8/27/2012
A Garagem Lírica de Marcelo Montenegro
Bate-papo e recital integram as atividades do poeta em Curitiba. Além da nova obra, o artista relança Orfanato Portátil, cultuado livro que iniciou sua trajetória
O poeta paulista Marcelo Montenegro lança na quarta-feira, 29 de agosto seu novo livro Garagem Lírica, pela editora Annablume. Serão dois eventos em sequência. Um bate-papo (com mediação de Ricardo Corona) no Museu Guido Viaro (rua XV de Novembro, 1348) às 17 horas, com a presença de diversos professores, escritores e do público em geral. A seguir, a partir das 20 horas, noite de autógrafos com recital do poeta, acompanhado dos músicos Carlos Alberto Lins, Marcelo Chytchi e Walmor Goes, no Café Parangolé (rua Benjamin Constant, 400). A entrada é franca em ambos os eventos.
Marcelo Montenegro é considerado um dos principais nomes da nova poesia brasileira. Em junho o novo livro foi lançado em São Paulo, e também uma reedição de Orfanato Portátil – “leitura obrigatória para todos que queiram ver por onde a poesia nova transita”, de acordo com o poeta Armando Freitas Filho. Lançado originalmente em 2003, pela Atrito Art (PR), Orfanato… encontrava-se esgotado ganhando auras de pequeno clássico cult. Ambos os livros tiveram capas do quadrinista e artista gráfico André Kitagawa e saíram pela Annablume, inaugurando um novo selo da editora, o Annablume Literária.
Serviço:
Lançamento de Garagem Lírica, de Marcelo Montenegro
Bate Papo
(mediação de Ricardo Corona)
17 horas
Local: Museu Guido Viaro (rua Xv de Novembro, 1348, em frente à Reitoria)
Entrada Franca
...
Recital e noite de autógrafos
(com os músicos Carlos Alberto Lins, Marcelo Chytchi e Jahir Eleutério)
20 horas
Local: Café Parangolé (rua Benjamin Constant, 400, quase esquina com Dr. Faivre)
Entrada franca
8/20/2012
ontem não acabou
Dormir, hoje? Só amanhã!
E olha que o amanhã já chegou aqui - e nem assim!
A conversa de caboclos varou a noite/
e a achou desalinhada/
sentada à beira da cama/
olhos largados.
Eu nem percebi e o dia amanheceu!
Quando dei por mim a luz já clareara a janela/
e o dia tava acordado/
os pássaros, é verdade, há muito já tinham cantado lá fora/
anunciando o que chegava,
deixando claro que o dia tá só começando/
e ontem nem foi embora ainda!
8/10/2012
imof
Um dia de junho, acho, cheguei em casa e os rapazes estavam ensaiando
o repertório novo, que começava a nascer. Pararam, trocaram olhares que eu não
entendi – só ouvi: então, a gente para? Não, vamos tocar a música nova de uma
vez.
Logo reconheci o trecho de uma declaração de amor e saudade
eterna feita para um dos mais preciosos amigos e parceiros que tive, o
Dogui. Mais uma surpresa do Ivan, que
pela segunda vez catou rabiscos meus no blog para transformar em uma bela
canção. Nas primeiras vezes foi muito
difícil ouvir e eu disfarçava os olhos cheios, lavando a louça, com o rosto
virado para o outro lado, enquanto as imagens, tantas, voltavam aos borbotões,
trazendo de volta todo aquele amor e também essa saudade imensa que não acaba
nunca. Especialmente difícil era ouvir “essa imagem que volta toda vez que eu abro a
janela/ e vejo que vc não está mais ali/ que vc não vai mais estar/ esperando
eu chegar.”. Eu olhava pra fora, olhava
pro lado, e pro lado que eu olhasse...ele não estava mais lá esperando eu
passar para ir atrás...
Foram vários ensaios assim, até que aquela dorzinha
reavivada diminuísse (um pouco) e eu pudesse só rir, sem chorar, ao ouvir a
canção. No meio dessas sensações haviam outras.
Há tempos acompanho esse processo de
nascimento das canções. Mais do que
isso, acompanho os momentos de solidão, também, de um fazedor de canções. Os
momentos de frustração, de querer fazer e não rolar – e isso sem
falar das vezes que chegava, e sem ser percebida podia ouvir uma batida de
violão procurando o caminho certo para a música nova que lhe batia à porta. Mas, todo fim é também um recomeço e nada
melhor que bons parceiros para que o sopro traga de volta aquela
sensação de liberdade batendo no rosto.
E mais rápido ainda do que vieram novos parceiros para o
recomeço, vieram os outros novos parceiros para o novo recomeço. Aguinaldo Martinuci e Fernando Lobo passaram
pro lado de Ivan e Osmário Junior e reticênciaz se transformou em imof . O Osmario
Junior é um caso à parte. Há tempos o Ivan não tinha ao lado, em
banda, alguém tão ponta firme quanto
ele. Eu tenho certeza de que a presença
dele, intimando o povo para os ensaios, dividindo com o Ivan a responsa de
tocar uma banda adiante, foi imprescindível para que tudo caminhasse como
caminhou. E o que podia ser um fim virou
um começo tão forte, me parece, quanto foi OAEOZ. Nos meses que se seguiram, vi nascer as parcerias
que tanto bem fazem.
E mais, sábado a sábado, enquanto ouvia o Martinuci regendo
a criação, apontando caminhos, indicando possibilidades, provocando, instigando
todos, eu percebia nascendo um repertório muito forte de canções.
