12/18/2008

Um tema para cada hora do dia

Jornal do Estado/ Bem Paraná

Divulgação

Este é o Mocambo, que acaba de voltar de Nova Iorque onde está gravando disco novo

As bandas curitibanas Garotos Chineses e Mocambo fazem shows

Adriane Perin

Dois “retornos” importantes acontecem hoje. Por ordem de horário, no Tuc, às 19h30 tem Garotos Chineses, formação captaneada pelo multiistrumentista curitibano Marcos “Coelio” Gusso, nascida nos primeiros anos da década de 90 e que reaparece para lançar seu primeiro disco, com sua terceira encarnação. No Hurricane Bar o palco do Mocambo, banda curitibana que ganhou o prêmio máximo no 1º Festival Internacional da Canção Sul Americana - Prêmio Equinoccio 2007, e esteve os últimos dois meses gravando pela gravadora Lobo, uma das mais importantes do hip hop em Nova Iorque.

A Garotos – Kwei, uma versão chinesa de Gusso para seu apelido (guitarra e voz), Popa (baixo e voz) e o Punk ( bateria e backing) – faz o encerramento do ano no Teatro Universitário de Curitiba (TCU) lançando Pregadores Malditos, disco que sai pelo selo Discos Voadores. Esteé o trabalho que faltava para completar a produção feita com apoi do Edital Bandas de Garagem, através do qual o Fundo Municipal de Cultura financiou a gravação de Cds de 22 bandas. Além da produtora e selo Discos Voadores, mantida pelo jornalista Fernando Tupan a Central Homem de Ferro lançou 11 novos títulos do projeto A Grande Garagem que Grava, através do apoio público que, aliás, deve ganhar novos editais em 2009.

A principal importância desse lançamento é recolocar em evidência um cara que é fundamental para a cena independente paranaense, Gusso, que além de tocar de tudo que é instrumento que lhe cae nas mãos, ainda é um compositor de mão cheia, o que poderá ser conferido um pouco hoje, já que o repertório do Garotos tem composições próprias suas - junto com as escritas pelos outros dois músicos também.
A formação original era o que se poderia chamar de uma “super banda” local, com Fábio Elias, Caco Louis e Rubens K (ex-July et Joe e Terminal Guadalupe), que depois cederam seus lugares a uma versão duo, de Coelio junto com Rodrigo Amaral, antes da atual. Gusso nunca foi homem de uma banda só; sempre teve a característica de tocar em vários projetos ao mesmo tempo e nesses últimos termpos andou dividindo o tempo de palco com o de estúdio, trabalhando em produção musical - divide o trabalho com Tupan nos 11 discos feitos. É assim, que tem conseguido se manter traba.han do com música. Atualmente, faz parte também dos grupos Koti e os Penitentes, Easy Players e Hellfishes. “Tenho conseguido viver de música, mas sem apoio das leis de incentivo acho que ainda não rola. Por isso, outros editais como este têm de vir ; é muito importante que tenhamos apoio público”, diz ele que na noite do dia 25 faz a festa de Natal do Chinaski.

O repertório registrado no disco, explica ele, é todo com composições novas, mas teve espaço para um clássico, “Garotos Chineses”, do tempo da formação original – que, alías, deve fazer participação no show de hoje -, além da versão de “ Carta ao Ídolo, da banda curitibana oitentista Ídolos do Matinè, do produtor do Discos, o jornalista Fernando Tupan e uma das primeiras por aqui a ter uma mulher na linha de frente. “Estamos juntos há uns dois anos. Um dia no bar o Popa chegou e disse que queria tocar comigo. Primeiro colocamos o nome do disco como nome da banda, mas achamos muito pesado e resolvi mudar”, conta Gusso para quem o som de hoje do Garotos, “está mais pop, mais simples”.

São dez músicas que no instante da entrevista estavam sendo finalizadas pelo exigente músico. “Passei o final de semana aqui no estúdio pra terminar.”, diz. Gusso ainda deve um disco com suas boas ( e pouco conhecidas) composiões antigas que, aliás, já está com uma parte pronta há anos. São verdadeiras pérolas da produção curitibana que não podem ficar sem um registro.

