Bem Paraná/Jornal do Estado
Dizer que são bandas de ponta, neste caso, não é um vício de escrita
Adriane Perin
No palco do John Bull Music Hall, sábado, é dia do encontro de três bandas de ponta do circuito independente da atualidade: a curitibana Ruído/mm e as paulistas Cérebro Eletrônico e Guizado, estas duas, pela primeira vez na cidade. E preste atenção, leitor, dizer que são bandas de ponta, neste caso, não é um vício de escrita. Estas são, efetivamente, três formações em evidência pela sonoridade que colocam em cena - e o encontro mostra bem como a capital, neste quesito, está sintonizada no seu tempo – muito graças às bandas que continuam “se produzindo e se convidando” .
O Cérebro Eletrônico tempera seu som com um ironia direcionada ao egocentrismo que alimenta muito artista por aí, calcado em uma sonoridade que, primeiro de tudo, lembra Mutantes e a fase mais experimental de ícones da música brasileira. Mas, é só dar uma batida de olho nas influências para perceber que essa constatação é só a mais óbvia. O mix do disco de estreia Pareço Moderno, tem cara pop, usa levadas eletrônicas, e não dispensa o rock. Fernando Maranho, Fernando TRZ, Isidoro Cobra e Gustavo Souza são os caras que tocam junto com Tatá Aeroplano - o idealizador -, uma moçada que circula por vários projetos bem cotados. Foi do duo dele com o guitarrista Fernando, amigo de infância, que veio a banda. “Lançamos um disco todo gravado em casa e decidimos ter mais acompanhamento. Acabou virando banda mesmo, todos colocaram suas personalidades e referências”, conta Tatá, dizendo que agora o projeto é prioridade. “O disco chamou a atenção porque tem vários ingredientes que funcionam bem. Tem a ironia, mas tem também o romantismo, o lirismo, canções pop”, avalia. A moçada já está pensando em novo trabalho e deve mostrar 3 ou 4 novas composições. “É importante hoje ter uma constância na produção musical”. Importante também é circular e se articular, já que hoje em dia a banda não pode ficar numas de esperar. “Existem pessoas pensando a cena alternativa e vivemos uma realidade em que o artista tem que ser tudo e não se deslumbrar”.
Se o Cérebro tem canções e uma levada meio pop, o Guizado é experimentalismo psicodélico. Se tem gente de outros projetos, Guizado tem Lucio Maia, da Nação Zumbi e Regis Damaceno e Rian Batista, do Cidadão Instigado. Precisa mais? O trompetista Guilherme Mendonça, quem começou essa história, conta ainda com o amigo das antigas Curumim, na batera. Só a formação, na boa, neste caso concordo com o assessor de imprensa, é garantia de bom show. São todos músicos profissionais acostumados a fazer altas sonzeiras em palcos e discos. “Eu não queria que fosse Guilherme e banda, e esse nome – que é um prato de carne cozida em seus próprios liquidos, em seu caldo – virou conceito”, conta ele, que vinha alimentando a vontade de investir no trabalho autoral. “Quando começou a tomar forma, era eu e Curumim na bateria, e bem experimental. Fomos entrando num acordo, colocando baixo, guitarra e sacando como ficava. Hoje eu dou uma direção e todos criam”, completa ele que quer lançar o disco de estreia, Punx, em vinil. “Gravamos em fita de rolo, 16 polegadas, uma gravação bem analógica que ganharia em vinil”.
Mas, o tempo não pára e também eles já estão com a cabeça no novo trabalho. “Em uma eu canto, é natural que exploremos esse lado também, mas não pensamos no modelo com refrão e estrofe. Não vamos perder a pegada experimental”, assegura. E qual o futuro de uma banda com músicos tão solicitados? “O Guizado tá começando a se conectar, estão aparecendo convites com cachês melhores, a idéia é até pegar um empresário...”
