6/27/2008

Iliketrains - The Deception



na falta total de inspiração pra escrever por aqui, deixo uma das bandas novas preferidas. Ainda sou mais "We All Fall Down", mas essa música também é foda.

6/20/2008

Baby, I´m Just a Fool



tem certas horas que as palavras não dizem nada.
e é melhor deixar que as canções falem.


23 horas - Monodia

Hoje eu me sinto tão triste
queria apenas um abraço
tua compreensão em silêncio

faz frio
faz tanto frio

Hoje eu me sinto tão só
enquanto não estiveres aqui
meus dias vão ter 23 horas

Faz frio
faz tanto frio

aqui dentro


Um dia

Sabes que eu não sei
ser diferente do que sou
eu sei que vou lembrar
de como tudo mudou

um dia espero que você aceite
que eu sou assim
sem nada demais

vou carregar
teu mundo em minhas costas
ninguém vai perceber

um dia espero que você aceite
que eu sou assim
sem nada demais

6/17/2008

50 canções


O Senhor F publicou uma lista de 50 canções dos últimos dez anos que marcaram a cena independente nacional. A lista inclui "Disco riscado", música de minha autoria com letra do nosso batera, Hamilton de Lócco (o Camarão), lançada originalmente em versão de estúdio no disco "Dias "(2001), e depois, em versão ao vivo no disco "Take um" (2002) - que pode ser conferida acima em video com a participação da pianista Marília Giller.
Veja a lista completa no Senhor F

6/16/2008

Cale-se trambique!



ah, meus 13 anos. quem aí com seus 30 e poucos que não perdeu algumas manhãs (ou tardes) na frente da tv, torcendo pelo poderoso falsão e seu fiel escudeiro, o trambique, que se transformavam no horrendo capitão guapo e seu companheiro branquinho? a gente era feliz e não sabia, ou nem ligava.

6/13/2008

ruído/mm - União da Vitória - junho de 2005



O vídeo é tosco e o áudio idem, mas vale pelo registro histórico de ver o ruído/mm mostrar - a uma multidão de 2 mil pessoas que se aglomerava na antiga estação ferroviária de União da Vitória, em plena divisa PR/SC, e estava ali pra a espera do Comunidade Nin-Jitsu e uma banda local que atende pelo singelo nome de Klitóris - que música não tem que ser necessariamente tum tum praticumdumprugurundum, nem praticabum.

6/11/2008

Nuvens e OAEOZ

Gazeta do Povo/Tudo Paraná

Acordes Locais

Luiz Claudio Oliveira – luizs@rpc.com.br

Boas idéias nem sempre fazem um bom disco. Para sustentá-las, é preciso trabalho, dedicação. A música não vive só de inspiração, mesmo que seja ela a parte fundamental de todo o processo criativo. Sozinha, não se basta. Feita esta introdução, quero falar aqui de dois discos de paranaenses que envolveram idéias criativas em um trabalho de primeira. O primeiro é Nuvens (www.nuvens.net ou www.myspace.com/osomdasnuvens). É o nome da banda e do seu primeiro disco.

Os músicos foram reunidos por Raphael Moraes, ex-integrante do grupo Poléxia, já no processo de gravação do primeiro álbum. Se a banda é nova, os componentes já têm experiência de outras formações. Além de Moraes, são Amandio Gavão (guitarra e vocal – do Dr. Smith), César Nova (piano/Hammond e sintetizadores), Luis Bouescheidt (bateria e vocal – das bandas Dave Mathews Project / Confraria Instrumental), Marcos Nascimento (baixo – das formações Gipsy Dream / The Elder) e Marcus Pereira (percussão). Com tantos cruzamentos de caminhos, as influências são muitas, mas as mais destacadas são as do pop/rock com folk music e um toque psicodélico. O instrumental é bem cuidado e tão valorizado quanto as letras que, na maioria das músicas, são um tanto angustiadas, que falam de um ser deslocado no mundo a procura de seu espaço.

Guardadas as devidas proporções e diferenças musicais, as letras lembram uma outra banda de Curitiba, que também tem trabalho novo à mostra, falo da OAEOZ (www.myspace.com/oaeoz), mais veterana, com dez anos de estrada e cinco discos. As duas mostram esse “deslocamento”, essa falta de lugar em um mundo que atropela quem pára para pensar ou sentir. Esse ser é torto, tímido, “gauche”, como definiu Drummond. Vou dar um só exemplo, mas não quero que pensem que as bandas são parecidas, apenas coincidentes em certas palavras: “O fim que chega toda manhã/ quando você fica na cama dormindo sozinho”, diz a letra de “Distância”, de OAEOZ. “Todas as noites quase morro/ Para renascer cada manhã” é o início da música “Heróis”, da banda Nuvens.

