8/17/2009

sem título

"O livro é um organismo vivo que me comanda - só me resta, portanto, obedecer. Não é o autor quem escreve os próprios livros, mas algo que existe em nós, em uma região que desconhecemos", de um escritor português que conhece muito de literatura brasileira, chamado Antonio Lobo antunes.

será dessa mesma regiões quem vêm as canções? me parece que sim, porque as pessoas, as melhores pessoas que conheço (o que não significa que são tão boas assim, pois carregam seus próprios pesos nas costas e têm que se virar com eles) também se comportam assim. Só lhes resta fazer o que lhes é impossível não fazer. (adri)

8/14/2009

Curitiba, 14 de agosto de 2009

Quando o teu mundo desmorona
E nada mais parece fazer sentido
Você volta pra casa e ouve uma velha canção
Que te diz pra deixar as lamentações de lado
Pois de nada adianta alimentar fantasmas
E mesmo que sua vida pareça ter se tornado um poema sujo
Rabiscado em um papel amassado esquecido em um canto da casa
Abra as janelas
Escancare as portas
E saia pra rua
Pois nada que você faça vai apagar a história

Se é verdade que tudo é vaidade
E que o mundo caminha em círculos num salto em direção ao nada
E mesmo que você sinta que seus melhores dias se foram
E seus melhores amigos te viraram as costas
ocupados demais com seus próprios problemas
Pra perceberem que você os ama
E que tudo o que fez é por eles também
não vale a pena deixar que isso o faça desistir

“não se pode frear a vida”
Já dizia o velho bardo ranzinza
E ao contrário do que o seu coração cansado
Possa tentar te fazer acreditar
A gente está só no começo

Coloque de novo a velha canção pra rodar
e você verá que tudo se ilumina
e que mesmo não sendo mais tão jovens
mesmo que já não tenhamos tanto futuro
mesmo que seja só por hoje
é assim que tem que ser
e assim será

no final só o que importa
e o que vai ficar é o que a gente viveu
e que sim foi muito bom
por todos os sorrisos e gestos de cumplicidade
e momentos ternos
que passamos juntos
fizeram os dias melhores
e nos tornaram especiais
muito acima da mediocridade com que o mundo tenta nos soterrar
muito além das mágoas que os derrotados cultivam
pra justificar seu vazio

chega de dar ouvidos a esses anjos tristes
de se torturar com perguntas sem resposta
a vida vai pra frente
e você faz melhor indo com ela

ilumine sua alma e espante os maus espíritos
agarre o presente e confie em seus instintos

porque o amar vai nos salvar de novo amanhã
porque está decretado que hoje é o dia do hoje
e não adianta fugir da vida
não há porque se fechar

eu quero viver
e quem viver, verá

8/13/2009

darma lovers

“juro que quero aprender/ como que faço pra brincar/ tirar o peso do planeta e por a bola pra rolar/ lembrar do mar e mergulhar/ ver o milagre renovado em nós”. do velho e bom Nenung sempre magistral, desde que o conheço.

The Darma Lovers, maravilhosos, simplesmente maravilhoso... quanto mais ouço, Mais preciso ouvir!!!
minha companhia pela cidade, que alivia os medos e dá coragem para enfrentar os monstros que volta e meia se soltam. (Adri)

8/11/2009

Peste bovina

não sou lá exatamente um "fã" do marcelo nova. prefiro ele como cantor, compositor a "polemista". mas aqui o cara matou a pau:

>“Parece que estamos enfrentando a peste negra na Idade Média. Quando você está doente, você se trata, não fica se borrando de medo ou lavando a mão a cada cinco minutos. Não podemos frear a vida, nos escondendo atrás de uma máscara ridícula daquelas. Eu fui tocar em Curitiba, vou para Londrina, não vivo num casulo. Não posso ficar doente por antecipação, achar que é a peste negra e que vamos todos morrer a qualquer momento.”

retirado daqui

perfeito. eu não conseguiria dizer melhor. essa histeria já ficou ridícula. como eu disse esses dias, sugiro as pessoas que se matem. solução definitiva para qualquer risco de contaminação da gripe suína e de todas as doenças.

Profissão de fé

Jornal do Estado/ Bem Paraná
Carlos Moraes faz “ficção autobiográfica” (foto: Divulgação)

Ex-padre e ex-preso político, o escritor Carlos Moraes registra sua memória ficcional em livros

Leonardo Vinhas/Especial para o JE

A apresentação é quase novelesca: padre em dúvida quanto ao sacerdócio é preso, larga a batina e, ao sair do cárcere, troca o bucólico interior gaúcho pela urbanidade terminal da capital paulistana, onde começa a trabalhar como repórter. Entretanto, o roteiro não é fictício, e são as conduções literárias dessa história que a tornam não apenas crível, mas extremamente envolvente.

É a história de Carlos Moraes, que trabalhou, dentre outras, nas revistas Realidade e Ícaro, sempre focado no jornalismo investigativo. Depois de uma tímida estreia literária batizada de Como Ser Feliz Sem Dar Certo, ele começou a apresentar suas memórias: primeiro as da prisão, em Agora Deus Vai te Pegar Lá Fora, e depois as de jornalista iniciante, em Desculpem, Sou Novo Aqui, todos pela Editora Record. Nessas duas últimas obras, um humor nada clerical se mistura a uma sensibilidade que tem mais humanismo que cristandade – ou remeta justamente ao cristianismo iniciante, ainda não contaminado pela caridade burguesa.

Desculpem, Sou Novo Aqui, lançado há alguns meses, ainda não obteve a repercussão que merece. É uma crônica ensaísta, uma história moderna que se vale do passado para questionar certas dificuldades pelas quais passa qualquer um que decide abandonar certezas de longa data. Um aviso para os incautos que não sabem o perigo representado por uma mulher com luzinha ou o poder revigorante de uma sauna fantasma.

Não sabe do que se trata? Calma: leia o livro e entenda a importância desses conselhos. E por ora, fique com uma conversa com o autor, na qual, apesar de algumas recaídas sacerdotais, ele não passa qualquer sermão.

Jornal do Estado — Seus dois últimos livros são um exercício de “ficção autobiográfica” ou se tratam de livros de memórias mesmo?

Carlos Moraes — Por ocasião do lançamento das minhas livres memórias de cadeia, Agora Deus vai te pegar lá fora, eu disse o seguinte: “um pouco disso tudo aconteceu aqui; outro pouco aconteceu também, mas não aqui; outro pouco não aconteceu nunca e outro pouco merecia ter acontecido”. Trocando a cadeia de Bagé pela cidade de São Paulo, a explicação é a mesma para Desculpem, sou novo aqui. Teu modo de dizer, “ficção autobiográfica”, é perfeito. Toda a invenção é memória e em toda a memória já há um pouco de invenção.

JE — Já se escreveu que o narrador de um livro nunca é o autor, é sempre outra pessoa. Mas a familiaridade com a qual o senhor trata os sentimentos do protagonista sugere que a história é ainda mais “factual” que o senhor afirma. Tanto que é quase irresistível se dirigir ao senhor como “padre”.

Moraes — É curioso. Alguns ex-padres logo se tornam leigos razoáveis. Outros parecem levar para sempre, no jeito de ser e pensar, as marcas do seu passado. Vários amigos ex-padres me disseram depois deste último livro: “puxa, mas como você continua padre”. É engraçado, porque sou do tipo meio gozador e corintiano. No livro, procurei manter uma certa candura perplexa do personagem diante do seu novo mundo, vindo como vinha do interior gaúcho e de mais de 20 anos de Igreja. Esse era um pouco eu e um pouco quem recomeça tudo do zero, em qualquer época De muitas pessoas ouvi: eu nunca fui padre e vivi em São Paulo muita coisa do que você conta.

JE – Aproveitando esse gancho: o que fez o senhor – não o personagem João – largar a batina?
Moraes — Foram muitos os fatores e faz quase 40 anos. Mas há uma fase da vida em que a tensão entre o indivíduo e a instituição se torna particularmente sufocante. Mais tarde a gente descobre que isso não acontece só no caso padre-Igreja, mas entre o casado e o casamento, entre o empregado e a empresa, e assim por diante. Na época, eu achava que o modelo de sacerdócio católico – viver economicamente da igreja e sozinho numa casa paroquial fria - não era necessário para a missão de pregar e celebrar o Evangelho. Me sentia um tanto condenado a salvar senhoras por sua vez condenadas à salvação. Na verdade, isso era injusto, mas na época era como me sentia. Continuo achando que o sacerdócio pode ser vivido de muitas maneiras. Esse atual modelo celibatário da Igreja não tem futuro, nem é evangélico. Com poucas exceções, Jesus só escolheu homens casados para seus apóstolos.

