8/11/2006

Cat Soul Power (valeu Takeda)



essa eu descobri no blog do Takeda. realmente impressionante a transformação dessa moça. quando ela esteve por aqui eu não dei muita bola, porque tinha ouvido os discos mais antigos e não tinha batido. mas agora parece que a coisa mudou e muito de figura. aí Rubão, dá uma olhada que eu acho que você vai gostar. e dá um toque pro Mário, também.

é o tipo de coisa que faz aqueles dias em que a gente tá meio assim, pra baixo, ver as coisas de outro modo. música é um negócio muito foda. mesmo com toda a banalização, a vulgarização, o "excesso" que a gente tem por aí hoje em dia, sempre tem alguém fazendo alguma música por aí, que pode mudar, salvar o teu dia. que bom que ainda tem isso. é isso que me faz continuar tendo vontade de tentar arriscar algumas cançõezinhas, apesar de todo o perrengue, de todo o stress, do desânimo com a falta de vontade de ter vontade que parece que nos paralisa e emperra, dessa sensação cada vez mais funda de que você virou um rato de laboratório preso em uma gaiola correndo em uma roda que gira gira e não sai do lugar.

é só isso que a gente precisa de vez em quando. uma canção que te deixa mudo. que provoca aquela dor de estômago inexplicável. e te dá vontade de pegar o violão e colocar pra fora aquela dor que cala, mas não consente. porque o dia em que eu conseguir fazer uma única canção com essa força, que seja, sei que poderei morrer feliz.

e aqui o link pro disco novo da guria

se tiver no nível disso aí em cima, Deus nos proteja!

Mais overmundo

Aí moçada tem texto novo meu no overmundo. sobre bandas curitibanas (novidades...!)
o link é http://www.overmundo.com.br/overblog/alem-do-tropico-de-capricornio

Então, funciona assim. as pessoas tem que votar nos textos que mais gostam pra que eles fiquem no site. confiram.
adri.

8/02/2006

Os donos da “Situação”

Jornal do Estado de hoje

Bandas curitibanas criam associação e apresentam a segunda edição de projeto musical que leva os grupos para o teatro

Adriane Perin

Esta semana tem Situação em dose dupla. O coletivo de músicos curitibanos que virou uma associação promove, amanhã na Fnac, o pocket show das bandas Anacrônica eNambrena e um debate, para marcar o lançamento oficial do projeto Acústico Situação, que acontece no próximo domingo no Memorial de Curitiba. Na Fnac, como de costume, a entrada é franca e as performances começam às 19 horas. No domingo, os shows serão às 18 horas, com ingressos a R$12 e R$6. O músico Rafael Wasmann, um dos mentores da história toda, conversou com o Espaço 2 sobre os planos e empreitadas do Situação, idéia gerada naquelas velhas e boas conversas de bar, há uns quatro anos. Desde então, as festas mensais do grupo se tornaram populares, e atraem artistas de outras áreas que sempre contribuem para diversificar as domingueiras que sempre acontecem entre 16 e 22 horas. Este mês, no entanto, tem Situação de sobra. Além da festa que deve acontecer no dia 27, tem os dois eventos desta semana.O Acústico Situação, comenta Wasmann, na verdade já teve duas edições há exatamente um ano, no Paiol e no Antonio Carlos Kraide. “A idéia é que as bandas mostrem suas músicas o mais próximo de como elas foram compostas”, explica Wasmann. “Este perfil, mais apropriado para teatro, ajuda a atrair pessoas que não freqüentam a noite, levando as bandas curitibanas para um público mais diversificado”, aposta, emendando que é uma brincadeira com os acústicos da MTV. “Virou moda, mas o nosso acústico não tem arranjos de flores, naipes de sopros e cordas, muito menos Pitty e Maria Rita”, brinca ele. Para fazer o evento eles contam com apoios (Padaria América, Fnac, Monti Paz Luthier. Miltimusic e Ticolor) , mas pagam o aluguel do teatro. O núcleo que começou e continua organizando as coisas no Situação é formado pelas bandas de amigos X Máquina, Real Sub e Coletiva. “Todo mundo sabe a dificuldade que é fazer música aqui, só que a gente não queria ficar nessa de reclamar. Pensamos num selo até que surgiram as festas”, conta ele. Isso foi meio por acaso, já que o que estava marcado e era um ensaio geral, coisa entre amigos, mas apareceu tanta gente que já virou uma festa - junto quase com um site”, conta sobre a movimentação que nasceu no bairro Boqueirão, onde residem os músicos da bandas-núcleo. No domingo passado aconteceu a 19 ª edição da festa. “Escolhemos o domingo porque é um dia meio sem o que fazer. E as pessoas podem escolher entre assistir televisão ou ir conhecer a cultura local”. Atualmente, o coletivo que era algo informal virou uma Associação legalmente registrada, com diretoria, estatuto e tudo mais. “Acho que é uma alternativa para a cena independente sim, porque dá mais credibilidade”, diz ele, completando que são dois os focos da entidade: o artístico que produz eventos variados e o político , que participa das discussões pertinentes, como reserva de mercado nas rádios locais e na abertura de shows. Ele já pensa adiante, no dia em que a associação tiver uma sede, com estúdio, loja pra vender os produtos dos artistas paranaenses. Enquanto isso, a trupe segue conquistando espaço. A mais recente novidade é o fanzine Fala, que com apoio da Tecnicópias “ficou com cara de revista pop, com capa couchê, colorido, bem bacana”, diz orgulhoso Wasmann. O Fala será distribuído para quem comprar ingresso no domingo.