O disco Nuvens pode ser comprado na Fnac. O disco Falsas Baladas e Outras Canções de Estrada, da banda OAEOZ, que tem uma de suas músicas no filme Nossa Vida Não Cabe num Opala pode ser baixado gratuitamente pela internet, no blog do Senhor F (http://senhorf.com.br), na sessão Senhor F Virtual.

6/05/2008

Dolores


"a gente briga
diz tanta coisa que não quer dizer
briga pensando que não que não vai sofrer
que não faz mal se tudo terminar

um belo dia
a gente entende que ficou sozinho
vem a vontade de chorar baixinho
vem o desejo triste de voltar

você se lembra
foi assim mesmo que se deu comigo
eu tive orgulho e e tenho por castigo
a vida inteira pra me arrepender

se eu soubesse o
naquele dia o que sei agora
eu não seria esse ser chora
eu não teria perdido você"


como diria uma amiga especial "que triste e lindo, destino, ah, que triste e lindo"

entre os discos que recebi nos últimos tempos está um tributo a Dolores Duran, autora dessa devastadoramente sincera letra, no disco cantada por Fagner, que com sua voz característica até tira um tanto do peso, mas a letra se basta..e me faz não querer mais parar de ouvir música...
uau, e agora entrou algém que já vi, Alaíde Costa, com Ternura antiga, cantando assim: "ai, a rua escura, o vento frio/ esta saudade, este vazio/esta vontade de chorar (...) sim, eu não te amo porque quero, se eu pudesse esqueceria..."
caralho.... aliás, quando penso na música Castigo, que reproduzi acima, é em Alaíde Costa que lembro. Devo te-la ouvido cantar no seu que vi no Original. e agora, é Claudete Soares, quem canta pra mim... faixas maravilhosas estão neste disco

6/04/2008

amigos de toda hora ...


não resisti a essa nova imagem pra completar a família bichos. Estes são Dogui, Baby e Lu, minha gatinha preta. uma cena como essa até me acalma, adrenalina baixa quando chego em casa e dou de cara com esse trio me esperando....

Música é bom, mas ...





A Tigra Maria é foda... Há dias que to me enrolando pra por fotos dos meus bichos no blog, mas hoje foi a gota d´água. Pra quem não sabe, Tigra é minha (ops,a nossa) gata acinzentada. Ela tem quase a idade do’OAEOZ, portanto depois do Dogui, é a mais velha da família. E como tal, se acha no direito de resmungar quando eu fico muito tempo fora de casa, quando não dou atenção ou quando a gente não coloca comida pra ela assim que chega em casa (mesmo que o prato dela esteja cheio. Costumo brincar que ela gosta de companhia pra jantar). Ela fica caminhando atrás da gente pela casa resmungando mais que um garfield (Não é a toa que a chamo, quando ela ta atacada, de Tigra Maria Bündchen Garfilda – o Bündchen vocês podem concluir porque ao notar o charme das fotos...). Pois e foi outra vez a comida a razão da pendenga dessa semana. Ela pode ser muito chata e depois de anos comendo Friskies ( e não adianta propaganda nenhuma dizer que é do Whiskas que os gatos gostam, porque aqui em casa, não é!!!) ela começou a recusar e me deu um olé nos últimos três anos pelo menos. Achei que elas (tem a Lu, também) enjoavam da ração – e minhas gatas não gostam de comida-comida.

Segunda feira, antes de ontem, comprei outro pacote da ração delícias da fazenda, que elas tinham voltado a comer vorazmente. É, só que desde então, tava aquela sessão outra vez: miação chata por onde a gente fosse da casa e, claro, que eu tava levando bronca. “porra, tigra maria, o que vc quer que eu faça, é a mesma ração, c....”
Até que hoje resolvi olhar a data de validade e não é que a porcaria da ração tava mesmo vencida? Fiquei de cara, engoli em seco e tive que admitir: a filha de uma boa mãe (da Manuela) tinha razão. Será que sempre que ela reclamou foi por que a comida tava passada? Sei lá, mas sei que minha linda gata me deu um show hoje de novo. Vão trocar a ração, vamos ver o que acontece depois.
Mas, isso não apaga o fato de que tenho em casa uma gata que não hesita em botar a boca no trombone quando algo não está a seu gosto. Tagarela, quando ta a fim, gosta de carinho no focinho, nas patas macias e, podem acreditar, ela até me abraça (mas tudo isso, só quando ela quer, a sacana).
Resumindo, não sei o que seria da minha vida sem meus bichos. Amigos, amados,que me amam, me ouvem e ás vezes falam comigo com seus olhos – eu é que demoro pra me tocar. Sobre o charme e fotogenia da minha linda gata mais velha, nem preciso falar. É só olhar essas fotos recentes.... (adri)

5/27/2008

FAÇA POR VOCÊ MESMO (cena é o caralho!)