( No meio
disso, ainda havia as aulas de piano do Martinuci pro Ivan, cujo efeito
aparecia nos meus dias também ao longo da semana, cada vez que o meu amor
explicava um exercício ou compartilhava comigo uma nova descoberta. Tal qual um
menino em cujos olhos brilha a alegria de sentir-se bem).
E daí chegou o Fernando Lobo,
primo do Igor (parceiro dos primeiros), o cara que além de tocar muito baixo e esbanjando classe, ainda tem as manhas para captação e tal. Não podia ser mais
perfeito e a coisa toda foi a passos largos.
Aquele clima bom da música pela casa voltou a iluminar
nossos dias.
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O nome imof só surgiu bem no final disso tudo – e eu nem
queria a mudança de nome, pra ser sincera. Preguiça, confesso. Mas, quando me dei conta, até o nome, a
forma como ele nasceu, o que ele significa, é perfeito pra esta nova fase
. Parceria de verdade, criar junto,
acertar junto, marcar, desmarcar, fazer e refazer , dividindo as
responsabilidades e, mais do que tudo, sentir-se bem e querer estar um com o outro. Afinal, todo mundo tem muito o que fazer e é preciso muita disposição e persistência para no final de semana de folga, largar mulher, filhos, amigos para ir ensaiar. E é muito claro
que o clima entre eles é muito bom! E o astral deles se espalha pela redondeza. os imof gostam de estar juntos tocando todo sábado!
Eu sabia, portanto, que seria um grande show, a estreia, na
sexta passada, 03.08.2012, na 3ª Noite De Inverno. Mas, foi muito mais do que
pensei. O Ivan tava tão quieto
antes, eu via no semblante dele não nervosismo,
mas uma tensão. Quando cheguei no
bar, Martinuci também tava tão sério... Começaram e fiquei impressionada. Desta vez, algo foi diferente. Calmos, não é a palavra para defini-los. Acho
que “ à vontade”, é melhor. E foi mais
uma noitada, de estreia, muito bacana.
O Folhetim Urbano mandando cada vez melhor e o Leonardo
Vinhas finalmente voltando para Curitiba.
Ficou legal a leitura, com a participação pra lá de especial de um amigo
das antigas, Gelson Bini, que pra nossa alegria, volta a fazer parte do nosso
circuito de convivência. Quiçá, um novo parceiro para projetos culturais futuros...
Valeu, valeu e valeu.
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7/31/2012
imof - Um silêncio novo na casa
01 - Um silêncio novo na casa - (Ivan Santos/Adriane Perin)
02 - Histórias de um tempo fechado - (Ivan Santos/Martinuci)
03 - Imperfeição - (Ivan Santos/Jansen Nunes/Martinuci)
imof é
Ivan Santos - violão, voz e guitarra
Martinuci - piano e guitarra
Osmário Jr - bateria
Fernando Lobo - baixo
Participação:
Igor Ribeiro - sax em “Imperfeição”
Gravação e mixagem - Luigi Castel e Fernando Lobo
Instrumental gravado em 9 e 10 de junho de 2012,
na “casa do jardim das amoras”, Abranches - Curitiba.
Voz gravada em 29 de junho de 2012, no estúdio Audio Stamp.
Produção: Ivan Santos e Martinuci
01 - Um silêncio novo na casa - (Ivan Santos/Adriane Perin)
02 - Histórias de um tempo fechado - (Ivan Santos/Martinuci)
03 - Imperfeição - (Ivan Santos/Jansen Nunes/Martinuci)
imof é
Ivan Santos - violão, voz e guitarra
Martinuci - piano e guitarra
Osmário Jr - bateria
Fernando Lobo - baixo
Participação:
Igor Ribeiro - sax em “Imperfeição”
Gravação e mixagem - Luigi Castel e Fernando Lobo
Instrumental gravado em 9 e 10 de junho de 2012,
na “casa do jardim das amoras”, Abranches - Curitiba.
Voz gravada em 29 de junho de 2012, no estúdio Audio Stamp.
Produção: Ivan Santos e Martinuci
7/27/2012
Noite De Inverno com música e literatura
Terceira edição da festa do
selo homônimo acontece no próximo dia 3,
no Wonka, com lançamento do
primeiro livro de contos de Leonardo Vinhas, single e estreia ao vivo da banda
imof e show do Folhetim Urbano
A 3.ª Noite De Inverno
promovida pelo selo De Inverno, de Curitiba, traz música e literatura ao palco
do Wonka Bar no próximo dia 03. A festa marca o lançamento do primeiro livro de
contos do jornalista Leonardo Vinhas, “O estuprador deprimido e
outras pessoas comuns”; estreia ao vivo e lançamento do single “Um silêncio
novo na casa”, da banda imof. E show do Folhetim Urbano.
Lançamento da Editora
Multifoco, do Rio de Janeiro, no sistema "print on demand", o livro
reúne 16 contos escritos por Vinhas entre 2000 e 2011, que se unem por uma
temática onde predominam sexo, religiosidade e culpa. “A ideia por trás dos
contos é: quem são essas pessoas que estão aqui do lado? Minha percepção é que
toda pessoa tem um ‘quarto escuro’ na cabeça, um cantinho (ou cantão) onde
armazena as coisas que não quer que ninguém saiba”, diz o autor. “As histórias são como instantâneos desse quartinho, capturando momentos que revelam uma intimidade
incômoda de cada personagem”, completa. É um trabalho que escapa, ainda que de
forma involuntária, dos excessos confessionais em primeira pessoa que marcam os
títulos de autores brasileiros mais recentes.
Em breve, o jornalista vai
lançar um blog para divulgar o trabalho. Por ora, interessados em ter o livro
podem pedir diretamente a ele pelo email
oestupradordeprimido@gmail.com. Ou pelo site da Editora
Multifoco, a partir de 02 de agosto http://editoramultifoco.com.br.
