"Na sala de aula, tal como em seus textos, Huysmans defendia ardorosamente uma nova maneira de pensar a arte - uma nova maneira de criar e olhar. Rejeitava os "truques e técnicas" que por tanto tempo tinham sido os elementos dominantes nas escolas de arte, e insistia que os alunos procurassem "o poder da expressão". (...) Desdenhava airosamente a precisão técnica e incentivava os alunos a "desenhar a impressão que causa o objeto, e não tanto o objeto em si". Ao desenhar um muro, dizia ele, "o artista que copia cada bloquinho de pedra e cada pincelada de cal não entende sua vocação: devia se tornar pedreiro".
Constantin Huymans foi um dos professores de Vincent Van Gogh, na escola Rijksschool Willem II,, em Tilburg ( Holanda), internato no qual ele estudou ( ou foi exilado pela família, na visão dele) por volta de 1866-67. No lugar, um antigo palácio com seus jardins reais doado pelo rei holandês para ser usado no ensino secundário, o jovem Van Gogh se sentia sozinho, deslocado e abandonado pela família. Estou lendo a biografia do pintor, Van Gogh - a Vida, de Steven Naifeh e Gregory White Smith, 1025 páginas sem contar as notas, das quais li até agora míseras 36 folhas, mas já deu pra sentir o 'peso' da existência nas costas do rapaz, filho de pastor presbiteriano e uma mãe rígida no dever e nas aparências.
A História da Educação é muito interessante. Sempre que leio biografias de pessoas interessantes, a questão da educação é um capítulo à parte. No texto que reproduzi acima, o assunto é "a estrela cintilante" do corpo docente de Tilburg, Huymans principal pedagogo holandês da época que defendia o desenho como importante instrumento de preparação dos jovens para enfrentar os desafios da nova era de então, a industrial . Ele sustentava que "a educação artística era a chave para uma nova idade de ouro na Holanda: o sucesso econômico por meio de um desenho melhor. O aluno que aprendesse a desenhar bem não só adquiria 'um olho rápido e seguro', prometia, mas também desenvolveria um intelecto 'acostumado à atenção constante' e alerta às 'impressões da beleza'". Interessante teoria e isso na mente inquieta e ainda em descoberta do menino Van Gogh terá um efeito explosivo, já dá pra pressentir, pra quem conhece um pouquinho da história dele.
Um professor que estimulava o que a família não gostava muito. As caminhadas solitárias pelo locais ermos que lhe despertaram o olhar para os detalhes, ganharam a versão escolar para desenhar ao ar livre... muito bacana perceber nestes primeiros passos mostrados pelos biógrafos, a formação das características, qualidades ou defeitos, que depois seriam o combustível também para a arte visceral que não se descolava da vida.
O professor defendia que a educação artística deveria aguçar o poder de observação e em seu método o estudo das obras de arte em sala de aula ocupava papel de destaque.
Pausa para pensar no efeito disso na mente de uma pessoa aos 13, 14, 15 anos. Inevitável a comparação com o que aconteceu em mim quando, pasmen, apenas em uma sala de aula de faculdade, vi algumas obras de arte. Não esqueço do professor de História da Arte se esforçando para melhorar a imagem dos quadros que projetava na parede baleada da sala de aula da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Coloco o impacto daquelas aulas em mim, entre as coisas mais incríveis que me aconteceram. Lembro de uma vez que saí tão emocionada que não conseguia falar, tinha vontade de chorar por um misto de tempo perdido por só ter conhecido aquilo tudo "tão tarde" (rs) e de alegria pelas tantas portas e janelas que pareciam se abrir. Agora, imagina isso, fico pensando, na mente genial (pro bem e pro mal, outra vez) de um Vincent Van Gogh... O fascínio por um professor que abria sua vasta biblioteca e compartilhava também as histórias de convivência com artistas importantes em temporadas parisienses. ..