JE — Como o senhor vê a Igreja Católica e a atitude dos sacerdotes no Brasil ?

Moraes — Esta resposta merece um livro. Tenho lido muito sobre Igreja primitiva, Cristo histórico. Nas últimas décadas foram escritos muitos livros sobre esses temas. Obras rigorosas, isentas, respeitosas com a pessoa e a mensagem do primeiro Jesus, aquele de Nazaré antes que catedrais de dogmas e teorias sobre ele se abatessem. Lendo-as, a gente percebe o quanto foi tudo um processo histórico, da redação dos evangelhos à formação da Igreja, da hierarquia e da ortodoxia. É à luz desse Jesus primordial que a Igreja tem de rever suas posturas. O problema é que, ao longo dos séculos, ela se tornou um fim em si mesma, seus mandamentos são mais celebrados do que a mensagem evangélica em si, papas atravessam oceanos para falar de camisinha e não lhes passa pela cabeça relembrar uma daquelas lindas parábolas de Jesus. Sem falar de padres que conseguiram reduzir o cristianismo a uma luta sem tréguas contra a masturbação.

JE — O retrato da São Paulo de Desculpem, sou novo aqui não parece ter 30 anos. Parece que o senhor esteve lá há uma semana, é tudo muito atual. Pelo visto, São Paulo não é tão moderna e cosmopolita como muita gente parece acreditar.
Moraes — O cenário do livro é mesmo uma São Paulo dos começos dos anos 70. A região dos Jardins já era um ponto chique da cidade. A Vila Madalena já pintava como um feérico reduto alternativo. Mais tarde os Jardins viveriam uma certa baixa com a explosão dos shopping centers, mas agora ruas como a Oscar Freire retomaram e ampliaram toda uma nobreza quase perdida. A Vila Madalena teve seus ideais domesticados pelo consumo. Sua rebeldia virou point.

JE — O anacronismo parece estar no jornalismo. Era a época das grandes redações, realizando apurações cuidadosas. Hoje as redações “enxutas” parecem se pautar por outros princípios. O senhor concorda que houve uma grande mudança?
Moraes — Houve. Na extinta revista Realidade, onde me iniciei no jornalismo, a gente tinha até um mês para fazer uma matéria, que ficava assim entre a grande reportagem, o ensaio e a monografia. Mas tudo bem. Concisão não faz mal a ninguém, nem ao leitor. De qualquer modo, hoje informação é o que não falta, olha só essa profusão de sites, blogs e, agora, o twitter. O problema, acho, é a falta de cultura instalada, ou o excesso de cultura clicada.

JE — Se tomarmos a história do personagem dos últimos livros como sua, podemos acreditar que o senhor pode até não ter mudado de religião, mas certamente trocou de time – do Inter pelo Corinthians. Ou ser corintiano é um grande ato de fé?
Moraes — Nem me fala, nem me fala. Na noite em que Inter e Corinthians decidiram a Copa Brasil, a primeira metade da minha vida, gaúcha, jogava contra a segunda, paulistana. Grande dor essa de sentir a alma da gente sem saber pra que lado chuta. No dia seguinte, por penitência, tentei torcer pelo Grêmio contra o Cruzeiro, na decisão da Libertadores. Meu Deus, foi como torcer pelo Palmeiras aqui em São Paulo, mesmo sabendo que o palmeirense no fundo não passa de um gremista travestido de lagartixa. Falando sério, gostaria de escrever um livro chamado Como educar um filho na fé corinthiana. Mas, por enquanto, só tenho o título. O título e a epígrafe, o salmo 126, que é toda a história do Corinthians: “O que semeiam entre lágrimas, cantando colherão”. O salmista só não falou de série B e série A porque não eram coisas do tempo dele.

JE — O senhor tem um livro com o título Como ser feliz sem dar certo. A pressão pelo “dar certo” está criando seres humanos encolhidos espiritualmente, frustrados. É mesmo possível escapar dessa pressão?

Moraes — O livro conta histórias de pessoas que, por pequenas bobagens, chegaram a grandes iluminações. Gosto muito dessa idéia da bobagem que salva, da bobagem como epifania. O livro tentou ser uma brincadeira com essa explosão de auto-ajuda que vigora por aí. Afinal, o que é o sucesso? Ganhar dinheiro? Ser feliz no amor? Na profissão, por modesta que seja? Ter bons amigos? Ter fé e ser capaz de ouvir a música que rege o baile da vida? Sucesso, felicidade e celebridade são coisas muito diferentes. Sinto que, em geral, a auto-ajuda se limita a técnicas que não mudam o coração. O que é um perigo. Um mau-caráter bom em técnicas de relaxamento vai ser apenas um mau-caráter mais relaxado. Mais perigoso.

JE — Conselhos não faltam ao João de Desculpem... O senhor recomenda alguns desses conselhos aos leitores?
Moraes — Não, não aconselho. Jefferson é uma machista grosseiro; Pessoinha é um feminista assustado; o Barbato é um anti-feminista amargo; Maura uma boazuda inconseqüente. Draúzia sim, mesmo com esse nome de raio, essa sabe das coisas.

JE — E uma última pergunta: mulher com luzinha ainda é um perigo?
Moraes — Eternamente. Um doce, abençoado e necessário perigo.

Esses são os caras que dizem falar em nome de Deus e que querem ditar normas de moral...

Folha de São Paulo (para assinantes)

Juiz acata denúncia contra líder da Universal

Edir Macedo e mais 9 são réus em processo por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro; defesa diz que igreja é perseguida

Dados do Coaf apontam que as transferências atípicas e os depósitos bancários em espécie da igreja somaram R$ 8 bilhões de 2001 a 2008

MARCIO AITH
DA REPORTAGEM LOCAL


A Justiça recebeu ontem denúncia do Ministério Público de São Paulo e abriu ação criminal contra Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
A denúncia, aceita pelo juiz Glaucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, resulta da mais ampla apuração sobre a movimentação financeira da igreja já feita em seus 32 anos de existência.
Iniciada em 2007 pelo Ministério Público de São Paulo, a investigação quebrou os sigilos bancário e fiscal da Universal e levantou o patrimônio acumulado por seus membros com dinheiro dos fiéis, entre 1999 e 2009 -embora não paguem tributos, igrejas são obrigadas a declarar doações que recebem.
Segundo dados da Receita Federal, a Universal arrecada cerca de R$ 1,4 bilhão por ano em dízimos. As receitas da igreja superam as de companhias listadas em Bolsa -e que pagam impostos-, como a construtora MRV (R$ 1,1 bilhão), a Inepar (R$ 1,02 bilhão) e a Saraiva (R$ 1,09 bilhão).
Somando-se as transferências atípicas e os depósitos bancários em espécie feitos por pessoas ligadas à Universal, o volume financeiro da igreja no período de março de 2001 a março de 2008 foi de cerca de R$ 8 bilhões, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro.
A movimentação suspeita da Universal somou R$ 4 bilhões de 2003 a 2008.
A denúncia foi assinada pelos promotores Everton Luiz Zanella, Fernanda Narezi, Luiz Henrique Cardoso Dal Poz e Roberto Porto.
Reportagem da Folha publicada em dezembro de 2007 revelava o patrimônio da Igreja Universal do Reino de Deus acumulado em mais de 30 anos -o que incluía um conglomerado empresarial em torno dela. Após a publicação, fiéis da igreja entraram com ações por dano moral contra o jornal, no país todo (leia texto abaixo).
O xis do problema, para os promotores, não reside na quantia de dinheiro arrecadado, mas no destino e no uso que lhe foi dado pelos líderes da igreja no período investigado. Um grande volume de recursos teria saído do país por meio de empresas e contas de fachada, abertas por membros da igreja, e foi depois repatriado também por empresas de fachada, para contas de pessoas físicas ligadas à Universal.
Os recursos teriam servido para comprar emissoras de TV e rádio, financeiras, agência de turismo e jatinhos.