Julieta, Paulinha e Marcelo "Boralá" se fartando na Carlão Party Sound 3: ô vida drurys!



Charme Chulo botando lenha na fogueira!


Folhetim Urbano na área: os donos da bola e realizadores natos!

Marcos "Jason" Linari: esse é o cara!

Rubão e eu: Dusty de volta? sei lá, mil coisas!

Quando eu e a Adri viemos pra Curitiba, no início dos anos 90, um amigo nosso, o Felipe, soube que a gente tava fazendo um documentário de conclusão de curso sobre música paranaense, e nos disse logo: “vocês têm que conhecer o 92!”. Então, numa dessas típicas tardes de domingo de outono de Curitiba, nós adentramos em uma portinha sem qualquer identificação, que levava para uma escada, que por sua vez chegava a um porão escuro e enfumaçado, que abriu uma porta pra um novo mundo. Um mundo onde a gente não precisava mais simplesmente ficar pagando pau pros gringos, porque aquela música tava sendo feita ali, por pessoas de verdade, carne e osso, que a gente podia encontrar por aí pela cidade. Pessoas como a gente, que tinham na música uma saída pra esse mundo sem volta, que encontram nela uma forma de expressão e de redenção.
Pois bem, desde aquele dia, meu sonho e objetivo passou ser ter uma banda e tocar no 92. Isso era o máximo pra mim, porque desde que eu vi gente como o Camarão, Rodriguinho Genaro, Jahir Eleutério detonando com o Acrilírico no palco do Porão, ou a Relespública fazendo miséria no mesmo lugar, ou o Rubens e o Coelho terminando o show da July et Joe tocando baixo e guitarra deitados no show, eu sabia que era aquilo que eu queria fazer. Nem mais, nem menos.
Levou muitos anos pra que isso acontecesse, e até lá, a minha banda, o OAEOZ rodou todos os muquifos da cidade, de QG, a café Beatnik, passando por bares de metaleiros no largo da Ordem, Cafénobule, festas em chácaras, teatros como o Kraide e o Paiol, e por aí vai. De lá pra cá o 92 já abriu e fechou várias vezes, mudou de lugar e muita coisa aconteceu. Mas na essência eu continuo querendo as mesmas coisas.
Falo isso agora porque nesses três dias de festividades da terceira Carlini Sound Party and Psy Trance Experience, como era inevitável, a gente conversou muito sobre todo esse lance que envolve fazer e principalmente continuar fazendo música nesse nosso mundinho, no momento em que o mundo e em especial a indústria da música parece desabar ao seu redor, e ninguém na verdade parece saber exatamente o que vai acontecer. E aí eu me lembrei disso, e também me lembrei que do Linari falando pra mim quando a gente teve lá em Osasco em março, que o sonho dele quando começou a tocar em banda era encher um lugar com cem pessoas. E me lembrei do cara do White Stripes (banda que eu não gosto) mas que fala em entrevista da Rolling Stone desse mês dizendo que no começo da banda eles pensavam “se pudermos encontrar 100 pessoas em cada cidade pra manter a coisa em movimento” era isso que eles precisavam.
Enfim, to falando tudo isso porque vejo que as pessoas e as situações mudam, mas muitas vezes as coisas se repetem. O fato é que a maioria de nós começou nesse negócio pra se divertir e fazer boa música, juntar os amigos e ter algumas horas de alegria, e é claro, sentir que pode fazer algo relevante na vida além de se arrastar por aí de casa pro trabalho-futebol-igreja-fantástico no fim de semana. Alguma coisa que nos faça sentir vivos de verdade.
Só que as ambições que o próprio mundo infla muitas vezes faz com que, com o tempo, a gente perca essa perspectiva, e comece a pirar e a alimentar expectativas irreais, que só servem pra produzir frustrações, e atrapalhar aquilo que realmente é importante. Digo isso porque como já citei no texto abaixo e repeti pra algumas pessoas durante esses últimos dias de festa, não agüento mais esse papo de “porque a cena aquilo, porque as bandas isso” e não sei o que, enfim essa ladainha toda que as pessoas insistem em desfiar ininterruptamente, e que na minha opinião, não leva a absolutamente nada. Há muito