10/29/2007

A segunda noite foi na companhia do jazz

Atraso de 40 minutos não impediu boas perfomances

Adriane Perin, Jornal do Estado

Se o primeiro dia do Tim Festival foi de reverência ao público, o segundo pode se dizer que foi de reverência aos músicos. Não que quem estivesse no palco desprezasse sua platéia. Ao contrário. Só que a dinâmica do jazz é mesmo diferente e faz com os músicos se voltem mais um para o outro, estabelecendo um diálogo sempre interessante de se observar. A noite de sexta-feira passada começou com 40 minutos de atraso, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. Noite de jaz foi com um público diferente do que dominou a primeira noite. Saíram de cena o tênis e entraram os sapatos de bico fino. O primeiro foi o menino prodígio Eldar, de 20 anos, dando um verdadeiro show. O rapaz nasceu no Quirguistão e ainda criança chamou atenção. Em sua primeira passagem pelo Brasil, ele foi logo detonando seu piano, mostrando porque as palavras virtuose e prodígio andam quase sempre lado a lado quando se fala dele. A banda também se mostrou a altura.
Lisa Ekdhal, ocupou o lugar deixado pela cantora Roberta Gambirini. Menina nova, de voz beirando o infantil, ela fez bonito, em seu vestido longo vermelho, um pouco nervosa. A terceira apresentação da noite dividiu opiniões e muitas pessoas começaram a deixar seus lugares. Também por causa do atraso. Foi algo mais fusion o que mostrou oSylvian Luc Quartet, com destaque para a harmônica que quase roubou a cena. Sairam as sutilezas da voz aveludada de Lisa, para entrar em cena os virtuoses instrumentais. Saiu um clima mais de feeling para entrar a técnica apurada, que também rendeu bons momentos. Mas, o melhor estava mesmo por vir e, infelizmente, foi visto por menos gente do que merecia, à uma da manhã de sábado. O show de Stefano di Batista Quartet foi arrebatador. Com um órgão, trumpete e bateria no palco, ele fez o melhor show da noite. Os comentários na saída eram sempre acompanhados por exclamações maravilhadas. O trumpetista Fabricio Bossa até parecia a estrela da noite, tal a, merecida, atenção que recebia de Stefano. Aliás, os duetos desses dois caras chegaram perto do sublime. Toda a banda de primeiríssima fez valer cada instante. Stefano, bem humorado, falou o tempo todo em um misto de português, castelhano e italiano, tentando se comunicar. Enfim, belos dois primeiros dias foram estes do Tim Festival 2007.

Um comentário:

Anônimo disse...

bacana! direto do front. eu não pude ir na edição daqui. estava contando com a boa vontade da minha "pedra o rim". não deu certo. ela, a dor, voltou com tudo e eu fiquei de fora desta. agora é ler vc, Adri, e saber o que rolou pelos amigos. fica pra outra. fazer o quê?