Para a investigação, isso fere dois princípios legais.
Empresas privadas pagam impostos porque o propósito de suas existências é o lucro. Igrejas, pela lei brasileira, não pagam tributos porque suas receitas, em tese, revertem para o exercício da fé religiosa, protegida pela Constituição.
Quando o dinheiro oriundo da fé é desviado para comprar e/ou viabilizar empresas tradicionais, que têm o lucro como finalidade, a imunidade tributária está sendo burlada.
O outro problema, com base na denúncia, diz respeito ao direito dos fiéis da Universal a que os recursos revertam para a igreja. O uso de recursos para outras atividades seria um desvio de finalidade, do qual fiéis e a Universal seriam vítimas.

Depósitos atípicos
Segundo o Ministério Público de São Paulo, os recursos da Universal eram transportados em jatinhos e foram depositados em contas definidas pelos bispos, principalmente no Banco do Brasil e no Banco Rural.
Duas empresas que seriam de fachada recebiam o grosso dos depósitos, segundo a denúncia -a Unimetro Empreendimentos S/A e a Cremo Empreendimentos S/A.
"As empresas Unimetro e Cremo não apresentaram qualquer movimentação que indicasse atividade de comércio. De fato, trata-se de empresas de fachada", relata a denúncia. As duas empresas encontram-se instaladas no mesmo endereço, que também consta como sede da Clínica Santo Espírito. Nenhuma apresenta qualquer indício de atividade comercial, dizem os promotores.
Entre janeiro de 2004 e dezembro de 2005, a Unimetro recebeu em duas contas, no Banco do Brasil e no Banco Rural, um total de R$ 19,2 milhões. Em sua grande maioria, a movimentação foi proveniente de transferências eletrônicas.
A empresa Cremo, no mesmo período, totalizou R$ 52,1 milhões em créditos em três contas, no Banco do Brasil, Banco Rural e Banco Safra.
As duas empresas remetiam os recursos, por sua vez, às companhias Investholding Limited e Cableinvest Limited, localizadas em paraísos fiscais (ilhas Cayman e ilhas do Canal, respectivamente).
O dinheiro retornava ao país em forma de contratos de empréstimos a laranjas, usados para justificar a aquisição de empresas e imóveis ligados à Universal, segundo a denúncia.
Descreve o texto da promotoria: "Podemos citar como exemplo a compra da TV Record do Rio de Janeiro. A empresa foi adquirida em nome de seis membros da Igreja Universal do Reino de Deus, que justificaram a origem da transação (avaliada em US$ 20 milhões) através de empréstimos junto às empresas Investholding e Cableinvest". Outro exemplo usado na denúncia é o da TV Itajaí, também comprada com recursos oriundos da Cremo.
As remessas de dinheiro da Investholding foram feitas de agências do Banco Holandês Unido, em Miami e Nova York.
As remessas da Cableinvest teriam se dado de forma distinta. Os dólares foram levados até a Cambio Val, uma das maiores casas de câmbio do Uruguai, e trocados por moeda brasileira.
Em 1992, a Investholding remeteu ao menos US$ 6 milhões para o Brasil. De 1992 a 1994, a Cableinvest trocou US$ 11,96 milhões por moeda nacional na casa de câmbio Val, no Uruguai. A origem de todo esse dinheiro foram os dízimos dos fiéis, sustenta a denúncia.

8/10/2009

Nevilton, de Umuarama para o mundo

mais uma matéria da Gazeta do Povo, citando o Rock de Inverno.

Cristiano Castilho

O cenário é um bar de Umuarama, oeste do Paraná. Uma banda se divertia tocando covers de Weezer e Placebo. Antes, um garoto de 18 anos interpretava clássicos da MPB em seu violão. Pronto.

De certa forma o primeiro encontro dos atuais membros da banda Nevilton, em 2005, resume o que é o grupo hoje: uma mistura certeira de música brasileira ao rock dos anos 1990, com ênfase em solos de guitarra e em pulos acrobáticos.

Nevilton de Alencar Júnior, de 22 anos, Tiago Inforzato e Fernando Livoni, ambos de 28, são um power trio que fazem jus à definição. A banda de Umuarama – remanescente do extinto quinteto Superlego –, roubou a cena em pelo menos dois festivais recentes. Deixaram o Pato Fu a ver navios no PMW, realizado em junho em Palmas, no Tocantins; e fizeram com que o frio fosse esquecido no Rock de Inverno 7, realizado em Curitiba há três semanas. Também foram destaque na Rolling Stone, revista especializada em cultura pop.

“A gente é muito maluco mesmo. Ouvimos de tudo e graças a Deus não nos prendemos a nada. Gosto muito de Belchior, mas ao mesmo tempo fico maluco com Pavement. Ontem passei o dia inteiro ouvindo um disco do Mussum, Chiclete de Hortelã”, diz Nevilton, com voz tímida que contrasta com a energia que demonstra sobre o palco.

Formado em Letras, o garoto do interior personifica as características de bandas independentes atuais. Além da vontade de criar algo maior, “que faça diferença”, investe todo o tempo que tem na carreira.

“As pessoas estão acordando para isso. Tem que fazer o trabalho de forma planejada, só assim que o independente funciona. As novas bandas estão caprichando no material de divulgação e na gravação das músicas”, diz Nevilton, que, apesar da pouca idade, tem história.

Ele e o baixista – Tiago, o “Lo­­bão” –, passaram um tempo em Los Angeles, aprimorando o inglês, mas também se divertindo. “To­­cávamos em um café mexicano toda quarta-feira e trabalhamos na equipe de apoio de eventos. Vimos shows de graça de Incubus e Guns N’ Roses”, explica.

O que veio na bagagem, em meados de 2007, também ajudou o grupo com as primeiras gravações. “Fiz um investimento maluco. Trouxe microfones e vários aparelhos e montei um mini-estúdio em casa”, diz o músico, também fã de Luiz Gonzaga, Sá & Guarabira e Nirvana.

Depois de vários EPs – alguns deles gravados no porão da papelaria da família de Nevilton, “em meio a caixas vazias de papel” – o primeiro disco será lançado em breve, mas sem pressa.

Gravado no estúdio YB, em São Paulo, por onde já passaram RPM, Trio Mocotó e Black Rio, o disco fez o trio ficar duas semanas enclausurado, em março deste ano. Pouco tempo perto dos três meses de ensaios prévios e nada se comparado aos shows para angariar recursos. “Tocamos loucamente para levantar a grana”, diz Nevilton.

O álbum se chamará De Verdade – brincadeira com o fato de ainda não disporem de um disco físico – e terá 14 músicas. Entre elas “A Máscara”, uma das mais pedidas nos shows. Na mixagem, participou Tomás Magno, discípulo do produtor Tom Capone. O baiano produziu também os discos das curitibanas Anacrônica, Sabone­tes, Terminal Guadalupe e Fuja Lurdes.

Apesar do avanço e da seriedade – ao menos profissional – os pulos nos palcos e na vida não devem parar.

“Se eu não me divertir com minha música, como vou querer que os outros se divirtam?”, pergunta Nevilton, nome e voz de uma banda que aos poucos vai dizendo adeus ao interior do Paraná. O grupo deverá se mudar para São Paulo em breve. “O mercado é melhor, estrategicamente falando. Há mais espaços e possibilidades”.

8/06/2009

Curitiba Sônica dá impulso para talentos

Gazeta do Povo de hoje

Adiado para o próximo dia 15 devido ao surto de gripe A, evento reúne 12 bandas para gravar disco no TUC

Cristiano Castilho

Passadas quase três semanas desde o Rock de Inverno 7, festival que trouxe a Curitiba o grupo paulista Fellini e mais 13 atrações – a maioria local –, bandas independentes da cidade continuam a mostrar sua força, mesmo tendo que driblar a gripe A (H1N1). A partir do próximo dia 15, o Curitiba Sônica leva 12 bandas de várias vertentes musicais e épocas distintas ao TUC – Teatro Universitário de Curitiba, para shows e gravação de um CD ao vivo.

Inicialmente planejado para começar no próximo sábado, dia 8, com o show do Our Gang, o pontapé inicial do evento foi adiado em uma semana. A banda Alameda abrirá a sequência de 12 shows, que seguem até o início de 2010 – confira a agenda e mais informações sobre as bandas ao lado.

“A Fundação (Cultural de Curitiba) adiou ou cancelou vários eventos e deixou em aberto a decisão para os produtores que não fazem parte da entidade. Eu achei melhor adiar também”, explica Fernando Lobo, músico e produtor executivo do Curitiba Sônica.

