9/11/2008

Bandas celebram dez anos de suas existências

Jornal do Estado

No Jokers, Cores d Flores e Choke recebem a Mocambo para celebrar sua primeira

Divulgação

Plêiade lança EP no TUC hoje

Adriane Perin

Cores D Flores e Choke - Mocambo como convidado - sobem ao palco do Jokers hoje para uma celebração conjunta. Os grupos curitibanos cantam e tocam para comemorar seus primeiros dez anos de existência. E tem mais, para quem gosta de música alternativa, em outros três palcos – e na Internet. No James Bar, a Gianninis toca com a gaúcha, Ton e os Karas, e no 92 Graus, o palco é da Diedrich e os Marlenes.

Na quinta do Tuc tem a Plêiade, com o repertório de seus dois novos discos, FF - lançado no primeiro semestre - e Domingo, EP pelo selo Discos Voadores, com produção de Fernando Tupan, Marcus Gusso e Igor Ribeiro. O show também comemora a volta do baixista Guto Gevaerd, que há seis meses não se apresentava com o quinteto por conta da turnê teatral com Felipe Hirsch. Domingo tem participações de Edith Mosberger e Rubens K, e é mais intimista que FF. “Fala de um período de minha vida. Servirá de balanço para revisão da nossa obra. Se os fãs gritarem por músicas do passado, iremos tocar”, diz Claudio Pimentel, vocalista e compositor.
Tem mais: a Relespública disponibiliza na rede hoje seu novo disco, o quinto álbum de sua carreira.
Jokers — O Cores começa mais uma nova fase, agora em trio e com bases eletrônicas. Marielle se mostra otimista e disposta a investir em canções mais climáticas e melódicas e menos pesadas. “É renovação, não quero ficar marcada como metaleira a vida inteira. Além do mais flerto com Portishead faz tempo, com Cowboy Junkies, Morcheeba . Eu quero é cantar, não quero rótulo, quero ser ouvida por gente que goste de música; fazer música para a minha alma e para algumas outras que entrarem na vibe”, diz ela, que embarca em novembro para a primeira turnê internacional, à convite do Choke, para América do Sul.

As bandas, conta Otávio, do Choke, já tem shows marcados em 07 cidades, argentinas e bolivianas. Para marcar os dez anos, o grupo disponibilizou todo o material já lançado pela gravadora LP Indie ( www.lpindie.com.br ) em MP3 , MP4 e MP5. Choke tem no currículo os discos Dicktatorshit Holocaust from Third world., Manifest Slum Radio e, deste ano, Manifest from Sudamerica. A bagagem pesa também pelas várias turnês pelo Brasil, Argentina,Chile, Uruguay, Bolívia e Paraguay.
Já sobre os rapazes do Mocambo, que seguem tocando, com as malas já prontas para embarcar no dia 31 de outubro para Nova York, a novidade é o novíssimo clipe, da música “A Dona do Jogo” ( http://www.youtube.com/watch?v=CHGz_nJcszg). A banda também está para lançar a segunda edição do vinil Musicografia abstrata, ainda antes da viagem.

Serviço
Choke, Cores D Flores, Mocambo e Dj Sonderam. R$10. Jokers (R. São Francisco, 164). Informações: (41) 3324-2351
Plêiade. Às 19h30. R$3. TUC (Galeria Julio Moreira). Gianninis. James Bar (R. Vicente Machado, 894). Informações: (41) 3222-1426

Relespública em edição limitada para pen drive

Jornal do Estado

Depois de cinco anos a Relespública apresenta um disco com 14 canções inéditas

Depois de cinco anos a Relespública apresenta um disco com 14 canções inéditas. Efeito Moral é o nome do quinto disco da banda, que a partir de hoje já pode ser encontrado na rede mundial de computadores. Desta vez, o trio experimenta nova tendência do mercado fonográfico: o álbum será vendido em uma edição limitada de 500 pen drives (com direito a extras como fotos, letras cifradas para violão e guitarra, quatro videoclipes e todos os MP3 do álbum anterior), ao custo de R$35.

O show de lançamento é no próximo dia 26, no Hangar. Até lá o grupo se apresenta, dias 17, no Empório São Francisco; 20 em Cascavel no Setembro Rock Festival e 23, no Pocket-Show de lançamento da noite Mondo Bacana Apresenta... , na Fnac.
Das que sobem ao palco hoje, a Reles é a banda mais antiga. Com o lançamento deste disco de inéditas, Fabio Elias, Ricarco Bastos e Emanoel Moon começam celebrar as duas décadas, que se completam em abril próximo. A julgar pelas novas canções, os fãs podem ficar sossegados, porque Fabio Elias continua bom para fazer canções, do mesmo modo que o trio inseparável se mostra cada vez mais maduro musicalmente, e disposto a fazer unicamente música, se distanciando de nichos e deixando sua marca entre os capazes de fazer boas canções, pop.
O disco traz também a belíssima “SOS”, gravada anteriormente pela banda Magnéticoss, da qual Fábio Elias fez parte.

O primeiro single do disco, “Homem-Bomba”, já ganhou também videoclipe , feito em animação , com jeito de fotonovela, pop art, quadrinhos da Marvel dos anos 60 e 70 . “A intenção foi utilizar referências marcantes sem parecer dejavu. Para dar um gás novo a essas influências, ainda contamos com o motion design competentíssimo da Pamka, empresa do video- artista Zé Riba”, comenta o diretor Fabio Biondo, estreante no gênero. Efeito Moral tem ainda “Tudo o Que Eu Preciso”, com participação de Samuel Rosa, composta sob a inspiração máxima de Carrossel, entre outros convidados especiais

Serviço
Efeito Moral. Cópias “físicas” chegam em novembro. Até lá:

www.relespublica.com
www.myspace.com/relespublica
www.mondobacana.com

9/09/2008

Dois paranaenses no páreo do Oscar

Nossa vida não cabe em um Opala e Estômago concorrem à indicação brasileira

Redação Bem Paraná com agências

O Ministério da Cultura divulgou, nesta terça-feira, a lista dos 14 filmes inscritos para receber indicação como representante brasileiro na corrida para o prêmio de melhor filme estrangeiro no Oscar 2009. O prazo de inscrições foi encerrado nesta segunda-feira. Um dos concorrentes é o filme Nossa Vida não cabe em um Opala, baseado em obra do dramaturgo paranaense radicado em São Paulo Mário Bortolotto. Outro é o filme Estômago, do diretor e cineasta paranaense Marcos Jorge, que foi rodado em Curitiba.

Agora, os filmes serão apreciados pelos seis membros da comissão avaliadora que indicará o longa brasileiro para concorrer à seleção internacional. Ela é formada pelos profissionais da área audiovisual Antonio Alfredo Torres Bandeira, Cleber Eduardo Miranda dos Santos, Silvia Maria Sachs Rabello, Maria Dora Genis Mourão, Giba Assis Brasil e Paulo Sérgio Almeida, e presidida pelo secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Silvio Da-Rin.

O nome do representante brasileiro será divulgado na próxima terça-feira (16), no Rio. Após essa data, ele disputa uma das cinco indicações a melhor filme estrangeiro da academia norte-americana. A festa do Oscar está prevista para fevereiro de 2009.

Veja quem são os 14 filmes que disputam a vaga:

1 - "A Casa de Alice", de Chico Teixera - Cinematográfica Filmes

2 - "A Via Láctea", de Lina Chamie - Girafa Filmes

3 - "Chega de Saudade", de Laís Bodanski - Buriti Filmes

4 - "Era Uma Vez", de Breno Silveira - Conspiração Filmes Entretenimento

5 - "Estômago", de Marcos Jorge - Zen Crane Filmes e Indiana Production Company

6 - "Meu Nome Não É Johnny", de Mauro Lima - Atitude Produções e Empreendimentos

7 - "Mutum", de Sandra Kogut - Tamberllini Filmes

8 - "Nossa Vida Não Cabe num Opala", de Reinaldo Pinheiro - Sequência 1 Cinema e Propaganda

9 - "Olho de Boi", de Hermano Penna - Luz XXI Cine Vídeo

10 - "Onde Andará Dulce Veiga?", de Guilherme de Almeida Prado - Star Filmes

11 - "O Passado", de Hector Babenco - HB Filmes

12 - "Os Desafinados", de Walter Lima Júnior - Tamberllini Filmes

13 - "O Signo da Cidade", de Carlos Alberto Riccelli - Pulsar Prod. Art. E Culturais

14 - "Última Parada 174", de Bruno Barreto - RPJ Produtores Associados

N.do blog: pra quem não sabe ou não sem lembra, a trilha de "Nossa vida não cabe num opala", feita pelo Mário e o maestro Amalfi, tem entre outras participações, uma certa banda chamada OAEOZ, além de Íris, La Carne, Cascadura, Patife Band, etc. Ou seja, já podemos dizer pra todos os efeitos que fomos pré-indicados pro Oscar por tabela. De Sumaré para o mundo! hauahuahuah

tá chegando...