tempo eu já senti que o que importa é você fazer o que gosta, e que “dar certo” não significa necessariamente ter uma carreira profissional como “artista”, mas sim construir um trabalho que você possa ter prazer em ouvir e orgulho de saber que foi você quem fez. Todo o resto é ilusão, fantasia, coisas que esse mundo de competitividade exacerbada colocam na nossa cabeça, e que a gente acaba acreditando, até pela tendência natural do ser humano de nunca estar satisfeito com nada. Me lembro desses dias a gente lá no Carlão, em um sábado à tarde, ensaiando com o OAEOZ, e o Camarão dizendo: “poxa, é engraçado, eu vejo hoje que se tivesse grana, fosse rico, estaria fazendo exatamente o que estou fazendo agora, ou seja, reunido no sábado a tarde com os amigos fazendo um som, tomando uma cerveja”. É EXATAMENTE ISSO! A gente ta tão acostumado a ficar pensando naquilo que a gente poderia fazer, em como o mundo seria diferente se a gente tivesse dinheiro, fosse famoso, fizesse sucesso e todas essas fantasias que enfiaram na nossa mente que muitas vezes não consegue perceber e aproveitar as coisas boas que estão acontecendo aqui e agora, bem na nossa frente. Como dizia Lennon: “A vida é o que acontece quando estamos fazendo planos”.
Pois hoje mais do que nunca eu sei e sinto que a gente é aquilo que a gente faz, que realiza, e não o que fala, que discursa, que planeja sem nunca dar o primeiro passo pra tornar realidade. E olhando pra trás, posso dizer sem nenhum medo de estar sendo arrogante ou pretensioso, que a gente fez muita coisa legal, e realizou até muito mais do que eu particularmente esperava, desde que entramos pela primeira vez no porão do 92, e saímos de lá cheio de desejos e idéias.
De lá pra cá a gente se tornou amigo e parceiro de grande parte daqueles caras que via no palco fazendo aquelas coisas maravilhosas e incríveis, e só isso pra mim já seria o suficiente pra ficar feliz. Mas mais ainda, a gente construiu um trabalho, uma obra, que se não tem relevância pro mercado ou pros “especialistas”, conta a nossa história de uma forma contundente, como ninguém mais poderia fazer. E fico ainda mais feliz que as sementes que a gente espalhou por aí germinaram e produziram frutos maravilhosos. Fico extremamente feliz, por exemplo, em ver uma banda como o Charme Chulo, que a gente conhece desde a primeira demo, e que um dia veio nos procurar querendo uma chance de tocar no Rock de Inverno, ver como eles cresceram, amadureceram e se tornaram artistas de altíssimo nível, e o que é mais importante, mantendo o pé no chão, e sem perder a clareza das coisas que são realmente importantes, a amizade e o companheirismo que no final das contas está na raiz dessa coisa toda de fazer música. Ver que eles mesmo tendo motivos de sobra pra isso, mesmo hoje sendo uma banda conhecida no País inteiro, se apresentando nos maiores festivais brasileiros (por méritos totalmente próprios, talento, e por não ficarem de conversa mole de que não tem apoio, não tem espaço, mas por terem corrido atrás e conquistado o que merecem) não perdem a chance de fazer um som na festa do Carlão, lá com os amigos, sem nenhum "glamour", muito menos preocupação que não promover alegria e se divertir. Essa é a chave de tudo, na minha opinião. Por mais que você tenha ambições nesse meio, é fundamental não perder a perspectiva das coisas, não esquecer que a essência de tudo é essa. Do contrário, você correrá o sério risco de se frustrar e acabar jogando a toalha.
E como disse, não agüento mais ver neguinho repetindo a cantinela de que “porque que a cena não dá certo”, “porque que as bandas não são conhecidas”, etc, e tal. Porra, será que os caras não perceberam que o mundo mudou, e que essa coisa de artista como um ser iluminado e acessível, isolado em um olimpo, rodeado de gueixas e andando por aí de limusine é um negócio que só existe no cinema holywoodiano, que isso não tem nada a ver com fazer música, fazer arte de verdade?

