Esses termos, diz, são usados como forma de facilitar a compreensão. “Folk brasileiro é o que me agrada mais, é uma música que considera muito os valores culturais memoriais; quer projetar algo pro futuro; leva o lado familiar a sério. O caipira, hoje, é restauração, é Tonico e Tinoco. Sertanejo, é Chitãozinho e Xororó”, diz.
O Folk Brasileiro tem sua origem no caipira, que começa com Cornélio Pires e vai até que acontece uma dissidência, que gera o sertanejo, de um lado, e algo que ficou sem nome, do outro. “Eu e Almir Sater fomos pra esse lado que as pessoas ficam achando que é raíz”, comenta. Os dois já foram definidos como fazendo música caipira contemporânea, mais sofisticada, em geral, praticada por pessoas com formação musical mais clássica. “Não me incomoda isso, incomoda é achar que é sertanejo ou raiz, porque acaba sendo uma barreira. Raíz, pra mim, é folclore. A música caipira, cumpro o doloso dever de dizer, faleceu”, encerra o assunto.
Com participação dois dois filhos dele, João no piano, e Chico, na viola de 12 cordas, o DVD tem também entrevistas nos extras. “Estar tocando com eles é muito interessante. Eles têm banda e logo estarão andando sozinhos, mas, por enquanto, é comigo: não empresto, não dou”. Outro destaque, é a entrada de Pena Branca no palco.
Simples, eficiente e encantador, na medida para quem gosta de música, simplesmente... e de canções, em especial. Teixeira conta que depois do lançamento a procura por shows aumentou e diz, com espanto, que está “até sendo pirateado”. “Nunca tinha vivido essa experiência. Quem sabe não é pela pirataria que vou chegar nesse povo mais simples? É que o preço é muito alto”, pontua. E mesmo com os “intermediários”, o Ao vivo está em sexto no ranking de vendagens.
Agora, organiza ele, uma coisa de cada vez. Primeiro, precisa se acertar com a agenda de shows mais gorda. “Tenho muitos projetos, é só abrir alguma gaveta”, conta, bem humorado. “Mas, tenho que considerar que depois de mostrar um repertório de 40 anos, tem que segurar as vendas, o volume de shows, a repercussão”, pondera, adiantado que disco novo só no o segundo semetre de 2008.
O balanço da carreira é positivo – e pés no chão. “Fiz 62 anos, faço 15 shows por mês, meu disco está entre os mais vendidos, tenho músicas muito conhecidas e toco pra muita gente. Se existe um desconhecimento, é porque não atuo nesse meio de pessoas mais simples. Não cheguei ao público que é manipulado pelas quadrilhas que existem por aí, do presidente da República ao carinha que faz música ruim”.
n.r: então. reforçando o que a Adri diz na matéria, realmente esse dvd do Renato Teixeira tá muito bom. O cara tem grandes canções, e teve o bom gosto de fazer uma produção simples, sem exageros, explorando mesmo essa veia folk do trabalho. Tem uns deslizes aqui e ali, como a participação dispensável dos chitaozinhoxororó, mas nada que comprometa. Como eu to testando um novo breguete, resolvi colocar uma mostra do disco aí acima pra quem quiser ouvir. O que mais me impressionou é que à parte esse lance da influência da música caipira, o som do cara tem um componente ultra contemporâneo e moderno. Em alguns momentos, os timbres, arranjos e melodias me remetem até a coisas como Mojave 3 e Tindersticks. E o jeitão simplão do cara também traz uma empatia imediata. Em um país de artistas quase sempre com aquela pose de geniais e intocáveis, isso faz diferença. Na real, fica claro que o cara tem sim muita coisa de música de raiz brasileira, mas combina isso com a coisa da contracultura, uma espécie de Bob Dylan caipira, com aquele jeito brejeiro do sertanejo, mas de uma forma natural. sem forçação de barra.
Vale a pena ir atrás. Tanto que foi difícil pra mim escolher uma música. Além dessa que eu coloquei aí "Olhos profundos", tem várias outras ótimas como "Amizade sincera", a belíssima e autobiográfica "A primeira vez que eu fui ao Rio", e "Tocando em frente". Fiquei com vontade de ouvir os discos originais antigos do cara. Ah, que se foda. vou por "Tocando em frente" também. aproveitem. É muito linda. Parabéns Renato.
Divulgação

Renato Texeira acertou ao valorizar a singeleza das canções
O músico santista lançou seu primeiro DVD para celebrar os 40 anos de carreira e está em sexto lugar no ranking de vendas
Adriane Perin
O músico Renato Teixeira festejou os 40 anos de carreira com o lançamento de seu primeiro DVD, Ao vivo no Auditório Ibirapuera. Trata-se de registro no qual a música é o que mais importa. Pode prescindir, portanto, de aparatos complementares para mostrar toda sua força. Com simplicidade, o músico argumenta que em sua produção a poesia tem a mesma importância que a música. “Por isso tem que deixar isso à frente e foi este o norte de todo trabalho”, conta, sobre o lançamento da Som Livre, que faz uma retrospectiva de suas primeiras quatro décadas.