9/04/2008

Só não vê quem não quer

É engraçado. Tá certo que reclamar é um esporte nacional. E muitas vezes a gente reclama com razão, é claro. As coisas não são fáceis, mesmo. E em um país onde a burrocracia impera e em que a máxima: “pra que facilitar se a gente pode complicar” é regra, muitas vezes dá vontade de mandar tudo a merda.

Mas longe de mim querer contrariar o coro dos descontentes, afinal, todo mundo sabe que eu sou reclamão também. Mas é que eu também sempre gostei de ser do contra, sabe como. De ir contra o senso comum.

E a real é que se reclamar é um esporte nacional, em Curitiba, a gente elevou isso ao status de arte. Curitibano adora reclamar da cidade, até que sai daqui e vê que lá fora muitas vezes o bicho é mais feio ainda, mas aí, as vezes quando percebe isso já é tarde.

Enfim, to falando isso porque sinto que muitas vezes a gente tá tão atolado nas dificuldades e exasperações de nosso dia a dia conturbado que não percebe as coisas boas que estão acontecendo à nossa volta. As vezes até percebe, mas de uma forma fragmentada, o que impede que você tenha uma noção do todo, e de que se a gente olhar com cuidado esse todo é muito maior do que se imagina.

Se não vejamos algumas das coisas que têm rolado nos últimos tempos aqui em Curitiba nessa área da música independente, muitas daquelas registradas neste blog e/ou nas reportagens da Adri no JE reproduzidas aqui:


- O TUC foi reformado e voltou a ser reduto das bandas curitibanas, com shows todas as quintas-feiras, todos com bom público e ótimo astral. Shows baratos, em um lugar bem localizado, com boa estrutura e público interessado.

- Com o apoio do edital de bandas de garagem da FCC, duas grandes levas de discos de 25 bandas foram lançadas pelos selos Grande Garagem que Grava e Discos Voadores, que por sua vez estão fazendo os lançamentos lá no TUC.

- Outro edital semelhante está para ser lançado, o que garante mais uma leva de discos saindo provavelmente no ano que vem, e ao mesmo tempo, a ocupação do TUC pra 2009, com mais shows de bandas locais.

- Depois de um período em que parecia ter se fechado, os espaços para a música local na mídia curitibana começam novamente a se abrir. Exemplo: a Gazeta do Povo, maior jornal daqui, voltou a ter um espaço fixo semanal para a produção nativa, a coluna do Luiz Cláudio Oliveira, Acordes Locais;

- ao mesmo tempo a Mundo Livre FM lançou o projeto Acústico capitaneado pelo Helinho Pimentel, com um programa semanal e shows de lançamento. Na primeira fase estão previstas 12 bandas, mas parece que a meta é chegar até 48 até o ano que vem.

- Além da grande mídia, espaços novos têm se aberto no veículos alternativos. Vide o programa Pras Bandas e outros em rádios comunitárias.

- O Último Volume, programa já clássico do Neri e do Marco Stecz com dez anos na Lumen FM tem aberto cada vez mais espaço para bandas e artistas locais, inclusive com uma sequência de especiais de bandas daqui tocando ao vivo no estúdio. E com uma audiência no rádio de 4 a 5 mil ouvintes, fora a internet.

- Abonico Smith reformulou o Bacana, que se transformou em um portal, inclusive com a criação de um selo virtual para lançamento de discos de artistas locais.

- O Digão Duarte, que já divulgava trabalhos de bandas locais no Bonde, agora também tem uma coluna semanal na Folha de Londrina.

-Tem ainda o Trevo Digital, plataforma para comercialização de música em MP3, com ênfase nos artistas locais.

- O festival Lulapaluna, da RPC, abriu espaço para grupos locais, mesmo que ainda timidamente, e a previsão é que isso se amplie nas próximas edições do evento.

- A FCC também lançou recentemente e já está em fase de seleção dos projetos para o edital de fomento de festivais independentes. Isso significa que no ano que vem teremos quatro festivais desse segmento com recursos para fazer eventos de boa estrutura e visibilidade. Além disso, a expectativa é que esse novo tipo de edital tenha periodicidade anual daqui pra frente.

- Novos núcleos de produção têm surgido e se consolidado. Vide as festas da Ruído Corporation, quase sempre cheias, e do pessoal do Basement. Novos bares tem aberto espaço para bandas locais, como o Slainte, e outros que eu não lembro agora.

- Tem ainda o projeto “Rock em Terça Maior", do teatro Guaíra, que abriu o Guairinha pra bandas locais.

- Idem em relação à TV Transamerica. Esses dias vi o Charme Chulo por lá.

- E tem o Projeto Tubo de Ensaio, que vocês viram recentemente aqui, criado pela Destilaria do Audio Visual coloca bandas em performances acústicas em lugares inesperados como em cima de uma laje. Videos superlegais, com ótima qualidade tanto de imagem quanto de som. Coisa de primeira linha.


Enfim, eu poderia ficar aqui o dia inteiro citando exemplos como esses (mas não dá porque tenho que trabalhar). E olha que são só exemplos de coisas que aconteceram ou surgiram este ano, não falei de coisas que já existem e continuam por aí há mais tempo, como o Ciclojam, do Ciro Ridal na TV Lúmen.

Nada disso significa que nós estamos no paraíso ou que amanhã as bandas curitibanas estarão tocando cheias da grana e tocando no faustão (até porque, no segundo caso, a maioria acho que nem quer mais isso). Mas sim que as pedras continuam rolando, e se nem tudo é uma maravilha, também não dá pra dizer, à luz dos fatos, que nada está acontecendo, ou que tudo é uma merda. Antes de falar é preciso ter perspectiva.

E o fato é que muita coisa boa tem acontecido, muitos novos espaços têm sido abertos, um público novo vem demonstrando cada vez mais interesse na produção local e essa produção continua se diversificando e se qualificando. Nunca houve tanta oportunidade para quem faz música faze com que ela seja ouvida. Só não vê quem não quer.

Se isso vai dar em alguma coisa maior lá pra frente não sei. E nem é a minha preocupação agora. Acho que o mais importante é aproveitar o momento e potencializar as coisas boas pra que elas cresçam e dêem novos e melhores frutos.

Me interessa quem faz, quem tem iniciativa e corre atrás, não fica perdendo tempo com choramingos inúteis. Quem faz por merecer, acredita e busca tornar os seus sonhos em realidade. Ou como diria o poeta: “só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”.

O resto, é conversa pra indie onanista dormir.

Punk rock em dose dupla com No Milk Today e Os Marlenes

Jornal do Estado

Banda das antigas e uma “novata”, com músicos já bem rodados, garantem o começo de noite da quinta-feira

No Milk Today e Diedrich e Os Marlenes são as bandas de hoje no palco do Teatro Universitário de Curitiba, o TUC, com ingressos a módicos R$3. Ambas trazem a influência do punk em suas entranhas, uma com pegada mais rock e outra, também com influências de mundos mais folks.

A No Milk Today tem mais tempo de estrada e estava lá nos porões dos primeiros anos da década de 90, quando a cidade fervia com uma verdadeira ebulição musical, recebendo representantes do cenário brasileiro de todo canto.

O grupo surgiu em dezembro de 1993 e tem em sua formação Maurício Singer (vocal e baixo), Rodrigo Meister (vocal e guitarra), Jahyr F. Neto (guitarra) e Mauricio Cabelo (bateria e percussão).
A levada dos três acordes dessa turma é mais calcada na vertente do Oi!, um punk, com linhas diretas de guitarra, baixo, bateria e vocais raivosos em dueto. Toy Dolls e The Misfits, Buzzcocks, Circle Jerks, The Damned, Varukers, Social Distortion, Sex Pistols, Inocentes, Sham 69, Die Toten Hosen e Ramones são influências citadas pelo grupo que tem dois CDs gravados: Devolvam meu Vinil! e Tormento.

Já a Diedrich e Os Marlenes nasceu há menos de um ano, mas só tem gente das antigas em sua formação. É formada por músicos das experientes Pelebrói Não Sei, Beijo AA Força e Gruvox. É composta por Oneide Diedrich (voz e violão), Ferreira (guitarra), Renato Quege (baixo) e Rodrigo Genaro (bateria), o conjunto tem no repertório tanto baladas quando potentes petardos bons pra dançar, que fazem a cama para as letras de Oneide. Pop com pitadas de folk, punk, ska, Raul, Sérgio Sampaio, Elvis, Paraguai e Porto Alegre estão presentes nessa mesma caldeira musical.