O projeto foi contemplado em 2009 pelo Edital Bandas de Garagem da Fundação Cultural de Curitiba, por isso se assemelha muito ao GGG – Grande Garagem Que Grava, pioneiro nesses moldes, que pretende alavancar a carreira de bandas já conhecidas do público por meio da gravação de discos.

“Nossa ideia sempre foi revelar as bandas e projetá-las. Não só em Curitiba, como no Brasil e no mundo. O edital prevê a gravação de CDs e a prensagem de 200 cópias por banda”, explica Lobo. Ao total, serão 240 discos que serão distribuídos a veículos de comunicação especializados. Haverá também um box contendo um disco de cada banda, comercializado depois do término das gravações, e lançado na Cinemateca de Curi­tiba. Antes disso, todo o processo será registrado e publicado em tempo real no site do evento.

Em comum, as bandas têm o fator público – sejam elas novatas, como a Liquespace, ou veteranas como a Tods – e a necessidade de um material de divulgação: o disco. A escolha dos grupos, segundo Lobo, foi baseada em critérios dos próprios organizadores.

“Procuramos bandas com qualidade mínima e de que a gente gostasse. Achamos que essas tem potencial para ir para a frente depois do lançamento do disco”, diz o produtor, que dividiu o texto do projeto inicial com mais três pessoas, “todos músicos ou ligados à musica”.

Fernando Lobo, de 32 anos, foi responsável pela realização do Curitiba Pop Festival, em 2003, que levou Nação Zumbi e a banda norte-americana The Breeders à Ópera de Arame, em Curitiba. A vinda de Pixies para a cidade, no show histórico que a banda fez na Pedreira Paulo Leminski, em 2004, também passou pelas mãos do produtor.

* * *

Serviço

Curitiba Sônica. A partir do dia 15 de agosto. TUC – Teatro Universitário de Curitiba (Gal. Júlio Moreira – Lgo. da Ordem), (41) 3321-3312. Entrada franca.

Na internet: www.curitibasonica.com.br

Programação

O evento começa no próximo dia 15, com o show da banda Alameda. Todas as apresentações começam às 20 horas

Our Gang - Data a confirmar - Remanescente do E.S.S., mistura synthpop, hip-hop e disco-pop - www.myspace.com/ourgangfm

Alameda - 15/08 - Rock inglês que valoriza as guitarras - www.myspace.com/alamedarock

Caio Marques - 28/08 - Rap, hip-hop e samba com o mentor da banda Bad Folks - www.myspace.com/caiomarques

Easy Players - 19/09 - Reflete nomes como Cowboy Junkies e Smog - www.myspace.com/eplayers

Liquespace - 26/09 - Destaque do Rock de Inverno 7, traz a nova MPB

Boss in Drama - 10/10 - Capitaneado por Péricles Martins, investe na música de pista - www.myspace.com/bossindrama

Subburbia - 24/10 - Electro-rock com vocalista performático - www.myspace.com/subburbia

Rockajenny - 14/11 - Pop-punk urgente - www.myspace.com/rockajenny

Tods - 21/11 - Grupo de guitar-pop pioneiro em Curitiba, é denso e introspectivo - www.myspace.com/todscwb

Supercross - 05/12 - Melodias complexas e texturas de guitarra elaboradas - www.myspace.com/supercrossrock

Olímpicas Esferas - 16/01/2010 - Pop rock experimental e boas letras - www.myspace.com/olimpicasesferas

Folktrio - 30/01/2010 - Rock com influências de música de raiz irlandesa - www.myspace.com/folktrio

Rock de Inverno 7 no Bastidores do Multishow

8/04/2009

Rock de Inverno 7 no Scream Yell

"O saldo final foi bastante positivo com destaque para o bom som da casa, boas apresentações e uma organização competente, o Rock de Inverno continua servindo como 'vitrine' para as bandas locais e mostrando que um bom festival começa a ganhar forma na seleção do seu elenco. Um grande alento para umas das cenas mais férteis do Brasil, que devido à desorganização (e principalmente a vários egos inflados) ainda está muito longe de se consolidar nacionalmente. Curitiba ainda tem muito a aprender com o Rock de Inverno."

por Murilo Basso, no Scream Yell. Confira lá o texto na íntegra.

Rock de Inverno 7 no "Rock em Geral"

"Mais do que um festival de bandas, o Rock de Inverno mostrou boa renovação para o cenário, local e nacional. Repararam que não tocaram bandas do tipo “cover com música própria”? Que não tinha banda de hard–emo-core? Que na hora de falar de uma ou outra banda, não precisei citar referências, ao menos não diretamente? Tudo isso prova que tem gente buscando fazer coisas novas. E fica a sugestão para os outros festivais independentes que acontecem nesse congestionado segundo semestre: olhem para quem tocou no Rock de Inverno antes de fechar o elenco de vocês com as mesmas bandas de sempre."

de Marcos Bragatto, do site Rock em Geral.

Rock de Inverno 7 no Multishow

E nesta quarta-feira, dia 05, as 21h30, vai ao ar o programa Bastidores, do canal Multishow, com a cobertura do Rock de Inverno 7. Pra quem como eu não tem TV a cabo, dá pra conferir depois o programa no site deles aqui.

8/03/2009

Rock de Inverno 7 no blog do Beto Só

"Eu andava bastante inseguro com shows desde que tocamos em Belo Horizonte, em um lugar cheio de gente, mas com a grande maioria dos presentes nos ignorando. Curitiba lavou minha alma. Aquele pequeno punhado de gente me fez achar que a coisa toda é de verdade e que vale muito à pena. Que venham outros. Mesmo que demorem, não há problema. Aprendi a esperar e a aproveitar esses bons momentos. Ainda bem."

do blog do Beto Só

Rock de Inverno 7 no Mondo Bacana

O Mundo Bacana publicou uma extensa cobertura sobre o Rock de Inverno 7, assinada por Bianca Sobieray, Fernando Souza e Getúlio Guerra. Confere lá.

7/31/2009

Rock de Inverno 7 - mais fotos

Nosso fotógrafo oficial, Marcelo "C4" Stammer publicou mais e lindas fotos do Rock de Inverno 7. Confere lá no flickr dele, e algumas aí abaixo.

Mordida

Nevilton

Liquespace

Liquespace

Koti

Beto Só

Cadão Volpato (Fellini)

Fellini

Heitor e Banda Gentileza

Ivan (Hotel Avenida)

Ivan (Hotel Avenida)

Igor Ribeiro e Rubens K (Hotel Avenida)

Gian (Hotel Avenida)

Gian (Hotel Avenida)

Noites de música e inverno

Jornal do Estado/ Bem Paraná
Coluna Piracema

Marcelo Stammer Diedrich e os Marlenes no ri7

Adriane Perin

Nem quem sobe ao palco - nem que está diante dele - sabe, na real, o que é organizar um festival de música independente. São tantos acertos, no e fora do palco, antes e depois. Um depois, aliás, que dura um tempo. Enquanto a ficha vai caindo, começam as audições (cruas) do que foi gravado e os instantes bons, só eles, ficam se revirando por todos os lados da gente. Só os bons ficam, porque ver o pessoal no palco – e na plateia – são momentos capazes de apagar todas as inseguranças e sustos. São maiores que tudo que veio antes. Me sinto assim, depois de mais uma, a sétima, edição do Festival Rock de Inverno que coproduzo, ao lado de Ivan Santos (aliás, a ideia partiu dele, embora tenha sido eu a chata responsável por mantê-lo vivo nos últimos anos), e uma equipe que é uma preciosidade. Este ano o festival teve outra particularidade: apoio do Fundo Municipal de Cultura da cidade, o que nos permitiu remunerar, mesmo que simbolicamente em alguns casos, todos os envolvidos. Uma produção que começou há um ano. Antes até, quando escrevi o texto subscrito por outros produtores que levou à criação do edital. E antes ainda, quando o Rock de Inverno 7 foi rejeitado pela Petrobras.

