Jornal do Estado de hoje
Fábio Cascadura, o compositor e criador da banda, conversou com o Espaço 2
Adriane Perin
Já está nas bancas a mais nova edição da revista Outra Coisa e junto com ela um delicioso presente sonoro, Bogary, o disco novo da banda baiana Cascadura.
O grupo, que tocou em Curitiba no festival Rock de Inverno 6, quer voltar ainda este ano. Bogary é o quarto álbum e tem a tarefa de ocupar o lugar do excelente Vivendo em Grande Estilo. A diferença deste trabalho, diz Fábio Cascadura, criador do grupo que nasceu Dr. Cascadura, é a orientação artística musical que nos primeiros era mais voltada para o rock clássico. “Nosso som remetia a esfera que veio logo depois da primeira geração dos anos 50 e que culminaria nos anos 70”, comenta. A sonoridade setentista foi uma das marcas do grupo no disco anterior, mas a banda já havia, nas palavras de Fábio, “esgotado aquele formato e queria agregar referências mais contemporâneas”. “Agora é nosso momento de ruptura completa, já que no anterior começamos a emular uma personalidade mais nossa”, avalia.
Para este disco foi tudo mais simples, de certa forma. “Os produtores foram capazes de criar a atmosfera em que a banda expõe suas influências sem ser obliterada por elas”, comenta sobre Bogary que foi feito em parcos 22 dias em estúdio. “Não foi corrido, aconteceu naturalmente. Nos outros discos ficamos muito tempo ensaiando e ainda nos demoramos no estúdio porque queríamos reproduzir o que havia sido ensaiado. No Vivendo, não ensaiamos nada até entrar no estúdio e também foi bem bacana, em 40 dias”, diz, reforçando a importância dos produtores, andré p. e Jô Estrada. “Foi uma troca mesmo”. A única coisa que ele pediu à dupla foi: não vamos usar nem piano nem violão. “Foi tudo na guitarra, baixo e bateria e estamos muito satisfeitos. Nunca gostei tanto de um disco. Em geral, depois que gravo me desinteresso como objeto artístico, mas desta vez esta sendo bem diferente”, diz.
O disco está mais pop e o termo não incomoda a banda. “Se é para usar um rótulo, acho esse apropriado. É um disco mais digerível. Já me perguntaram se a banda faz pós- rock. Eu acho que é só um rock”.
O grande lance é estar encartado numa revista que vai levá-lo ao Brasilt todo, algo muito difícil para um grupo alternativo. Era para ser o relançamento do Vivendo, mas acabou surgindo um novo disco no caminho e o relançamento ficou com a Monstro Discos, o que também é bom, pois Vivendo merece ser mais conhecido.
A distribuição pela revista tira um peso das costas da banda, mas continua sendo necessário força e persistência. “Claro que é bom este apoio que nos leva para um novo lugar em um mercado que está se redefinindo. Não podemos nos acomodar como artista que só sobe no palco e toca. Nós gerenciamos nossa parte para dar satisfação aos parceiros. E da mesma forma eles com a gente”.
De qualquer maneira pode estar nascendo uma nova fase para o Cascadura. “Ano que vem fazemos 15 anos e conseguimos agora uma exposição que nunca tivemos antes, entrar em centros que nunca chegamos. Também, estamos num ponto em que não temos muitas ilusões acerca de estrutura e mercado. Sabemos onde estamos nos metendo. É uma nova etapa que começa sem ilusões e com os pés no chão. Não tem essa conversa de vamos estourar, aliás o que tenho ouvido muto e acho graça. Possibilidade existe, mas não vou ficar correndo atrás dela. Estamos mais preocupados em conservar a música que a gente faz”, garante.
Serviço
Em breve novo site da banda. Por hora, dá pra conferir o www.fotolog.com/dr.cascadura
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3 comentários:
estou ouvindo o disco agora. grande disco. pauleira de verdade.
e como ficou a gravação lá, Ivan? ficou bom mesmo o baixo? não consigo me lembrar. qualquer coisa, fala ae. abs.
então. to querendo ver se pegamos de novo amanhã pra continuar a gravação. o Carlão ficou de me confirmar. se tiver a fim de ir lá dar uma olhada, me ligue. abração
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