2/28/2011

Dália


dália, a flor preferida da minha vozinha. Tem umas bem no portão de entrada. Pra inspirar!

2/24/2011

Em boa companhia

Criar um projeto ao invés de só ir pra uma balada, dá trabalho. Mas, também dá uma satisfação enorme. Já falei várias vezes da alegria que é estar na frente de um palco que ajudei a armar. Já falei que considero isso que faço jornalismo também. Também já falei do prazer de poder chamar de amigos pessoas que antes admirava só pela arte que faziam. Sexta-feira passada foi outro dia desses prazeres. Teve estresse? Teve. Sempre tem. Eu me exaltei, me irritei, quis transformar alguém no meu Bartolomeu Simpson? Quis, lóóóógico que sim. Daí, fui pra casa tomar um banho e me preparar para a parte boa de tudo.
Confesso que ainda tava ansiosa pelo Hotel Avenida (vê se tem cabimento, isso?) que fez poucos ensaios mas, agora já posso falar que sei que eles já são uma banda. Não é mais “só” amigos quebrando o galho de velhos parceiros e ocupando postos instrumentais temporários.
Agora, Hotel Avenida é uma banda e isso fica claro no astral no palco – e nos ensaios, privilégio de uma observadora próxima como eu. A cada ensaio e os vi ganhar força, vi nos olhos do Jr e do Jansen a vontade de fazer parte dessa história, senti nos movimentos e no interesse pelos detalhes, no cuidado de anotar observações de cada música nova, a alegria de quem sente bem por estar de volta a um palco. Quem diria, Ivan, que vc proporcionaria isso pro batera do CMU Down e Sofia? Quem diria que vc faria o convite que traria o baixista do Magog de volta pra cena? Do mesmo jeito que botou pilha no Igor pra cantar sim, e em português e suas próprias músicas. Do mesmo jeito que pegou os escritos do Rubens e fez o que bem quis – e deu no que deu, lindas canções. Histórias de bastidores... voltas com as quais o mundo dá suingue pra nossa existência.

Outra coisa que fica claríssima pra mim nesse show: agora sim, The Julian faz parte, mesmo, da Hotel Avenida. Tá mais dono do seu pedaço, começando até a fazer uns charminhos enquanto toca. Claro, que tudo com a seu jeito discreto. Tá indo pra frente! O show do Hotel Avenida foi muito bom, apesar do violão decidir “morrer” entre uma música e outra. Quando o show do Hotel acabou toda minha ansiedade já tinha ido embora. Adorei até as filmagens escuras que fiz.



Aí, pensei, agora vou me acalmar e curtir o show da Lestics. Acalmar???? Os caras entraram no palco e eu pasmei, esperava os violões, as canções de melodias reconfortantes. Claro que tive isso tudo. Mas, os caras entraram no palco destruindo tudo. Eu até parei de filmar pra me expressar, sabe aquelas evoluções sonoras que vão crescendo, criando uma massa e te arrastando junto? Foi assim que me senti. Uma grande onda, um tsunami vindo, vindo e me levando... Eu já vira Lestics, no Rock de Inverno 7, num palco maior. Talvez tenha sido isso, a proximidade do Wonka também deve ter pesado e aproximado.


Mas, os caras fizeram um show mais rock, mais pesado, sem deixar de lado, lógico, aquelas melodias que dão uma cara pop sem perder nada. Mesmo agora ouvindo o disco Aos Abutres, e prestando atenção de novo em cada palavra, posso sentir a diferença entre o disco e o show. Não sei se foi a tensão do Rock de Inverno todo, mas dessa vez bateu diferente. Senti mais a força dos Lestics ao vivo.