Serviço
No Milk Today e Diedrich e Os Marlenes. Dia 4 às 19h30. : TUC – Teatro Universitário de Curitiba (Galeria Júlio Moreira, s/n) Ingressos: R$ 3 e R$ 1,50 ( estudantes)

Aquecendo as turbinas para o Psychobilly Fest

Jornal do Estado

O 14° Psychobilly Fest é a partir de amanhã no Jokers, mas a festa começa hoje. Vai ser no Conserva Bar com a banda Rádio Cadaver e Chucrobillyman

O 14° Psychobilly Fest é a partir de amanhã no Jokers, mas a festa começa hoje. Vai ser no Conserva Bar com a banda Rádio Cadaver e Chucrobillyman. O Psychobilly é um dos mais tradicionais eventos do estilo no Brasil. E não é exagero dizer que é o mais importante, afinal o evento curitibano da Psychobilly Corporation está este tempo todo sem parar, trazendo pra a cidade também atrações internacionais e atraindo gente de outros lugares do Brasil que fazem parte desta tribo urbana. Esta 14ª edição vai ser com pratas da casa cuja potência dos shows é bem conhecidas entre os fãs do estilo. Entre as bandas estão Ovos Presley, Hillbilly Rawhide, Sick Sick Sinners, Krappulas. Tem ainda ainda a revelação As Diabatz, Chernobilies e CWBillies.

Uma das atrações mais esperadas é a Frantic Flinstones, banda que é ícone do psychobilly mundial, cujo fundador agora está vivendo em Curitiba e estréia a nova formação no festival. A Sick Sick Sinners, banda do produtor do festival Vlad Urban, também tem novidades. Acaba de voltar de turnê na Califórnia e México e está trabalhando no seu primeiro album Road of Sin, qeu vai sair pela Monstro discosaa, depois do lançamento na Europa pelo selo alemão Crazy Love Records. Entre os próximos shows já marcados está a passagem pelo festival Jambolada em Uberlandia e no Floripa Noise. Em dezembro outra viagem, para o Chile.

Serviço

Ingressos para o Psychobbilly. Por dia: 05/09: R$20; 06: R$30 e 07 R$15. Pacote: 3 dias: R$50

9/03/2008

Uma (boa) idéia na cabeça e uma câmera na mão

Jornal do Estado

Projeto Tubo de Ensaio, criado pela Destilaria do Audio Visual coloca bandas em performances acústicas em lugares inesperados como em cima de uma laje


A partir da esquerda: Arnaldo, Rodrigo, Eduardo e Lucas,
os criadores da produtora e do Tubo de Ensaio

Adriane Perin

A partir da esquerda: Arnaldo, Rodrigo, Eduardo e Lucas, os criadores da produtora e do Tubo de EnsaioA máxima glauberiana, quando trabalhada por boas cabeças, traz resultados instigantes. E a idéia pode partir de um princípio muito simples, cotidiano mesmo, como é o caso do projeto Tubo de Ensaio, criado pelo quarteto de publicitários – com formação em cinema -, Rodrigo Sakum oto, Lucas Negrão, Arnaldo Belotto e Eduardo Ribeiro, todos na faixa entre 23 e 25 anos. Neste caso a idéia foi colocar bandas para tocar, acusticamente, em lugares inesperados.

Tubo de Ensaio é um desdobramento da produtora Destilaria do Audiovisual, criada por eles há uma no e meio. Para colocar o site ano ar, o quarteto queria fazer algo para atrair acessos e, como todos acompanham, gostam e são amigos de músicos de bandas independentes da cidade e da vizinhança, optaram por atuar nessa área.

A Destilaria, conta Rodrigo, é uma produtora audiovisual que atualmente trabalha basicamente com filmes publicitários no mercado curitibano e catarinense, mas que nunca vai desistir de produzir também cinema. Enquanto eles vão pegando cancha, se exercitam no ofício que escolheram. “Foi uma chance de fomentar tanto o site quanto esta área fonográfica local e suas bandas, um circuito que todos aqui gostam muito”, comenta Rodrigo. Na área musical, a Destilaria já assinou alguns videoclipes para as bandas Charme Chulo, Sick Sick Sinners e Faichecleres. E está terminando um para a catarinense Lenzy Brothers.

Aliás, a catarinene é uma que também está no Tubo de Ensaio, em um vídeo com uma bela vista do Morro do Careca em Balneário Camboriú, em um clima muito astral. O legal d a proposta ser acústica, é que este formato permite sacar mais o potencial melódico do grupo. Outro dos vídeos que chama a atenção é de uma banda chamada Pão de Hamburguer - e pode tirar o risinho de incredulidade diante do nome da cara, porque é um grupo muito bom, daqui de Curitiba. Eles escolherem como “palco” uma laje. Outro momento muito legal é da banda Anacrônica, em uma performance na cinemateca.

“Trabalhamos dentro de um conceito de laboratório da imagem, tendo em mente um constante processo de destilação, digamos assim. Com essa parte das bandas não visamos nenhum fim lucrativo só divulgar o nosso trabalho e o de bandas que a gente gosta”, explica o produtor aspirante a cineasta, que conheceu os três sócios há seis anos na Academia Internacional de Cinema.

A inspiração, conta ele, veio de um clipe dos Novos Baianos, feito na quintal da troupe paz e amor. Plano sequência (ou seja, sem cortes, a câmera acompanhando o que acontece de um fôlego só), com uma excelente captação de áudio, detalhe técnico que pode não parecer, mas que faz toda a diferença. Um mínimo de equipamento pra gravar: câmera, dois microfones, um lap top e todo os quatro por perto para resolver rápido qualquer situação.

O mais dificil foi — do Charme Chulo gravado em uma manhã de sábado na Rua das Flores, dia e hora, em que o calçadão é cheio e portanto barulhento. “Encheu de gente ao redor. Foi uma loucura porque a gente sempre procura lugares mais silenciosos”. Dos que estão no ar é o único cujo som tem problemas, mas o clima compensa. “A gente pede que a banda escolha um lugar inusitado que sirva bem para se tocar acústico. Mas, o dia da Charme foi muito legal também”. O próximo a entrar no Tubo é a atração do Psychobilly Fest, que acontece neste feriado, o Frantic Flinstones, cujo vocalista mudou-se para Curitiba. “Foi em uma espécie de piscina meio abandonada”, adianta Rodrigo.

Serviço

http://www.vimeo.com/tubodeensaio

8/29/2008

Não basta sonhar, tem que realizar

Jornal do Estado

Rádios Comunitárias, como a Bairro Novo Fm, abrem espaço para as bandas locais em programas como o PrasBandas, todo domingo às 18 horas, ao vivo

Divulgação/Douglas Fróis

A equipe da RBN/Prasbandas

Adriane Perin

Bandas alternativas não têm espaço nas rádios? Bom, depende de que estação você sintoniza. Em Curitiba, as Rádios Comunitárias começam a ocupar um vácuo deixado pelas emissoras “comerciais”. A Rádio Comunitária Bairro Novo (RBN), no Sítio Cercado, é um exemplo. No ar há seis meses (98,3 FM - sintonia de todas as comunitárias), sua história começou há uma década, quando Gentil Cardoso, uma espécie de agente comunitário – já que atua na Associação de Moradores e no jornal comunitário –, começou os trâmites legais. Com 24 horas no ar, a emissora abre espaço para os talentos das proximidades. Aos domingos, das 18 às 20 horas transmite ao vivo, o Prasbandas (PB) braço do projeto criado pelo curitibano do Xaxim, Getúlio Guerra, a partir da idéia de fazer shows das bandas em seus bairros. O primeiro, em 2005, foi no Sítio Cercado.

No rádio, o programa está há três meses e desde então foram mais de 20 convidados ao vivo - bandas/artistas/produtores - em simpáticas e apertadas performances no pequeno, porém eficiente, estúdio da RBN, nos casos musicais. Sem falar no que não é ao vivo. Neste domingo, a comunidade vai saber sobre monobandas, com Koti e os Penitentes, que em sua outra encarnação é Chucrobillyman. A idéia agora, com proposta em análise na Lei de Incentivo a Cultura, é ampliar. As atividades começariam dois meses antes dos shows, com divulgação do ‘carro de sonho’, para atrair a comunidade para oficinas. O carro do sonho será uma espécie de rádio ambulante, com alto falante rolando som e informativos PB. “Iremos a escolas descobrir talentos e estimular a participação na mostra”, adianta Guerra, empolgado. A vontade é cada vez mais entrar e ficar nos bairros. “Meu sonho é ter casas de cultura e oferecer oficinas não só de música, para a comunidade sacar que isso é feito (de verdade) pra eles, e sentir que isso pertence a eles. Quando tem envolvimento político fica esquecida a necessidade de gerar essa sensação. Correr por fora, seja com apoios da FCC, Minc, ongs, nasa, ovnis, é nosso futuro”, diz, bem humorado.

As comunitárias são emissoras de alcance limitado a até 1 KM de sua antenas. As dificuldades para conseguir concretizar uma idéia, não são poucas, conta Gentil Cardoso, um gaúcho de coração curitibano, que se emociona ao lembrar a batalha até ouvir a RBN no ar. Tem a burocracia e as grandes emissoras que temem as pequenas concorrentes, mais próximas das realidade do bairro. A RBN tem até uma “equipe de reportagem”, com estudantes de comunicação. Sobre as comunitárias curitibanas você lerá mais no Espaço 2. Inclusive, outras duas abrem espaço para bandas. Nas noites de segunda, a Rádio Comunitária São José dos Pinhais tem o Conexão Bandas. E na do Boqueirão, o Acordes Independentes é aos sábados, às 20h. Aguarde cenas dos próximos capítulos.