Serviço:
Lançamento do projeto Acústico Situação, com as bandas Anacrônica e Nambrena. Dia 3 na Fnac, pocket show e bate papo às 19h, com entrada franca. Dia 6 às 18h, no Memorial de Curitiba, com ingressos a R$12 e R$6.
"A vida é curta pra ser pequena"

disse Chacal, o poeta carioca, que tive o prazer de conhecer de pertinho. Me agarrei as palavras dele hoje, pra ver se consigo voltar a tona e não afundar de vez - isso nunca acontece, é verdade, mas a sensação parece tão real.... é tô num dia meio tonto, mas queria voltar a este blog, que também é meu, embora eu o abandone tantas vezes.

sou mesmo um bichinho esquisito, e não só por ser mulher, embora desconfie que isso é determinante. tem dias que baixa uma inércia e a única vontade é escolher entre encontrar um buraco e sumir do mundo; cobrir a cabeça com um cobertor e fazer de conta que nada existe (até lembrei do moleque Chinaski, tão jovem e tão existencialista em Misto Quente...); ou ficar feito uma retardada em frente da televisão “não assistindo” aquele filme ridículo da sessão da tarde, alguma novela, ou qualquer coisa do tipo.
Tem dias que um baixo astral mais sem razão do mundo estraçalha qualquer tentativa de reação e deixa só essa insatisfação insana, que derruba tudo e deixa só a saudade de alguma coisa que não sei o que é, se é que é alguma coisa. Os olhos vertem de um jeito tão estranho construindo um pranto tão dilacerado quando ridículo, porque de coisas que não são reais, embora de efeito devastador bem real. o sorriso ta sem vontade, e a minha doce casa azul vira um nada antes do cair da noite. Inutilidade, burrice, ignorância, mediocridade parecem não mais só rondar a existência, mas algo palpável.

Ah, mas vamos a outro clichê barato, amanhã é um outro dia e ele pode até ser o mesmo enquanto a noite não chegar, mas vai ter algo bom: se não chover nem garoar faremos - o Grupo Força da Capoeira do qual eu faço parte cada vez com mais orgulho e alegria - uma roda na Boca Maldita, às 19h30, pra celebrar o Dia da Capoeira. Então eu já sei, que a tardinha já vou estar de pernas pro ar e que vou chegar na casa azul toda toda, cheia de energia pra ainda curtir o show do Blue Afternoon - ah é, esse show vai ser muito bom, no James.