De encantada fico pasmada no parágrafo seguinte em que Naifeh e Smith narram que Van Gogh sequer cita o cara; que parece ter passado 20 anos, até que tudo aquilo que o mestre ensinara o reencontrasse. e ainda reclamou, em suas famosas cartas, que ninguém ensinou algumas lições que tivera bem ali, ainda menino. esses artistas... tsc, tsc!
Bem, este é apenas o começo de uma história cheia passagens atormentadas e relações tumultuadas e tumultuosas, de um dos gênios da história da humanidade. Lá vou eu.
4/27/2013
4/26/2013
meu abacateiro em fruto
4/09/2013
Banda imof lança vídeo colaborativo de "Um silêncio novo na casa"
A banda
curitibana imof se apresenta neste sábado (13/04), no TUC, em show que marca o
lançamento do clip da música “Um silêncio novo na casa”, editado por Luigi
Castel e produzido pelo próprio grupo. O clip foi editado a partir de vídeos
caseiros de bichos de estimação enviados por internautas, fãs e amigos.
A canção
que dá título ao videoclip foi composta pelo vocalista da imof, Ivan Santos, a
partir de texto escrito por sua esposa, a jornalista Adriane Perin, em
homenagem ao cachorro pastor alemão do casal, Dógui, morto em 2010. A música
foi lançada originalmente no single de mesmo nome, gravado pelo grupo no ano
passado.
Em
fevereiro, a banda convocou as pessoas a participarem do clip da canção,
enviando vídeos de seus bichos de estimação. O material recebido foi editado e
se transformou em um trabalho colaborativo que faz uma singela homenagem a
esses amigos queridos – os que já se foram e os que continuam por aí, alegrando
nossos dias com seu carinho, lambidas e estripulias.
A banda
imof é formada por Ivan Santos (voz, violão e guitarra), Aguinaldo Martinuci
(piano e guitarra), Fernando Lobo (baixo) e Osmario Jr (bateria), todos com
longa história na cena musical local. Ivan foi vocalista e compositor da banda
OAEOZ, e é o criador, junto com Adriane
Perin, do selo De Inverno e do festival Rock de Inverno. Osmário integrou as
bandas CMU Down, UV Ray, Dive e Sofia; Fernando Lobo tocou com ESS, Tod´s e
Goticos 4 Fun, além de atuar também como produtor, e Martinuci encabeça o
projeto Stilnovisti.
O primeiro
single – “Um silêncio novo na casa”, com três faixas, foi quase todo gravado em
casa – só as vozes foram captadas no estúdio Audio Stamp –e foi lançado pelo
selo De Inverno no início de agosto de 2012. Gravação e mixagem são assinadas
por Luigi Castel, com assistência de Fernando Lobo.
Link do vídeo:
www.deinverno.blogspot.com
Contato: deinverno2@gmail.com
Serviço
Show com a banda imof
Sábado, 13/04 às 20h
TUC (Galeria Júlio Moreira – Centro - Setor Histórico)
Telefones: (41) 3321-3312
Ingresso a R$ 5,00
3/26/2013
imof no TUC lançando o vídeo de "Um silêncio novo na casa"
Dia 13/04 tem imof tocando no TUC e lançando o vídeo de "Um silêncio novo na casa". Vídeo esse editado pelo Luigi Castel, a partir de vídeos de bichos de estimação enviados pelas pessoas pra nós, ou seja um trabalho colaborativo, que tá ficando muito legal. Esperamos todos lá pra celebrar com a gente!
2/16/2013
As folhas secas pelo
inverno no chão do quintal tingem o dia de um vermelho que quase não se vê,
perdido nas manchas rubras que o tempo carrega sobre elas. O dia de sol abre o céu no prédio de vidro azul
e a grama cortada, e molhada, se agarra em minhas pernas
Mas, teu rosto reflete a mesma aflição que vê no meu.
E eu fico sem palavras sempre que chego em casa. Quando a porta se abre
antes mesmo do rodar da chave, ganho meu melhor momento do dia. Só quero um abraço.