Não vou falar de nenhuma música, porque não dá pra falar só de uma. Cada vez que ouço qualquer uma delas é impressionante o tanto de imagens, sensações e emoções que vêm junto. ( “ o lençol na cabeça, o travesseiro nos pés, o ponteiro pequeno no oito, o grande quase chegando no dez. o sol na janela, o café na cozinha, os gatos brincando na sala, a sua boca colada na minha...” querem coisa mais corriqueira – e linda – que isso?. Essa é a magia do Lestics. No fim da noite, ficaram as músicas que continuaram tocando em mim, tanto Hotel quanto Lestics, e essa vontade, danadinha e sem vergonha, de fazer outra Noite De Inverno. (adriperin)

2/21/2011

1ª Noite De Inverno - primeiros vídeos



ainda me recuperando da 1ª Noite De Inverno. Por enquanto, aqui vão os primeiros vídeos. A luz desta vez não ajudou muito, mas dá pra ter uma boa ideia do que rolou. Na sequência vamos postando outros videos, e em breve, algumas versões deles com o áudio editado pelo Luigi. Até lá, nosso muito obrigado a todo mundo que foi, ajudou a divulgar, e é claro, aos nossos comparsas do Lestics, pelo show maravilhoso, da Hotel Avenida e ao nosso "anjo da guarda", Luigi, que como sempre, foi imprescindível pro sucesso de mais essa empreitada da De Inverno.

2/18/2011

Noite De Inverno em pleno verão

Cristiano Castilho/Gazeta do Povo

Projeto de selo curitibano leva os paulistas da Lestics e os curitibanos do Hotel Avenida ao palco do Wonka nesta sexta-feira


Lestics: quinteto mostra músicas de Aos Abutres, melhor disco da carreira dos paulistas

A marca De Inverno já proporcionou grandes festivais em Curitiba – basta lembrar das sete edições do Rock de Inverno, entre 2000 e 2009 –, alavancou bandas locais com seu selo homônimo e agora o projeto estreia uma nova empreitada: as Noite De Inverno.

A primeira edição do evento projetado por Adriane Perin e Ivan Santos leva ao palco do Wonka, a partir das 22 horas de hoje, a banda curitibana Hotel Avenida e a paulista Lestics, que apresenta pela primeira vez na cidade o show do elogiado disco Aos Abutres (2010).

Com um folk rock contemporâneo que prima pelas boas letras de Olavo Rocha, o grupo paulista gravou o disco de forma caseira – apenas a bateria entrou no estúdio – e ainda representa, com bom gosto, a cena independente brasileira atual.

“Nunca tivemos uma projeção em relação a público, apesar de termos boa receptividade de crítica”, confirma Olavo. Aos Abutres é o quarto disco de uma banda que existe há quatro anos. A Lestics começou em 2007 com a dupla Olavo Rocha (voz) e Umberto Sirpieri (violão, guitarra, gaita, teclados, percussão e backing), ex-integrantes da Gianoukas Papoulas, banda presente no Rock de Inverno 5.

“Esta é a primeira vez que vamos tocar no verão aí. Antes era de bater o queixo”, brinca Olavo. A banda pretende mostrar as músicos do disco novo e também o material dos outros três trabalhos, com espaço para algumas surpresas como novas músicas, presentes em novo EP, a ser lançado neste ano.

Esta é a segunda vez que a Lestics toca por aqui, e o público da cidade é pontado como um diferencial pelo músico. “O público vai ao show para nos ouvir. Não é uma balada. As pessoas realmente prestam atenção e isso é ótimo”, diz Olavo. Lirinha (guitarra e violão), Marcelo Patu (baixo e violão) e Xuxa (bateria e percusssão) completam a formação, que faz da simplicidade autoral o seu principal trunfo.

Mais canções

Quem abre os trabalhos da 1ª Noite De Inverno é a Hotel Avenida. Nascida em 2009, a banda agora é formada por Ivan Santos (voz, violão e teclado), Giancarlo Ruffato (voz e violão), Jansen Nunes (baixo), Osmario Jr. e The Julian (guitarra). O quinteto apresenta as músicas de seu lançamento mais recente, o DVD Rock de Inverno 7 Ao Vivo.