Viu só, Adriane, como "a vida é curta pra ser pequena". Larga mão disso, bobona! (Adri)

7/23/2006

IRIS- CCSP - 01/abril/2005



pra fechar
Iris, no Centro Cultural de São Paulo
01 de abril de 2005
"Meia-noite"

LA CARNE - ROCK DE INVERNO 6



e aqui, outro inédito do La Carne, no Rock de Inverno 6, outubro de 2005, no 92 graus. "Desconhece o rumo mas se vai"

momento inesquecível

LA CARNE - Rephinaria - set/2004



e agora, retomando a programação da nossa TV De Inverno Records and the Corporation, nada mais nada menos do que uma raridade absoluta: La Carne, no Rephinaria, em Curitiba, em uma noite que rolou ainda OAEOZ, Cores D Flores e Ludovic (SP). O som é tosco, gravado direto da câmera, mas isso não tem a menor importância. Prevalece a performance absolutamente explosiva dessa que é uma das maiores bandas do país. e tenho dito. voltamos após os nossos comerciais.

OAEOZ - Horizontes - CCSP

7/22/2006

OAEOZ - Ausência - OUTS - SP - abril de 2005



aqui de novo o de ausência no outs, só que linkado direto.

OAEOZ - Mar Dividio - no Teatro Paiol

então. to começando a aprender a mexer com esse negócio.

esse video ficou meio esquisito, mas dá pra sacar.

oaeoz, no paiol, lançando o cd "Às vezes céu", em maio de 2005.

pra quem preferir ver direto no you tube, onde dá pra aumentar o tamanho da tela

o link é esse:

http://www.youtube.com/watch?v=3ZnbocmRbu8

7/19/2006

A cena musical curitibana não pára



Gruvox toca hoje na I Festa Tirana, no Porão Rock Club

Jornal do Estado de hoje

O ritmo é dado pela necessidade de fazer algo, não dá pra ficar parado esperando que as vontades se realizem como num passe de mágica. Esta é a dinâmica que move o circuito independente de música em Curitiba, a despeito das dificuldades que que todo mundo está cansado de saber, mas que nunca foram o suficiente para silenciar as gerações que surgem nas garagens para construir um caminho particular de fazer arte. Enquanto algumas portas se fecham, outras se abrem, novos endereços aparecem e outros ficam mais fortes, rostos jovens dão as caras nos palcos, produtores se revezam na missão de manter a programação musical na cidade. E assim surgem novos projetos: Tinidos, Prasbandas, UPE, Situação, Motorrad, bandas novas... é assim que a cena independente curitibana não pára. No final de semana, foi a vez do músico André Ramiro sair do palco para organizar uma festa com bandas da cidade e uma convidada, artes visuais e exibição de audiovisual. Hoje é a hora de outro rosto que vive no palco, fazer as vezes de produtor. Partiu do compositor Flávio Jacobsen, da banda Gruvox, a idéia da Festa Tirana – Música, pensamento e atitude, que quer ser um manifesto para unir, ao menos uma vez por mês, as “cabeças ativas e pensantes” de diferentes áreas artísticas. “A idéia é promover uma confraternização em diferentes endereços, entre amigos e pessoas da comunidade, para ampliar não só as redes de amizade, mas também os contatos e ações conjuntas”, comenta ele. Tudo começou das conversas e da vontade de fazer algo. “Estou trabalhando numa campanha política e descobri, convivendo com velhos comunistas daqui, que a radio estatal da Albânia, que transmitia como rádio oficial para os guerrilheitos na Guerra do Araguaia, tinha este nome – que é também o nome da capital da Albania que imagino seja um dos lugares menos visitados do mundo. Juntando todas essas referêencia e porque, simplesmente achei o nome irresistível, é que surgiu a festa”, diz e emenda que cada festa destas terá uma ou duas personalidades, digamos assim, em foco. (AP)