Como disse o Mário Bortolotto recentemente, sobre teatro, mas que se aplica perfeitamente a música: (...) um espetáculo "dar certo" pra mim não é se transformar num sucesso retumbante, casa lotada e bilheteria astronômica. "Dar certo" pra mim no caso, é realizar um bom trabalho, ficar satisfeito com o que assisto da platéia.”
É isso que eu penso. E que esse papo de porque a cena isso ou aquilo já deu! A cena somos nós, somos aquilo que nós fazemos de nossas vidas, somos a gente que gosta e faz música e todo mundo que ta envolvido nisso. E desde que eu vim pra cá, lá nos anos 90, nunca teve uma semana em que não tivesse um show legal de uma banda fazendo um som de qualidade na cidade pra ver. E o JR ta lá até hoje, e o Ciro Ridal ta por aí produzindo programas de rádio e de televisão, e o pessoal do BAAF ta aí com a grande garagem, lançando mais uma panelada de discos de alto nível. E um monte de gente nova surgiu no pedaço, como o pessoal do tinidos, prasbandas, ruído corporation, etc. E se os jornalistas antenados que decidem o que é bom e o que não é nos mass media não sabem disso, quem tá perdendo são eles, e aqueles que dependem só deles pra se informar e não vão atrás de outras coisas, não nós. Porque o público também tem que ter curiosidade de não ficar só consumindo prato feito e ir atrás de coisas novas diferentes. De não se contentar só com mesmice, da mesma forma como a gente, lá nos anos 80/90, quando não tinha internet nem nada, copiava as músicas em fitinhas k7 que um ia passando pro outro e assim descobria coisas que não tavam rolando na mídia.
Então parem de falar que a cena não existe, que não tem nada, que nada dá certo, porque já deu certo há muito tempo. Se você acha realmente isso então cai fora ou pára de encher o saco! Quem fala isso ta que nem aquele cara que fica na frente da tv batendo punheta vendo um filme pornô e não vê a mulher dele passando pelada na frente. Vai lá e goza porra! Pára de nhenhenhém. Para de esperar as coisas dos outros, faça você mesmo e faça POR VOCÊ MESMO.
É isso que a gente ta tentando fazer desde sempre. E que vai continuar fazendo enquanto tiver forças. Nem que for só pra se reunir com os amigos no quintal, fazer um som, e dar muita risada. Porque no final das contas, o que se leva da vida é a satisfação que se tem em vivê-la.

5/26/2008

Entre mortos e feridos...













Então. A terceira Carlão Party Sound foi um sucesso absoluto. Clima perfeito, som legal, novos e antigos amigos, shows excelentes (teve até uma jam de electro “ui” rock no final com participação do mestre Linari nos vocais ahahahha), Charme Chulo dando uma aula de musicalidade e alegria (tiveram a manha de tocar uma versão ótima de “Moreninha linda” que transformou definitivamente a festa no arraiá do Carlão), comidinhas de primeira (aquele cuzcuz feito pela Julieta tava o bicho) e muita, muita risada. Ainda estou me recuperando, e tinha um monte de coisa que gostaria de falar, mas enquanto isso, coloco aqui algumas imagens do negócio, feitas pela Gabi. E repetindo aquilo que a gente conversou durante a festa: pra mim não tem coisa melhor que isso, juntar os amigos e fazer um som sem nenhum compromisso que não a diversão e o companheirismo.
Como eu disse lá pra várias pessoas, não venha me falar de cena isso, cena aquilo. A cena somos nós, e nós somos aquilo que fazemos das nossas vidas. O resto é conversa fiada pra criticuzinho de blog onanista passar o tempo. E eu definitivamente tô fora dessa.

5/23/2008

Morphiris



em homenagem ao mestre Linari, que ta poa aí nos visitando de novo, e misses Julieta. Íris tocando Morphine no dia 11 de julho de 2005, com Paulinho Branco, no antigo Korova. Clássico!

5/21/2008

Argumentos Ao Vivo da Crise

Dopropriobolso

OAEOZ Ao vivo na Grande Garagem que Grava - 1 de setembro de 2007

Faixas: Deserto / Desculpas (Não quero saber) / Conversa na laje / Meg & John / Flores Mortas

Tamanha é a mediocridade que você despreza a sensibilidade, a postura e plástico de promoção é o que viramos. Não conheço banda com pinta de mártir, talvez o Lila seja o oráculo que minha filha adolescente consulte via fones de ouvido, no caso d’O AEOZ, essa apresentação impagável é atravessada pelo fantasma de Ziggy Stardust.