A imof é formada por Ivan Santos (voz, violão e guitarra),
Aguinaldo Martinuci (piano e guitarra), Fernando Lobo (baixo) e Osmario Jr
(bateria), todos com longa história na cena musical local. Ivan foi vocalista e
compositor da banda OAEOZ, e é o criador, junto com a jornalista Adriane Perin,
do selo De Inverno e do festival Rock de Inverno. Osmário integrou as bandas
CMU Down e Sofia; Fernando Lobo tocou com ESS, Tod´s e Goticos 4 Fun, além de
atuar também como produtor, e Martinuci encabeça o projeto Stilnovisti.
O primeiro single do grupo,
quase todo gravado em casa – só as vozes foram captadas no estúdio Audio Stamp –,
é um lançamento do selo De Inverno. Gravação e mixagem são assinadas por Luigi
Castel, com assistência de Fernando Lobo. A versão virtual do trabalho será
disponibilizada para download no blog deinverno.blogspot.com
O Folhetim Urbano, formado
por Carlos Zubek (voz e guitarra), Renato Zubek (baixo) e Marcelo Chytchy (bateria)
volta aos palcos depois de alguns meses de descanso. A banda apresenta o show
de seu segundo disco, “D’Aurora Tormenta”.
Serviço:
3.ª Noite De Inverno. Dia 03.08.2012, às 23h. Wonka
Bar (R.Trajano Reis, 326). R$10. Informações: (41) 30266272
Contatos:
Imof - deinverno2@gmail.com
Folhetim Urbano - (41)9958-4000
Imprensa: 9902-1814 – de inverno1@yahoo.com.br
7/25/2012
7/12/2012
Stilnovisti relança primeiro EP com faixas bônus ao vivo pelo selo De Inverno
Trabalho agora inclui três
músicas gravadas durante
concerto com a participação do
Coral da UFPR; grupo se apresenta
no próximo dia 18, no Paço da
Liberdade do Sesc
O grupo
Stilnovisti, de Curitiba, está relançando seu EP de estreia, em parceria com o
selo De Inverno Records. Além das cinco faixas gravadas em estúdio do trabalho
original, o disco agora inclui como bônus, três músicas inéditas registradas
durante concerto ao vivo em 15 de dezembro de 2009, no Teatro da Reitoria, com
o Coral da Universidade Federal do Paraná. E para marcar o relançamento, o
Stilnovisti se apresenta no próximo dia 18, no Paço da Liberdade do Sesc de
Curitiba.
Formado por um
grupo de amigos que se conheceu durante o curso de Música da UFPR – Martinuci
(voz, piano, violão, compositor e idealizador do projeto); Luís Bourscheidt
(bateria, voz), Fernando Schubert (baixo acústico e elétrico) e Fábio Abu-Jamra
(guitarra, violão, voz) - o Stilnovisti lançou o primeiro EP em outubro de
2010, com o apoio da lei de incentivo da Fundação Cultural de Curitiba.
O disco traz
uma série de participações especiais, como os vocais de Edith de Camargo em
“Impressionista”, Cristiane Serkes em “Inverno” e Vadeco em “Gestalt”; o sax de
André Deschamps em “Não deu no New York Times”, o violoncelo de Thomas Jucksh
em “Lá Fora” e “Dias”. Jorge Falcon, que produziu a gravação de estúdio junto
com Martinuci, também toca violão em “Dias e “Gestalt”. E Fernando Nicknich,
parceito de Martinuci desde o início do projeto, toca piano e violão em
diversas faixas.
Em julho de 2009, o grupo abriu um
concerto do Coral da UFPR, que resultou no convite para uma apresentação em
parceria em dezembro do mesmo ano. A apresentação uniu o Stilnovisti a um coro
de 60 vozes, regido pelo maestro Alvaro Nadolny, com arranjos para coro
escritos por Nicknich. Renomeado “Inverno”, o novo EP traz o registro inédito de
três dessas canções, em gravação feita por Lucas Paixão. O material será disponibilizado
para download gratuito no blog do selo De Inverno (www.deinverno.blogspot.com), e na página
do grupo no Soundcloud (http://soundcloud.com/stilnovisti).
Apesar de ser
um grupo relativamente jovem, o Stilnovisti conta com músicos experientes e já
com história na cena local. Martinuci é compositor de longa data e suas canções
foram gravadas por artistas como Fernanda Porto, Beto Bertrami e Edson
Montenegro. Luis integra a Banda Mais Bonita da Cidade. Fernando e Abu tocam no
grupo Os Milagrosos Decompositores.
Contatos
Serviço (Show)
Stilnovisti
(com
participação de Jorge Falcon e Cristiane Serkes)
18
de julho (quarta-feira) – 20 horas
Sesc
Paço da Liberdade - Praça Generoso Marques, 189
Informações:
41 3234-4200
Comerciário:
10,00/Não comerciário: 20,00
deinverno2@gmail.com
Foto: Lucas Costas
6/26/2012
rabiscos de qualquer dia
Acordei querendo estar disposta hoje. Mas, a chuva, essa
chuva que começou quieta sem que a gente percebesse durante o sono escuro do
dia, tomou conta de tudo e deu seu próprio ritmo à vida deste dia. Cai pesada,
enquanto no quarto fechado eu olho as madeiras finas do forro do teto,
manchadas pelo mofo que cria formas pequenas, ora mais escuras, noutras mais
claras. Choveu tanto que divido o já pequeno espaço que sobra entre a cama e o
guarda-roupa com baldes e bacias que não protegem o velho taco dos pingos que, por sua vez, não respeitam as telhas e escapam pra dentro do
quarto, ainda com cheiro de sexo e janelas fechadas. Olho para ele que não
dorme ao meu lado – mas mantém o travesseiro cobrindo parte do rosto. É quase
meio-dia. Eu tento escrever mais uma vez!
