Foi assim: no meio de mais uma leva de coisas baixadas da internet veio esse tal lo fi dream. Nas primeiras duas ou três vezes: o que é isso, mesmo? Muito bom, hein!. E as canções foram ficando familiares, em casa ou no trampo. essas músicas que ficam na gente causando desassossego, provocando, insinuando que vieram pra ficar. Não é coisa fácil nesses dias um disco fazer um estrago desses. “se tiver um próximo Rock de inverno, essa banda tá escalada”, soltei um dia. O ivan só riu: “é um carinha que veio do interior e que pelo jeito gravou tudo sozinho em casa. e ele perguntou se vai ter Rock de Inverno”. E hoje (ontem, de manhã) já sabendo dessa nova empreitada dele parei de adiar o contato que esperava sua vez uns três meses e escrevi pro tal Gian que respondeu prontamente.
Ao mesmo tempo, ivan, em casa, escrevia sobre as novas canções do rapaz, enquanto a gente combinava foto foto pro jornal e tal. Só li o que o ivan escreveu a noite, já em casa. É engraçado como as mesmas inquietações bateram e foram expostas ao mesmo tempo. Os dois textos que escrevi pro JE ontem falam dessas coisas que a gente tanto conversa e que ele tratou no blog (claro que ele o faz com toda sua maestria e liberdade com as palavras e sentimentos). Desses amores e ódios, dessas frustrações e da vontade de largar tudo; das coisas feitas, cujas lembranças jogam algumas resoluções por terra, só pra ter novamente, por alguns instantes, a satisfação de ver o sonho de ver aquela banda que a gente tanto ama tocando no palco armado por nós, em Curitiba.
esse tipo de sensações que trazem nas entrelinhas as coisas que desejo tão profundamente que acabo me acovardando e largando pelos caminhos; as certezas que ficam destroçadas diante de uma palavrinha pequena que chega como o peso de uma avalanche; de um gesto brusco sem (ou com) intenção, que mostra também um tanto de desamor que não quero (necessário, segundo John, do ruído, mas ainda quero conversar mais com ele sobre isso). é incrível como quando ouvimos uma música ou lemos determinados textos os medos, a necessidade de enfrentamento; as entregas e as hesitações, esses solavancos que fazem perder o equilíbrio mas também empurram, dão as caras.
Ando sem quase nenhuma certeza nesses últimos meses. É, confesso que já tive a pretensão de ter algumas. E as alimentava mesmo, pois acreditava, ainda - que em silêncio por receio de parecer ridícula demais, otimista que sou, tão inseguramente ingênua, essa guria... Mas, agora me sinto num buraco. E é um hole diferente daquele que tenho vontade de me enfiar todo mês. É como um desses sustos característicos de determinadas idades de passagem (tem uma que chamam a da "razão"), alguma coisa aconteceu e eu não percebi ( ou não quis perceber).
Não sei é a resposta que mais me vem nos olhos quando me encaro em algum espelho e vejo as olheiras e marcas novas no rosto. São dias diferentes estes de agora. E não sei exatamente porque... ainda.
E quando ouço um Ludov e procuro algo que me faça sentir alto mais fortee mesmo assim saio do trabalho com uma sensação de vazio (mas de missão cumprida, de certa forma.) e chego em casa e ouço as novas canções do gian, de certa maneira, algumas coisas fazem um pouco mais de sentido, por alguns instantes finais do dia. Não preciso esforço pra que essas canções me joguem alto e pra baixo, incoerentemente, ao mesmo tempo, não preciso explicar, é só ouvir. As inquietações conectadas ao trabalho me largam, porque aqui estão as canções que quero pra mim, sem precisar mais nada. As inquietações do dia agora estão nas paredes de casa e daqui a pouco também elas vão dormir e me deixar sonhar um pouco, quem sabe, mas não é certo. As dúvidas (novas e algumas velhas) continuam todas aqui, mas me sinto de novo com vontade de ver alguns amigos, de conversar (mas só um pouco), de escrever em um jornal sobre uma banda que (quase) ninguém conhece, de produzir outro show e, quem sabe (e quem diria!), fazer outra canção, hoje a tarde na minha casa em silêncio. Valeu Gian, valeu ivan. (adri)
7/11/2007
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Um comentário:
hehhehe, mandei um email pra vc, fiquei com vergonha de comentar aqui de novo, dois posts seguidos.
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