Não consegui desistir, eu confesso! Já conheço o caminho das pedras, mas não nego que a ansiedade aumentou por conta do apoio público. Três dias depois do fim, volto ao jornal e Getúlio Guerra me pergunta: qual o momento mais incrível do Rock de Inverno 7? Difícil, pois foi uma edição diferente.também pela escalação de duas bandas que são elo com o começo dessa história minha e do Ivan: 3 Hombres e Fellini. Ver esses shows e as pessoas que lotaram o John Bull Music Hall foi desses momentos capazes de me deixar calada. Ver nos olhos das pessoas a alegria no cantar junto; ouvir as especulações sobre o futuro da mostra são destroem a memória do cansaço. Ver os amigos de olhares marejados, perdendo as palavras (e até a pose habitual) em outra tentativa de mostrar a importância de que viviam, foi um dos mais deliciosos momentos. Observar a reação dos jornalistas convidados também é um prêmio, percebê-los boquiabertos diante das bandas curitibanas (e isso sempre acontece)....vale cada tremor de ansiedade escondido numa tentativa nervosa de silêncio. Gian Ruffato dizendo que sempre quis tocar no Rock de Inverno; Pão de Hamburguer mandando ver “ Será que eu Vou Virar Bolor”, pra mim, me atrevo a dizer. Saber que muitas bandas preparam shows especiais para o Rock de Inverno; ouvir de um cara como Lique que nunca foi tão bem tratado em show. Lestics tocando Luz de Outono; ter um Allan Yokohama como rodie!!!! O que dizer disso tudo? Sentir o coração batendo bem mais forte diante de Beto Só cantando “Abre a Janela”, sozinho, sob aquela luz. Só isso: um violão, um cara e sua canção. Momentos recentes que puxam os grandes dos outros seis... não tem espaço aqui.

Por esses instantes é que o Rock de Inverno chegou até aqui. O prazer de ver as bandas tocando com as condições que merecem e sentir que todos que participam o fazem com alegria, respeito e carinho é algo que não pode ser explicado com palavras. Valeu bandas. Valeu, em especial, agora, equipe De Inverno vocês são pra lá de demais. Como diria Xanda Lemos: “Vocês sao óóótimos”.

7/29/2009

Rock de Inverno 7 - fotos

E o fotógrafo oficial do Rock de Inverno 7, Marcelo Stammer, o C4, postou algumas fotos do festival em seu flickr. confere lá.

Hotel Avenida

Lestics

Beto Só

Diedrich e os Marlenes

3 Hombres

7/26/2009

Festa e emoção no segundo dia do festival 'Rock de Inverno'


* Fernando Rosa

A segunda e última noite do festival “Rock de Inverno” neste sábado, em Curitiba, repetiu a qualidade musical da primeira noite e esquentou ainda mais o palco e o ambiente da ampla e confortável casa John Bull Music Hall. Com mais público do que na véspera, natural por se tratar de um sábado, a seqüência de apresentações ampliou a vitrine do rock local, a principal razão da existência do festival desde a sua criação. Um trabalho valorizado pela curadoria da dupla Ivan Martins & Adriane Perin, e também pelo exemplar desempenho do técnico e coordenador de palco Luigi Castel, ágil, competente e gentil com as bandas que passaram pelo palco do evento.

Principal atração da noite, a esperada e clássica Fellini correspondeu à expectativa do público, mesmo os mais jovens, com um show com pegada, guitarras abertas e no talo, frescor e, claro, um desfile de “hits” indies, a começar por “Rock Europeu”. A banda apresentou-se com a formação original, incluindo Thomas Pappon em férias no Brasil (atualmente ele vive em Londres), Cadão Volpato, Jair Marcos e Ricardo, além da luxuosa presença do baterista Clayton Martins. Um show emocionante para os fãs da banda, um dos principais expoentes do rock alternativo brasileiro quando isso era algo muito distante do que assistimos atualmente.

As bandas locais, por sua vez, traduziram a riqueza musical da capital paranaense, historicamente um dos centros roqueiros mais importantes do país, desde os anos sessenta. Com um dos melhores shows do festival, a banda Mordida mostrou uma brilhante presença de palco, inventividade pop, grandes canções e riqueza instrumental, tendo a frente o guitarrista e cantor Paulo Hde Nadal. Antes mais voltada para a orientação “jovemguardista”, a banda evolui para climas mais modernos, coloridos e viscerais, que conquistaram a platéia desde o primeiro acorde.

Ruído/mm confirmou os comentários positivos que vem recebendo na mídia independente, com um set instrumental climático, mas também pesado, comandado por quatro guitarras execpcionais. Koti e Os Penitentes também fez um show divertido, com timbres e letras legais; enquanto Heitor e Banda Gentileza, que abriu a noite, mostrou que se pode transitar entre o rock e a mpb sem clonar Los Hermanos. A dupla/casal Je Revê Toi introduziu o eletro-rock na cesta de gêneros musicais oferecida pelos curadores.

Um show a parte, a paulista Lestics fechou o festival com sua requintada musicalidade, que aos poucos vai chamando a atenção da mídia especializada e do público. No repertório da apresentação, um set com seus principais temas - criados pela dupla Olavo Rocha e Umberto Serpieri – marcados por uma emocionante qualidade musical e poética. Canções como “Velho”, por exemplo, trazem a marca dos autores que buscam produzir arte e traduzir seu tempo, sem preocupar-se com velhos ou “novos” mercados.

A primeira noite

A primeira noite do festival "Rock de Inverno", em Curitiba, Paraná, foi um sucesso. Bom público, som de qualidade e, principalmente, ótimos shows, com destaque para Beto Só, Diedrich e Os Marlenes, Hotel Avenida e Nevilton. A paulistana 3 Hombres, por sua vez, "matou" a saudade dos fãs com temas clássicos e novas canções, após "um minuto de barulho" em memória de Minho K, ex-integrante da banda, morto precocemente. Com ótimos instrumentistas, a banda Liquespace abriu a noite, seguida de Pão de Hamburguer, com influências de rock nacional setentista e Mutantes, que mostrou o lado mais rock da cidade.

Natural de Umuarama, "mais perto do Paraguai do que de Curitiba", Nevilton confirmou a evidente evolução do trio, resultado de sua intensa circulação pela plataforma independente. Hotel Avenida, com um ótimo repertório, que inclui a genial "Nâo Sou Um Bom Lugar", revelou o vocalista Giancarlo Rufatto, um frontman intenso e carismático. Diedrich, ou seja, o ex-Pelebrói Oneide, e Os Marlenes, introduziram a melhor poesia-punk do rock brasileiro atual, diversão e dança no palco e na platéia. Na música "Dos Amores Mais Vendidos", outro hit curitibano (veja na Parada Senhor F, ao lado), Giovanni Caruso subiu ao palco.

O brasiliense Beto Só, que fechou a noite, fez um show elétrico, com canções de seus dois discos, acompanhado de uma espécie de "brazilian all stars" formada por Txotxa (Plebe Rude, na bateria), Rinaldo (ex-Disco Alto e atual Cine Ritz, no baixo) e Ju e Fernando Brasil (ambos do Phonopop, nas guitarras). Ao final, depois de um "bis" apenas ao violão ("Abre a Janela"), e com a banda de volta ao palco, o quinteto anunciou o "cover" de uma música que "todos sabiam cantar" e disparou "Gloria" (Them), acompanhada de Oneide, Rufatto, Nevilton e Lobão (Nevilton), Ivan (Hotel Avenida) & Adriane Perin (organizadores do festival).

Em sua sétima edição, o festival "Rock de Inverno" apresentou um conceito musical que traduz a idéia de valorizar a canção, a poesia e postura estética desses novos tempos. O festival foi criado em 2000 pelos jornalistas Adriane Perin e Ivan Santos, anfitriões do evento, que desde então fomentaram a cena independente local. Ivan também atuou à frente da banda OAEOZ, com vários discos lançados, e no momento faz parte da recém-criada Hotel Avenida, junto com Giancarlo Rufatto (ouça o single de estréia na Parada Senhor F, ao lado). Neste ano, o festival contou com o apoio do Fundo Municipal de Cultura da prefeitura de Curitiba.

Serviço

Rock de Inverno
Mostra da música independente
Festival que acontece nos dias 23, 24 e 25 de julho, chega à sua sétima edição com 17 bandas.

Programação

Dia 25/07, a partir das 20h

Heitor e Banda Gentileza
Je revê toi
Ruído/mm
Koti e os Penitentes
Fellini
Mordida
Lestics

Dia 24/07, a partir das 20h

Liquespace
Pão de Hambúrguer
Hotel Avenida
Nevilton
Diedrich e os Marlenes
3 Hombres
Beto Só

- Site oficial do festival com a programação completa.