2/16/2011

Primeira Noite De Inverno traz Lestics ao Wonka


Banda paulistana estreia novo projeto do selo curitibano, apresentando show do disco “Aos abutres”, listado entre os melhores lançamentos nacionais de 2010, em noite que conta ainda com a abertura da local Hotel Avenida

A banda paulistana Lestics é a atração da estréia do novo projeto do selo curitibano De Inverno Records, nesta sexta-feira (18/02), no Wonka Bar. Eles apresentam em Curitiba, na 1ª Noite De Inverno, o show do elogiado disco “Aos abutres”, apontado pela crítica especializada nacional como um dos melhores lançamentos brasileiros de 2010. A abertura fica por conta da banda curitibana Hotel Avenida, em seu primeiro show do ano e apresentando canções inéditas que entrarão em seu novo EP, a ser lançado em 2011.
Além da parceria com o Wonka, outro laço se estabelece nesta largada do projeto, com a Candyland através do quadrinhista, ilustrador e artista plástico Guilherme Caldas, que assina a arte do material de divulgação. Guilherme e Olavo Rocha, compositor e vocalista do Lestics, são parceiros das antigas na criação de histórias em quadrinhos, desde os anos 90.
As Noites De Inverno partem do mesmo príncípio que moveu os jornalistas Adriane Perin e Ivan Santos a criarem o selo e o festival Rock de Inverno, que teve sete edições entre 2000 e 2009, com mais de 70 shows de grupos curitibanos e de outros estados brasileiros. “Dividir com outras pessoas o prazer de ouvir algumas das belas canções de artistas que admiramos. Até porque notamos que era o único jeito de ver essas bandas em Curitiba. Tem dado certo, acho que a gente conseguiu criar uma marca”, explica Adriane. “As Noites De Inverno também têm inspiração em um cara que é uma referência pra nós, por seu trabalho e olhar sempre atentos ao que acontece no circuito alternativo brasileiro, o jornalista, pesquisador e produtor Fernando Rosa e suas Noites Senhor F”.
Lestics e Hotel Avenida representam bem essas intenções. Hotel Avenida, nascida em 2009 da parceria entre Ivan Santos (voz, violão e teclado) e Giancarlo Ruffato (voz e violão), firma a nova formação que coloca lado a lado pelo menos três diferentes gerações de músicos paranaense, com Jansen Nunes, ex-Magog (baixo), Osmario Jr, ex- Sofia e C.M.U Down (bateria) e The Julian, ex Vupland (guitarra). Seu lançamento mais recente foi o DVD Rock de Inverno 7 Ao Vivo.
Lestics saboreia o espaço conquistado ao longo de quatro anos e quatro discos. “É uma banda que faz música para alimentar o espírito; porque fala da nossa vida, quando fala da deles. E música boa é assim, suas melodias ficam na gente mesmo depois que o disco acabou”, diz a produtora, sobre o grupo formado por Lirinha (guitarra e violão), Marcelo Patu (baixo e violão), Olavo Rocha (voz), Umberto Sirpieri (violão, guitarra, gaita, teclados, percussão e backing) e Xuxa (bateria e percusssão). A banda nasceu da parceria de Olavo e Umberto, ex- integrantes da Gianoukas Papoulas que tocou no Rock de Inverno 5. “Aos Abutres” mantém a personalidade folk rock do Lestics, que tem nas letras e arranjos ao mesmo tempo simples e apurados uma de suas marcas. Recentemente o grupo também lançou um documentário “Lestics – O filme”, em parceria com a TV Cronópios, site especializado em literatura, e que pode ser assistido pela internet (www.cronopios.com.br/filme_lestics/).

Serviço
Primeira Noite De Inverno
Dia 18 de fevereiro de 2011.
Wonka Bar (Rua Trajano Reis, 326). O bar abre às 22h.
R$8 (até meia-noite) e R$12.
Convite disponível no Facebook ou no blog: www. deinverno.blogspot.com
Informações: 41 99021814 e deinverno2@gmail.com


Imprima o convite abaixo e vá na faixa!

2/15/2011

Lestics - Vazio



Agora falta pouco para a Primeira Noite De Inverno no Wonka, nesta sexta, 18/02, com a Hotel Avenida e Lestics. Imprima o convite e vá na faixa.