8/28/2008

Os góticos de hoje são um pouco diferentes

Jornal do Estado

Adriane Perin

Banda curitibana Góticos 4 Fun faz o lançamento de seu primeiro disco em português

Com canções próprias em português a banda curitibana Góticos 4 Fun abre uma nova fase em sua carreira, a partir do show que faz hoje, no Teatro Universitário de Curitiba, mostrando suas novas criações. Ame os Góticos 4Fun é mais um discos quentinho do estúdio Discos Voadores, produzido por Fernando Tupan e Marcus Gusso, que faz parte da leva produzida com apoio do Fundo Municipal da Cultura, cujos shows marcam a retomada do TUC, depois de uma reforma, com shows toda quinta-feira.

Eles têm o “góticos” no nome, mas na verdade a banda nasceu explorando toda a força visual e no palco do glam rock ( maquiagens, inclusive) e do rock’n’roll (aquele de arena, mesmo), mais o noise típico dos 90’s. O disco traz 8 músicas que passeiam por vertentes do rock, e também mostram baladas muito boas, “Mil Corpos” e “Perversidade”. Tem também a divertida “ Não Beba o Meu Vermuth”, com uma levada meio dançante, mas não pauleira . “Amor Meretrício”, um hard rock climático fala da “ paixão da banda por garotas de vida fácil”. Em “Major Junkie” eles brincam com uma de suas referências, David Bowie. A banda - que tem dois discos lançados anteriormente – Góticos 4Fun (2003) e Ao Vivo na Grande Garagem que Grava (2005) – define suas músicas com citações como “o um cruzamento inusitado entre o punk nova-iorquino de Johnny Thunders e Richard Hell com as esquisitices de bandas neo-psicodélicas como Mercury Rev”.

Mas, se você não tem a menor idéia de quem sejam, não se preocupe, o que interessa saber mesmo é que os caras são demais ao vivo, têm energia de sobra pra envolver a galera e com suas boas novas músicas isso vai ficar mais fácil ainda. Johnny Lipstick (voz e composição) e Pharosbird (guitarra), Gary Flower (baixo), Roy Thunder (guitarra) e Vic Lovestar (bateria) fazem música com personalidade, usando com competência as referências que trazem na memória. Quietinha no seu canto, a banda vai galgando posto de destaque no cenário nacional.

Serviço

Góticos 4Fun. Dia 28 às 19h30. R$3. TUC – Teatro Universitário de Curitiba (Galeria Júlio Moreira, s/n – Setor Histórico)

Conversa com quem entende do riscado

Jornal do Estado

O projeto Produtores Toddy nasceu no ano passado para dar consultoriamusical para os novos

Adriane Perin


Edu K

Com o surgimento da internet tem-se a impressão de tudo está ali e que as novas gerações não precisam de ninguém para ajudá-las a se virar: basta fazer. É tanta informação que até parece que tudo se resolve depois da digitação de algumas palavras-chave. Ledo engano. Pois não é que os novos músicos ainda alimentam velhas ilusões que já imaginávamos perdidas? E querem, sim, ouvir dicas de gente “das antigas”, como o gaúcho Edu K – da banda DeFalla, que ficou famoso mesmo com o “Melô da Popozuda”, o pancadão feito pra “Feiticeira” Joana Prado, no H, programa do tempo que o Luciano Huck ainda era da Bandeirantes.

Então, nasceu o projeto Produtores Toddy, cuja proposta, em seu sergundo ano, é dar consultadoria para novos grupos, com dicas técnicas e de marketing. “O mais legal é ajudar a galera que está começando, de todo lugar do Brasil, algumas que ainda nem no underground chegaram, são de garagem. Acho que nos procuram para ter opiniões diferentes”, diz o músico, hoje também produtor e DJ, com uma carreira mais no exterior e um dos convidados desde o começo.

O projeto tem ainda um convidado diferente todo mês, e em agosto, quem assume o posto é Macau Amaral, publicitário mineiro, produtor musical e sound designer, encarregado de dar dicas sobre a parte de visual, tanto de apresentação quanto de video clipe.

Edu K já constatou os resultados das dicas. “Tem gente que manda o som reformulado, incorporando os toques dados. Poder ajudar a galera a alcançar o que quer é um puta prazer”, diz, citando a paulistana Tango, que foi para o estúdio sob os olhares do projeto e o resultado está no site. Ele garante que incentiva a moçada a procurar seu próprio jeito e não se prender a supostas regras de mercado. “Fazer aquilo que gosta, independente de estar na moda agora e tal. Esse negócio de ficar tentando se moldar pra tentar fazer sucesso nunca dá certo. Também sempre falo pra galera que o tal “esquemão” é coisa do passado; existem outros meios de se chegar ao público. O mais óbvio a internet, é claro - mas às vezes a galera não se liga que isso já é (faz tempo!) uma realidade muito forte”, acentua.

Macau, o convidado do mês, diz que vai dar uns toques “a respeito de estética, direção de arte, porque não se pode esquecer a imagem”. Sua idéia, é dar pistas de oportunidades legais que rolam na internet. “É verdade que a informação está toda diante das pessoas, por isso o desafio é filtrar - esse é o diferencial do Produtores”, comenta . “Ainda não sei como vai fluir, mas estou aqui pra dar pitacos na parte que conheço mais, acompanho muito as novas tecnologias”. Nesta área, segue ele, ficou mais fácil editar e todo mundo tem câmera, mas como ter uma forma diferenciada pra não ser mais um nesse mar de informações? “Aí nos entramos”.

Com tanta informação, pondera Edu K, a galera não sabe nem por onde começar. “Precisam de um aval, uma outra figura a quem recorrer”, observa, citando como principais questões: como gravar uma demo, que tipo de computador usar, softwares e como chegar a determinados timbres. E até como arranjar empresário e gravadora, essa entidade jurássica, para muitos, fadada à extinção. “Explico que as coisas mudaram hoje, não é mais preciso depender deles e que sem, funciona tão, ou às vezes melhor, que ter uma gravadora. Muita gente não se deu conta, os mais novos ainda tem um sonho de estar com gravadora”.


Serviço

www.produtorestoddy.com.br

8/27/2008

quando é bom ser jornalista?

porra, essa é muito fácil: quando a gente tem a chance de conversar com pessoas que fazem a diferença. Tá sendo uma semana de muito trabaalho, mas de bom trabalho, produção de textos de verdade. Ganhei a semana já no domingo, quando fui conferrir o Prasbandas numa rádio comunitária no Sítio Cercado (matéria de sexta), e meu bônus veio agora, no papo com o ator (global, é, tem muita gente legal lá!) José de Abreu, que vai estar na cidade com sua peça Fala Zé, na qual ele perfaz sua história de vida, através de momentos marcantes pro mundo. E que história de vida. Simplesmente, amei conversar com ele, que é um workaholic, do tipo apaixonado e não por ser alguém frustrado em sua vida pessoal (o meu tipo de workaholic, diga-se!).
Veja, o cara experimentou o LSD - e não "esse que as pessoas tomam hoje pra ir dançar", como diz ele, mas aquele do Timoty, com sessões, na região de Londres, com assistente social cuidando de quem tinha bad trip... mas, não é só isso - essas histórias de drogas - ele conversando, você percebe o gosto, a alegria pelo faz, o quanto gosta, o como aproveita sua vida, cada gota. divertido, informado e bom de papo. Muito, muito legal. Adorei! (adri)

8/24/2008

Grant Lee Phillips

Tenho ouvido muito esse cara. Já conhecia e gostava do Grant Lee Bufallo, mas indicado pelo Gian, fui ouvir os discos solo dele e gostei muito. Especialmente o
"Ladies love oracle", pequena obra-prima de leveza e sensibilidade que faz qualquer derreter o mais gélido dos corações. E com tanta poluição sonora, tanta afetação por aí, ouvir isso é um alívio. É o que eu chamo de "música reconfortante", pois tem uma beleza terna e simples que faz você se perguntar porque demorou tanto em ouvir isso.
Acima, ele no Morning Becomes Eclectic, da KCRW, em show que já começa com a linda "Dream in color", que me lembra muito a fase solo do Lennon. Um som perfeito para esse domingo ensolarado, e pra fazer melhor qualquer dia.

8/16/2008

The Verve - Forth


The Verve - Forth


nunca ouvi The Verve. só conhecia aquelas do Urban Hymns que todo mundo conhece. por algum motivo tinha passado batido, enfim é tanta coisa. mas de tanto ver o tulio falando e agora os comentários do show deles no Glanstonbury que quando essa semana vazou o disco resolvi baixar. e to há tres dias só ouvindo isso. é muito bom. além das belas melodias, timbres fodidos etc e tal, me chamou a atenção a produção do disco. ao contrário de muitos discos de artistas top, mesmo do rock mundial, não tem aquela produção limpa, certinha. parece um disco ao vivo no estúdio, guitarra vazando, o jeito que o cara canta, a forma como a banda deixa as músicas fluirem, tudo remete a um show, só que bem gravado, em estudio. muito foda. to viciado na música que fecha o disco, "Appalachian Springs". recomendo, e também os videos do show do glastonbury, que foi transmitido pela BBC, estão todos no youtube.