Nunca busquei a proteção, mas encontrar aquele olhar no fim
do dia é tudo que quero querer hoje. E é quase mais do que posso suportar quando a
saudade bate na porta anunciando que a madrugada chegou,
Irreprimível e imbatível,
entardecer após entardecer
Trazendo nos ombros o peso de outro dia que escorregou da
palma das mãos abertas, sujas da terra remexida que se mistura com a pintura
azul escura da unha descascada. Não, não pinto minhas unhas de
vermelho há muito tempo. Não se espante.
Até que o alvorecer receba os carros e, quem sabe, tinja
aquele pedaço de céu com os vários tons que o vermelho traz em si, passeando em
alaranjados brincalhões que fazem meu peito quase parar naquela curva
Só pra se iludir que o tempo é meu e que podemos fazer o que
quiser com ele. E podemos. Não é? Mas,
nem sempre quero. Ou nem sempre sei que podemos. Às vezes, tudo é meio escuro
mesmo em dias como os de anteontem. Noutros, o cinza que cobre o céu abre no
sorriso a tranqüilidade de quem sabe quem tem ao lado. E que encontra a felicidade
logo depois daquele portão.
1/22/2013
imof ao vivo no "Revista Curitiba" da ÓTV
Nesta quarta-feira, 23/01, tem imof ao vivo no programa "Revista Curitiba", da ÓTV, a partir das 22h35, tocando e falando sobre o video colaborativo da canção "Um silêncio novo na casa". Pra assistir é só sintonizar o canal 11 da Net, ou o site da ÓTVhttp://www.otv.tv.br/otv-ao-vivo/
1/16/2013
Ah, a chuva!
"Escrevo, pois desse jeito sinto-me bem perto,
como um sopro que uma hora chega.
Conto dos tons que o mar fez em mim,
de como sonhei com cavalinhos.
Tenho ido sempre ao mar,
ele está na porta da casa que não é minha.
Então caminho por dunas, vislumbro desertos".
Do livro, Nós, de Gabriele Gomes, que curto muito. Volta e meia abro uma página aleatoriamente para ver o que a palavra tem a me dizer. Em 99% das vezes me identifiquei com o que li. Neste, para ser mais eu, só colocaria as árvores, as florestas e seus tons, que conversam e me tranquilizam mais que os oceanos.
Ah, e a chuva e nosso amigo vento, claro!
1/15/2013
Participe do clipe da banda imof
Olá!
Esta mensagem é, na verdade, um convite especial, e
se quiser compartilhar, agradecemos. Somos a banda curitibana imof, composta
por Ivan Santos (voz, violão e guitarra), Martinuci (guitarra, violão e piano),
Osmário Junior (bateria) e Fernando Lobo (baixo). Temos uma canção chamada “Um
silêncio novo na casa” (que pode ser ouvida aqui), cuja letra, escrita
(e vivenciada), por Ivan e sua esposa, Adriane Perin, fala sobre a perda de um
grande amigo, o pastor alemão Dógui. Estamos com um projeto de gravação de
um clipe para esta música e é ele que nos traz aqui, para pedir que participem
com a gente desta nova empreitada. É bem simples participar e, apostamos, que
será muito legal para todos relembrar bons momentos passados com nossos grandes
amigos – os que estão ao nosso lado e os que não estão mais, mas deixaram suas
‘pegadas’ nas nossas vidas. Cachorro,
gato, porquinho da índia, pássaro, lagartixa, peixe, não importa qual é o seu
melhor amigo – nós gostaríamos de vê-lo no nosso clipe. Para isso, basta que vc envie imagens
filmadas deles para que a gente possa juntar tudo e fazer essa bela homenagem a
estes seres capazes de tornar nossos dias mais especiais.
Gostaríamos muito de contar com a sua participação
e ajuda neste projeto. Na medida do possível, os nomes dos bichinhos e seus
respectivos donos, ou melhor dizendo, amigos, serão creditados.
