8/24/2010

"A internet não vai salvar ninguém"

E como você situa a figura do músico na atualidade, em um cenário marcado pela divulgação online e uma suposta queda da indústria fonográfica?

Não é nada disso, esse que é o grande problema. Não existe queda nenhuma da indústria fonográfica, isso é um absurdo, é uma falácia. Eles nunca ganharam tanto dinheiro. O [produtor] Marcos Maynard, que é uma raposa velha, já está com um tal de Restart... E tem uma outra coisa: quem detém o monopólio das rádios continua vendendo disco. Essa coisa de achar que você bota no seu MySpace e está feito com 20 mil amigos, isso é um grande erro. A internet não vai salvar ninguém! O caminho que a gente abriu no final dos anos 70 e começo dos 80 era de fazer música pop para tocar no rádio, “vamos invadir o Chacrinha”. A mesma coisa tem que ser feita novamente. As pessoas não podem achar que não podem fazer [Domingão do] Faustão. Que merda é essa? Tá no Brasil ou tá aonde? Você acha que lá fora o cara não vai ao programa da [apresentadora americana de TV] Oprah? É o circuito, tem que fazer. Tem que fazer, sim! Agora, para poder alterar esse circuito, você tem que entrar nele. De fora, você não vai conseguir nada.

Lobão, em entrevista à Bilboard Brasil de julho

Um comentário:

adri disse...

Dá-lhe Lobão. Ele fala demais as vezes,é verdade. até porque como é bem articulado, não teme essa exposição, e por isso mesmo é bem solicitado por jornalistas. Respeito esse cara porque ele não tem medo de falar e muitas vezes, se prestassem atenção, veriam que ele mete o dedo na ferida. E quando o assunto é música, então...também tá na frente de muita, mas muita gente por aí.