Mas, é tanta confusão!
Você, por exemplo. Mas sobre você não quero escrever. Hoje,
não! Não, agora!
Eles. Mas, eles são tantos e tão importantes. E, também, são
tão sem importância. É por todos esses não seis dentro de mim que vivo sem
rumo. Não sou eu, no final das contas. São as lembranças. Apenas elas, sempre,
que me tumultuam. E embora tenham um sentido dentro de mim, escapam dos
argumentos todo o tempo. E quando escapam levam também as histórias.
Mas hoje decidi abrir aquela caixa branca. Empurrada,
procurei uma história para contar. Uma só – é o que preciso agora. Do começo.
Ao fim. Construindo um meio com meias verdades não vividas. E tem as mentiras,
carinhosamente saboreadas em pequenas doses falseadas diariamente.
Uma história – pode até ser uma que você já contou. Ou
tentou, ao menos. Ela abre a caixa branca e vira... eu. Nem ela, nem eu. Só uma
lembrança, quase apagada. Nem as fotos estão ali.Só as letras, dedicadas e
redondas. Letras de crianças. Que sabiam de tudo.
Vasculho todos os cantos, os poros abertos atrás das marcas.
O primeiro amor, que brotou do primeiro amigo. Dalto s. A letra dele,
irregular, mas melhor que a minha, me joga pra dentro de memórias que não sei se ele guardou. Seriam elas, para ele, lembranças que não valem nada? Será mesmo
que chegaram a existir? Nem isso, talvez. Mas, pra mim, são como as páginas de
um livro de capa dura que trazem de volta bonecas coloridas e espigas de milho. Ele usava
óculos. Será que foi aí que comecei a ligar o objeto a pessoas inteligentes?!!?
Foi uma das primeiras conclusões que lembro ter tirado.
Lembro também que muito cedo me dei conta que jamais amaria
alguém plenamente – se é que isso existe. Hoje é tudo confuso, mas ás vezes
lembro destas percepções prematuras e incompreensíveis. Mas, incrível, lembro até que
estava no alto do morro barrento que levava à
escola. Não tinha geada, então não era inverno. Tinha brigado, de novo, com minha melhor amiga, e fui acometida por
uma sensação estranha de ter uma certeza estarrecedora: a impossibilidade, tão
cristalina naquele momento, da entrega total a alguém. Era certo pra mim que
jamais amaria alguém plenamente, acima de tudo – e colocava nesse baú o amor por
todas as pessoas, não aquele outro. Parecia, não sei, que isso tinha a ver com
as partidas e despedidas que eu já pressentia nunca saem da gente.
Mas, contudo, eu achei que o amava. O primeiro amigo. E era
um amor tão puro – tanto que nem amor era! E tão distante, como sempre me
pareceriam todos os (poucos) amores que tive depois. Um amor amado em segredo,
que era sem ser. Só depois percebi que não era o
amor que eu pensei. Ele nem soube do meu amor que não era. Todos os outros
sabiam. E caçoavam da pequena enamorada. Todo dia, subíamos o morro e era exigência
dela esperar por ele em frente ao bangalô verde musgo.
Foi ele quem me conquistou. Quando me pegou pela mão e
chamou pra brincar. Do calor daquela mão pequena não lembro. Mas lembro como
hoje que o meu choro calou e todo aquele estarrecedor medo de ficar ali foi embora na mesma hora. Fui, de mãos dadas com ele,
entre outras crianças e brinquedos, e sob dois sorrisos carinhosos, da
professora e da tia.
E foi assim que há muitos e muitos anos eu dei meus segundos
primeiros passos. De mãos dadas com meu primeiro amiguinho de escola, que
pensei ser meu primeiro amor, aos seis anos de idade. Ele foi a primeira pessoa
estranha que me conquistou!
Marcelo Brum-Lemos e O SOM-DE-BRINKEDO
Lirismo
experimental
Grupo retorna ao
palco do SESC Paço da Liberdade para lançamento do álbum “TRÊS”
Depois de abrir
a temporada 2012 da Terça Brasileira, no teatro Paiol, Marcelo Brum-Lemos volta a se apresentar com a formação
completa do grupo SOM-DE-BRINKEDO, na Sala de Atos do Sesc Paço da Liberdade.
Os shows, nos dias 29 e 30 de junho, marcam o lançamento do novo trabalho do
compositor Marcelo Brum-Lemos, o disco TRÊS.
O álbum reúne um
apanhado de composições e experimentos, gravados com ou sem o grupo
SOM-DE-BRINKEDO, e será distribuído em formato artesanal com uma tiragem de
apenas 100 cópias. O trabalho tem momentos que vão do um lirismo medieval (em
“Feitos e honras”, com harpa e flautins) ao experimento solo mais
“contemporâneo” de faixas como “Que Rey Soul?”, passando pelo “pop-rock” de
“Desculpa aí” (cuja letra retrata uma malsucedida tentativa de flerte) e pelo
surrealismo de “O Fantasma do Guimarães”, por exemplo.