Nesta canção apropriadamente chamada de Deserto, o tempo passa bem devagar em meio às palavras vazias – náufragos da criatividade? A letra é acentuada pela música até o fim das palavras vazias num hipnótico jogo lúdico de palavra e som até o fim...

Desculpas (Não quero saber) : são leves desarranjos salpicados de súplicas: “mas um dia é só uma desculpa pra continuar

/ mas um dia é só uma desculpa pra continuar”.

Conversa na laje foi escrita a partir de uma conversa de amigos: 'é tão fácil julgar / o difícil é esperar / tirei a sorte grande / te levei pra bem longe / meu coração não se cansa de...' o monódico canto de ‘eu vou sobreviver / não vou mais querer sofrer' é acasalado por uma extraordinária linha de baixo e uma fantasmagórica guitarra com precisos bends nem é preciso registrar a avassalante caminhada da bateria em ápice e constante harmonia com o crooner. A melhor coisa nesta apresentação do OAEOZ é o impecável controle da situação tanto ao vivo quanto em estúdio.

Eles se valem de canções autobiográficas mesmo escritas por amigos como Meg & John de Rubens K., que registra o vital convívio-experiência com os grandes poetas...

Apropriadamente a última faixa, Flores mortas não lembra nada; nada antes “que sentimento é esse?”. Do abandono da solidão do tempo em quando éramos menos cínicos menos cúmplices e mais audazes? Nós somos as flores mortas na janela? Uma nova lição, nem sempre o passado é doloroso no caso desse ao vivo renascem as perspectivas... são renovados os argumentos da crise.

Eu também queria chamar à atenção para a carta aberta em forma de press-release assinada pelo Leonardo Vinhas que também narra as nossa experiências, frustrações e por quê não sabedoria?

Mário Pacheco

5/19/2008

Falsas baladas no S&Y

"Com dez anos de estrada, o quinteto curitibano alcança a maturidade musical em um álbum que impressiona pela maneira que despe sentimentos, desejos e sonhos. "


confira lá, no Scream Yell, o texto de Marcelo Costa sobre "Falsas baladas..."

5/09/2008

Falsas baladas Remastered Deluxe Edition



DOWNLOAD DJÁ!

Dizem por aí que mixagem a gente não termina, desiste. Masterização não é muito diferente (ehehe). Essa introdução é pra dizer que demos um gás na master do “Falsas baladas e outras canções de estrada”, novo disco de estúdio do OAEOZ. Notamos que o volume tava um pouquinho a abaixo da média dos discos poraí. Nada muito grave, nem muito perceptível, mas uma diferença considerável quando se ouvia no player de MP3. De qualquer forma, enfim, quem quiser conferir essa nova versão REMASTERED DELUXE EDITION BY OURSELVES MESMOS, é só baixar lá no HOTISITE DO OAEOZ.

5/08/2008

Dopropriobolso


Há coisa de uns dez anos atrás tomei contato com o livro "Balada do Louco - do desengano em direção à vida", do jornalista Mário Pacheco, que se atreveu a escrever uma biografia do Arnaldo Baptista muito antes do revival em torno dos Mutantes. Editado de forma independente, como sóis acontece com quase tudo que se refere a cultura "não contabilizada" como relevante pelos mass media do nosso País, o livro chegou até mim através de uma cópia emprestada do amigo e batera Rolando Castelo Junior, não por acaso ex-parceiro do próprio Arnaldo na Patrulha do Estado. Fiquei desde logo impressionado com a forma passional com que o autor lidava com aquela história por si só já passional e emotiva. Ao invés da pretensa e falsa "objetividade" jornalística, o que se via nesse precioso livro era uma entrega total e absoluta de quem realmente viveu, sobreviveu, ouviu e queimou muita coisa por aí, mergulhando de cabeça na história de um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros, e mais do que isso, na história da própria contracultura do País.
Anos depois, já quando do lançamento do "Ás vezes céu", consegui o contato do Mário e mandei pra ele o disco, sem qualquer pretensão ou esperança de retorno, afinal, não conhecia o cara, não tinha a mínima idéia de se ele ia ou não gostar ou sequer ter tempo e interesse pra ouvir. Para minha grata surpresa, dias depois recebo um telefonema em casa do próprio Mário Pacheco, querendo conversar sobre o disco. Foi com certeza a entrevista mais legal que já fizeram comigo, porque ao contrário do que normalmente acontece, as perguntas dele fugiam e muito daquele roteiro batido que a gente vê em geral nessas ocasiões. E é claro, o texto escrito por ele na época também foi um dos mais incríveis e criativos já publicados sobre o OAEOZ.
Diante desses antecedentes, com o lançmento dos novos discos, eu não poderia é claro deixar de refazer esse contato, e mandei semana passada os nossos lançamentos pro Mário, que tem um site, o apropriadamente nominado "Dopropriobolso", que andou fora do ar por uns tempos, mas está voltando. E ontem (quarta), recebi um e-mail emocionado e emocionante do Mário agradecendo os discos (como se fosse preciso).
E hoje (quinta-feira), ele me mandou alguns e-mails comentando suas primeiras impressões, que com a autorização do autor, eu reproduzo abaixo. São daquelas coisas que enchem a gente de energia renovada pra continuar nesse caminho, "mesmo que não saiba pra onde"...