Com viola em punho, ele é conhecido como um fazedor de música caipira de agora. Mas, ele contesta. A idéia é mostrar a música folk brasileira. Nem a caipira, nem a sertaneja, nem aquela chamada ‘de raíz”. Esses termos, diz, são usados como forma de facilitar a compreensão. “Folk brasileiro é o que me agrada mais, é uma música que considera muito os valores culturais memoriais; quer projetar algo pro futuro; leva o lado familiar a sério. O caipira, hoje, é restauração, é Tonico e Tinoco. Sertanejo, é Chitãozinho e Xororó”, diz.
O Folk Brasileiro tem sua origem no caipira, que começa com Cornélio Pires e vai até que acontece uma dissidência, que gera o sertanejo, de um lado, e algo que ficou sem nome, do outro. “Eu e Almir Sater fomos pra esse lado que as pessoas ficam achando que é raíz”, comenta. Os dois já foram definidos como fazendo música caipira contemporânea, mais sofisticada, em geral, praticada por pessoas com formação musical mais clássica. “Não me incomoda isso, incomoda é achar que é sertanejo ou raiz, porque acaba sendo uma barreira. Raíz, pra mim, é folclore. A música caipira, cumpro o doloso dever de dizer, faleceu”, encerra o assunto.
Com participação dois dois filhos dele, João no piano, e Chico, na viola de 12 cordas, o DVD tem também entrevistas nos extras. “Estar tocando com eles é muito interessante. Eles têm banda e logo estarão andando sozinhos, mas, por enquanto, é comigo: não empresto, não dou”. Outro destaque, é a entrada de Pena Branca no palco.
Simples, eficiente e encantador, na medida para quem gosta de música, simplesmente... e de canções, em especial. Teixeira conta que depois do lançamento a procura por shows aumentou e diz, com espanto, que está “até sendo pirateado”. “Nunca tinha vivido essa experiência. Quem sabe não é pela pirataria que vou chegar nesse povo mais simples? É que o preço é muito alto”, pontua. E mesmo com os “intermediários”, o Ao vivo está em sexto no ranking de vendagens.
Agora, organiza ele, uma coisa de cada vez. Primeiro, precisa se acertar com a agenda de shows mais gorda. “Tenho muitos projetos, é só abrir alguma gaveta”, conta, bem humorado. “Mas, tenho que considerar que depois de mostrar um repertório de 40 anos, tem que segurar as vendas, o volume de shows, a repercussão”, pondera, adiantado que disco novo só no o segundo semetre de 2008.
O balanço da carreira é positivo – e pés no chão. “Fiz 62 anos, faço 15 shows por mês, meu disco está entre os mais vendidos, tenho músicas muito conhecidas e toco pra muita gente. Se existe um desconhecimento, é porque não atuo nesse meio de pessoas mais simples. Não cheguei ao público que é manipulado pelas quadrilhas que existem por aí, do presidente da República ao carinha que faz música ruim”.
n.r: então. reforçando o que a Adri diz na matéria, realmente esse dvd do Renato Teixeira tá muito bom. O cara tem grandes canções, e teve o bom gosto de fazer uma produção simples, sem exageros, explorando mesmo essa veia folk do trabalho. Tem uns deslizes aqui e ali, como a participação dispensável dos chitaozinhoxororó, mas nada que comprometa. Como eu to testando um novo breguete, resolvi colocar uma mostra do disco aí acima pra quem quiser ouvir. O que mais me impressionou é que à parte esse lance da influência da música caipira, o som do cara tem um componente ultra contemporâneo e moderno. Em alguns momentos, os timbres, arranjos e melodias me remetem até a coisas como Mojave 3 e Tindersticks. E o jeitão simplão do cara também traz uma empatia imediata. Em um país de artistas quase sempre com aquela pose de geniais e intocáveis, isso faz diferença. Na real, fica claro que o cara tem sim muita coisa de música de raiz brasileira, mas combina isso com a coisa da contracultura, uma espécie de Bob Dylan caipira, com aquele jeito brejeiro do sertanejo, mas de uma forma natural. sem forçação de barra.
Vale a pena ir atrás. Tanto que foi difícil pra mim escolher uma música. Além dessa que eu coloquei aí "Olhos profundos", tem várias outras ótimas como "Amizade sincera", a belíssima e autobiográfica "A primeira vez que eu fui ao Rio", e "Tocando em frente". Fiquei com vontade de ouvir os discos originais antigos do cara. Ah, que se foda. vou por "Tocando em frente" também. aproveitem. É muito linda. Parabéns Renato.
8/01/2007
Gian no Bem Paraná
E AQUI, matéria da Adri no Bem Paraná com o Gian Ruffato, incluindo vídeo com a entrevista e ele tocando voz e violão. Vale a pena conferir.
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