Os vídeos devem ser enviados em arquivos
compactados para sites como o SENDSPACE.COM, ou o 4SHARE***, com informações para contato, e com os nomes dos
“melhores amigos” e seus responsáveis. E enviar o link pra gente, pelo blog
(deinverno.blogspot.com), Facebook ou no email
deinverno2@gmail.com.
Vamos esperar pelas próximas duas semanas a chegada das imagens – até o final
de janeiro, portanto.
* o convite também se estende para quem tiver
interesse em participar de outra forma, e que ajude de maneira colaborativa, a
realização deste projeto.
Sejam todos muito bem-vindos!!!
Obrigado por ler até o fim,
Um forte abraço,
E um
excelente 2013!!!
Imof/De
Inverno Records!
***Sugerimos este último, porque o consideramos mais seguro e simples de
usar, bastando um simples cadastro para mandar arquivos de até 2gB.
1/04/2013
História do Rock Curitibano -parte 8 e 9
Penúltima e antepenúltima reportagens da série publicada em 2001, na Gazeta do Povo. Alguns destaques, algumas apostas...
História do Rock de Curitiba - parte 6 e 7
Mais dois pedaços da série com dez reportagens, publicada no Caderno G, Gazeta do Povo, em 2001. Aqui, começo a falar da história que eu também vivi um pouco, a cena curitibana dos anos 90.
Estante nova e velhas canções
“ Quando ventar, uma bela flor me chegará
Quando ventar eu acharei
o meu lugar
Quando ventar com o
vento eu irei dançar
Eu vou voaaaar
entre maçãs (não) vou ficar
Quando ventar ente maças não ficarei
Quando ventar meu coração eu buscarei
Quando ventar me espalharei ao chão
Quando ventar eu sentirei meu coração
Quando ventar nova vida começar
Eu vou voar,
ente maçãs (não) vou ficar”
Na estante nova, as velhas e boas canções terão sempre um
lugar especial. Dá uma sacada no segundo som que ouvi hoje, esse aí de cima. Acordei tarde, a casa em silêncio, o dia cinza. Queria
achar um disco e achei outros na tal estante nova que está, ainda recebendo aos
poucos, a nossa trilha sonora. Neste
tempo, ganhei outro presente que me permitiu viajar ainda mais no tempo, um
aparelho de som “3 em 1”. Quem lembra deles, que eram o “must” lá nos idos dos
primeiros anos de 80. Tanto azucrinei
que ganhei de presente de 15 anos um desses: um Sanyo ATR 10D, com rádio, toca
disco e dois tapes – e isso era o máximo porque eu podia, também, copiar de
cassete pra cassete.
Eu fazia miséria. Ganhei esse som poucos antes de sair da casa dos meus avós e vir morar em Curitiba. Mas, foi nos meus primeiros anos em Curitiba que esse aparelho de som foi meu melhor amigo, companheiro com o qual compartilhava todas as minhas muitas lágrimas de saudade, de falta e, quem sabe, de medo diante da incerteza do mundo completamente diferente que se apresentava na minha nova cidade, Curitiba. Foi neste som, já morando aqui, que ouvi incansavelmente em 1986 o disco The Final Cut, do Pink Floyd, a primeira banda “louca” que conheci de verdade. Eu ouvi tanto esse vinil, deitada no chão do meu quarto, escuro, com a cabeça entre as duas caixas de som. .. Tadinhos dos meus pais, nesta época. Eles se preocupavam comigo ! Isso entre 85 e 88, meus primeiros três anos morando em Curita antes de ir pra faculdade sem imaginar que aí, sim, é que tudo mudaria de um jeito que eu jamais imaginara. Até então, eu me distraía ouvindo Legião Urbana, RPM, Kid Abelha e muito rádio, de onde gravava as tais fitinhas.