* Fernando Rosa é editor do portal Senhor F e acompanha o "Rock de Inverno" à convite da organização do festival.
"hoje a chuva cai como uma luva, pra nós dois..."

7/25/2009

E lá vamos nós...

Carlão e Renatinho, do FU, na festa de abertura, no Era Só

Ontem foi ducaralho. Todos os shows, todas as bandas. E hoje vai ser melhor ainda.

7/23/2009

Rock de Inverno 7 - Largada!



então é isso. começa hoje oficialmente o Rock de Inverno 7. As 19 horas, no TUC, tem um bate-papo com produtores locais, entrada franca, com direito a sorteio de ingressos para o festival.

as 22 horas, no Era Só o que Faltava, a festa de lançamento, com Rosie and Me, Delta Cokers e Folhetim Urbano.

E hoje saíram várias matérias legais sobre o festival,

na Gazeta do Povo:

na Folha de Londrina;

no jornal Estado do Paraná

e nosso amigo Beto Só escreveu um texto emocionante sobre o fazer música independente, e o Rock de Inverno.

"Depois disso, algumas manifestações de que eu poderia ser chamado para festivais em outros estados apareceram, mas foi mesmo Ivan e Adriane Perin que me ligaram e disseram: "Vem!" E vou feliz pra caralho. E não porque é um festival fora de Brasília. Mas porque é um festival com a minha turma! O Rock de Inverno parece ser o reduto de caras assim como eu, que gostam de ouvir e compor baladas, muitas vezes tristes. Que parecem ter se acostumado a usar a música pra pensar na vida."

leia na íntegra no blog do Beto Só

7/20/2009

Mais um pra lista

Fotos: Alberto Nane






e o show no Expressões Oi também foi muito bom. Tocar ao ar livre, nas ruinas, em um domingo a tarde, com som de primeira, é muito legal, pois a gente tem oportunidade de chegar até um público que não frequenta show em bares e casas noturnas. Valeu mesmo. Mais uma vez, obrigado aos comparsas, em especial ao Igor e o Alan, que seguraram a onda na fogueira, e com louvores!

mas como o tempo não pára, logo tem mais. quinta tem a festa de lançamento do Rock de Inverno 7, no Era Só o que Faltava. E sexta, John Bull Music Hall, com 3 Hombres, Beto Só, e mais uma pá de bandas legais. Vai ser foda.

7/18/2009

amanhã tem mais



e o show no Wonkas foi muito legal. som bom, plateia interessada e alto astral. encontro de velhos e novos amigos, com direito a aniversário de Renato Qege e apresentação de gala dos Gruvox. pra que mais.

e é sempre bom poder contar com with a big help for my friends como igor ribeiro e alan yokohama, e é mais legal ainda ver que eles estão se divertindo com essa maluquice toda.

a música tem dessas coisas. a gente pena, enche o saco, tem vontade de jogar tudo pro ar, mas sempre tem aquelas noites em que tudo parece funcionar de um jeito mágico.

e sempre foi, continua sendo e sempre será um privilegio tocar com esses caras - Igor, Rubens, Carlão, etc. não é pra qualquer um ter e poder partilhar da parceria de amigos tão talentosos.

mas amanhã tem mais

ruinas do são francisco, largo da ordem, 16 horas

nos encontramos lá.

7/17/2009

Um Oi para a arte paranaense

Jornal do Estado/Bem Paraná


Essa é a trupe que vem de Vitória para mostrar seu som por aqui (foto: Divulgação)

O domingo será cheio de artistas pelas ruas, por conta de projeto da operadora de telefonia, que vai espalhar música, teatro, grafite e performances por parques da cidade


Adriane Perin


A operadora de telefonia Oi chegou no Paraná e para marcar sua entrada preparou um mega evento cultural. Neste domingo, a partir das 13 horas, o projeto Expressões Oi toma conta de cinco endereços públicos da capital, com atrações de artes visuais, performáticas e musicais. Serão em torno de 85 atrações simultâneas, todos artistas que fizeram uma inscrição na internet e foram escolhidos para engrossar a já cheia agenda cultural do final de semana.
É, mas nem só de Oi vivem as expressões artísticas locais e a agenda do final de semana reflete isso, em especial na área música. Também no domingo, a banda Plêiade celebra seus 17 anos. E não bastasse a produção local, hoje tambem tem uma invasão capixaba (textos ao lado).

A diretora de comunicação da Oi, Flavia Da Justa, explica que a intenção é “trazer um olhar sob perspectivas diferentes” . “Quisemos criar um ambiente diferenciado, um ambiente on line que viabilize a troca de expressões culturais, efetivamente, mas sem ser uma dessas redes de relacionamento. Nesse primeiro movimento quisemos fomentar a postagem de expressões no site. E ficamos bastante surpresos não só com a qualidade, mas também quantidade. Foram mais de 7 mil expressões, perto de 900 do Paraná”, informa.

A produção, segue, esperava muita coisa musical, por conta do ambiente virtual já ser mais familiar aos músicos da atualidade, mas foi surpreendida também com o volume de inscrições de artes informáticas e visuais. “Pra ter uma ideia, em Curitiba tivemos mais inscrições de artes visuais que de música e artes peformaticas. Agora com o Expressões Oi na rua damos a estrutura para uma aproximação com o público. A ideia é colocá-los à vontade, tocando na rua. Não são mega shows, portanto”, esclarece. O Expressões já aconteceu em Brasilia e, pelos comentários, houve problemas com os lugares escolhidos. O que não deve acontecer aqui, já que os endereços são todos bem frequentados no final de semana: Parques Barigui, São Lourenço, Praça 29 de Março, Ruínas de São Francisco e o menos conhecido pelo nome, o Largo José Knopfholz, que fica próximo do Passeio Público, onde haverá grafiteiros em ação.

A intenção, adianta Flávia, é continuar com ações de perfil cultural por aqui. “O site não vai sair do ar. Queremos agora viabilizar uma proximidade comercial, entre público e artista. Não que vá virar um site de comércio, mas para ajudar se alguém quiser contratar o serviço do artista, por exemplo. Criar este espaço coletivo de criatividade”, observa. Agora, a companhia vai preparar as próximas etapas. “Era tudo muito novo pra gente, um projeto com conceito bacana, mas não sabíamos o que aconteceria. E recebemos inscrições do Brasil todo, embora o projeto esteja acontecendo em três cidades. Isso foi muito bacana. Agora vamos ver o que mais fazer”.

Quem for para as ruas da cidade neste domingo vai desfrutar de uma produção cultural de alto nível. Na parte musical, em especial, saltam aos olhos que foram escolhidos realmente artistas que estão em evidência. E também outros menos conhecidos que merecem atenção diante da qualidade do trabalho. Bandas como Ruído/mm, Nevilton, Copacabana Club, Hotel Avenida, Caio Marques, Mordida, Chucrobillyman são algumas das mais conhecidas.

A adolescente Plêiade

Dezessete aninhos. Na flor da idade, diria algúem. Porém, mais madura do que a idade aparenta. É a banda Plêiade que comemora seu aniversário neste domingo, com show no James. Aproveita para apresentar o novo disco, Escravos Cardíacos das Estrelas, quinto cd, e terceiro em menos de um ano. Captaneado por Claudio Pimentel, o grupo está mais introspectivo neste trabalho, deixou de lado, por ora, a pegada mais violenta de Claudio ao violão. Soa mais sereno, como um descanso das atribulações, no meio de uma tarde cinzenta em um cantinho silencioso. A força das canções continua toda ali.
A Plêiade traz em suas criações influências diversas e se resolve bem com uma sonoridade que é pop, calcada em letras maduras, combinadas a elementos do rock e folk especialmente, mas não só. O predomíniosempre foi da língua portuguesa, que Claudio sabe usar muito bem, tanto quanto lidar com as influências literárias. A Plêiade é um trabalho muito pessoal de Claudio, sempre contou com músicos muito afinados com sua proposta na hora de traduzir os sentimentos instrumentalmente. Como agora, neste Escravos..., mais cheio de belos arranjos de cordas. Obra de Igor Ribeiro, com sua Orkestra Mecânica. Ele ainda divide a produção com o compositor. “Como modus operandi os arranjos são feitos livremente por cada um dos músicos”, diz Claudio. Neste disco tem a primeira parceria em composição com Quinho em “No Escuro”. O disco inclui ainda uma raridade: a primeira gravação em estúdio, de 1993, de “Strange Wings”, poema do curitibano Airton Silva. Em 1998, a música ganhou nova versão com o poema “Ismália” de Alphonsus de Guimaraens. Completam a banda Guto Gevaerd, Luciano Franco e Dego.

