Jornal do Estado/Bem Paraná
A Cia Cênica, criada por Jota Eme há dez anos, começa hoje a celebrar sua primeira década
Adriane Perin
A Cia Cênica, criada por Jota Eme há dez anos, começa hoje a celebrar sua primeira década – enquanto o ator, diretor, de teatro e de cinema, e produtor celebra os 22 anos desde sua estréia em palco de teatro. Para marcar as datas, Jota escolheu um velho conhecido seu, Charles Bukowski, a a quem, aliás, curiosamente demorou bastante para adaptar, já que um fã incondicional. “Faltou coragem”, confessa logo, entre risos. “No cinema é diferente, mas convencer uns loucos para fazer no teatro é muito mais complicado”, completa, referindo-se ao filme que fez em homenagem ao escritor norte americano há 4 anos, Bukowski - 10 Anos sem u m Gole.
Para Bukowski - Feliz por ter um Quarto ele pegou um pouco de cada obra do escritor e fez uma livre adaptação. Trabalhou bem ao modo Jota Eme, sem patrocínios, mas com o valioso apoio do Teatro Guaíra em cujo complexo ele faz a curtíssima temporada, apenas neste final de semana. “Como sempre, tudo na cara e na coragem. Mas, o apoio do Guaíora foi apoio mesmo, eles sempre me ajudam”, diz. A festa continua, adianta, no próximo ano com desdobramentos também em São Paulo, lá na Praça Roosevelt, região do Teatro dos Satyros e também “QG do Mário Bortolotto”, velho parceiro, protagonistas das mesmas ordas frequentadas por Jota. Em Curitiba, ele está de olho e se preparando, para o Festival de Curitiba.
Entre os textos de Bukowski estão os dos poetas curitibanos Carlos Sousa, Ricardos Pozzo, Valter Martinez. “É uma reverência a Bukowski e estão dentro do contexto da obra dele”, comenta. Bukowski ( 1920 - 1994) nasceu na Alemanha, mas se fez na América, para onde veio ainda pequeno. Lá se tornou um dos maiores escritores dos Estados Unidos, fama conquistada já na maturidade, em uma trajetória marcada pela polêmica de uma postura que jamais se dobrou a regras sociais de convivência - também pelos excessos da bebida. Na literatura e na vida Bukowski deixou marcas dos extremos, beirando sempre a marginalidade traduzida em obras ácidas e sem concessões a caminhos fáceis. “A diferença dele e outros malditos é que ele não é um mártir, nem anjo caído.Quando caiu, caiu atirando, sem autopiedade. Alguns de seu diálogos são memoráveis e a violência de sua linguagem oculta uma indisfarçável ternura pelos perdedores e excluídos”, diz Jota. As sessões serão nos dias 28 e 29 às 21 e 30 às 20h. Ingressos a R$20 e R$10. Informações: (41) 99228905.
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