Intenção é ampliar público para as bandas

Nesta primeira festa Elza Campos e Ricardo Gomyde, ativistas políticos, são essas personalidades. “Não enquanto candidatos a eleição, mas enquanto pessoas ativas e dispostas a fazer algo de bom. É para colocar pessoas de diferentes universos conversando e, assim, ampliando o tipo de público que conhece as bandas curitibanas também”, argumenta Flávio Jacobsen.A intenção, adianta, é ano que vem criar uma rádio na internet que pode evoluir para uma emissora comunitária. “Ainda é uma idéia, mas quero levá-la adiante, a partir dessas festas, que são um primeiro passo. Agora é meter bronca”.As festas serão sempre com bandas – a próxima deve ser com o Terminal Guadalupe. E o lugar desta vez é o Porão Rock Club. “A cena local ainda vive muito a mercê dos empresários e um lugar como este mostra que ainda nos restam esperanças. As coisas vem e vão, mas a cena nunca parou”, diz. “Eu brinco que o que falta é alguém disposto a ficar rico as nossas custas, porque nossa parte, estamos fazendo. (AP)

Serviço:O que: I Festa Tirana, com Gruvox e DJ Ivanovick e Thais Glow . Quando: hoje às 22h. Quanto: R$7. Onde: Porão Rock Club (R. Carlos Cavalcanti, 1188)

7/14/2006

Deserto

Tantas palavras vazias
à meia luz
tem um deserto dentro de mim
a naufragar

não é verdade que eu minto
pra te machucar
apenas interpreto
pra sobreviver

voce só me procura
quando não quer existir
e agora o tempo passa
bem devagar

o mundo não merece
minha compaixão
mas vou insistir assim mesmo
até o fim

Hoje tem

7/11/2006

Shine On You Crazy Diamond

O anjo louco, doce e frágil se foi com seus olhos negros e todo aquele brilho. Mesmo que ele já tenha se calado há muito tempo, o mundo ficou mais triste. Pois as canções continuavam nos gritando de que existe um outro mundo além desse que a gente vive, entre contas e frustrações, compromissos e sorrisos vazios. Mas as mesmas canções teimam em sobreviver ao homem e ao mito. E aquele olhar e aquela voz vai continuar nos desafiando nos discos, filmes, imagens. Será que ainda teremos coragem de encará-lo novamente? De que adianta a luz no fim do túnel, se estamos cegos? De que serve a liberdade, se não há mais pra onde ir? Não responda. Caminhe para cá, não tenha medo. É apenas a expansão...


Shine On You Crazy Diamond

Lembre-se de quando você era jovem
Você brilhava como o sol
Continue a brilhar, louco diamante
Agora há um olhar em teu rosto
Como buracos negros no céu
Continue a brilhar, louco diamante
Você foi pego no fogo cruzado
Entre a infância e o estrelato
Arrastado pela brisa de aço
Vamos, alvo de risos distantes
Vamos, estranho, lenda,
Mártir, e brilhe!
Você buscou alcançar o segredo cedo demais
Você quis o impossível
Continue a brilhar, louco diamante
Ameaçado pelas sombras á noite
E exposto á luz
Continue a brilhar, louco diamante
Bem, você desgastou suas boas-vindas
Com precisão a esmo
Cavalgou a brisa de aço
Vamos, festeiro, visionário
Vamos, pintor, tocador de gaita,
prisioneiro, brilhe!

7/10/2006

Mais Overmundo

adri avisa:

aí moçadinha, tem texto novo meu no overmundo (www.overmundo.com.br) com o título Cabeças de Olhos muito vivo, é sobre o projeto Olho Vivo, bem legal, dos cineastas Luciano Coelho e Marcelo Munhoz. Pra que ela entre no overblog do site, é preciso ter votos. Vejam lá se curtem e votem....E preparem-se para encarar o Hermano Vianna em breve. Ele vem falar do Overmundo. O site parte de uma idéia bem legal, mas precisa de participação. é isso.abço

eu (Ivan), reforço:
então. não sei se vocês sabem, mas o Overmundo é um portal em que as colaborações dependem da participação de todo mundo pra ganharem destaque. Tem que fazer um cadastro (que é rápido, de graça e indolor) pra votar, deixar comentários e até colocar suas próprias colaborações, músicas, etc. Vão lá.