Para ouvir: myspace.com/bandapleiade

Noite da invasão capixaba

Omelete Marginal é o nome do projeto que uma trupe vinda do Espírito Santo apresenta nesta sexta no Espaço Cultural Era só o que Faltava. É a Noite Omelete Marginal, com cerca de 30 apresentações de artistas de Vitória, entre músicos, videomakers, DJs, Vjs e fotógrafos. Eles se juntam a uma banda do Rio de Janeiro, outra de São Paulo e outra daqui todos dispostos a fazer uma grande movimentação de artes integradas. Esta é a marca do Omelete Marginal, um mix de artistas. O projeto foi criado no ano passado, pelo o diretor artístico Thiago Ferrari e o diretor executivo Fred Estringer, que resolveram criar um festival que servisse de vitrine para novos talentos da arte capixaba.

Foi a percepção da boa boa safra criativa e original em sua terra que impulsionou a dupla na criação do Omelete Marginal, hoje o maior coletivo de artes integradas do Espírito Santo. “A alma do Omelete Marginal é a interatividade, a integração. Por isso apostamos na criação de uma grande rede cultural para revelar talentos, promover o diálogo, incentivar a produção cultural local e criar conexões para a difusão da movimentação artística do Espírito Santo”, explica Entringer.
O projeto cresceu, absorveu ainda mais o conceito de sociedade em rede, e expandiu suas ações. Ampliou seu alcance, e trouxe junto, obviamente a produção contemporânea de seu Estado. Sempre fundamentado em três pilares: tecnologia, cultura e informação, “sintonizado com o tempo e atuando em harmonia com as diretrizes contemporâneas da sociedade em rede”.

Serviço

Omelete Marginal. Dia 17. R$10. Era Só o Que Faltava
( Av República Argentina, 1334). Informações: (41) 3342-0826.

Artes Visuais
Pintura/ Escultura/ Fotografia/Vídeo

Artes Performáticas
Teatro/ Dança/ Literatura;

Artes Urbanas
Grafite/ Stickers

Música
Centro de Criatividade, Parque Barigui, Praça Vinte e Nove de Março e Largo José Knopfholz.
Para conhecer a programação e horários de cada lugar:
www.expressoes.oi.com.br

Piracema



Na Piracema desta semana, Demosul, Rock de Inverno e Midsummer Madness.

7/15/2009

Hotel Avenida no Expressões Oi e Wonka



Então. Só pra relembrar e avisar quem ainda não sabe. Neste domingo, dia 19, a Hotel Avenida se apresenta ao lado de uma pá da bandas legais dentro do projeto Expressões Oi. Serão três palcos em três lugares diferentes da cidade, sendo que a gente toca no que vai estar instalado nas ruínas do São Francisco, no Largo da Ordem, ao lado da feirinha. Nosso show está previsto para as 16 hrs.

E antes, na sexta-feira, 17, estaremos tocando no Wonka Bar, junto com o Gruvox.

7/13/2009

Rock de Inverno 7 - Ingressos


E os ingressos para o Rock de Inverno 7 já estão disponíveis para compra antecipada em vários pontos de venda em Curitiba. Vc pode comprar em qualquer uma das oito lojas das livrarias Curitiba e também no John Bull Pub e Johll Bull Café. Aproveitem, garanta o seu e avise os amigos porque os ingressos são limitados.


# John Bull Pub (R. Mateus Leme, 2204 - 3252-0706)
# John Bull Café (R. Comendador Araújo, 489 - (41)3222-7408)

LIVRARIAS CURITIBA

• Shopping Palladium (Piso L2, loja 2047)
Endereço: Avenida Presidente Kennedy nº. 4121 - Portão
Fone: (41) 3330 6777

• ParkShopping Barigüi (loja T17)
Endereço: Rua Professor Pedro Viriato Parigot de Souza nº. 600 - Mossunguê
Fone: (41) 3330 5185

• Rebouças - Estacionamento Gratuito
Endereço: Avenida Marechal Floriano Peixoto nº. 1742 - Rebouças
Fone: (41) 3330 5109

• Boca Maldita
Endereço: Avenida Luiz Xavier nº. 78 - Centro
Fone: (41) 3330 5133

• Rua XV de Novembro
Endereço: Rua XV de Novembro nº. 870 - Centro
Fone: (41) 3330 5035

• Shopping Curitiba (Piso L1, loja 126)
Endereço: Rua Brigadeiro Franco nº. 2300 - Batel
Fone: (41) 3330 5182

• Shopping Estação (loja 1108)
Endereço: Avenida Sete de Setembro nº. 2775 - Centro
Fone: (41) 3330 5118

• Shopping Müeller (Piso Cândido de Abreu, loja 76)
Endereço: Avenida Cândido de Abreu nº. 127 - Centro Cívico
Fone: (41) 3330 5042

7/10/2009

"Segue, por favor não peça direção..."


"Ando cansado de correr atrás
e nunca chegar a lugar algum"


Eu não consigo - Koti e os Penitentes

A vida tem uns lances engraçados. Nas últimas semanas essa frase da música do Koti e os Penitentes tem rodado no player da minha cabeça direto como um mantra. É aquela coisa, música boa, parece que o cara tá falando de vc, da tua vida.

Pois é bem o que diz o Koti mesmo. Parece que quando vc não aguenta mais dar murro em ponta de faca, e está prestes a desistir, as coisas começam a correr atrás de você. Não a toa o Koti diz na frase seguinte a essa:

"talvez daqui pra frente as coisas vão mudar
vou sepultar o passado"


foda. é por aí.

toda essa introdução é pra dizer que a agenda por aqui vai ficar cada vez mais agitada nos próximos dias. A partir de sexta-feira da semana que vem, o Hotel Avenida faz três shows seguidos e quem não gostar da gente vai ter um pouco mais de trabalho. Vai ter que fugir de mais lugares. A começar pelo Wonka Bar, na sexta, dia 17, onde a gente vai atrapalhar o namoro dos casaizinhos e irritar quem for ver o Gruvox depois.
No domingo, também é bom evitar a feirinha do largo da ordem, principalmente os arredores das ruínas do São Francisco. É que o Hotel Avenida foi convidado para tocar lá pelo projeto Oi Expressões, junto com uma pá de bandas legais. Nesse dia, por exemplo, além da gente tem Wandula e ruído/mm. Pois é, pro desconsolo dos críticos de música que não gostam de música, não ouvem discos e não vão a shows e se orgulham disso, e vivem de criar polemiquinhas razas falando mal das bandas de Curitiba porque isso da ibope entre um certo segmento do público preguiçoso, desinformado e mal amado, tem muita gente de fora que pensa diferente. Que tá ligado no que tá acontecendo aqui e acha que a música feita na cidade está entre a melhor produzida no país. Pois cada vez mais essa gente vai ter mais trabalho pra continuar evitando admitir o óbvio.
Voltando ao Oi Expressões, os shows acontecem no domingo, dia 19, em palcos colocados em três lugares diferentes da cidade. Além das ruínas do Largo, o Parque São Lourenço e a Praça 29 de março. Ou seja, ao ar livre, de graça, e aproveitando o público que tá passando por ali, o que é uma ótima ideia. Além de música vai ter artes plásticas, etc. Quem quiser saber mais é só ver a programação no site dos caras aqui.
Aliás, é interessante ver que das bandas selecionadas, sete estarão também no Rock de Inverno 7 - além do Hotel Avenida e o ruído/mm, Je Rêve de Toi, Delta Cockers, Nevilton, Mordida e Heitor e a Banda Gentileza. Nada mal, hem?

Pois bem. pra terminar, obviamente, nunca é demais lembrar que recomenda-se aos malas sabe tudo evitarem as imediações do rebouças, nas proximidades do John Bull Music Hall nos proximos dias 24 e 25. Muita música que vcs não gostam, sabe como é. Pode ser uma experiência traumática. Vai que seus sentidos o traem e vc acaba tendo que admitir que gostou? Como vai ficar pra explicar isso aos amigos e fãs, não é mesmo? Melhor não...Fica em casa lendo aqueles livros do Mainardi, que é mais seguro.

