8/02/2006

Os donos da “Situação”

Jornal do Estado de hoje

Bandas curitibanas criam associação e apresentam a segunda edição de projeto musical que leva os grupos para o teatro

Adriane Perin

Esta semana tem Situação em dose dupla. O coletivo de músicos curitibanos que virou uma associação promove, amanhã na Fnac, o pocket show das bandas Anacrônica eNambrena e um debate, para marcar o lançamento oficial do projeto Acústico Situação, que acontece no próximo domingo no Memorial de Curitiba. Na Fnac, como de costume, a entrada é franca e as performances começam às 19 horas. No domingo, os shows serão às 18 horas, com ingressos a R$12 e R$6. O músico Rafael Wasmann, um dos mentores da história toda, conversou com o Espaço 2 sobre os planos e empreitadas do Situação, idéia gerada naquelas velhas e boas conversas de bar, há uns quatro anos. Desde então, as festas mensais do grupo se tornaram populares, e atraem artistas de outras áreas que sempre contribuem para diversificar as domingueiras que sempre acontecem entre 16 e 22 horas. Este mês, no entanto, tem Situação de sobra. Além da festa que deve acontecer no dia 27, tem os dois eventos desta semana.O Acústico Situação, comenta Wasmann, na verdade já teve duas edições há exatamente um ano, no Paiol e no Antonio Carlos Kraide. “A idéia é que as bandas mostrem suas músicas o mais próximo de como elas foram compostas”, explica Wasmann. “Este perfil, mais apropriado para teatro, ajuda a atrair pessoas que não freqüentam a noite, levando as bandas curitibanas para um público mais diversificado”, aposta, emendando que é uma brincadeira com os acústicos da MTV. “Virou moda, mas o nosso acústico não tem arranjos de flores, naipes de sopros e cordas, muito menos Pitty e Maria Rita”, brinca ele. Para fazer o evento eles contam com apoios (Padaria América, Fnac, Monti Paz Luthier. Miltimusic e Ticolor) , mas pagam o aluguel do teatro. O núcleo que começou e continua organizando as coisas no Situação é formado pelas bandas de amigos X Máquina, Real Sub e Coletiva. “Todo mundo sabe a dificuldade que é fazer música aqui, só que a gente não queria ficar nessa de reclamar. Pensamos num selo até que surgiram as festas”, conta ele. Isso foi meio por acaso, já que o que estava marcado e era um ensaio geral, coisa entre amigos, mas apareceu tanta gente que já virou uma festa - junto quase com um site”, conta sobre a movimentação que nasceu no bairro Boqueirão, onde residem os músicos da bandas-núcleo. No domingo passado aconteceu a 19 ª edição da festa. “Escolhemos o domingo porque é um dia meio sem o que fazer. E as pessoas podem escolher entre assistir televisão ou ir conhecer a cultura local”. Atualmente, o coletivo que era algo informal virou uma Associação legalmente registrada, com diretoria, estatuto e tudo mais. “Acho que é uma alternativa para a cena independente sim, porque dá mais credibilidade”, diz ele, completando que são dois os focos da entidade: o artístico que produz eventos variados e o político , que participa das discussões pertinentes, como reserva de mercado nas rádios locais e na abertura de shows. Ele já pensa adiante, no dia em que a associação tiver uma sede, com estúdio, loja pra vender os produtos dos artistas paranaenses. Enquanto isso, a trupe segue conquistando espaço. A mais recente novidade é o fanzine Fala, que com apoio da Tecnicópias “ficou com cara de revista pop, com capa couchê, colorido, bem bacana”, diz orgulhoso Wasmann. O Fala será distribuído para quem comprar ingresso no domingo.

Serviço:
Lançamento do projeto Acústico Situação, com as bandas Anacrônica e Nambrena. Dia 3 na Fnac, pocket show e bate papo às 19h, com entrada franca. Dia 6 às 18h, no Memorial de Curitiba, com ingressos a R$12 e R$6.

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