Eu fazia miséria. Ganhei esse som poucos antes de sair da casa dos meus avós e vir morar em Curitiba. Mas, foi nos meus primeiros anos em Curitiba que esse aparelho de som foi meu melhor amigo, companheiro com o qual compartilhava todas as minhas muitas lágrimas de saudade, de falta e, quem sabe, de medo diante da incerteza do mundo completamente diferente que se apresentava na minha nova cidade, Curitiba. Foi neste som, já morando aqui, que ouvi incansavelmente em 1986 o disco The Final Cut, do Pink Floyd, a primeira banda “louca” que conheci de verdade. Eu ouvi tanto esse vinil, deitada no chão do meu quarto, escuro, com a cabeça entre as duas caixas de som. .. Tadinhos dos meus pais, nesta época. Eles se preocupavam comigo ! Isso entre 85 e 88, meus primeiros três anos morando em Curita antes de ir pra faculdade sem imaginar que aí, sim, é que tudo mudaria de um jeito que eu jamais imaginara. Até então, eu me distraía ouvindo Legião Urbana, RPM, Kid Abelha e muito rádio, de onde gravava as tais fitinhas.
Pois em uma de nossas mudanças, não perguntem como, resolvi
deixar esse tal Sanyo pra trás, entre os destroços e revistas velhas... quando
me dei conta da merda que tinha feito era tarde demais. Mas, às vezes a sorte bate a nossa porta outra vez e eis que
este ano fui na casa da amiga Gilce tomar um café e lá no cantinho da sala avistei o “meu 3 em 1”. Quase chorei e não perdi a chance: se um
dia for vender ou passar adiante, lembre de mim, Gilcinha! Primeiro ela trouxe alguns vinis preciosos
que já mostrei aqui. A pouco mais de uma semana recebi uma mensagem : estou
dando o aparelho de som vc quer? Vamos levar aí, é agora ou nunca. rs” Já era
tardão da noite e nem hesitei e respondi com um simples: “ quero sim”!
Meia hora depois ele chegava em casa. E está perfeito, com
tudo funcionando, já ouvimos vários discos – há, o som chuviscoso do vinil
combina muito com Curitiba e seus dias deliciosamente friozinhos como o de hoje, em pleno janeiro!!!!
Os clássicos do Cores d Flores, com a formação clássica da
banda, aquela que a gente conheceu de perto quando eu recebi das mãos do meu
editor de Caderno G, Paulo Camargo uma fitinha cassete de uma banda cuja
vocalista conhecia Renato Russo, algo assim. “Veja o que
é, achei a tua cara e acho que pode render uma história legal”, com essa
orientação recebi a tal fitinha e ainda lembro quando a colocamos para ouvir no
scort verde, voltando pra casa do trabalho. O Ivan logo lembrou: é aquela banda
com a garota cantando que vimos no festival da Federal (2.º Leite Quente, em 98), lembra, que foi a que a gente mais gostou". Eu não esqueci mais.
A tal guria, Mariele Loyola, dias
depois foi a um show d’OAEOZ no James, depois ela Mackoy e Vivi foram lá em
casa numa festa junina. Lembro claramente deste dia, com o fogão a lenha aceso
na casa das jabuticabas. Assim começou uma amizade que eu sei que não vai
acabar nunca. Não lembro se foi essa
mesma fita, acho que não, mas aqui está a que me reecontrou e com ela algumas das canções que continuam
entre as minhas preferidas, criadas por Cores d Flores, Mariele, Mackoy, Deiwerson,
Douglas e Francis! A fita
cassete com um texto de apresentação do Ivan. Repertório:
Filme, Com Cores de flores, Palavra Dita, Um dia Só, Maçãs, Achados e Perdidos,
Até breve! Clássicos da 'música curitibana", clássicos da música alternativa brasileira, uma das bandas com um dos shows mais poderosos que eu já senti. Eu me acabava de tanto dançar e cantar nos shows deles! Eita nóis!!!! Não é nostalgia, não! É saber o que pode fazer a diferença na vida da gente!.
