8/16/2006

“Não somos a melhor banda da última semana”

JE de hoje


Jornal do Estado — O que é ser uma banda nesses tempos de “maior banda de todo os tempos da última semana” para um grupo que tem quase 15 anos?
Fábio Cascadura — Não ser a maior banda da última semana. A gente não quer ser uma dessas. Já temos nossas maiores bandas de todos os tempos e posso te assegurar que nenhuma delas é de fora do Brasil. Nós só queremos ser uma banda de rock, mesmo.
JE — E o que é ser independente agora que o termo virou grife?
Fábio Cascadura — É estar envolvido com todos os períodos e detalhes da construção da carreira. Pra mim independência significa meter a mão na massa de verdade. É fácil se dizer independente, mas ser de verdade, é outra história.
JE — Porque um disco físico, num tempo em que a internet está mais forte do que nunca e dizem que “ninguém compra mais ”
Fábio Cascadura — É fundamental, porque nem todo mundo tem acesso à internet. E tem o lado da satisfação, eu sou do tempo do vinil e preciso desse retorno visual, tátil e não só auditivo.
JE — Porque o rock na terra do Axé?
Fábio Cascadura — É a terra do axé que está no planeta do rock. A Bahia tem um histórico de lançar rock e produzir ícones – a cada dez anos surge um Raul Seixas, Camisa de Vênus, uma Pitty. Nós fazemos parte de uma geração – com Dead Billies e Brincando de Deus – que ajudou a criar uma situação mais consistente na cidade, que permite que uma Pitty seja revelada ao grande público.
JE — Quem é cascadura no circuito independente brasileiro de hoje?
Fábio Cascadura — Pra mim é inevitável não citar o Cachorro Grande, que primeiro quando vi pensei que fosse só uma brincadeira. Quando notei que era banda de verdade, achei a melhor coisa do mundo. Também tem a Monstro Discos que passou a fase de ser independente por falta de opção, ela é, mas não de qualquer jeito.

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