1/21/2009

Sepultura dentro da Laranja Mecânica

Jornal do Estado/Bem Paraná

Sepultura estreia em disco com o novo baterista, o também mineiro Jean Dolabella

Divulgação/Eric Sanchez


Para seu novo disco, A-Lex, a banda mineira, se debruçou sobre as obra criada por Anthony Burgess na década de 60 e popularizada por Stanley Kubrick

Adriane Perin

Um dos mais antigos integrantes da banda que saiu de uma garagem belorizontina para abrir novas possibilidades para a música mundial - o Paulo Xisto, baixista do Sepultura -, tirou a segunda-feira pra falar com a imprensa. O assunto: o novo disco da banda formada pelos irmãos Max e Igor Cavaleira nos anos 80. Eles encerraram seus ciclos e o barco seguiu com o leme nas mãos de Paulo e Andreas Kisser, que tocam a vida junto com Derrik Green (vocais) e o Jean Dolabella (bateria), este também mineiro, estreando em disco como um Sepultura. A-Lex, cujo lançamento é amanhã pela gravadora brasileira Atração, é mais um disco sob a égide literária - desta vez também cinematográfica, já que o Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick é referência mais forte na memória coletiva que a obra escrita por Anthony Burgess em 1962. Antes, o grupo se debruçou sobre os mais famosos escritos do italiano Dante Alighiere, e sob inspiração da Divina Comédia fez Dante XXI.

Segundo conta Xisto, no trabalho anterior os músicos já ficaram divididos entre Dante e as aventuras da trupe comandada por Alex, o protagonista de Laranja Mecânica vivido por Malcolm McDowell, um jovem amante de Bethoven, drogas, sexo e muita violência. “Agora foi um pouco mais rápido chegar a um acordo. Cada um interpreta do seu jeito e esse é o grande desafio: criar os paralelos deixando a imaginação solta . Ela ajuda a criar um argumento, dá uma direção para uma trilha, que pode ou não ser ouvida junto com a leitura”, comenta. Apesar de ser um clássico, completa Kisser, muitos desconhecem o último capítulo do livro, que não está no filme. Esta parte é muito importante para a mensagem que o autor quis passar. Após sair do hospital ele decide ter uma família e toma decisões independente do que o governo quer para ele. Isso nos interessa mais”, completa o guitarrista sobre o disco cujo nome significa também “fora da le”i, em russo.

Entre as duas obras – e os dois discos - Xisto considera o anterior mais distante do público atual. “Mas se analisarmos profundamente vemos que é bem contemporâneo. Acho mais fácil o pessoal de hoje procurar o resumo da Divina Comédia na internet. Já Laranja é mais atraente pelo filme para essa geração visual”. Fazer o A-Lex, diz, foi um processo mais solto. “E também teve a entrada do Jean, um jovem que trouxe energia renovada e fez os mais velhos se soltarem também”, pondera Xisto cuja banda remonta o quebra- cabeças musical em várias audições em que misturam as idéias, até encaixar as peças. “O grosso lapidamos junto. Lógico não tem regra fixa, afinal é uma banda não um trabalho solo”.
A faixa mais trabalhosa foi combinar uma orquestra e banda em “Ludwin Van”. “Deu dor de cabeça. A preocupação foi manter a integridade dos dois lados, sem atrapalhar o outro”, diz concluindo estar satisfeito com o resultado. Porém, acredita que o “maior impacto do Sepultura ainda está por vir”. “O barulho maior ainda está por vir. Estamos só começando, somos jovens a banda tem só 25 anos”, diz. Mesmo com as muitas mudanças, Paulo acredita que a essência foi mantida. “Cada disco é diferente, a identidade é que nunca saiu do contexto do heavy metal. Pra falar a verdade não penso muito nisso, senão atrapalha. Penso nas turnês, gravações, na música do Sepultura”, garante.

Agora, a cabeça está na turnê de 28 shows em 32 dias pela Europa. Brasil, só depois de maio, mas ainda nada confirmado. O legal é que os fãs poderão escolher algumas músicas do repertório pelo site. “As pessos reclamam muito que não tocamos músicas antigas, então selecionamos algumas e diariamente o público vai poder votar para qual quer no set list do dia”, conta.

2 comentários:

Anônimo disse...

sabe que lendo essa resenha agora fiquei pensando na epoca em que ia na loja do omar shopping(como era o nome mesmo? megafone?) descobrir discos novos de metal e correr atras de um lançamento como esse - um disco novo do sepultura, que eu adorava aqueles tempos -, era um tesão ! e hoje, acabo de ler uma resenha dessa, dou dois clicks e to lá no myspace dos caras. mas po nao era legal sair de casa pra descolar um disco com cheiro de novo, juntar umas economias e rodar a bolacha até furar ?

André Ramiro disse...

E aí, que tal o novo do Frusciante?
Na pistolinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!
huauhauhauha
abraxxxxxxx