O
SOM-DE-BRINKEDO, banda que atualmente acompanha o compositor, reúne músicos já experimentados que se revezam
como convidados de Brum-Lemos conforme o perfil das apresentações. Nos shows da
Sala-de-Atos do SESC Paço da Liberdade, a formação incluirá, além de Marcelo Brum-Lemos (guitarra, piano,
harmônica, kazoo e voz), Aruana Moscheta
(rabeca e violino), Aluísio Coelho
(cavaco-banjo, kazoo, violão e baixo), Felipe
Ayres (guitarra, piano, acordeon 8 baixos), Leandro Leal (bateria, percussões e voz) e Carlos Ramos (flautas, charamelas, dulcimer, acordeon e voz).
A
versatilidade dos músicos se traduz na riqueza de elementos sonoros do show. Em
60 minutos, a banda parece transmutar-se em diversas formações: grupo de
seresta, combo de jazz, trovadores da Idade Média, MPB, folclore gauchesco,
banda de rock... Todas essas variantes são possíveis no “laboratório” do
SOM-DE-BRINKEDO, fazendo do espetáculo uma verdadeira viagem pelo vasto leque
de sonoridades do compositor .
Outro
destaque é o lirismo das letras de Brum-Lemos, que escapam do lugar comum, e
trazem uma forte ligação com a literatura. “Em princípio, não sou músico, nem
cantor” observa. “Trabalho a arte da canção, o meio termo entre a poesia e a
música. Sou compositor de canção popular, área em que a poesia exerce um papel
tão significativo quanto a melodia, a harmonia, o ritmo, etc”, completa.
Com uma história
consolidada na canção curitibana, Brum-Lemos, que é um dos fundadores da banda
Zaius, encontrou nos amigos músicos o caminho para voltar a tocar ao vivo. “São
músicos com variadas formações, o que me permite convidar de acordo com a
proposta dos shows. Isso também permite continuar meus experimentos, posso ir
do medieval ao ‘rockão’, passando pelo jazz e folk, com a certeza de ter sempre
bons parceiros por perto”, considera. “É também um jeito de valorizar a
individualidade de cada músico”, diz, lembrando que seus convidados têm
carreiras-solo e são compositores também. O nome do projeto, explica, tem a ver
com essa vontade de “brincar com os sons”.
Trajetória
Como solista,
Marcelo Brum-Lemos editou os CDs “Res” (ano 2000) e “Mágica” (2004), mas não
fez apresentações. Multiinstrumentista, gravou tudo sozinho, mantendo a pegada
experimental, que é uma das marcas de sua produção desde os tempos de Zaius,
banda que ficou conhecida por um tipo de rock que nunca se prendeu as amarras
de um estilo único, passeando pelo jazz, MPB, “rock medieval” e experimental
com a mesma perspicácia. São mais de 15 anos de carreira na música e
na poesia curitibanas, desde a estréia em 1995, no 1º. Festival da Canção da
UFPR. No mesmo festival conquistou os prêmios de 1º. lugar e Melhor Arranjo em
1997, já com a banda Zaius, com a qual gravaria 3 CDs (“Ao Vivo no Paiol”,
2002; “No Século Errado”, 2005; “A Cidade não Morre”, 2006). A intensa produção
de Marcelo teve, porém, poucas apresentações ao vivo. Foram 50 shows apenas em
dez anos de história.
Paralelamente, Brum-Lemos
também desenvolveu uma história como poeta/contista, com premiações como o
Concurso Nacional Helena kolody (1990/91/93 e 96) e o Concurso Nacional de
Minicontos (2002). Esteve também em palcos de poesia da capital paranaense,
como “Porão Loquax”, no Wonka bar, e no projeto “Café, Leite Quente e Poesia”,
do Café do Paço.
Em
ambas as carreiras, o compositor sempre se destacou por uma postura de
independência artística, o que fez tanto de seus CDs e apresentações públicas
peças únicas na cena curitibana. Depois do término da banda Zaius, Marcelo
passou algum tempo incubando novas ideias e voltou, em 2010, com o projeto
poético-sonoro SOM-DE-BRINKEDO, que já se apresentou no Museu Guido Viaro, no
Café do Paço da Liberdade, no Wonka bar, Teatro Paiol e em 2012 fez sua estreia
internacional, em Coimbra, Portugal, no Piazzolla Jazz Café.
Serviço
O que: Marcelo Brum-Lemos e Som-De-Brinkedo
Quando: Dias 29.06 às 19h30; e 30.06 às 18h
Onde: SESC PAÇO DA LIBERDADE – Sala de Atos
Quanto: R$ 12,00 e R$ 6,00
(comerciários, estudantes, idosos, etc)
Ps.: a foto é de Ana Carolina Torquato.
6/17/2012
6/14/2012
Menino da porteira
http://www.youtube.com/watch?v=WtOiiqBZB1g
Ouvi muito essa música quando criança. Ficava tão triiste, mas cantava tudinho. Essa não foi a única cantiga caipira triste que ouvi na infãncia e que deixou marcas profundas. nunca imaginei que ouviria uma versão dessa canção no Wonka, com Cassiano Fagundes e Ieda por perto. Do Fábio, isso não me surpreende. Foi lindo o segundo Alvoroço das Bestas dos pinheirais, terça passada, quando tive o prazer de viver esse belo momento, com este rei do berrante do interior do Paraná. Muito bonito o que ele fala; e da música nem preciso falar mais nada. Um clássico da música brasileira! Alegria, alegria, alegria! Valeu Fábio, Cassiano e Ieda por mais esta.
Ouvi muito essa música quando criança. Ficava tão triiste, mas cantava tudinho. Essa não foi a única cantiga caipira triste que ouvi na infãncia e que deixou marcas profundas. nunca imaginei que ouviria uma versão dessa canção no Wonka, com Cassiano Fagundes e Ieda por perto. Do Fábio, isso não me surpreende. Foi lindo o segundo Alvoroço das Bestas dos pinheirais, terça passada, quando tive o prazer de viver esse belo momento, com este rei do berrante do interior do Paraná. Muito bonito o que ele fala; e da música nem preciso falar mais nada. Um clássico da música brasileira! Alegria, alegria, alegria! Valeu Fábio, Cassiano e Ieda por mais esta.