8/08/2008

...


A menina nem piscava, olhos arregalados brilhando, diante do senhor de, poucos, cabelos brancos, que contava a história tantas vezes ouvidas, de como (não) estudou, com a irmã mais velha, de quem fugia junto com o irmão gêmeo, das aulas. E Catarina ainda conseguia ficar assim, diante da ainda imponente figura que viu por uma vida inteira como um guia e mentor, quase 40 anos depois. De volta àquela cidade empoeirada, a pegou dormindo, rodoviária nova, vazia. Só o motorista do ônibus que teve de acordá-la, já que ela não identificou que havia chegado em seu ponto de parada; e um outro rapaz madrugueiro no trabalho, junto com um taxista que se escondia do ar gélido que não foi impedido pela cimento de entrar no amplo ambiente.
Cachecol colorido, cabelos desgrenhados, pegou a bagagem e perguntou por um taxi. Em que parte da cidade eu estou? “ no Parque do Bosque”. Ainda perdida, pensou que estava mais pros lados do cemitério da cidade, tentou se situar e só conseguiu quando avistou a longa avenida que dava na velha casa, agora de portas fechadas. As obras deixavam o antigo barro vermelho espalhado, seco, pelo paralelepípedo, não da calçada, mas da avenida com nome de governador.
Aos poucos, foi acordando, identificando a cada quadra alguns lugares conhecidos, quase todo com novos estabelecimentos. A loja Zortea, de materiais de construção, o antigo mercado Centauro, onde o avô sempre fazia sua paradinha pra uma longa conversa com algum conhecido; o posto de gasolina. Depois a antiga borracharia do outro avô e, à frente, o morro que lhe rendeu alguns pesadelos e que não suportava subir de carro, por medo que ele não vencesse a subida. Invariavelmente, fechava os olhos e enfiava o rosto, apavorado, no banco pra não ver a subida. Um riso nostálgico escapa enquanto o taxista vai contado a boa nova, a instalação de campus da Universidade Federal, que vai valorizar muito o lugar.
O taxi segue adiante, chegando a casa dos Sonda, o antigo Poeira, como era chamada a zona (de putas mesmo, que era assim que eram chamadas, nem sempre com desrespeito) vizinha e chegamos ao trecho que era de terra, lama que sujava os calçados rumo a escola. E logo ali, a casa da Ju, da Dina, do Julio e do Aldo Pereira, o primeiro que a ensinou a empunhar um violão (não que ela tenha aprendido...).
Em frente, a casa da tia, seu novo destino. A casa que foi construída quando ela ainda morava lá e oje abriga algumas das pessoas que Catarina mais ama. A outra casa, onde cresceu, tá lá, guardando toda a saudade dessa vida. Nem Catarina se atreveu a entrar, desta vez.
Silêncio. Até os cachorros dormindo. São 4 da matina. Catarina está de volta e as próximas 24 horas serão de muitos silêncios, mesmo no meio das conversas e fotografias, diante daquele senhor de incríveis olhos azuis e mãos grandes, que já não fala como antes - de quem ela nunca vai cansar de ouvir as histórias, mesmo as já tão conhecidas. e diante de quem seus olhos sempre estarão atentos, querendo ser cúmplices de tantos e tão intensos sentimentos, mesmo sabendo que, talvez, isso já não seja mais possível. (adri)

8/06/2008

Para ouvir, ver, ler e comprar artistas alternativos

Site Bacana, do jornalista Abonico Smith, passa de revista eletrônica a Portal e selo virtual

Iaskara/Divulgação

Jornal do Estado

Adriane Perin

Em uma semana com várias boas novidades para quem vive no mundo alternativo da música, mais uma boa nova nos chega hoje. A revista eletrônica Bacana, criada pelo jornalista Abonico Smith em 2003 ampliou seu leque de atuação e inicia na próxima sexta-feira a nova fase, agora como portal e selo virtual. O selo entra em ação com o lançamento do disco da banda Babies. A entrada no ar do Mondo Bacana é no dia 8/08/2008, data cabalística, que marca o início de vários projetos no Brasil e no mundo – como por exemplo o novo Trabalho Sujo, do também jornalista Alexandre Matias.

Bem humorado, Abonico parece com fôlego renovado. O jornalista especializado em música, é o criador do caderno e do Prêmio Fun, na Gazeta do Povo, de onde saiu em 2001. Desde então, ele vinha se dedicando ao Bacana e ao trabalho na pauta de televisão. Agora, garante, será uma fase mais estrutura do projeto. “A pessoa vai ouvir, ver, ler e poder comprar o artista alternativo, nacional e internacional, independente de estilos”, diz e explica que o alternativo não se refere apenas ao que está fora das grandes gravadoras. “Posso falar de artistas de majors que tenham origem alternativa. A idéia é servir de filtro, porque hoje os 40 milhões de usuários da internet, só no Brasil, geram muito conteúdo e é difícil separar o joio do trigo”, observa.

E o portal não será apenas de música, vai ter textos sobre cinema, livros, RPG e moda. Um diferencial em que Abonico aposta são as Biografias feitas por ele – aliás ele vai fazer praticamente tudo neste começo, mas está aberto a colaborações. “Não existe site no Brasil de biografias musicais com textos autorais. O primeiro vai ser na Amy Winehouse”.

Entre os canais disponíveis vai ter também os blogs. Entre os nomes já confirmados tem a gaúcha Clarah Averbuck; o carioca radicado em Curitiba Rodrigo Brownie, para tratar de de MPB; a jornalista Bárbara Magalhães, conversando com as mulheres e mães modernas e notícias de Londres. “São blogs autorais e exclusivos”, ressalta o jornalista. Vai ter ainda o Fórum - com espaço para comercializar instrumentos -, entrevistas em vídeo e videoclipes. Essa parte, explica Abonico, vai entrar aos poucos, assim como o projeto da Rádio on line, que inicialmente vai apenas tocar músicas, sem uma programação. O visitante também vai poder montar seu próprio Mondo Bacana. “Vai poder fazer sua própria página, criar relacionamentos”, conta, animado.

Selo — A banda que abre o selo, Babies, apresenta seis músicas, entre as quais uma versão, bem fiel, de “Sonho de Ícaro”, já ouvida e aprovada por Biafra - cujo jeito de cantar, aliás, me pareceu uma influência do vocalista da Babies, numa primeira ouvida, ainda rápida, da versão entregue à reportagem. O lado musical deve ser o forte do portal. Semanalmente, o usuário vai ter o Free Download, que disponibilizará uma música gratuita por dia, por 24 horas. “O Los Hermanos vai lançar DVD dia 28 e tô fechando para soltar uma faixa”, adianta.

Abonico está muito entusiasmado com o projeto no qual vem trabalhando, junto com o publicitário Guilherme Boni, que fez toda a parte de programação e vai ficar encarregado de cuidar também da parte de marketing. “Para manter não tem nenhum investimento fora o que eu mesmo aplico. É cem porcento independente”, diz Abonico. O custo, comenta, não é alto. E Abonico conta com os muitos bons contatos feitos ao longo de sua carreira de jornalista especializado em música, que em momentos como este se tornam mais preciosos ainda, porque para concretizaar a proposta é preciso ter textos que façam mesmo a diferença.


Abonico mergulhou no mundo virtual antes dele se tornar uma mania. Desde 1999 ele chafurda pelas conexões e tem internet em casa desde 95, “quando ainda demorava 30 minutos pra carregar páginas e o e-mail era utopia. O google nem existia”.

Sobre o portal, uma última palavra. A coisa toda engrenando e ganhando seu ritmo, Abonico não descarta a possibilidade da TV Bacana, em um futuro nem tão distante assim.

8/03/2008

Último Volume especial OAEOZ









Então. Daqui a pouco, neste domingo, as 23 horas, vai ao ar o Último Volume, especial com o OAEOZ, na rádio Lúmen FM (99.5). A gravação do programa foi muito legal e o resultado final ficou incrível. Conversar com dois caras como o Neri e o Marcos, que conhecem tanto de música e ao mesmo tempo são pessoas tão simples é uma absoluto prazer. Fica fácil, porque as idéias vêm e tudo flui naturalmente. A sensação era de que a gente podia ficar horas lá conversando. E ainda pudemos tocar duas músicas e apesar da minha voz estar totalmente estragada e prejudicada até que saiu bem legal. São dessas coisas que animam a gente.
Valeu mesmo Neri e Marco Stecz, foi um prazer e uma honra. Quando quiserem é só chamar.