Mocambo — Já o grupo de hip-hop Mocambo volta de Nova Iorque pronto para a nova fase da cara ficar cara a cara, e de igual para igual, com alguns nomes fortes do hip-hop daquele lado de lá do Oceano. Já tem o clipe da música “Jah Jah” pronto e o disco com 14 novas faixas, 90% escrita dentro do estúdio já em território norte-americano, faltando apenas mixar e masterizar. “Foi tudo uma loucura muito legal. Foram 50 dias, 5 homens trancados num estúdio, um ritmo que nunca tínhamos encarado antes”, conta Ronaldo, um dos MCs do Mocambo. A experiência será divisora para Coringa, K-Nab, Deze, Vinte e L Jay. “As músicas falam de muitas coisas, tem um tema pra cada hora do dia. O legal é que trabalhando com gente que já esteve ao lado Jenifer Lopez, NAS conseguimos aproveitar a experiência dos caras e manter a cara do Mocambo”, assegura Ronaldo.


Mocambo se despede de 2008 em sua cidade

Mocambo volta com nova visão de trabalho, comentam seus integrantes, depois da experiência de trabalhar com profissionais de ponta do mundo do hip hop

Adriane Perin

Mocambo volta com nova visão de trabalho, comentam seus integrantes, depois da experiência de trabalhar com profissionais de ponta do mundo do hip hop. O disco está sendo feito sob os cuidados da Lobo Records, com produção executiva de Raul Cela e sonora de Raul Velez. “Estamos muito acostumados a gente mesmo ter que lapidar nosso som e foi bom trabalhar com alguém desconhecido da gente. Isso, sem falar na super estrutura de apoio; gente pra cuidar da imagem da banda, pra tudo. Num primeiro momento levamos um susto, mas ao ver o material acontecendo vimos que estamos somando experiência”, comenta, satisfeito Mc Ronaldo.

Agora, tudo vai mudar, acredita ele. “ Vamos levar ainda mais a sério, profissionalmente falando. É muito diferente ter os melhores equipamentos, tudo de melhor do primeiro mundo, pois este estúdio no qual estamos está, seguramente, entre os três maiores de gravação do Estados Unidos. É tudo muito diferente do que estamos acostumados” .
Raul Cela, que também é músico faz uma das participações do disco, que conta ainda com Infamous Mobb, do veterano clã Mobb Deep. “Cela é um equatoriano muito (re) conhecido. Estar no estúdio de igual pra igual com esses caras foi muito bom. Porque a gente tende a não acreditar na gente, e daí chega um artista desses conversando contigo na maior naturalidade.... foi uma experiência muito gratificante”, diz o MC, citando ainda o apoio recebido de outras pessoas, como o pessoal da Fera Produções e o A.C, da marca de skate EX 13 “ É importante citar quem está ajudando nisso tudo”, diz.

Os rapazes também deram uma passeada na megalópole. Ronaldo conta que foi incrivel ver a Broadway, a Quinta Avenida, a sede da Virgin. “É tudo muito grandioso. E gravamos o clipe na casa que foi o Al Capone, a que serviu de locação para o filme Psicose”, adianta, feliz da vida.
Agora, nesta época de festas, eles vão aproveitar a cidade e família, depois deste que é o último show do ano em Curitiba. Depois, farão alguns em outras cidades brasileiras antes de, em fevereiro mais ou menos voltarem para Nova Iorque para terminar o disco e entrar na fase de divulgação.
Para Gian, o MC Coringa, o que muda disso tudo é mesmo o jeito de trabalhar. “A visão de trabalho, de querer mais ainda viver de música e também de sair do mundo exclusivo do Hip hop. Pra mim está cada vez mais claro que estamos fazendo música”, diz.


Serviço
O que: Garotos Chineses e Riot Revolver.
Quando: Dia 17 às 19h30. Quanto: R$3.
Onde: TUC ( Galeria Julio Moreira -Largo da ordem)

O que: Mocambo, MIlitantes do Reggae, DJ Jeff Bass e convidados especiais: Ana e Vilma da banda Namastê e Beto Siri da banda Arma de Jah.
Quando: Dia 18 às 22h. Quanto: R$12 e Fem. R$1 5. Onde: Hurricane Bar (Rua Augusto Stresser, 872)

Um comentário:

Anônimo disse...

mais uma vez é curitiba na fritas. apesar de nao conhecer o trampo dos caras e nao conhecer nada de hip hop é muito legal ver que tão mandando ver. massa!