7/09/2009

Rock de Inverno 7 no ar !



E já está no ar o site oficial do Rock de Inverno 7, elaborado pelo nosso amigo Renato Zubek, baixista do Folhetim Urbano, com base no design feito pelo Gian, a partir de fotos de Alberto Nane. Lá vcs podem encontrar todas as informações sobre o festival, ouvir as músicas das bandas, conhecer mais sobre elas, etc. Vão lá, acessem, divulguem, comentem seus pulhas!

www.rockdeinverno.com.br

7/08/2009

Hotel Avenida lança canção atemporal em primeiro single

Gazeta do Povo de hoje

Foto: Marcelo Stammer
Ivan Santos (esquerda) e Giancarlo Ruffato: duo à frente do Hotel Avenida valoriza produção em primeiro single

Cristiano Castilho

Há nove anos, o músico Gian­carlo Ruffato foi expulso de uma banda. “Queriam tocar grunge, aquela coisa. Não deu certo”, defende-se o paranaense de Coronel Vivida. Então começou a gravar suas músicas em casa, de forma amadora. Era o projeto-solo low-fi dreams. Só ele e um violão (ou guitarra). Lan­çou um disco homônimo em 2004, e no ano seguinte, mais um “epezinho”.

Mas foi em 2007 que algo aconteceu no cruzamento das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Marechal Deodoro. Ruffato, já morador de Curitiba, gravava o clipe da música “Venha Comigo” quando, por acaso e durante uma entrevista, se encontrou com Ivan Santos (da banda OAEOZ), experiente músico da cidade.

A parceria ressoou e hoje os companheiros têm na bagagem o EP Ivan Santos e Giancarlo Ruffato, lançado em setembro de 2008 – “uma dupla sertaneja indie”, diz o músico – e o ótimo single Eu Não Sou um Bom Lugar, parido há algumas semanas, já com os outros músicos que agora formam a banda Hotel Avenida.

Com o contrabaixo de Rubens K (da banda ruído/mm), a guitarra de Carlos Zubek (Folhetim Urbano e OAEOZ) e a bateria de Eduardo Patrício, o duo afinado encontrou possibilidade de expandir suas criações e se apresentar em público.

“Queríamos tocar, e em dois é difícil. Aí chamamos os outros. Eram pessoas mais próximas que também estavam a fim. O primeiro ensaio foi em janeiro deste ano”, lembra Ruffato. Antes, eram só ideias e acordes que vagavam pela internet. “Eu morava no interior e o Ivan em Curitiba. Ele fazia as músicas, discutíamos os arranjos, tudo on-line”, explica.

Nos shows que fazem hoje, 12 músicas estão no repertório. Quatro de autoria da banda, oito antigas composições de Ruffato e ainda há espaço para a curiosa versão de “Nuvem de Lágrimas”, de Fafá de Belém. O próximo passo é um EP de canções inéditas que será gravado ao vivo em meio à participação do Hotel Avenida no programa Acústico Mundo Livre. O lançamento está previsto para setembro.

Um Bom Lugar

Com exímia produção de Carlos Zubek e Rubens K., o primeiro single da Hotel Avenida é, entre muitas coisas, uma “canção melodramática”. A participação especial de Igor Ribeiro no sax nos aproxima de Morphine e as letras depressivas e ironicamente religiosas de Ruffato são o prato principal. Sob instrumentos limpos e bateria comportada, os versos “Mostre seus dentes quando for a hora/ Jesus, Maria e sua gangue/ sua jaqueta de rockstar com seu nome” definem o estilo aparentemente despojado – mas muito bem calculado – da banda. Teclados, escaleta e vários detalhes interessantes valorizam ainda mais a produção e a gravação, realizada no estúdio Confraria Z.

“Não acho triste. É uma canção que tem um clima melancólico. Mas eu vejo senso de humor. Para mim funciona. Mas talvez só eu pense assim”, diz Ruffato.

* * *

Serviço

Ouça e baixe o single “Eu Não Sou um Bom Lugar” em www.myspace.com/hotelavenida.

7/03/2009

Plêiade na Piracema



Na Piracema desta semana, os 17 anos da Plêiade, duelo de monobandas, e Bardot em Coma.

Arnaldo Baptista - Esse cara não vai virar bolor na estante empoeirada

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Documentário traz pessoas importantes na vida e obra de Arnaldo Baptista, menos “Ritinha”

Muitas biografias de brasileiros importantes estão por serem escritas.

Adriane Perin

Muitas biografias de brasileiros importantes estão por serem escritas. É provável que tenhamos que esperar ainda mais tempo para esta lacuna ser coberta à altura dessas pessoas, pelo que se nota do que tem sido publicado por aí. É verdade, também que o volume de material biográfico aumentou. Nas últimas semanas até os cinemas de Curitiba, conhecidos por ficarem pra trás nos lançamentos com um pezinho no alternativo, tiveram em cartaz três cinebiografias de importantes músicos brasileiros: Wilson Simonal, Paulo Vazolini e Arnaldo Baptista.

A história do criador, líder dos Mutantes, seguem em cartaz. É mostrada com tranquilidade por Paulo Henrique Fontenelle no documentário Loki – Arnaldo Baptista, que acompanha a retomada dos Mutantes sem Rita Lee, no show de Londres, no aniversário da Tropicália. Com entrevistas e imagens de arquivo reconstroi a tortuosa história deste que, sem dúvida alguma, está bem lá no alto da lista dos caras que mudaram a música. É um documentário de fã, mas Fontenelle nem era tanto quando começou um programa sobre os Mutantes, para o Canal Brasil, produtor do filme. Ficou assim, como disse em entrevista ao JE, depois de ouvir o disco Lóki, um dos mais impressionantes feitos na música brasileira, pelo alto teor emocional. É tão cheio de sentimentos, de saudades, de dores, e arrependimentos, também, que machuca até quem ouve — e, pode acreditar, nem se ouve ele impunemente, nem é possível ouvi-lo qualquer dia.
Ali, está um Arnaldo fragilizado tanto pela separação de Rita Lee e rumos da banda, como pelos efeitos do consumo de drogas. Incapacitado de separar vida e arte, mergulhou tão profundamente na mistura que desmoronou sua existência, mas acabou por construir uma obra que continua sendo única. No documentário, estão pessoas importantes em sua vida, mas não Rita Lee. A relação com ela é tratada de maneira muito bonita pelos amigos. Não existe dúvida que foi um amor mais do que arrebatador. Todos falam com muito cuidado, compreendendo que as relações amorosas têm suas nuances só percebidas por quem as viveu.

O filme mostra todas as fases: o começo, na adolescência; tropicália; sem Rita nos Mutantes, com a Patrulha do Espaço e a solo, marcada por machucados visíveis, recados e pedidos de desculpas em canções que fazem a gente chorar. E a fase da internação para desintoxicação quando ele caiu da janela da clínica; o ostracismo, sem esquecer a da recuperação, sob os cuidados de Lucinha Barbosa, fã que virou mulher, mãe, amiga e protetora.

Arnaldo Baptista, como o são as pessoas geniais, não foi um cara fácil de se conviver. E as pessoas que depõem no filme, parece, são condescendentes com ele, abrigadas também no distanciamento que o tempo traz. Mas, todas são unânimes em reafirmar a genialidade de Arnaldo, em reconhecê-lo como “o cara” dos Mutantes e ao ver a sua obra como uma das mais revolucionárias da música. Arnaldo Baptista ainda não tem uma biografia “definitiva”, mas já tem uma cinebiografia que consegue colocá-lo no patamar que lhe cabe. Muito se fala de outros grandes nomes geniais da música brasileira, mas não são tantas assim as que citam Arnaldo. Quem sabe, justiça começa a ser feita.

7/02/2009

Cadão Volpato fala da volta do Fellini no Thunderview - 3



Cadão Volpato comenta dos shows do Fellini e destrói as ilusões de Thunderbird sobre o "cheiro de carro novo". Ele fala em agosto, mas na verdade as datas são STUDIO SP, São Paulo, 22 de julho, 23h; ROCK DE INVERNO 7, Curitiba, 25 de julho, a partir das 20h; e FUNARTE, Rio de Janeiro, 31 de julho. Tá chegando, ta quase aí.