7/08/2006

Ausência - OAEOZ no You Tube

Confiram video do OAEOZ tocando "Ausência" no OUTS, em São Paulo, em 1º de abril de 2005.
É o primeiro vídeo que eu consigo colocar por lá
com o tempo, a gente vai postando outras raridades;
é só clicar aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=hqK3zCwqVZo

7/07/2006

"Hoje pensei na minha morte, talvez porque tem horas que bate mesmo um fastio, uma sensação de kilometragem rodada, quando você percebe que tá caindo no mesmo erro recorrente de correr atrás de algo bom, ou de uma miragem de felicidade. As pessoas colecionam frustrações, como colecionam dívidas e eletrodomésticos. As pessoas querem ter filhos, comprar uma casa melhor, jantar em restaurantes caros, ter uma mulher melhor e um carro melhor. As pessoas querem se distinguir. As pessoas se masturbam na frente de imagens de computador, dançam em lugares com músicas sem alma, acumulam trabalhos. As pessoas arquitetam estratégias de sobrevivência, mas a senhora de preto que parece a Dolly Parton pisca pra você sobre um cadilac cor de rosa. "

Mário Bortolotto

leia a íntegra no atirenodramaturgo

6/29/2006

Festival Tinidos 2006

do Scream Yell

por Tiago Agostini

Sexta-feira, dia 9 de junho, dia de abertura da Copa do Mundo. Em todo o Brasil, grande parte dos 180 milhões de habitantes respiram futebol, se preparando para a estréia da seleção canarinho. Em Curitiba, no entanto, nos próximos três dias a atenção estará dividida com a música, na segunda edição do Festival Tinidos. De Copa do Mundo, apenas os comentários pelos cantos do Motorrad Bar, que abrigará o festival, e o jogo entre as bandas no sábado à tarde, no hotel do evento.
Na verdade, o Tinidos 2 havia começado já na quarta, 7 de junho, com um pocket show dos cariocas do RockTed na FNAC Curitiba. Na quinta, quem deu as caras pela FNAC foi o Phonopop, banda de Brasília que emocionou os presentes com um show acústico. À noite, largada no Motorrad, com shows de Mordida (Curitiba), Superlego (Umuarama) e Pelebrói Não Sei? (Curitiba).
Aliás, um dos avanços do Festival em relação à primeira edição foi o local. Quem se lembrava dos shows de Poléxia e Ludov no ano passado nem acreditava que aquele fosse o mesmo lugar. Depois de passar por uma boa reforma, o Motorrad Bar ampliou seu espaço, permitindo mais conforto para público e banda. Agora, podia-se andar e respirar com tranqüilidade, sem que o bar tenha perdido seu estilo rústico que dá um charme ao ambiente. Os cariocas do Moptop abriram o terceiro dia de Festival na FNAC. Fazendo o primeiro pocket show de sua carreira, o "Strokes brasileiro" fez as cerca de 60 pessoas presentes cantar e dançar suas músicas mesmo tendo que controlar o volume da apresentação. Um bom aperitivo do show "pra valer" do dia seguinte. À noite, quem abriu a festa no Motorrad foi a banda mineira Ímpar. Com um instrumental seguro, o powerpop da banda escorrega nas melodias vocais, doces e chicletudas demais, lembrando, às vezes, Roupa Nova. Em seguida, o Phonopop atacou com um show elétrico e mostrou porque é uma das bandas mais respeitadas do cenário independente desde 2001, com seu rock britânico redondinho. Destaque para as canções Cidade-Labirinto e Já Não Há Tempo, sendo que esta última dá título ao bom álbum lançado por eles em 2005.
Mesmo com o bom show do Phonopop, o público só foi se animar mesmo com os locais Dissonantes. Mostrando uma mistura de Beatles, The Who e Jovem Guarda regada a muito teclado no último volume, os curitibanos trouxeram o público para a frente do palco, fazendo todos dançarem com as ótimas Um Filme a Dois e Amor Retrô, além da cover de Não Vá Se Perder Por Aí, dos Mutantes. Depois de uma hora de show e de um bis recheado, a banda provou ao vivo ser a nova revelação Mod de Curitiba, seguindo os passos da Relespública e dos Faichecleres.