Não esqueçam então, as 23 horas, é só sintonizar a 99.5 FM

ou pela internet

http://www.lumenfm.com.br/


Quem perdeu a transmissão ao vivo do programa já pode ouvir ou baixar aqui:

http://www.myspace.com/ultimovolumeradio

http://neri.podomatic.com/


confiram também aqui
mais fotos e vídeos

8/01/2008

Último Volume especial OAEOZ

Neste domingo, 3 de agosto, as 23 horas, o programa Último Volume, veiculado pela rádio Lúmen FM (99.5), e comandado por Neri Rosa e Marco Stecz, leva ao ar um edição especial com OAEOZ.
Preparamos eu e o Carlão uma apresentação especial de duas músicas no violão e guitarra slide para fazer ao vivo nos estúdios da rádio. Minha garganta, seguindo fielmente a lei de Murphy resolveu pifar na véspera, mas mesmo assim a gente vai tentar fazer pelo menos uma delas nesse formato, e a outra provavelmente o Carlão vai cantar. Veremos. Mal consigo falar e to me sentindo o Bob Dylan na fase modern times com cachumba.
Além do som ao vivo, o programa terá ainda músicas dos novos discos do OAEOZ e de bandas/artistas escolhidos por nós. Deve rolar algumas das nossas prediletas, como Spiritualized, Mercury Rev, La Carne, Beto Só, entre outras. Quem não é de Curitiba pode ouvir pelo site da Lúmen na internet

http://www.lumenfm.com.br/

ou conferir na sequência a gravação do programa

http://www.myspace.com/ultimovolumeradio

http://neri.podomatic.com/

não perdammmmm!

tô quebrada

dormi pouco e minha cabeça tá muito estranha, mas valeu cada instante de ontem a noite no Jokers. Vi, pela primeira vez, Arnaldo Machado no palco, convidado que foi do Maxixe na festa do Walmor, Frank, com direito a Cds no cavaquinho do ferreira, vendidos a módicos R$5 reais. eles já começaram com "vodka, uisqui.....", po ái é f.... ainda tô zonza, mas tinha que postar algo rapidamente. Foi incrível. showzaço, os caras são foda e ver o Arnaldo de volta aos palcos.. foi um caso a parte. Walmor, Rodrigão, Ferreira,e Alberto (pô e o rodrinho, sempre muito gente fina, escondido lá atrás...) não são mestres apenas tocando, cantando compondo. eles envolvem a gente de um jeito... a impressão que tive é que eles vão ficando embriagados junto com a gente. a descontração, a desenvoltura no palco, eles ficam tão a vontade.... e o rodrigão querendo só música fácil, o walmor Frank, querendo repetir a música e o rodrigão, não, que é dificil de cantar... enfim... momentos, pra mim históricos, além de absolutamente deliciosos. Com direito a entrega de placas, "de deus da guitarra" e certificados da GGG entregue pelos filhos ao Walmor... Me arrependi amargamente de não ter levado a câmera, porque esse show tinha que ter sido gravado em todos os seus pormenores... tomara que o celular do carlão nos permita por algo aqui mais tarde. valeu a noitada. tá compensado esse cansaço lazarento que me faz arrastar nesta manhã. ainda bem que amanhã to de férias!!!! Mas, antes, tenho muito o que fazer. E o farei, ainda ouvindo Maxixe e Arnaldo Machado cantando pra mim. Obrigada por mais esse show de lavar a alma. (Adri)

7/31/2008

“Nunca perdi esse meu jeitão de pescador"

Jornal do Estado

O guitarrista Walmor Góes celebra os 40 anos de carreira na festa organizada pelos amigos de Maxixe Machine

Adriane Perin

Um dia dos anos 80, depois de assistir ao filme Frankstein, o adolescente Walmor Douglas Wisloski Góes apareceu na escola com o cabelo “com uma brilhantinha absurda”, garantido que ele parasse em pé tal qual o ator. A moçada não ia perder a chance de zoar e, desde então, os amigos da época o chamam carinhosamente de Frank. Acontece que o tempo passou e o Frank, que nunca estudou música formalmente, virou um dos mais competentes e importantes músicos da cena local, e está completando 40 anos da carreira iniciada na mais tenra idade, aos 8 anos, quando se apresentava nos primóridos da televisão paranaense, em programas como o Mini-Chance, produzido por Didier e Newton Deslandes, no Canal 6/Tv Paraná e Gurilândia, produzido por Emerentino Paca, no Canal 12, a Rede Paranaense de Televisão.

Ele nem sabia, mas no tempo que correu entre esse primeiros passos e hoje, se tornou uma referência, e suas bandas influenciaram músicos curitibanos que são feras na atualidade. É por essas e outras, que o Maxixe Machine faz show hoje no Jokers para prestar reverência ao companheiro de guitarra, um canhoto que nunca trocou as cordas e, por isso, desenvolveu um estilo muito próprio de lidar com o instrumento. Góes passou pelas históricas Contrabanda e Opinião Pública, antes de chegar ao Maxixe e Gruvox, e promete inventar alguma para manter a festa animada. Diz que vai até tirar músicas suas do baú, que ninguém conhece.

Foi lá no cursinho do Positivo, quando tinham por volta de 17 anos, que ele se deparou com Rodrigo Barros e Luiz Ferreira. Era a época da proto-punk Contrabanda, marco histórico da música local que gerou o BAAF. Um ano depois, o reencontro foi na Universidade Federal. “O que já tava bom ficou melhor e decidimos dar continuidade aos projetos musicais. É engraçado porque a Contrabanda ganhou uma dimensão... era comum pensarem que éramos de outra cidade”, lembra. “Tudo começou como uma brincadeira que hoje é tudo pra mim”, completa, enquanto revira as lembranças. “Tem vantagem ser velho, a gente vira museu”, ri de si mesmo.

Curitiba fervilhava a ponto de fazer parecer o que hoje existe uma “caricatura do que foi o circuito de eventos”. “A gente tocava toda semana em praças, nas Ruínas, no TUC. Tudo bem que era uma banda tocando e outras duas na plátéia, mas era maravilhoso e a abertura da FCC facilitava. Não era como hoje que se vacilar até exame de sangue você tem que levar para conseguir agendar uma data”, brinca.

Mas, sabe como são os jovens, atrevidos, cheios de razão e com uma arrogância nata que provoca confusão. E foi em uma das muitas brigas que a Contrabanda acabou, lembra Walmor. Mas, daí, veio o Beijo e Walmor foi para a Opinião Pública, uma das mais prestigiadas e muito citada na lista de influências. “Sempre compus muito, mas a convivência com o Tadeu Wojciechowski, desta época, me ensinou a compor com mais amor, objetividade e simplicidade”. Foi ficando mais punk, musicalmente falando? “No sentido da mensagem, não da postura, porque nunca perdi esse meu jeitão de pescador. Mas, tinha essa rebeldia de ir contra os hippies, porque era uma cultura que tinha que ir embora pra chegada do novo” , diz”.

Góes se formou em Educação Artística e largou Letras no meio. Mas foram as palavras que o aproximaram deste e outros amigos viscerais. Além de Tadeu, Paulo Leminski e Marcos Prado fazia parte do círculo. “Era Leminski falando descontroladamente e nós dois concordando com tudo”, conta rindo. “Aí pensei, pô, vou ter que me aplicar um pouco, tenho que abrir o olho com esses amigos ou vou ficar sempre só ouvindo”, conta lembrando ainda o parceiro de infância Marcos Prado.

Walmor acha engraçado que músicos mais jovens e amigos citem suas bandas como influência. “A Contrabanda foi um divisor de águas, porque na época se achava que estávamos no fundo do poço e ela mostrou que era possível fazer um trabalho novo, dava pra reler tudo e inventar em cima”.

Já a Opinião era centrada em Arnaldo Machado, o Caco Machado, outra verdadeira lenda musical, que andou afastado da música, mas cujas letras geniais nunca foram esquecidas. Tanto que a banda ganhou recentemente seu primeiro registro em disco, por conta do projeto GGG. “Não acreditava nessa história de influência, mas muitos amigos me falam isso. Nos esforçávamos para fazer o melhor. Não sei porque o curitibano se acha o marginal do mundo. O que é uma besteira, porque, daí, a gente fica procurando um reconhecimento que já existe - mesmo que o público continue sendo uma incógnita”.

SERVIÇO

Maxixe Machine. Dia 31. R$10 ( com bônus). Jokers (R. São Francisco,164).

7/30/2008

De músico para músico

Jornal do Estado

Adriane Perin

Trevo Digital é uma plataforma para comercialização de música em MP3. É mais do que um site, explicam os donos da empreitada, os curitibanos Luiz Eduardo Tulio e Eduardo Carvalho Junior, ambos da banda Celestines, o primeiro formado em Engenharia Civil e o segundo um professor de História que também atua como representante comercial.