O ÁLBUM BRANCO D'OAEOZ

Dúvida! Não sei se a vida inspira os phatos ou é arte?
Teu disco me recorda a resenha do último disco da Legião que li na
Bizz, o disco era "Tempestade" e o crítico foi muito feliz no
prognóstico - acho que o papel da resenha é levar a ouvir o disco
Sonoramente teu ao vivo pega gancho no Banquete dos Mendigos no
próprio AEOZ e Pink Floyd. Melâncolico ou mórbido? Mas o título é
dúbio falsas baladas e outras canções de estrada - se vc trocar os
discos de capinha tanto faz...
Rock Adulto? Entonação oitentista (Zero) Ballet Bauhaus Novo Cinema
Alemão Rock Teatral e a maior homenagem a Nei Lisboa, o disco que ele fez com outro nome - Disco da noite/dia luz/ - o tema do sol é lindo como uma banda que me esqueço o nome agora - ramo do Bauhaus mas tem aquele outro cantor australiano que morou em São Paulo vivendo o filme das tuas palavras. "Meg & John" de Rubens K. é a minha história com outros nomes - incrível nunca tive tanta saudade dos anos 80. alguns
acordes do ao vivo também me fizeram imaginar como os "headbangers" podem ignorar teu disco, ou por quê nós somos privados da oportunidade de assistir a este show? Mas esta é a máxima da arte guardar p/
descobrir a esquizofrênia em "deserto" e é certo que o AEOZ trabalha
arduamente em suas músicas e linguagens e discos.
Dois lados um ao vivo e outro de estúdio, sabiamente via dowload - boa - bootleg ao inverso - fiquei meio desapontado quando vi que o
primeiro cd era queimado e o segundo ao vivo oficalmente presnado sem contato c/ o ar - e ouvindo entendi que era um disco de downloads coisa de fã - peguei o espírito!

(...)

tô curtindo muito o disco elétrico - conhecendo os ensaios e os
outtakes do álbum branco a gente enxerga uma similaridade até nas
coisas mais cruas - Mariana é uma música muito bonita e este
desprendimento dos arranjos da duração das faixas e ecos com Joy
division - Renato Russo - ainda não analisei o lado lírico - mas eu
gosto como vc dá as notas no vocal e o arranjo vai atrás - o
convencimento da forma - a guitarra é muito bem tocada, muito bem
dosado - minimal - os arranjos são mais sofisticados tem um piano
bonito - uma introdução diferente - parece produção da gravadora
Stilleto - por isso eu ACHO oitentista - pega o Varsóvia - pega as
nossas releituras de Rimbaud

INTRAUTERINO CAFONA SENTIMENTAL OTIMISTA ESPERANÇOSO APAIXONADO -
SOLITÁRIO - NOSTÁLGICO mas NUNCA OMISSO QUANTO ÀS RELAÇÕES É O TIPO DE
DISCO QUE A GENTE PROCURA OUVIR
Vc sabe, que eu não conheço muito de Você e o disco leva a essa
procura em saber quem é vc- então o disco é perfeito
a expresão do it yourself - explica tudinho era isso que eu queria
ouvir - apesar de eu usar bootleg com o mesmo significado.
Receber este disco já velu a pena recolocar o site no ar e é o que
estamos fazendo divulgando a música doprópriobolso.

Mário Pacheco

5/07/2008

Volkana: com a mesma raça , peso e fúria



Jornal do Estado/Bemparaná

A banda “de mulheres” fez história como pioneira no mundo masculino no thrash metal

Adriane Perin

– Quero que cantem nosso som, refrão e tudo mais.
– Pode deixar, vão cantar.
– Peso vai ser inevitável (risos).
– Vamor tentar fazer algo que nunca fizemos.
– Com a mesma raça, peso e fúria.
– Hoje o lance é postura no palco, nem tanto agitar.
– Postura sempre foi tudo.
– Nós já temos moral, Marielle. Só falta voltar.