2/14/2011

Hoje, quando eu acordar





Falta uma semana,na próxima sexta-feira, dia 18, Hotel Avenida e Lestics tomam conta do palco do Wonka para a Primeira Noite De Inverno, novo projeto da De Inverno, a produtora que ivan e eu criamos, por conta do Rock de Inverno, mas antes de tudo, para fazer os shows d'OAEOZ (que, pra quem não viu, teve a demo de estreia "relançada" no blog do Neri e tá rolando no facebook e nos post anterior aqui).

Pra continuar entrando no clima segue uma música nova, "HOje", gravada informalmente neste sábado, aqui em casa, no ensaio. Ao longo da semana, mais novidades, lembrando sempre que o convite pode ser impresso no Facebook ou aqui. E Daqui a pouco a gente coloca ele novamente pra ilustrar este blog. Com vocês, Hotel Avenida: HOJE.

OAEOZ "CD/EP" (1999)


MOFONOVO: OAEOZ "CD/EP" (1999)
:

"Em abril de 1999 Igor Ribeiro, músico curitibano de grande talento me deu este CD/EP do seu projeto paralelo ao Tods que tinha com o Ivan ..."

Neri relembra aqui um pouco da nossa história, dando de presente essa relíquia, que temos em casa em fita cassete, como ele. Do tempo da "demo tape", o primeiro trabalho d"oaeoz, o começo da De Inverno, quando a gente ainda nem sabia; o primeiro passo pro Rock de Inverno quando a gente ainda só sabia que queria os amigos por perto pra fazer um som. Do tempo que o Igor era quem escrevia as letras pra banda, de tardes e entardeceres lindos no sotao da casa das jabuticabas. Belo presente pra semana em que estreamos novo projeto. Concordo com Neri: essa foi uma banda de verdade, movida pelo prazer de fazer um som com os amigos. Durou dez anos,muitas histórias lindas, algumas pendengas tambémn, que ninguém é perfeito. Em mim, deixou marcas que o tempo não vai levar. E sei que não foi apenas em mim. Salve, OAEOZ, a mais intensa das trilhas sonoras da minha vida. (adri)

2/11/2011

Lestics - Dois de paus



agora falta pouco. a ansiedade tá aumentando. vai ser muito bom ver esses guris aqui de novo. ainda mais estreando nosso novo projeto, nosso novo "filho". As Noites De Inverno. tinha que ser eles. a gente devia isso pra eles e pra nós mesmos. e vai ser lindo, com certeza. estamos preparando tudo com muito carinho e com uma equipe legal. muito bom também poder contar com o auxílio luxuoso do nosso já velho parceiro Luigi Castel, que como eu já disse publicamente, se não existisse, teria que ser inventado.

e é isso. queremos todos os amigos lá pra celebrar com a gente. sexta que vem, 18/2, no Wonka Bar, com a Hotel Avenida fazendo as honras da casa na abertura. com direito a estreia de três músicas novas, como sempre.

e o mais incrível, totalmente na faixa! é só imprimir o convite abaixo. ]

ou seja, não tem desculpa pra não ir!

2/10/2011

Lestics - Luz de outono


uma das minhas preferidas do Lestics, que se apresenta em Curitiba na semana que vem, dia 18/2, junto com a Hotel Avenida, na 1ª Noite De Inverno. Imprima o convite e vá na faixa, mano!

2/03/2011

Mercury Rev - Something For Joey + Bronx Cheer



pérola encontrada pelo Igor, com uma apresentação do Mercury Rev em sua formação clássica inicial, quando a banda ainda contava com o freak David Baker no vocal. Pra mim, ainda hoje, a fase mais foda da banda. Jamais esquecerei quando descobri, pelas mãos do Gil Gralik, o Boces (1993), e posteriormente, o Yerself is Steam (1991), que eu comprei na 801 discos. os dois primeiros discos deles.

2/02/2011

A volta da Escola de Escândalo



Uma boa notícia. Nossa amiga Mariele, de volta ao rock com a Escola de Escândalo. Leia a história toda no Scream Yell.