Com um comprometimento musical que vai muito além do hobby para ocupar as horas vagas, a dupla se deu conta que chegou ao mercado com sua proposta musical no meio do olho do furacão, quando ainda tontos, todos – artistas, alternativos ou não, e empresas - tentam achar novos meios de fazer sua música chegar o mais longe possível. Missão mais dificil quando se fala de música autoral alternativa, em cujo universo não se conta com grandes orçamentos. “Pegamos justamente uma fase de transição do CD físico para o digital e quando os espaços para distribuição física começam a se fechar”, comenta Tulio, por telefone. Constatação feita, mangas arregaçadas, foram pesquisar sobre caminho a serem desbravados. “Notamos que fora os grandes sites, UOL, IG, Sonora, não existe nada para o artista chamado independente”, observa. Do sistema de download remunerado do Trama Virtual, por exemplo, a dupla concluiu que não dá para sustentar uma banda. A gravadora Trama tem dois grandes patrocinadores que disponibilizam entre R5 e R$10 mil mensais, que são rateados entre quem fizer uma cota mínima de download. “Fizemos um acompanhamento e dava na média de 10 centavos por música. Quer dizer, com a venda de 10 mil downloads, o que não é pouco para este nosso universo, a banda ia ganhar R$100 . Não vimos como isso pode levar uma banda adiante. É melhor para o site, que recebe muita visita, mas a banda não sobrevive”, observa Luiz.

Pelos comentários correntes, os músicos parecem estar gostando da idéia, que está tendo seu lançamento oficial este mês. “A gente não pertence a nenhuma mega corporação, do tipo UOL, ou Terra, é uma plataforma feita por músicos para músicos”, observa. È bem simples participar, basta a banda ou selo fazer um cadastro, que vai ser aprovado pela diretoria da plataforma – a equipe prefere chamar assim e não de site. Depois disso, ele vai poder criar sua própria página – como se faz em portais como My Space – e ter sua própria loja de venda. “O interessado não preciso ir só na página da Trevo, porque o usuário vai poder colar o ícone da loja nas páginas que já tem na internet e fazer a venda normalmente”, explica Tulio.

A banda define tudo, preço, se vai vender por faixa ou a obra completa e só paga uma taxa anual de R$30. O site entrega 80% do que receber para a banda. “E não temos nenhum tipo de exclusividade”, completa o empreendedor, com sua lista de vantagens.

Tulio e Carvalho Junior não sabem ainda se vão, com isso, conseguir ganhar dinheiro. “É tudo muito incerto, e sabemos que para ter alguma chance, temos que implantar melhorias. Pensamos por exemnplo, em vender o disco físico também, no futuro. Mas, no momento o interessante é ser um distribuidor de música digital. E este é o único, neste sistema no Brasil”, garante ele, que continua a todo vapor também com a banda.

Importante dizer, segue, ele que “não somos gravadora, não vamos fazer divulgação e lançar artistas”. Portanto, o bom desempenho no Trevo depende do empenho da banda, como sempre. Além de apresentar aos clientes a certificação digital 128 bits SSL de compra segura pela internet, a Trevo Digital oferece o Trevocard, um cartão virtual em que o consumidor abastece seu crédito e utiliza da maneira que quiser, sem restrições quanto a tempo, formatos, selos independentes, gêneros ou intérpretes. Estarão disponíveis ainda para o internauta entrevistas com os artistas, parada com os dez nomes mais acessados, sistema de recomendação de cantores e bandas como sonoridades similares e áudio com trinta segundos de cada música sem qualquer custo para o ouvinte.

Serviço

http://www.trevodigital.com.br/

7/28/2008

noite neblinada



foi uma noite fria...uma nuvem branca escondendo a rua, e a lua amarela

caminho de bike




curitiba tem lugares muito astral... acordar de manhã e ir pro trampo caminhando pela ciclovia que corta dois belos parques é pra receber bem o dia

Black Mountain - Don't Run Our Hearts Around



poisé
eles vêm aí
será que é outro que eu vou perder? merd...

7/24/2008

Rock and roll com death metal no TUC

Jornal do Estado

Black Maria e Imperious Malevolence, bandas com longo histórico, fazem a reabertura

Adriane Perin

Depois de quase um ano sem ir para palcos curitibanos - e de quatro anos de shows com casa cheia na primeira residência rock de sucesso na cidade - a Black Maria volta hoje a tocar na cidade, para apresentar o novo Teatro Universitário de Curitiba (TUC), que agora quer ser uma casa das bandas curitibanas. Junto na noitada, outra veterana que tem uma história muito interessante, a Imperious Malevolence. Além de reabrirem a agenda do simpático teatro – reformado –, elas também fazem o lançamento oficial do terceiro box da Grande Garagem que Grava (GGG), projeto criado pela Central Homem de Ferro, sob coordenação dos músicos e produtores Luiz Ferreira e Rodrigo Barros. Eles e o jornalista Fernando Tupan, do Estúdio Discos Voadores, foram vencedores de edital para gravação de 12 Cds, cada um, de grupos curitibanos que, a partir de hoje, ocupam as quintas-feiras até dezembro no TUC. O Teatro também volta a receber em agosto, as domingueiras Canja de Viola.

Gabriel Teixeira, guitarra da Black, contou que a banda se deu um descanso porque os quatro anos de shows semanais desgastaram o grupo - que também não teve o retorno que esperava em termos de permuta para shows em outros lugares. “Fizemos isso para tocarmos em outros lugares, e fizemos bons shows, mas não foi na mesma medida. Até eu que sempre fui otimista , noto que tem uma hora que a gente dá uma desaninada por não ver as coisas acontecerem. Às vezes penso que essas bandas dos anos 80, as que ficam se regravando, acabam ocupando o espaço que deveria ser dos novos, sem apresentar nada de novo”, comenta e emenda, “Mas aprendi a não esperar muito, ninguém escolhe ser músico por grana. Faço o que gosto e estou satisfeito”, diz.

Agora, a idéia é retomar os shows mas em ritmo menos acelerado. Amanhã, eles tocam no Shopping Mueller com entrada franca e também estão com agenda no programa Acústico Mundo Livre, da Rádio Mundo Livre. A GGG foi o primeiro registro captado com a potência ao vivo, com qualidade. Tanto que eles fizeram também o primeiro DVD. “Ficou muito diferente dos Dvds que se vê por aí, por ser em uma garagem”, conta. “Gosto dos registros em estúdio, mas aqui a vibração foi diferente, porque em estúdio sempre tem o produtor que acaba dando uma pasteurizada”, completa ele que, com a parada do grupo, se dedicou à produção solo e está se preparando para um disco.

E quem gosta da Black Maria vai conhecer outra banda das antigas de Curitiba, a Imperious Malevolence que tem 13 anos, 4 turnês européias no currículo e embarca, neste sábado, para mais uma temporada, já com 9 shows agendados, começando pela Ucrânia, com possibilidade de engatar direto para o Canadá. “Vamos para grandes festivais de Metal, o que eles chamam de open air, que são shows para 15, 20 mil pessoas”, conta Mano, o guitarrista da banda que tem 3 discos, um DVD e um Ao Vivo gravado na Alemanha.

Apesar da trajetória legal, os músicos não vivem só de música, embora só toquem com cachês e toda estrutura paga. Isso no exterior, porque no Brasil, a história é diferente. Tanto que mesmo em Curitiba, os shows são raros. “Aqui muda tudo. Falta qualidade, não se dá valor e o pessoal tem que pagar pra tocar”, comenta. “No metal existem muitas ramificações, como a gente está na ala mais agressiva, o death metal, acabamos tocando mais em festivais especializados. O público é pequeno mas muito fiel. Ser do metal é quase uma ideologia.”

Na volta da turnê estrangeira, o grupo quer pegar forte na pré produção do novo disco, para lançar ano que vem, antes de maio, quando parte em nova turnê, com nada menos que 60 shows já agendados, pela Europa, resultado do trabalho de uma agência contratada exclusivamente para fechar este tipo de shows.

7/22/2008

Mercury Rev - Snowflake Midnight

AQUI

Parem as máquinas. Tirem as crianças da sala!
Dica do "garimpeiro" Luiz Mastrangeli.

Miles Davis - Live At The Isle Of Wight



essa é pra continuar a semana no pique.
engraçado ver isso e pensar no pessoal que faz aquele jazz fusion anódino que muitas vezes se vê por aí. pensar que tudo começou assim, e agora nem parece a mesma coisa.

enfim, mais uma prova de que o negócio é ir na fonte.

7/15/2008

OAEOZ no Loaded E-Zine

E o Loaded E-Zine - programa de rádio que começou na internet e atualmente é veiculado em quatro emissoras abertas do interior de São Paulo, incluindo a Cultura FM - traz essa semana, entre outras bandas, OAEOZ, com Impossibilidades. Quem quiser pode ouvir o programa no site deles, ou baixar. Confirammmm!

7/14/2008

...

Catarina era uma menina tagarela, sempre foi. De sua avó sempre ouviu que desde pequena era apegada aos livros. Costumava ficar deitada no chão de bunda pra cima, desenhando, rabiscando letras tortas, de aprendiz ainda, com seu caderno cheio de "orelha de burro" de tanto ser carregado pra cima e pra baixo, sobre a tampa do poço que havia no meio da cozinha de chão de madeira. O hábito de ler de bruços, ela carregou vida afora; o de tentar tratar a solidão com a cara enfiada em um livro também a acompanhou, para ser sacado em dias de não existir, quando tudo o que lhe resta é o silêncio e uma canção.