6/05/2012
Hoje no Wonka
O Alvoroço das Bestas dos Pinheirais convida Fábio Elias, Marcus Gusso, Vilma Ribeiro e Jota Jr
O Alvoroço das Bestas dos Pinheirais virou parte do calendário do Wonka Bar e vai começar a acontecer sempre nas primeiras terças do mês. A segunda edição acontece no dia cinco de junho e traz novamente o jornalista/mestre de cerimônias Cassiano Fagundes, que recebe quatro convidados especiais:
No show principal, Fábio Elias, o rockeiro da banda Relespública que já chegou até a flertar com o ritmo sertanejo; o multi-instrumentalista Marcus Gusso, mais conhecido como Coelho; a cantora Vilma Ribeiro, das bandas Namastê e Risoflora; e Jota Jr, para alvoroçar ainda mais essa mistura.
A fórmula é a mesma da primeira edição: o show de Fábio Elias vai contar com participações especiais de todos os convidados e, ao final, o público tem a chance de bater um papo com os alvoroçadores do Wonka.
As portas abrem às 21h, e até as 22h - quando começa o show -, sopa e vinho serão servidos gratuitamente a quem vier conferir a mistura.
R$ 5,00
WONKA
Rua Trajano Reis, 326
WONKA
Rua Trajano Reis, 326
5/30/2012
Banzo
Encontrei uma amiga com quem dividir as lembranças de "casa", vejam só. Minha amiga Lageana Lara de Lima, volta e meia manda o link de um som. E quando ela faz isso em dia de banzo, como hoje... é lindo! Ando mesmo com vontade de ouvir músicas gauchescas - e eis que ela me manda uma milonga que não conheço, mas só a sonoridade gauchesca me basta.http://letras.terra.com.br/miguel-marques/841101/
Como disse a ela, volto sempre, na memória, ao tempo da primeira infância. Nada de viver no passado, não. É só que fui muito feliz e sinto falta das pessoas que tinha (e ainda sinto) por perto, que me mostraram caminhos, principalmente quando nem se davam conta disso. É como se eu precisasse de tempos em tempos relembrar isso tudo pra não esquecer de onde eu vim e quem eu sou no meio desse mundo tão confuso. É preciso ser firme, pra se manter firme! E hoje, pra completar, encontrei minha mãe, que não via faz tempo, apesar de morarmos na mesma Grande Curitiba. Cheguei em casa e outro presente da Lara: http://letras.terra.com.br/almondegas/156030/
que diz estar saudosa. Eu disse, é banzo, minha amiga! Saudade de casa! Saudade das pessoas importantes. Saudade até da gente mesmo, de certa forma. É o outono - belo outono, com suas 'folhas secas do inverno num dia de verão' pelos chãos.
Como disse a ela, volto sempre, na memória, ao tempo da primeira infância. Nada de viver no passado, não. É só que fui muito feliz e sinto falta das pessoas que tinha (e ainda sinto) por perto, que me mostraram caminhos, principalmente quando nem se davam conta disso. É como se eu precisasse de tempos em tempos relembrar isso tudo pra não esquecer de onde eu vim e quem eu sou no meio desse mundo tão confuso. É preciso ser firme, pra se manter firme! E hoje, pra completar, encontrei minha mãe, que não via faz tempo, apesar de morarmos na mesma Grande Curitiba. Cheguei em casa e outro presente da Lara: http://letras.terra.com.br/almondegas/156030/
que diz estar saudosa. Eu disse, é banzo, minha amiga! Saudade de casa! Saudade das pessoas importantes. Saudade até da gente mesmo, de certa forma. É o outono - belo outono, com suas 'folhas secas do inverno num dia de verão' pelos chãos.
5/29/2012
5/25/2012
A explicação da FCC sobre a Pedreira
Release enviado pela comunicação social da Fundação Cultural de Curitiba sobre a Pedreira Paulo Leminski.
A concessão da Pedreira Paulo Leminski e da Ópera de Arame vai resultar em recursos adicionais para serem investidos na cultura em Curitiba. "Já de cara, os R$ 150 mil que serão recebidos com a outorga mínima da concessão serão investidos pela Fundação Cultural de Curitiba em obras de revitalização e manutenção do Centro de Criatividade do Parque São Lourenço, beneficiando a comunidade da mesma região do Parque das Pedreiras", diz a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Roberta Storelli.
A outorga inicial é um valor estipulado no processo licitatório que o vencedor da licitação já tem que repassar para a Prefeitura de Curitiba, à vista, na assinatura do contrato. Além da outorga inicial, o edital prevê investimento mínimo de R$ 15 milhões em obras de benfeitorias, sendo R$ 5 milhões para a Pedreira Paulo Leminski e R$ 10 milhões para a Ópera de Arame.
O edital determina que do total da receita bruta arrecadada nos eventos de caráter privado nos espaços, no mínimo 4% serão destinados ao município. O valor será dividido entre a Fundação Cultural de Curitiba e a Secretaria do Meio Ambiente, responsáveis pela gestão desses espaços, para a aplicação de projetos nas áreas ambiental e cultural. Além disso, a Prefeitura também receberá o Imposto Sobre Serviços (ISS), de 5%, que incide sobre este tipo de atividade.
