5/19/2006

A próxima onda

Minha alma é uma janela de espelhos distorcidos carregados de culpa e sombras a espera de uma iluminação tentando entender até quando valerá a pena repetir os mesmos erros. Cada passo um alvo serpenteando em falso crescendo desespero até explodir em milhões de cores translúcidas. Caminhando no vazio do amanhecer elevado enquanto o céu se fantasia de oceano em direção ao infinito. A estrada íngreme e tortuosa alterada no redemoinho caleidoscópico de sons e rostos apagados no sonho esquecido do tempo. Intoxicado pelos enigmas da ambição em desertos povoados de respiração febril no limiar do crepúsculo da inconsciência percebo que viver é estar cego. A solidão da noite intemporal se estende a espreita de algum gesto de paixão e nos mergulha alegremente no caos da loucura embriagada para acordar a besta fera da ilusão animada em extase sórdido e silencioso. Tudo está calmo. Até a próxima onda. Enquanto o sono não vem, planejamos crimes delicados. Assassinatos caridosos. Genocídios sagrados. Horrores rituais. Estenda a sua mão. Não tenha medo. É apenas a vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

ó xente......a vida é o plano, os agentes somos nós...infinitos sejam............