Névoa
Porta boleros
E o show do Lique, com sua Liquespace, ontem, no Wonka foi excelente. O melhor show que eu vi (e ouvi) lá. Mesmo com duas guitarras, baixo, bateria, acordeon e duas vozes dava para ouvir tudo bem, coisa que nem sempre se consegue lá, por conta do pouco espaço e da dificuldade em se acertar o som. Mas o Lique, como não é bobo, só se cercou de feras, que além de tocar muito, tem sensibilidade pra achar o volume exato da coisa, nem mais, nem menos. Gostei muito do guitarrista, excelentes timbres, colocação perfeita, sem exageros ou faltas. O batera (que também toca no Stella Viva), também muito bom, preciso e suingado (aliás, gostei da batera do cara com o bumbo menor, na medida pro lugar e pro tipo de som). E do acordeonista, talvez o maior destaque em termos de performance. O cara passa uma alegria contagiante de tocar. Você percebe quando uma banda funciona e se diverte tocando quando até os caras que não tem microfone cantam (vi isso várias vezes). Sobre o Denis, baixista, é desnecessário falar qualquer coisa, nê. O cara é simplesmente a elegância em pessoa.
Falando em elegância, o que dizer então do Lique? O cara faz tudo parecer tão fácil que dá até raiva. E as músicas cresceram ao vivo, ganhando corpo, soando mais pop, e mais rock sem perder os detalhes e a sofisticação que é a marca do trabalho do cara. Simplesmente clássico! Quem viu, viu, quem não viu, perdeu.
Fora que ontem reuniu-se no Wonka algumas das cabeças mais iluminadas e talentosas da música curitibana, com longa folha de serviços prestados à malandragem da boa, à arte, e a beberagem, claro, que ninguém é de ferro. Que dizer de uma festa que reúne Lucio Machado (Loxoscelle), Igor Ribeiro (oaeoz, Íris e mais trocentas bandas), Camarão, Cassio Linhares (Zeitgeist), Davi, Flávio Jacobsen, Rubens K, Marcelo França, Quinho, Antonio Saraiva, e muitos outros que não me lembro agora. Enfim, a fina flor da malandragem musical da cidade (ahahah). Foi deveras uma noitada excelente, como diria o Arnaldo.
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10/22/2008
10/21/2008
É rock, MPB ou música alternativa?
Liquespace
Jornal do Estado
É o novo disco de Marcelo França, o Lique, que mantém os dois pés nos jazz, cujo lançamento é com show hoje

Lique, no centro de camiseta branca, apresenta no Wonka o show do disco Cidade Estrangeira
Adriane Perin
Era para ser um show de lançamento do novo trabalho-solo do compositor Lique, mas o envolvimento dos músicos que participaram do projeto foi tamanho, ao longo dos mais de dois anos que a produção acabou levando, que o projeto solo virou o de uma banda, a Liquespace. E vai ser no Wonka que os curitibanos terão o privilégio de ouvir em primeira mão, ao vivo, o repertório de 12 canções que compõem o álbum Cidade Estrangeira, feito com apoio da Lei Municipal de Incentivo a Cultura.
No palco, além de Marcelo França, o Lique (voz e guitarra), estarão Alonso Figueroa (acordeom, synth e programações), Denis Nunes (baixo), Fernando Rischbieter (guitarra) e Julio Epifany (bateria), com participação especial do produtor Antonio Saraiva, cujo plano inicial era ser só platéia, mas acabou arrastado para o palco pelo amigo que está lançando disco.
Dos amplis, vai sair um som que mistura várias vertentes, mas não se perde de uma certa pegada jazzy, que não se priva de experimentar ser música eletrônica, mpb, tampouco do rock Envoltos em um certo ar nostálgico que sempre pinta quando se usa um acordeom. Neste disco, as referências citadas dão pistas: Chemical Brothers, Astor Piazzolla, Tom Waits e Luiz Gonzaga. O resultado é uma sonoridade que não cabe nos rótulos sedimentados. È mais fácil, observam alguns, dizer o que o som não é. Não é rock, não é MPB. Alguém já chamou, e Lique gostou, de “mpb indie” - mas indie, Lique não é; e nem soa como o que se conhece por “MPB”. Foi tido também como pós -rock. O som que surge da inspiração de Lique - e seus companheiros - não é nada disso, ao mesmo tempo em que é (quase) tudo isso. E isso tudo ( ou nada disso), com um tratamento apurado nos arranjos, na combinação de instrumentos que não são inusitados, mas muito bem usados por mãos e mentes capazes de criar detalhes que surpreendem até no último milésimo de segundo da música. Disco de gente com uma intensa musicalidade, bom gosto e referências finas - que faz, às vezes, um clima de sedução nostálgica pairar no ar. Lique, que voltou por conta do disco, a se estabelecer em Curitiba, lançou antes o solo Reunião (2003) e com as bandas Folha Seca e Loxoscele (com quem está em fase de produção do novo trabalho).
Serviço
Liquespace. Dia 21 às 22h. R$5. Wonka Bar (R. Trajano Reis, 326). Informações: (41)3026-6272.
Na banda, estão velhos amigos
Na banda, conta Lique, estão velhos amigos. “São caras com quem tocava há 15 anos ou aos 15 anos ou que chegaram até mim atrávés desses caras”. Tem composições em parceria com Hamilton de Lócco, Amarildo Anzolin, Alessandro Martins e Rafa Barreto. Apenas em duas, Lique assina sozinho. Ele diz que prefere só gravar composições nas quais fez letra e música. “Porque na música surge a identidade musical. Uma letra ganha o jeito dos outros. Preservo os caras dessas decepções de colocar uma guitarra distorcida em suas criações, que é o que eu faria”, brinca.