Com a concessão, a Fundação Cultural ainda vai economizar R$ 600 mil por ano que atualmente são necessários para a manutenção básica da Pedreira e da Ópera. A partir da contrapartida financeira prevista pela concessão dos espaços, em edital lançado em abril pela Prefeitura, essa verba não será mais utilizada na manutenção do Parque das Pedreiras, sendo aplicada em necessidades de outras unidades culturais da Fundação, beneficiando diversas comunidades.
Na sequência, a Fundação Cultural irá destinar a arrecadação ao custeio da manutenção do Centro Cultural CIC, que está em fase de construção em parceria com a Cohab, via Caixa Econômica Federal, com previsão de entrar em funcionamento em meados de 2013.
"E sem a adoção da concessão, a Pedreira Paulo Leminski e a Ópera de Arame continuariam sem habilitação para receber uma programação digna desses cartões postais da cidade, deixando Curitiba fora da rota de grandes espetáculos. Para deixarmos os locais totalmente adequados às exigências, necessitamos da parceria do investidor privado”, explica Roberta.
A Ópera de Arame abrigará eventos para até mil pessoas. Na Pedreira Paulo Leminski, será permitido realizar eventos com até 25 mil pessoas, depois de concluídas as obras exigidas pela Justiça, de acordo com normas de acessibilidade e rotas de fuga. A concessão de espaços também atinge o Parque Náutico que, depois da revitalização, poderá sediar eventos para mais de 50 mil pessoas.
O investidor terá que revitalizar os espaços com o direito do uso dos mesmos para a realização de eventos de diferentes portes, tendo o município a prerrogativa de fazer eventos públicos nesses locais sem qualquer custo, além de mantê-los abertos gratuitamente à visitação pública.
Com a concessão, o município delegará ao vencedor da licitação a prestação de um determinado serviço, mantendo consigo a titularidade e as consequentes responsabilidades de definições prévias que contemplem necessidades públicas e o monitoramento permanente, com vistas a garantir o cumprimento do que foi estipulado em contrato. A abertura das propostas de preços será no próximo dia 4 de junho, na Secretaria da Administração.
Nós
"Minhas sombras, sim, tenho muitas, azuis, perdidas
- você as viu?
Se não as viu é porque bem pouco sabe de mim."
Há anos ganhei um livrinho, retangular, com capa marrom, que lembra papel de pão. Nada escrito claramente na capa, apenas um alto relevo. Na primeira folha, o título, Nós. na segunda o crédito, Gabriele Gomes - e o ano - 2009. Demorei a perceber essa pequena preciosidade que ficou perdida no meio de materiais recebidos. Mas, na hora certa, ele me achou. E eu fiquei pasma ao perceber como ele fala comigo, com poucas e tão certeiras palavras, vai ao ponto. Eu o perdi, outra vez, e ele novamente me achou, recentemente. Adoro abrir esse livrinho aleatoriamente e ver o que ele tem a me dizer. Na imensa maioria das vezes, ele diz algo que me faz bem ler. Eu lembro da Gabriele Gomes que é também artista plástica. Não sei se é a mesma - mas acho que sim. É uma jovem e talentosa artista, de uma safra muito bacana que acompanhei o surgimento. Perdi o contato e tô tentando saber se ela escreveu mais. Gosto do jeito como fez esse simpático "Nós". Me identifico. Ela consegue com poucas palavras dizer tudo o que é preciso. Já falei dela aqui, mas pesquiso e não acho nada sobre o livro, que foi lançado com apoio da lei de incentivo de Curitiba.
"Já durmo melhor, te conto então novidades.
Tenho vivido dias mais bonitos;
daqui onde estou pressinto oceanos, desbravo florestas,
escuto ventos que em mim percorrem."
- você as viu?
Se não as viu é porque bem pouco sabe de mim."
Há anos ganhei um livrinho, retangular, com capa marrom, que lembra papel de pão. Nada escrito claramente na capa, apenas um alto relevo. Na primeira folha, o título, Nós. na segunda o crédito, Gabriele Gomes - e o ano - 2009. Demorei a perceber essa pequena preciosidade que ficou perdida no meio de materiais recebidos. Mas, na hora certa, ele me achou. E eu fiquei pasma ao perceber como ele fala comigo, com poucas e tão certeiras palavras, vai ao ponto. Eu o perdi, outra vez, e ele novamente me achou, recentemente. Adoro abrir esse livrinho aleatoriamente e ver o que ele tem a me dizer. Na imensa maioria das vezes, ele diz algo que me faz bem ler. Eu lembro da Gabriele Gomes que é também artista plástica. Não sei se é a mesma - mas acho que sim. É uma jovem e talentosa artista, de uma safra muito bacana que acompanhei o surgimento. Perdi o contato e tô tentando saber se ela escreveu mais. Gosto do jeito como fez esse simpático "Nós". Me identifico. Ela consegue com poucas palavras dizer tudo o que é preciso. Já falei dela aqui, mas pesquiso e não acho nada sobre o livro, que foi lançado com apoio da lei de incentivo de Curitiba.
"Já durmo melhor, te conto então novidades.
Tenho vivido dias mais bonitos;
daqui onde estou pressinto oceanos, desbravo florestas,
escuto ventos que em mim percorrem."
5/22/2012
Dorme, amor!
Dorme, amor! Enquanto eu olho seu sono tranquilo, meu peito aquieta também.
Anjo do meu sono, zelo pelo seu respirar suave. Pelo bater de um coração que também mora no meu peito.
Carícias de amor cortam a pele, às vezes
e no tropeço da semana que não despertou ainda lá em casa posso recostar minha boca pintada nos teus beijos bêbados
encosto na soleira da porta sem vontade de sair
um silêncio quente ainda envolve a casa em seu próprio outono!