1/28/2011

Primeira Noite De Inverno


Vai começar o novo projeto da De Inverno. No próximo dia 18 o Wonka abriga a Primeira Noite De Inverno, com Hotel Avenida fazendo as honras para a paulistana Lestics. Além da parceria com o Wonka, outro laço muito bacana se estabelece, com a Candyland, através do Guilherme, que assina esse cartaz lindo que vocês estão vendo, bem no clima De Inverno. Com exceção do cartaz do Rock de Inverno7, todos os outros seis foram ilustrados com rostos femininos.
A De Inverno nasceu com o Rock de Inverno – embora o impulso inicial de tudo tenha sido OAEOZ. O festival existiu entre 2000 e 2009, com sete edições e 70 shows realizados, a maioria bandas daqui de Curitiba, mas também de São Paulo, Rio, Brasília, interior do Paraná e da Inglaterra. Sempre tivemos a intenção de colocar no palco do Rock de Inverno bandas que a gente, eu e Ivan, curtimos. Na maioria das vezes foram bandas que estavam à margem do circuitinho alternativo estabelecido (Blanched, Deus e o Diabo, Beto Só, Stela Campos, Cascadura, La Carne, Pipodélica, Casino). O caso mais emblemático é o Hurtmold, que quando tocou aqui no Rock de Inverno 3, em 2002, e deixou todos de boca aberta aqui, mal era conhecido em São Paulo. A exceção, talvez, tenha sido o Sonic Junior que acabou não se apresentando por conta dos problemas que aconteceram com o embargo casa onde estava originalmente previsto o festival, e não pode ficar pra tocar no dia seguinte, na brecha que o André Ramiro conseguiu pra gente no Motorrad. E a única recusa, que eu entendo perfeitamente, foi do Cidadão Instigado, pois não tínhamos condições de pagar cachê – e sempre tive uma postura: ou paga pra todos (como conseguimos no sétimo) ou não paga pra ninguém.
Orgulho maior guardo por saber que 99,99999....% das bandas que vieram pra cá se mostraram a altura da música que fazem. Pessoas bacanas que trazem dentro de si o mesmo espírito que nos move a continuar metendo a cara e fazendo essas coisas, mesmo quando tudo aponta para o fato de que seria melhor dar uma parada. Pessoas que são bem vindas em nossa casa, que me atrevo a chamar de amigas. E mesmo aquelas que depois não mantivemos mais contato tão próximo, deixaram momentos incríveis, como a Stella Campos, o Cascadura e o próprio Casino. São pessoas que sei que se ligar e dizer: “É adri perin, da De Inverno, de Curitiba”, vão me receber bem.
2011 me pega cheia de vontade de continuar tendo o prazer de estar diante de um palco vendo uma baita banda, filmando tudo – sabendo que ajudei mais aquele momento acontecer. Por isso, as Noites De Inverno, inspiradas em um cara que é uma referência pra nós, o grande Fernando Rosa e suas Noites Senhor F, estão começando. Não sei quantos shows serão este ano. Mas, sei que tem algumas bandas que gostaria muito de ver tocando aqui. E esse sempre foi o sentimento motor de tudo.
Lestics é perfeito pra abrir essa nova etapa – ao lado do Hotel Avenida, em uma formação emblemática pra mim, juntando ao lado do Ivan gente que tava lá no porão nos primeiros shows que vimos, em bandas que amamos até hoje; com esse figura que é o Giancarlo Rufatto, um representante top dessa geração que taí agora, compositor de verve afiada que escreveu algumas das canções que mais falaram comigo nesses recentes anos.
Lestics tocou no Rock de Inverno 7, o derradeiro. Olavo e Humberto tocaram também no Rock de Inverno 5, com Gianoukas Papoulas . Seu disco novo, Aos Abutres, está em todas as listas de melhores do ano com muita justiça e os caras lançaram um filme bem bacana sobre a banda. É uma história que a De Inverno acompanha há anos e um daqueles casos em que nos perguntávamos como é possível que um trabalho assim não seja percebido. Agora, tá todo mundo sacando. Mas, não é por isso que eles tão na Primeira Noite de Inverno, não.
Lestics é a primeira convidada do nosso novo projeto porque faz música para alimentar o espírito; porque fala da nossa vida, quando fala da deles; porque canta pra mim, quando nem imagina; porque são capazes de criar canções assim:

“pode ser que algum dia eu perca o sono/ não tenha vontade de andar e comer/mas eu nunca me canso da luz do outono/não tenho porque me cansar de você/a eternidade vai um pouco além/do que eu costumo planejar/ no pedaço dela que me cabe/ é com você que eu quero estar/pode ser que algum dia eu queime meus livros/jogue fora meus discos e quebre a tevê/mas mesmo enjoado de tudo na vida/eu sei que não vou me cansar de você””

Ou

“... ela vem e me abraça/e é aí que o mundo acaba...”

... de beleza tão sublime. E porque várias outras belas melodias deles ficam na gente e estão naquela lista que sempre volta a rodar aqui em casa. Eles estão aqui porque são a fina flor da música brasileira.
E, pra encerrar, que já escrevi demais, fico muito feliz que essa Primeira Noite De Inverno seja no Wonka, comandando com competência e carinho pela Ieda e sua equipe. Ela, que estava lá no Poeta Maldito quando eu nem a conhecia; no Dolores Nervosa e no Dromedário e que agora ta aqui, no Wonka, continuando um trabalho muito bonito ao lado de quem faz música e cultura em geral nessa nossa cidade. Valeu Ieda, valeu Lestics e Candyland, valeu toda essa moçada que prestigia a De Inverno. Valeu Hotel Avenida e continua valendo, muito, cada dia desses, Ivan.
Nos vemos na Primeira Noite de Inverno, dia 18 de fevereiro no Wonka. Em breve convites, flyers e tudo mais. Acompanhem no facebook e aqui. Agora apreciem essa bela obra de arte com a marca d’água da Candyland. (adri perin)

1/27/2011

Rubinho Troll - Stinking Like a Brazilian





Parem as máquinas! Um dos melhores letristas do rock brasileiro em todos os tempos, na modesta e irrelevante opinião desse escriba está de volta, para a alegria daqueles que como eu, decorou os dois discos de sua antiga banda na virada dos anos 80 para os 90. Sim, caros amigos, estou falando dele mesmo, o endiabrado Rubinho Troll, vocalista do Sexo Explícito, que tinha na guitarra o hoje patofu John Ulhôa, está lançando disco solo. E pelas amostras que já chegaram aos meus ouvidos, o homem, que hoje reside em Londres, está em plena forma. Os cabelos não sei, mas a voz e a verve continuam as mesmas.

Uma ótima notícia para começar 2011, sem dúvida. Acima, dois videos feitos pelo próprio para duas músicas do novo disco, que já pode ser adquirido na loja virtual do Pato Fu, por módicos 15 reais.

Aqui da pra ouvir e baixar a faixa "Peçonhas ocultas".

1/25/2011

Tom Jobim - Sabiá



hoje é aniversário dele. pra relembrar, uma bela canção, que só a interpretação minimalista, ofegante e entrecortada do próprio poderia revelar em toda a sua frágil beleza.

1/19/2011

Os sons do Paraná de volta ao dial da Educativa



No momento em que escrevo, está tocando Sofia na Rádio Educativa FM, 97.1

E é uma emoção das grandes ouvir isso no rádio. Isso e muitas outras coisas que tem rolado nesses três dias em que a nova programação da emissora estreou (agora tá rolando Plêiade). Essa pequena "revolução" está acontecendo graças ao Fernando Tupan, que assumiu a direção da rádio. E ninguém melhor que ele pra fazer isso. Tupan é uma daquelas figuras fundamentais de Curitiba, daquelas que nunca desistem de tentar fazer dessa cidade um lugar criativo, com identidade. Que tá sempre com uma ideia, um projeto novo, atento. Lembro quando ainda estava na faculdade do Trendie, um suplemento que ele e o Marcelo Cattani faziam no Correio de Notícias, e que já falava do que estava rolando aqui em termos de cultura, movimento pop, punk, bandas, poesia, etc. Antes disso ele já tinha passado pelo Idolos da Matine, banda meio new romantic que chegou a ter um hit local na Estação Primeira nos anos 80, "Vamos invadir os Estados Unidos da América". (agora começou Pão de Hamburguer) Ele também tem estúdio, gravou e lançou discos de um monte de gente, enfim.
Por isso tudo, o que tá acontecendo na Educativa hoje é absolutamente natural pra quem conhece o Tupan. Ele simplesmente não poderia fazer diferente, porque isso significaria negar toda a sua história de vida.