Sobre a Ruído, vai tocar para moçada que já sabe do que eles são capazes, com repertório novo e na pilha dos shows recentes (muito bem) feitos em São Paulo. Não tenha dúvida, vai ser uma noite preciosa para quem gosta de boa música e mais instigante ainda, para quem gosta de conhecer o que o nosso tempo tem a dizer musicalmente. (AP)
Serviço
Cérebro Eletrônico, Guizado e ruído/mm.
Dia 04. R$20 (meia entrada válida tambémpara doadores de 1kg de alimento. John Bull Music Hall. (R. (Eng. Rebouças, 1645). Informações: (41) 3013 2700 / 3013-2707
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10/22/2008
Uma noitada excelente
Névoa
Porta boleros
E o show do Lique, com sua Liquespace, ontem, no Wonka foi excelente. O melhor show que eu vi (e ouvi) lá. Mesmo com duas guitarras, baixo, bateria, acordeon e duas vozes dava para ouvir tudo bem, coisa que nem sempre se consegue lá, por conta do pouco espaço e da dificuldade em se acertar o som. Mas o Lique, como não é bobo, só se cercou de feras, que além de tocar muito, tem sensibilidade pra achar o volume exato da coisa, nem mais, nem menos. Gostei muito do guitarrista, excelentes timbres, colocação perfeita, sem exageros ou faltas. O batera (que também toca no Stella Viva), também muito bom, preciso e suingado (aliás, gostei da batera do cara com o bumbo menor, na medida pro lugar e pro tipo de som). E do acordeonista, talvez o maior destaque em termos de performance. O cara passa uma alegria contagiante de tocar. Você percebe quando uma banda funciona e se diverte tocando quando até os caras que não tem microfone cantam (vi isso várias vezes). Sobre o Denis, baixista, é desnecessário falar qualquer coisa, nê. O cara é simplesmente a elegância em pessoa.
Falando em elegância, o que dizer então do Lique? O cara faz tudo parecer tão fácil que dá até raiva. E as músicas cresceram ao vivo, ganhando corpo, soando mais pop, e mais rock sem perder os detalhes e a sofisticação que é a marca do trabalho do cara. Simplesmente clássico! Quem viu, viu, quem não viu, perdeu.
Fora que ontem reuniu-se no Wonka algumas das cabeças mais iluminadas e talentosas da música curitibana, com longa folha de serviços prestados à malandragem da boa, à arte, e a beberagem, claro, que ninguém é de ferro. Que dizer de uma festa que reúne Lucio Machado (Loxoscelle), Igor Ribeiro (oaeoz, Íris e mais trocentas bandas), Camarão, Cassio Linhares (Zeitgeist), Davi, Flávio Jacobsen, Rubens K, Marcelo França, Quinho, Antonio Saraiva, e muitos outros que não me lembro agora. Enfim, a fina flor da malandragem musical da cidade (ahahah). Foi deveras uma noitada excelente, como diria o Arnaldo.
Porta boleros
E o show do Lique, com sua Liquespace, ontem, no Wonka foi excelente. O melhor show que eu vi (e ouvi) lá. Mesmo com duas guitarras, baixo, bateria, acordeon e duas vozes dava para ouvir tudo bem, coisa que nem sempre se consegue lá, por conta do pouco espaço e da dificuldade em se acertar o som. Mas o Lique, como não é bobo, só se cercou de feras, que além de tocar muito, tem sensibilidade pra achar o volume exato da coisa, nem mais, nem menos. Gostei muito do guitarrista, excelentes timbres, colocação perfeita, sem exageros ou faltas. O batera (que também toca no Stella Viva), também muito bom, preciso e suingado (aliás, gostei da batera do cara com o bumbo menor, na medida pro lugar e pro tipo de som). E do acordeonista, talvez o maior destaque em termos de performance. O cara passa uma alegria contagiante de tocar. Você percebe quando uma banda funciona e se diverte tocando quando até os caras que não tem microfone cantam (vi isso várias vezes). Sobre o Denis, baixista, é desnecessário falar qualquer coisa, nê. O cara é simplesmente a elegância em pessoa.
