Bem Paraná/Jornal do Estado
Divulgação
A Pão de Hamburguer foi uma das boas surpresas de 2008
Adriane Perin
Ainda é muito comum por aqui as reclamações sobre as condições da cidade em termos artísticos. Por isso é bom que entre sangue novo nas veias desse circuito, para dar uma equilibrada entre uma certa experiência já meio ranzinza por conta do cansaço, com a velha e boa vontade mudar o mundo, que a juventude costuma ter. E numa cidade como Curitiba, para nossa sorte, isso está sempre acontecendo. A cidade é prova contrária de ladainha que tenho ouvido por aí, de que 2008 não foi um bom ano para música. Então, definitivamente, vivo em outro mundo e neste, o ano passado foi muito bom. E uma das deliciosas surpresas foi a banda Pão de Hamburguer, que é uma das atrações hoje no Acústico Mundo Livre, projeto criado pela rádio homônima, que grava os grupos em perfomances ao vivo na rádio e os coloca quinzenalmente no palco do Jokers para mostrarem ao vivo e em cores, do que são capazes. A Pão, cujos integrantes têm entre 20 e 24 anos, faz a abertura para uma veterana, a Magaivers.
Tudo começou bem antes de 2006, ano que marca o nascimento oficial do grupo, com os primos Rennan e Gabriel, filhos de músicos, que cresceram tocando. "Eu nem alcançava o pedal quando comecei a tocar bateria", conta Rennan. Depois vieram Leonardo e, em 2007, Joel. No final daquele ano, quando a banda ganhou o festival Curitiba Rock Fight, do Basement Pub, o jogo começou a virar e em 2008 eles parecem ter passado para outra etapa do circuito local: em situação de ter um pouco mais de apoio estrutural e tocar em casas importantes da cidade.
Entre climas roqueiros e bluseiros, os rapazes criam riffs e levadas que grudam; têm aquele aconchego que faz canções que nunca ouvimos antes soarem familiar desde os primeiros instantes – e com letras boas também. A sensação de já ter ouvido é instantânea e não por lembrar outras músicas, mas porque surpreende notar o amadurecimento musical. Eles apareceram "prontos", essses rapazes. Ouça "Ontem e Hoje" e confira você mesmo. Ou ainda "Ó Pai", a força dessas cancões é daquelas que faz a gente voltar a acreditar no rock.
Eles trafegam pelo rock setentista brasileiro e por sonoridades alternativas contemporâneas; pegam os elementos que lhes interessa e seguem a vida. Eles também são debochados e podem falar de coisas sérias sem soar datados. E até nos covers esses rapazes são surpreendentes. Eles tocam uma versão de "Será que eu vou virar bolor?", uma das mais belas e doloridas - e pouco conhecidas - canções da música brasileira, feita por Arnaldo Baptista.
Eles tiveram a fase cover, mas logo as músicas próprias passaram a exigir seu espaço. Primeiro Gabriel compunha a maioria, agora todos estão trabalhando juntos. " Quando a gente quer fazer algo mais sério se reúne no final de semana na chácara em Guaraqueçaba, e leva os instrumentos", conta o batera. O primeiro show como Pão de Hamburguer foi uma festa de crianças promovida pela tia de Rennan. "Tínhamos entre 16, 17 anos e isso foi gravado, dá pra ver as crianças de 5 anos sentadinhas assistindo a gente", conta, divertindo-se. O nome curioso foi adotado entre várias outras palavras lidas aleatoriamente em um pacote de bolacha. É quela velha história: show marcado e a banda sem nome. "Gabriel sugeriu pão. Zoamos, mas começamos a nos chamar assim. Pegou e hoje tem até as hamburguetes", conta Rennan que como os amigos acalenta a vontade de fazer mais e mais shows.
A banda tem um materaial legal no my space e Trama Virtual, mas ainda não lançou o EP físico. Está tentando agendar data no Paiol, que talvez se confirme no TUC, para só então fazer o lançamento. Eles também pode ser ouvidos na Rádio Mundo Livre.
Clipes, tem. "Lição de Vida" foi feito pelo grupo Destilaria. O segundo é de "Ontem e Hoje", dirigido pelos alunos do curso de Cinema Digital, do Centro Europeu de Curitiba.
Serviço
Pão de Hamburguer e Magaivers no Acústico Mundo Livre. Dia 29. R$15. Jokers
www.myspace.com/paodehamburgue
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4 comentários:
Arregado...
vai tar demais esse rock de inverno!
cerrrteza. pelo menos estamos trabalhando pra isso. abs
Classe a dica dona Adri, vou lá ouvir os caras. Ow, Ivan! Baixei o Gunter Twins.. .benzadeus mano...que bagulho classe A! Tô gravando e levando pros lacarnes lá no Chicão. Valeu a dica! Abs!
massa Carlinho. sabia que vc ia gostar. pra mim, é a melhor banda do mundo hoje. abração
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