****

Outro dia, passeando na casa dos pais, Catarina encontrou um quadro pintado com a imagem de chaplin e o garoto. Me contou que tem quase certeza se tratar do único presente que restou dos que recebeu do Luis, o Luis do seu Benício, figura de sua infância, um dos primeiros outsiders que encontrou na vida, ainda sem saber. Só guarda na lembrança que aquele rapaz, doente, que morreu logo, tinha algo de diferente. Ele gostava de John Lennon e foi o primeiro que ela conheceu com aqueles óculos redondos. Luis do seu Benício era um artista e ela acha, hoje, que quase ninguém sabia. Catarina tinha que tomar cuidado, não pegava muito bem dar tanta trela para um rapaz, mas como ela, desde pequena vivia mais no meio de rapazes que de moças – embora houvesse mais mulheres em sua família –, era natural que conversasse com eles nas tardes morgadas em que eles vinham jogar sinuca no bar. Essas tardes eram legais. Ela com seus cadernos de estudos espalhados pelo balcão – tomando o cuidado de anotar casa nova partida - e os rapazes do bairro jogando.

Luis, um dos vários filhos de Seu Benício – dono de um dos armazéns e bares das redondezas – era tido como o esquisito. Catarina, por alguma razão, começou a lembrar muito dele nesses últimos tempos. Talvez seja a chegada de uma nova década em sua vida que provoca essa saudade de coisas que, parece, só agora estão sendo descobertas. Da importância dessas figuras de infãncia na sua vida, ela sempre soube. Mas, por algum motivo, elas agora voltaram aos sonhos e mesmo nos pensamentos acordados, aqueles que vêm do nada, no meio de uma canção de agora, no meio de um livro lido enquanto o ônibus chega em casa. E a cada dessas reviravoltas, essas figuras, loucas, voltam com mais força, como que exigindo seu pedaço na história de Catarina. Do Luis, o que lembra muito é isso, dos quadros que ele pintava. E tem a sensação da presença dele, naquelas tardes de conversas surrupiadas. Catarina não era exatamente amiga dele. Ele já era um moço e ela uma criança.Mas era, de certa maneira. E espera, sinceramente, que ele tenha sentido o que ela só se dá conta agora, tanto tempo depois: o quanto foi especial ele estar ali, com sua alma de artista, quando ela ainda não sabia nada da vida, mas intuia a importância do que seria primordial na sua existência: os livros, a música, as artes que nos acordam pra outras sensações (que é feita, também, dos dias que passam e ficam na gente) e, claro, os amigos. (adri)

7/11/2008

Para curtir no finde...



Aqui, minha música preferida de uma banda que o Gian me apresentou. O My Morning Jackets, executando a fenomenal "Run Thru", com uma das melhores linhas de guitarras que eu ouvi em muito tempo.



aqui, os mesmos My Morning Jackets no David Lettermann com "One Big Holiday"



e aqui, um video do Sparklehorse, numa versão para "Wish you here" que eu ouvi a primeira vez como trilha de uma peça do Mário.

7/09/2008

Dez anos depois: o novo disco da Plêiade

Jornal do Estado

Há quatro anos em produção chegou o dia do lançamento de FF, trabalho da banda que agora tem também nova formação

Adriane Perin
Divulgação
A banda curitibana que está de volta à ativa há um ano faz hoje o show de lançamento oficial de seu novo trabalho, no  Slaint Irish Pub, uma boa chance para quem quer ter  o disco

A banda curitibana que está de volta à ativa há um ano faz hoje o show de lançamento oficial de seu novo trabalho, no Slaint Irish Pub, uma boa chance para quem quer ter o disco

Foi uma verdadeira novela, e de longa duração, mas ela chega ao fim hoje com o lançamento do terceiro disco, segundo álbum, FF, da banda curitibana Plêiade, agora reformulada. O show oficial de apresentação do trabalho é no Sláinte Irish Pub, com uma nova cara - mas com a mesma sonoridade - feita de importantes músicos locais. Claudio Pimentel, fundador, compositor cantor e violonista é o único remanescente da formação original que lançou seu primeiro disco, A Descoberta, em 1998. Em uma entrevista muito bem humorada – Como você descobriu que tinha talento pra música? “Puts, ainda não descobri”, respondeu gargalhando - Claudio conversou sobre as diferenças entre os trabalhos, sua saída do Wandula e o futuro da Plêiade, seu “projeto de vida”.

Foram necessários dez anos para este rapaz – que se define como “cantor, compositor violonista, e vagabundo” , além de “ex dono de bar pra sempre” - conseguisse terminar um trabalho do jeito que queria. FF está em produção há pelo menos 4 anos. Ele conta que chegou a querer lançar uma versão pré-produzida por Igor Ribeiro, mas este não deixou.
No intervalo entre os dois álbuns teve em 2001, o EP Persona Non Grata, com quatro músicas gravadas ao vivo em estúdio. “São três fases distintas”, comenta. “Em 98 a gente nunca tinha entrado em estúdio antes, foi muito desgastante, conturbado, cheio de coisas tristes. Em 2001 já foi algo mais rock and roll, meio punk, com sexo drogas e rock’n’roll. E esse foi bem mais tranqüilo, profissional, tivemos tempo”. As pessoas também estão mais maduras, resultado de anos nessa tal caminhada de ser músico alternativo. “Tenho um timaço ao meu lado”, diz. Luciano Franco (ou Luciano do James), na “ghost guitar”; Quinho, nas “elegant guitar” ; Dego “O demolidor”, na batera; Guto Gevaerd, no baixo e o multiinstrumentista e produtor Igor Ribeiro. “O Deni tava tocando no primeiro bar que eu fui e ainda canta pra c...... O Guto agora tá excurcionando com o Felipe Hirsch e dei xou o lugar pro Felipe, com quem já estamos fazendo música nova. E o Igor, né, que fez o diabo nesse disco: produziu, fez capa, tocou flauta, flugelhorn, programações e teclados”, comenta Claudio feliz da vida. E com razão, porque esse time não é fraco, não. “Demorou 20 anos mas é a banda dos sonhos.... enquanto durar”.

Mas porque tanta demora? No meio da produção, conta, rolou um probleminha que, ironiza, “ás vezes costuma atrapalhar. Faltou dinheiro”. Com uma pré no gosto de Claudio, foi Igor quem não permitiu o lançamento e, nesse meio tempo, o projeto na Lei de Incentivo foi aprovado e a verba veio na hora certa para finalizar a produção. “Nesse tempo também o Alessandro, que era parceiro antigo, foi embora. Deu uma quebrada, mas depois a química foi se completando”. Tanto que em setembro já tem outro Ep chegando, do projeto do estúdio Discos Voadores, com apoio do Fundo Municipal de Cultura.

Ou seja agora é definitivo: “É, a Plêiade está de volta”, decreta Claudio, com a disposição de quem largou todo o resto . O ex- dono do Korova garante que não quer mais saber de bar. E deixou também a Wandula porque “não tinha mais nada a ver. E ser coadjuvante só de Al Pacino”, brinca, entre risos. Pois, agora, ele vai ter que encarar a parte chata, ou achar alguém pra fazer isso. Diz que a banda quer estar em festivais legais e pensa em conseguir um selo pra distribuição. “Tenho preguiça desse troço de ir atrás dessa parte. Mas, quero chegar mais perto das pessoas”. Por hora, quem quiser o disco vai ter mesmo que procurar pela banda nos shows.
Claudio está todo sábado no simpático Venda, na rua José Sabóia Cortes, nos fundos do Bosque do Papa. E hoje no Slaint Irish Pub, o disco sai por módicos R$10.

Serviço
Plêiade. Dia 9. R$10 (com o CD).
Sláinte Irish Pub (Presidente Taunay, 435). Informações: (41)3026-8701.

7/06/2008

Íris - To the other side

e agora, uma homenagem a nosso inefável brother, baixista e mala sem alça Rubens K, que recentemente entrou para o time dos quarentões. um vídeo "verdade" produzido pelo Carlão "Dave Friedmann" Zubek, apresentando as nababescas instalações dos estúdios Confraria Z, incluindo um incrível encontro com resíduos fecais deixados por algum de seus fiéis escudeiros e cachorros, e com direito no fim a um "clip" de um ensaio do Morphíris, e dedicações de amor ao Linari (eu sei que isso ainda vai terminar em sexo). Aproveitem e comentem, que qualquer dia desses eu volto com outro vídeo contando a misteriosa história do "buraco do rubens". ahahaha



7/01/2008

A fila




Pegue sua senha
você é um número
um número na fila
do matadouro

esqueça sua vida
venda algumas horas do seu dia
e acredite em tudo
porque você tem que acreditar

se não você pode resolver revolver
e não querer mais
aí tudo desmorona
você não é mais
uma peça numa engrenagem