O diálogo acima é um pedaço de conversa no msn entre a curitibana Marielle Loyola, cantora e compositora e Mila Menezes, gerente de loja de instrumentos. Marielle é conhecida aqui pelos dez anos com a banda Cores d Flores, que está com disco novinho, Paixão. Mila foi a baixista da brasiliense Volkana, quarta formação musical de Marielle, que deixou seu nome cravado na música brasileira como pioneira do thrash metal feito por mulheres, no Brasil. É verdade que tinha um homem entre elas, o baterista Sérgio Facci, mas foi como “uma banda de garotas” chegadas num som pesado que elas ficaram conhecidas.
A razão do encontro on line é uma boa notícia: está confirmadíssima a volta com a formação considerada clássica – as duas e Renata (guiarra), Sérgio Facci (bateria) e Karla Carneiro (guitarra). Dia 19 é o primeiro ensaio. O repertório deve ter músicas dos dois discos – First, de 1991 pela Eldorado, com Marielle, e Mind Trips, com outra vocal). Na conversa on line Mila pergunta se Marielle cantaria o segundo disco, com vocais bem diferentes dos seus. “Eu canto, pode deixar”, foi a pronta resposta bem ao estilo dela. “Mas temos que inicialmente voltar muito más (risos). E depois vamos nos adequando ao mercado... que está a nossa espera”, completou a curitibana, quem sabe lembrando a sensação de ver do palco, a marmanjada silenciada diante da potência sonora que as minas-thrash, inesperadamente pra eles, produziam.
Ela ficou cinco anos na Volkana e tem no currículo também Arte no Escuro (lançou vinil homônimo em 1988 pela EMI) e Escola de Escândalo (gravou coletânea Rumores), ambas da fase de “nova geração” do rock de Brasília - aquela que veio logo depois que a turma da Colina trouxe outras texturas e densidades ao rock brasileiro.
É neste clima empolgado que estão, e ja com uma produtora, a Magma, marcando shows. Marielle adianta que embora ainda não esteja confirmadíssimo, “vai ser no festival Porão do Rock a nossa volta. Tem que ser somos de Brasília”. Esse retorno, conta a baixista, tem tudo a ver com os fãs. “No Orkut chovem pedidos”. Daí veio o convite para o Virada Cultural em Sampa. Era o que faltava, mas elas não querem nada às pressas. “Quando todos toparam resolvemos deixar a coisa maior e melhor”, diz Mila, completando que tudo rolou nos últimos dois meses. Até então, cada um estava tocando sua vida. “Mas essa mesma vida nos leva a voltar a batalhar pelo nosso sonho, que foi o Volkana”, assegura a baixista. Nesse tempo, Renata e Sergio seguiram tocando de forma paralela aos trabalhos formais. Mila e Karla se mantiveram perto da música. “Resolvi me refazer, cuidar do meu filho, me reconstruir como pessoa”, diz Mila.
História — Mariele esteve no Volkana por quase cinco anos. Com a banda saiu de Brasília, junto com Mila, Karla e Débora. Débora acabou cedendo lugar para vários bateristas “legais, mas sem a pressão dela”. “Lançamos a Roberta, que a Claydermam, dos Titãs Branco Mello e Sérgio Brito, levaram quando a viram em nosso ensaio”, lembra Mariele.
Até que surgiu Serginho, da banda Vodu. “Ele tava sempre por perto, pedimos pra fazer uns shows com a gente e ele foi ficando. Virou peça importante”, lembra a curitibana, não dispensando a chance de pagar uma. “No começo o pessoal achava que era uma guria também. Ele ficava puto da cara, mas a gente se divertia”. Ela lembra ainda a Volkana Selminha, guitarra -solo “roubada” pelo guitarrista do Creator.
O último show de Marielle foi no Aeroanta em 94 depois de shows por todo o pais e pouco antes dela voltar a Curitiba e criar, junto com o então marido, Marco Mackoy, o Cores. Casamento, filha, irmão doente cansaço e o desejo de cantar em português. Tudo isso contribuiu para ela querer dar um tempo.
E o Cores como fica, em pleno lançamento de disco? “Bom, Cores é minha alma. Volkana é meu lado ‘sangue no zoio’”, explica e emenda, empolgada. “Sempre fui uma metaleira completa”, diz ela que vai botar lenha pra sua ex- ex-banda assumir a língua pátria também.