Falando em elegância, o que dizer então do Lique? O cara faz tudo parecer tão fácil que dá até raiva. E as músicas cresceram ao vivo, ganhando corpo, soando mais pop, e mais rock sem perder os detalhes e a sofisticação que é a marca do trabalho do cara. Simplesmente clássico! Quem viu, viu, quem não viu, perdeu.
Fora que ontem reuniu-se no Wonka algumas das cabeças mais iluminadas e talentosas da música curitibana, com longa folha de serviços prestados à malandragem da boa, à arte, e a beberagem, claro, que ninguém é de ferro. Que dizer de uma festa que reúne Lucio Machado (Loxoscelle), Igor Ribeiro (oaeoz, Íris e mais trocentas bandas), Camarão, Cassio Linhares (Zeitgeist), Davi, Flávio Jacobsen, Rubens K, Marcelo França, Quinho, Antonio Saraiva, e muitos outros que não me lembro agora. Enfim, a fina flor da malandragem musical da cidade (ahahah). Foi deveras uma noitada excelente, como diria o Arnaldo.
10/17/2008
quando dezembro chegar....

esses dias instáveis de curitiba não me tiram o humor... só pena que sempre que planejo vir de bike essa primavera fecha a cara... po, que disperdício esses parques e ciclovias....
mas, tudo bem... pois boas notícias dão conta que amigos especiais que estão em terras distantes vão atravessar oceano pra estar aqui em dezembro...marcelinho e lu querem fugir do frio! serão boas as festas, mesmo.
Ah, agendaí: terça-feira, dia 21/10, lique de volta à curitiba faz o show de seu belo disco no Wonka. Vamos lá brindar as coisas boas da vida! Daqui a pouco mais posto o flyer...(adri)
10/15/2008
Desculpas
Curta-metragem produzido pelos alunos do 3º ano de Jornalismo da Universidade Positivo.
Sinopse: Uma escova de dentes. Essa é a questão que divide as opiniões de Cibele (Cínthia Albuquerque) e Henrique (Maurício Aguiar). A intimidade chega e atormenta o casal. No meio de muito amor, paixão, ciúmes e possessão, esses jovens aprendem que o diálogo é a melhor forma de descobrir o que se passa na cabeça do outro.
Direção: João Pedro Schonarth Produção: Elisa Cordeiro, Louise Possobon e Katna Baran
Direção de Arte e Fotografia: Isadora Hofstaetter e Kamilla Fernandes Câmera: Leônidas Vinício
Continuista: Karollyna Krambeck
Pós-produção
Decupagem: Karollyna Krambeck
Design: Isadora Hofstaetter
Edição: João Pedro Schonarth
Apoio: Jornal do Estado, Edison Montanarin e Fotógrafo Téo Pitella
Elenco:
Cínthia Albuquerque
Maurício Aguiar
André Gustavo Pupo
Eduardo Cardoso
Filipe Miyasaka
Kamilla Fernandes
Lorena de Oliveira
Rodrigo Renan Pupo
Trilha sonora: Desculpas (Não quero saber) - Banda OAEOZ
Curitiba, 2008
10/12/2008
La Carne - Granada no Showlivre - bootleg 2008

É isso aí. A melhor banda de rock do Brasil, tocando seu disco novo, ao vivo. Cortesia do senhor Wellington "big boss" Dias. Como ele mesmo disse, uma granada sem pino, explodindo nos corações dos amantes dos bons sons.
Aqui o áudio.
aqui o video
10/10/2008
10/07/2008
La Carne no Showlivre

E nesta terça-feira, dia 07, a partir das 15h, um programa imperdível. La Carne ao vivo no Estúdio ShowLivre, tocando músicas do novo disco "Granada" e coisas do La Carne, Bom Dia Barbárie e Desconhece o rumo mas se vai. Quem não puder assistir na hora, é só acessar o site depois, que o programa fica arquivado.
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