Quem esperava o frio de Curitiba pôde senti-lo na noite de sábado. Acompanhado de uma garoa fina, ele recepcionou todos que foram assistir à principal noite do Tinidos. O Imperdíveis (SP) aqueceu o público com um punk rock básico e enérgico, amparado na boa presença de palco do vocalista Anabela, dançando com o pedestal e levantando-o todo tempo. Pena que a banda amoleça nas baladas, arrastadas demais, contrastando com a empolgação dos momentos mais punk. O grande show da noite (e do Festival) ficou a cargo da Poléxia. A energia do show dos curitibanos é inexplicável. Poléxia não é apenas música: durante a apresentação, Neto (bateria), Rafael (baixo), Dudu (teclado) e Rodrigo (guitarra) vibram e sentem cada acorde, cada mudança de tom e ritmo; mais do que cantar e tocar, incorporam as emoções de suas canções, contagiando a platéia. A performance de Dudu, pulando e dançando o tempo todo, é um caso a parte. As letras, diretas (destaque para Aos Garotos de Aluguel, com o refrão "eu vou te dar o teu prazer, mas com amor é mais caro") e reflexivas (como em Melhor Assim, "às vezes é melhor chorar do que sorrir, às vezes é melhor calar e ressentir") dão o toque final às canções. Músicas novas, como Inércia, apontam que a banda segue no caminho certo com seu auto-intitulado "pop alternativo".
Para fechar noite de gala entram os convidados principais, o Moptop. Gravando o primeiro CD pela major Universal, os cariocas são hoje a principal promessa de estouro do meio independente no mainstream (mais ou menos o que o Cachorro Grande era em 2005). Representando o "novo rock" no cenário brasileiro (é impossível não compará-los ao Strokes, mesmo que em alguns momentos a voz de Gabriel Marques lembre bastante a de Rodrigo Amarante, do Los Hermanos), os cariocas fizeram um show bem mais solto do que o do dia anterior. O baterista Mario Mamede não economizou no peso e desceu lenha na bateria com as baquetas viradas ao contrário, comandando os pulos da platéia que se aglomerava em frente ao palco. E, em termos de comparação com o Strokes, músicas como O Rock Acabou, Moonrock e Sempre Assim não deixam nada a desejar. O único pecado foi o excesso de covers no show (quatro, entre elas Seven Nation Army, do White Stripes), que tirou um pouco do brilho da apresentação.
O domingo, último dia de festival, teve escalação 100% caseira, além do início mais cedo (afinal, segunda é dia de labuta...). Perto das 21h30, o guitarrista André Ramiro sobe ao palco e começa a mexer nos mais de 10 pedais que estão dispostos no chão. Sons estranhos enchem o ambiente e surpreendem os presentes. Depois de cerca de cinco minutos de distorções e sons diferentes, os outros quatro membros do Ruídos/MM sobem ao palco. Mas o show já havia começado. A banda honra seu nome, apresentando um show instrumental recheado de rock progressivo e experimentalismos, utilizando múltiplas afinações e texturas sonoras, numa apresentação intimista.
Na seqüência, para manter o clima, o OAOEZ apresentou sua mistura de progressivo, hard rock e psicodelia. Destaque para a ótima balada Dizem, reflexiva, pungente e direta ("Dizem também que mantenho uma certa distância que dura mais ou menos dois copos, mas que depois me solto") e para o som crescente da banda, que preenchia aos poucos cada centímetro do Motorrad.
Para fechar a noite, e o festival, Bangalô. A banda aproveitou o momento para fazer o lançamento de seu primeiro CD, Feito à Mão. O pop-rock da banda contagiou o público, fazendo os familiares e amigos cantarem juntos.
Quase uma hora da manhã de segunda-feira, final de festival, é hora de pegar o caminho da rodoviária. O som redondo e a qualidade dos shows deixam a certeza de que a viagem valeu. O Tinidos cresceu não só em dias nessa segunda edição, mas também em organização. Um bom incentivo e impulso para uma cena borbulhante, que cresce a cada ano, mas que soa ainda um pouco desorganizada, como a de Curitiba. No final, nem importou perder alguns jogos do Mundial da Alemanha por causa do sono. A boa música venceu.