Enfim, é muito legal ouvir os sons da gente no rádio. Acho que pra um músico, não existe prazer maior que isso. E o mais legal é perceber que a nossa música não destoa frente a programação de qualquer outra. Até porque a rádio continua tocando músicas de artistas nacionais e agora, também, gringos, "consagrados" vamos dizer assim, e se a dos artistas locais fosse de baixo nível, mal produzida ou qualquer coisa do tipo isso ficaria evidente.
Não se trata de paternalismo, de tocar só porque é daqui, mas sim porque é bom. E quem ouviu a rádio nos últimos dias pode constatar que nós temos sim, muita coisa boa, que não deve nada a produção de lugar nenhum. Música pop, popular (e mpb, rock, jazz, blues, samba) da melhor qualidade, boa de se ouvir, de letras, de arranjos. Basta dar oportunidade para que as pessoas ouçam, conheçam, se identifiquem naturalmente.

Interessante notar que com essa nova orientação da Educativa, Curitiba passa a contar com pelo menos quatro emissoras de sinal aberto com espaço para a música local - alem dela, Lúmen, 91 e Mundo Livre. Não conheço a realidade de outros estados, mas duvido que isso aconteça em muitas capitais brasileiras, até porque em geral a gente sabe que predomina aquela coisa de reproduzir a programação do rio e sp. Isso acontece aqui porque muita gente vem plantando e cultivando o trabalho de abrir esse espaço, pessoas como a Mariele Loyola, o Mauro Muller, Ciro Ridal, Helinho Pimentel, Neri da Rosa, Marco Stecz, o pessoal da Grande Garagem, e outros como o Omar Godoy, o Guga Azevedo, Abonico, enfim, com certeza estou esquecendo muita gente ainda. E é importante destacar isso, porque os artistas adoram reclamar que não têm apoio, espaço, etc, mas muitas vezes não valorizam nem reconhecem o trabalho das pessoas que trabalham na mídia - jornalistas, produtores, apresentadores, etc - e que lutam pra abrir esse espaço, muitas vezes enfrentando cara feia e má vontade de chefes que não tem a mínima ideia de que sequer exista produção cultural local, e pior, não dão a mínima pra isso. Só quem já trabalhou em um grande veículo de comunicação sabe o quanto muitas vezes é complicado pra você chegar pra uma chefia e sugerir uma pauta, ou um programa, enfim, com artistas locais desconhecidos da maioria, e que não tem um esquema de marketing por trás. Seja em uma rádio, jornal ou tv. Em geral prevalece aquela mentalidade: pra que eu vou me incomodar em dar espaço pra artista daqui que poucos ou ninguém conhece se eu posso ocupar todo o espaço com o enésimo show da Ivete Sangalo, o BBB, a novela, enfim, reproduzir a pauta manjada da mídia mainstream. É muito mais cômodo e menos arriscado.
Por isso é importante que os artistas e as pessoas que curtem a música feita aqui também valorizem isso, comentem com os outros, liguem, mandem emails pras rádios falando disso, pedindo músicas, etc. Pois só assim os empresários e o pessoal que manda vai perceber que vale investir nisso, que não se trata de filantropia, nem bairrismo, mas de cultivar um mercado local autosustentável que possa fortalecer essa cadeia produtiva, com ganhos em todos os sentidos para todos - público, artistas, mídia, enfim e porque não, para a economia, o desenvolvimento, a cultura do Estado e do País.

Parabéns ao Tupan, ao Crespo e a toda equipe da rádio Educativa pela nova programação. Sucesso e vida longa à nova 97.1 FM.

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