7/17/2009

Um Oi para a arte paranaense

Jornal do Estado/Bem Paraná


Essa é a trupe que vem de Vitória para mostrar seu som por aqui (foto: Divulgação)

O domingo será cheio de artistas pelas ruas, por conta de projeto da operadora de telefonia, que vai espalhar música, teatro, grafite e performances por parques da cidade


Adriane Perin


A operadora de telefonia Oi chegou no Paraná e para marcar sua entrada preparou um mega evento cultural. Neste domingo, a partir das 13 horas, o projeto Expressões Oi toma conta de cinco endereços públicos da capital, com atrações de artes visuais, performáticas e musicais. Serão em torno de 85 atrações simultâneas, todos artistas que fizeram uma inscrição na internet e foram escolhidos para engrossar a já cheia agenda cultural do final de semana.
É, mas nem só de Oi vivem as expressões artísticas locais e a agenda do final de semana reflete isso, em especial na área música. Também no domingo, a banda Plêiade celebra seus 17 anos. E não bastasse a produção local, hoje tambem tem uma invasão capixaba (textos ao lado).

A diretora de comunicação da Oi, Flavia Da Justa, explica que a intenção é “trazer um olhar sob perspectivas diferentes” . “Quisemos criar um ambiente diferenciado, um ambiente on line que viabilize a troca de expressões culturais, efetivamente, mas sem ser uma dessas redes de relacionamento. Nesse primeiro movimento quisemos fomentar a postagem de expressões no site. E ficamos bastante surpresos não só com a qualidade, mas também quantidade. Foram mais de 7 mil expressões, perto de 900 do Paraná”, informa.

A produção, segue, esperava muita coisa musical, por conta do ambiente virtual já ser mais familiar aos músicos da atualidade, mas foi surpreendida também com o volume de inscrições de artes informáticas e visuais. “Pra ter uma ideia, em Curitiba tivemos mais inscrições de artes visuais que de música e artes peformaticas. Agora com o Expressões Oi na rua damos a estrutura para uma aproximação com o público. A ideia é colocá-los à vontade, tocando na rua. Não são mega shows, portanto”, esclarece. O Expressões já aconteceu em Brasilia e, pelos comentários, houve problemas com os lugares escolhidos. O que não deve acontecer aqui, já que os endereços são todos bem frequentados no final de semana: Parques Barigui, São Lourenço, Praça 29 de Março, Ruínas de São Francisco e o menos conhecido pelo nome, o Largo José Knopfholz, que fica próximo do Passeio Público, onde haverá grafiteiros em ação.

A intenção, adianta Flávia, é continuar com ações de perfil cultural por aqui. “O site não vai sair do ar. Queremos agora viabilizar uma proximidade comercial, entre público e artista. Não que vá virar um site de comércio, mas para ajudar se alguém quiser contratar o serviço do artista, por exemplo. Criar este espaço coletivo de criatividade”, observa. Agora, a companhia vai preparar as próximas etapas. “Era tudo muito novo pra gente, um projeto com conceito bacana, mas não sabíamos o que aconteceria. E recebemos inscrições do Brasil todo, embora o projeto esteja acontecendo em três cidades. Isso foi muito bacana. Agora vamos ver o que mais fazer”.

Quem for para as ruas da cidade neste domingo vai desfrutar de uma produção cultural de alto nível. Na parte musical, em especial, saltam aos olhos que foram escolhidos realmente artistas que estão em evidência. E também outros menos conhecidos que merecem atenção diante da qualidade do trabalho. Bandas como Ruído/mm, Nevilton, Copacabana Club, Hotel Avenida, Caio Marques, Mordida, Chucrobillyman são algumas das mais conhecidas.