Anjo do meu sono, zelo pelo seu respirar suave. Pelo bater de um coração que também mora no meu peito.
Carícias de amor cortam a pele, às vezes
e no tropeço da semana que não despertou ainda lá em casa posso recostar minha boca pintada nos teus beijos bêbados
encosto na soleira da porta sem vontade de sair
um silêncio quente ainda envolve a casa em seu próprio outono!
Falta?
começo a sentir falta de nós
e temo que esse frio rasgando a espinha seja o prenúncio da saudade
no canto da cozinha, e pelas janelas quebradas
Sim e não, portanto,
não só!
Não adianta perguntar mais como foi ontem
nesse nós já tem mais alguém
Tenho que acostumar de novo
a ouvir o que conversam no (em) silêncio dentro de mim!
e temo que esse frio rasgando a espinha seja o prenúncio da saudade
no canto da cozinha, e pelas janelas quebradas
Sim e não, portanto,
não só!
Não adianta perguntar mais como foi ontem
nesse nós já tem mais alguém
Tenho que acostumar de novo
a ouvir o que conversam no (em) silêncio dentro de mim!
5/17/2012
Humanish no Lupaluna
Banda se apresenta na Arena Mundo
Livre no mesmo dia que Céu e Lenine
A banda Humanish faz sua primeira
participação no festival Lupaluna, na Arena Mundo Livre da edição 2012, um ano
de agenda cheia, que reflete a boa performance do disco de estreia. Com
tudo pronto para a segunda edição do álbum Humanish, novas
parcerias firmadas e duas turnês engatilhadas até o final do ano, o quarteto
curitibano preparou para o Lupaluna um repertório mais rock, que inclui também
músicas que serão mostradas em primeira mão.
Feliz com o convite, a banda vê nele
um sinal da valorização dos artistas independentes brasileiros. “A visibilidade
de um festival do tamanho do Lupaluna é importantíssima para novas bandas
autorais, que estarão, num mesmo palco, ao lado de artistas já consagrados”,
pontua Allan Yokohama, guitarrista e compositor da Humanish, que no Lupaluna
contará com a participação de Márcio Rosa, na percussão; e Cláudio Farinhaque
na guitarra. Na Arena Mundo Livre, a Humanish divide o palco com outros
nomes fortes da cena local, como A Banda Mais Bonita da Cidade e Hillbilly
Rawhide; e dos já reconhecidos nacional e internacionalmente, Lenine e Céu.
O grupo colhe os frutos da
experiência de seus músicos e do disco Humanish, produzido por
Carlos Trilha e lançado em 2011. O álbum serviu de cartão de visitas para os
primeiros passos da banda, e a colocou nas listas de melhores do ano.
Assinadas por Allan e Marano, com arranjos da banda, as composições
mantém o pé fincado no rock and roll e, sem usar o contrabaixo, exploram
timbres graves em guitarras barítonos, afinações diferenciadas e
sintetizadores. A combinação resulta em um rock contemporâneo, vigoroso e cheio
de texturas instrumentais e vocais. A banda se completa com Igor Ribeiro (sintetizadores
e sax) e Tiago Nunes (bateria).
2011 também foi um ano cheio de
atividades. Depois do lançamento do disco, em junho, no Teatro Paiol, veio a
primeira turnê da banda, que passou por 3 mil quilômetros ao longo do Sul do
País, em um roteiro com 11 shows em 12 dias, passando por diferentes cidades,
entre as quais as três capitais. Essa turnê foi realizada em parceria com a DBD
Produções, Tubo Coletivo e Regional Sul FDE do Circuito Fora do Eixo, rede
de trabalho colaborativo que envolve cerca de 2000 artistas e produtores
culturais de 107 pontos espalhados por todos os Estados brasileiros, 7
países da América Latina e NY (EUA). Em seguida, os frutos do trabalho
começaram a ser colhidos, com a boa repercussão do disco em jornais,
revistas e blogs país afora, assim como na Europa, Japão e nos EUA.
A banda foi indicada como uma das Revelações de 2011 pelo Jornal “O Globo” e
uma das apostas da Revista espanhola “Zona de Obras”.
Enquanto aproveita o bom momento, o
quarteto segue firme na construção de uma trajetória duradoura. Em junho, a
banda oficializa a parceria com o selo carioca Bolacha Discos, colocando na
praça a segunda edição do álbum de estreia, com direito a um EP bônus. Serão
três faixas inéditas, também com produção de Carlos Trilhas: “Ruas de Jasmim”,
com participação de Val Oliveira na bateria, “Menina”, que contou com Carlos
Trilha no piano e “Rostos Coloridos”, que tem a participação de Diogo Soares da
Los Porongas (AC) no vocal. O “pacote” conta ainda com um novo clipe, da música
“Algum dia na memória”. Outra novidade é a parceria com a produtora Porto
Alegrense Marquise 51 (TNT, Replicantes, Identidade, Jupiter Maçã) que cuidará
da agenda da Humanish no Sul do País. Até o final de ano, a banda entra em mais
duas turnês e prepara outros três videoclipes, além de participar do terceiro
disco da cantora paulistana Andréia Dias, rearranjando a música “Cadência”,
produzida por Vitor França e Val Oliveira. Fechando a agenda 2012, está o
segundo disco da banda que já está trabalhando em novas músicas e vai entrar em
estúdio para o registro ainda este ano.
No
Lupaluna, a Humanish toca no dia 18 de maio, 00h20. Mais informações sobre o
Festival podem ser acessadas no site: http://redeglobo.globo.com/platb/rpctv-lupaluna/
Para conhecer mais sobre a banda basta acessar o site:
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