8/16/2006

Jornal do Estado de hoje A memória da música paranaense

Já está disponível para pesquisa o acervo do Musin – Museu do Som Independente, em Curitiba. Trata-se do material coletado ao longo das duas últimas décadas pelo pesquisador Manoel Neto. Ele trabalha para transformar o endereço oficialmente em um Museu, processo lento que corre junto com o trâmite para que seja tombado como bem histórico cultural do Estado.
São 10 mil folhetos e cartazes de eventos culturais, 1500 vinis, cassetes e cds de músicos locais, mil publicações, como fanzines, livros e informativos, e mais de 3 mil fotos relacionadas ao tema. “Técnicos da Secretaria da Cultura já avaliaram o material para dar entrada no processo, só que isso é demorado”, comenta. O pesquisador explica que o problema por hora é o espaço não ser institucionalizado. “É difícil conseguir verba para dar continuidade. Mas, estar sendo usado como fonte de pesquisa já conta pontos, porque é utilidade pública”, esclarece ele que, enquanto isso, vai trabalhar com Leis de Incentivo como pessoa física.
Não é de hoje que o material recolhido por Neto tem sido fonte bibliográfica para o crescente número de projetos acadêmicos que se debruçam sobre o assunto - e também para a imprensa. Este é o único acervo organizado da história da música paranaense de que se tem notícia. “O acervo não está inventariado e isso custa caro. É a velha lição punk de romper algumas questões e dar um jeito de fazer o que precisa ser feito”, completa. O setor de Patrimônio da Secretaria de Estado da Cultura confirmou que o trâmite está correndo e agora só depende de Neto cumprir as contrapartidas exigidas. Neto, que também vem participando de discussões de política cultural nacional, está bem otimista com o momento. “O mais difícil é ter base consistente e nisso, pelo que tenho visto, estou a frente no Brasil inteiro. A idéia de que já fiz o mais importante, me deixa tranqüilo, agora tenho que organizar”. Ele sabe também que agora é que o bicho vai pegar. Afinal, organizar mais de 40 mil páginas de documentos não é bolinho. “É engraçada: a gente faz a pesquisa e pensa que ela é a questão, mas não. O uso dela e a institucionalização do acervo é a questão. Eu achava que o trabalho estava feito, e é agora que começa”. (AP)
Serviço
MUSIN - Museu do Som Independente (Av Luiz Xavier 68, conjunto 1618 - Galeria Tijucas,). Para visitar é preciso marcar hora antes. Informações: (41) e 41 9604 3992 ou pelo email manoel_umbigo@-yahoo.com.br.

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