A adolescente Plêiade

Dezessete aninhos. Na flor da idade, diria algúem. Porém, mais madura do que a idade aparenta. É a banda Plêiade que comemora seu aniversário neste domingo, com show no James. Aproveita para apresentar o novo disco, Escravos Cardíacos das Estrelas, quinto cd, e terceiro em menos de um ano. Captaneado por Claudio Pimentel, o grupo está mais introspectivo neste trabalho, deixou de lado, por ora, a pegada mais violenta de Claudio ao violão. Soa mais sereno, como um descanso das atribulações, no meio de uma tarde cinzenta em um cantinho silencioso. A força das canções continua toda ali.
A Plêiade traz em suas criações influências diversas e se resolve bem com uma sonoridade que é pop, calcada em letras maduras, combinadas a elementos do rock e folk especialmente, mas não só. O predomíniosempre foi da língua portuguesa, que Claudio sabe usar muito bem, tanto quanto lidar com as influências literárias. A Plêiade é um trabalho muito pessoal de Claudio, sempre contou com músicos muito afinados com sua proposta na hora de traduzir os sentimentos instrumentalmente. Como agora, neste Escravos..., mais cheio de belos arranjos de cordas. Obra de Igor Ribeiro, com sua Orkestra Mecânica. Ele ainda divide a produção com o compositor. “Como modus operandi os arranjos são feitos livremente por cada um dos músicos”, diz Claudio. Neste disco tem a primeira parceria em composição com Quinho em “No Escuro”. O disco inclui ainda uma raridade: a primeira gravação em estúdio, de 1993, de “Strange Wings”, poema do curitibano Airton Silva. Em 1998, a música ganhou nova versão com o poema “Ismália” de Alphonsus de Guimaraens. Completam a banda Guto Gevaerd, Luciano Franco e Dego.

Para ouvir: myspace.com/bandapleiade

Noite da invasão capixaba

Omelete Marginal é o nome do projeto que uma trupe vinda do Espírito Santo apresenta nesta sexta no Espaço Cultural Era só o que Faltava. É a Noite Omelete Marginal, com cerca de 30 apresentações de artistas de Vitória, entre músicos, videomakers, DJs, Vjs e fotógrafos. Eles se juntam a uma banda do Rio de Janeiro, outra de São Paulo e outra daqui todos dispostos a fazer uma grande movimentação de artes integradas. Esta é a marca do Omelete Marginal, um mix de artistas. O projeto foi criado no ano passado, pelo o diretor artístico Thiago Ferrari e o diretor executivo Fred Estringer, que resolveram criar um festival que servisse de vitrine para novos talentos da arte capixaba.

Foi a percepção da boa boa safra criativa e original em sua terra que impulsionou a dupla na criação do Omelete Marginal, hoje o maior coletivo de artes integradas do Espírito Santo. “A alma do Omelete Marginal é a interatividade, a integração. Por isso apostamos na criação de uma grande rede cultural para revelar talentos, promover o diálogo, incentivar a produção cultural local e criar conexões para a difusão da movimentação artística do Espírito Santo”, explica Entringer.
O projeto cresceu, absorveu ainda mais o conceito de sociedade em rede, e expandiu suas ações. Ampliou seu alcance, e trouxe junto, obviamente a produção contemporânea de seu Estado. Sempre fundamentado em três pilares: tecnologia, cultura e informação, “sintonizado com o tempo e atuando em harmonia com as diretrizes contemporâneas da sociedade em rede”.

Serviço

Omelete Marginal. Dia 17. R$10. Era Só o Que Faltava
( Av República Argentina, 1334). Informações: (41) 3342-0826.

Artes Visuais
Pintura/ Escultura/ Fotografia/Vídeo

Artes Performáticas
Teatro/ Dança/ Literatura;

Artes Urbanas
Grafite/ Stickers

Música
Centro de Criatividade, Parque Barigui, Praça Vinte e Nove de Março e Largo José Knopfholz.
Para conhecer a programação e horários de cada lugar:
www.expressoes.oi.com.br

Um comentário:

igor disse...

nao tinha lido essa resenha de plêiade.. massa!