Agora, a idéia é fazer o máximo possível de shows e levar o projeto adiante, mantendo Curitiba como QG. “Já temos músicas novas e mais adiante quero fazer um show também com repertório do Reunião”. Ao longo dos quase três anos que decorreram entre o nascimento do projeto e seu tér- mino, Lique saiu e voltou de Curitiba, enquanto o projeto era aprovado pela Lei de Incentivo a Cultura. Inevitável que tenha havido mudanças. “Tinha comprometimentos com outros projetos e nesse tempo também surgiram músicas novas, que acabei juntando às que já tinha”, diz, sobre o disco que tem produção dividida entre ele e o recifense Igor Medeiros. E conta, ainda, com o dedo de Lucio Machado em uma das mais interessantes faixas, “Jazzofilia”, que tem citações a John Coltrane, Billie Holliday e Chet Baker. (AP)
Jornal do Estado
É o novo disco de Marcelo França, o Lique, que mantém os dois pés nos jazz, cujo lançamento é com show hoje

Lique, no centro de camiseta branca, apresenta no Wonka o show do disco Cidade Estrangeira
Adriane Perin
Era para ser um show de lançamento do novo trabalho-solo do compositor Lique, mas o envolvimento dos músicos que participaram do projeto foi tamanho, ao longo dos mais de dois anos que a produção acabou levando, que o projeto solo virou o de uma banda, a Liquespace. E vai ser no Wonka que os curitibanos terão o privilégio de ouvir em primeira mão, ao vivo, o repertório de 12 canções que compõem o álbum Cidade Estrangeira, feito com apoio da Lei Municipal de Incentivo a Cultura.
No palco, além de Marcelo França, o Lique (voz e guitarra), estarão Alonso Figueroa (acordeom, synth e programações), Denis Nunes (baixo), Fernando Rischbieter (guitarra) e Julio Epifany (bateria), com participação especial do produtor Antonio Saraiva, cujo plano inicial era ser só platéia, mas acabou arrastado para o palco pelo amigo que está lançando disco.
Dos amplis, vai sair um som que mistura várias vertentes, mas não se perde de uma certa pegada jazzy, que não se priva de experimentar ser música eletrônica, mpb, tampouco do rock Envoltos em um certo ar nostálgico que sempre pinta quando se usa um acordeom. Neste disco, as referências citadas dão pistas: Chemical Brothers, Astor Piazzolla, Tom Waits e Luiz Gonzaga. O resultado é uma sonoridade que não cabe nos rótulos sedimentados. È mais fácil, observam alguns, dizer o que o som não é. Não é rock, não é MPB. Alguém já chamou, e Lique gostou, de “mpb indie” - mas indie, Lique não é; e nem soa como o que se conhece por “MPB”. Foi tido também como pós -rock. O som que surge da inspiração de Lique - e seus companheiros - não é nada disso, ao mesmo tempo em que é (quase) tudo isso. E isso tudo ( ou nada disso), com um tratamento apurado nos arranjos, na combinação de instrumentos que não são inusitados, mas muito bem usados por mãos e mentes capazes de criar detalhes que surpreendem até no último milésimo de segundo da música. Disco de gente com uma intensa musicalidade, bom gosto e referências finas - que faz, às vezes, um clima de sedução nostálgica pairar no ar. Lique, que voltou por conta do disco, a se estabelecer em Curitiba, lançou antes o solo Reunião (2003) e com as bandas Folha Seca e Loxoscele (com quem está em fase de produção do novo trabalho).
Serviço
Liquespace. Dia 21 às 22h. R$5. Wonka Bar (R. Trajano Reis, 326). Informações: (41)3026-6272.
Na banda, estão velhos amigos
Na banda, conta Lique, estão velhos amigos. “São caras com quem tocava há 15 anos ou aos 15 anos ou que chegaram até mim atrávés desses caras”. Tem composições em parceria com Hamilton de Lócco, Amarildo Anzolin, Alessandro Martins e Rafa Barreto. Apenas em duas, Lique assina sozinho. Ele diz que prefere só gravar composições nas quais fez letra e música. “Porque na música surge a identidade musical. Uma letra ganha o jeito dos outros. Preservo os caras dessas decepções de colocar uma guitarra distorcida em suas criações, que é o que eu faria”, brinca.
Agora, a idéia é fazer o máximo possível de shows e levar o projeto adiante, mantendo Curitiba como QG. “Já temos músicas novas e mais adiante quero fazer um show também com repertório do Reunião”. Ao longo dos quase três anos que decorreram entre o nascimento do projeto e seu tér- mino, Lique saiu e voltou de Curitiba, enquanto o projeto era aprovado pela Lei de Incentivo a Cultura. Inevitável que tenha havido mudanças. “Tinha comprometimentos com outros projetos e nesse tempo também surgiram músicas novas, que acabei juntando às que já tinha”, diz, sobre o disco que tem produção dividida entre ele e o recifense Igor Medeiros. E conta, ainda, com o dedo de Lucio Machado em uma das mais interessantes faixas, “Jazzofilia”, que tem citações a John Coltrane, Billie Holliday e Chet Baker. (AP)
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