12/21/2012
História do Rock Curitibano - parte 4 e 5
Mais um pedaço da série de reportagens publicada no Caderno G entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001. Mais um pouco de anos 70 e chegando nos 80. Lembro da entrevista com o Kaven, da Carne Podre - seria ela mesmo a primeira banda punk brasileira? E o auge do Blindagem e da parceria com o Leminski, com direito a presença do primeiro baterista da banda na foto, o Marinho Bocão, um cara que conhecemos logo na nossa chegada aqui em Curita, bem antes da Gazeta e tudo mais e que se acabou, do pior jeito, nas ruas de Curitiba. Tem também Paz Armada, BAAF. E a new wave e o psycho curitibanos. E o Cemitério de Elefantes.
12/13/2012
Roda de capoeira
Essa semana o que não falta é roda de capoeira. Mais uma com a turma do Força da Capoeira.
12/08/2012
12/07/2012
História do Rock Curitibano - parte 2 e 3
a segunda e terceira de dez reportagens sobre o rock de Curitiba, publicada na Gazeta do Povo, no Caderno G, entre entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001. Anos 60 e 70.
12/04/2012
História do Rock Curitibano - parte 1
Uma das mais importantes reportagens ao longo dessa minha caminhada como jornalista foi uma série publicada no Caderno G, da Gazeta do Povo, entre 16 de setembro e 18 de novembro de 2001: História do Rock Curitibano. Foram dez capítulos publicados nas edições de domingo. Algumas das mais emocionantes entrevistas que fiz com os artistas locais foram para esta empreitada. Lembro da conversa com Paulo Hilário e com o Ivo Rodrigues. Com o primeiro, em sua casa, com ele me mostrando todo seu acervo enquanto contava histórias até o momento em que questionei, impertinente que só, porque eles não investiram em música própria como fizeram a grande inspiração deles, os Beatles. E ele pacientemente, e com visível emoção nos olhos, me fez ficar quieta ao ouvir um desabafo que fez eu me tocar que estava indo além, achando que sabia mais do que sabia da vida. A conversa com o Ivo foi em boteco próximo da casa dele, e este sim me fez chorar, mesmo, junto com ele. Como poderia ser de outra forma ouvir as histórias com toda aquela força, que só pode vir de alguém que deu sua vida por algo que ama muito. Falei algumas outras vezes com o Ivo, mas esta foi a mais inesquecível. Espero encontrar nas fitas cassetes que estou digitalizando essa entrevista completa.
Também foi igualmente emocionantes falar com um cara chamado Edison, da banda Excelsior. Saí dessa conversa convencida que teve gente começando a fazer música própria antes d' A Chave. Edison me levou a seu estúdio e não parava mais de falar e cada vez que mostrava uma coisa, uma nova história o fazia procurar outra - até que ele achou uma gravação inédita no meio daquilo tudo. Não lembro onde é a casa dele, mas sei que ele vive pela região central e vou encontrá-lo novamente.
Foram dez textos dominicais que trataram da chegada do rock em Curitiba, na década de 50, até o começo dos anos 2000. Muitas histórias ficaram pelo caminho, afinal eu só tinha uma página de jornal. Mas, o efeito desse trabalho ficou para sempre em mim - e pelo que vejo ficou também com algumas outras pessoas. Eu nem tenho palavras para dizer o quanto isso é importante pra mim - valeu José Carlos Fernandes, que apostou junto comigo na pauta. Acho que se eu não tivesse feito mais nada no Caderno G, meus seis anos de Gazeta já teriam valido por essa experiência.
Bom, pela vontade de não deixar um projeto morrer - e também atendendo a pedidos - encontrei essas reportagens digitalizadas e vou disponibilizar aqui no blog. Eu as tenho, para quem precisar, em tamanho maior e mais fáceis de acessar. Também imagino que Gazeta e Biblioteca Pública do Paraná tenham esse material. Se eu fosse um tantinho mais organizada e centrada colocaria junto com este texto alguma (s) das entrevistas degravadas. Mas, não sou assim tão organizada e sempre encontro essas coisas no meio de prazos que estão exigindo minha atenção. Porém, como esta semana ainda falei disso vou logo começar a colocar esse material no blog e na sequência a gente vê o que mais consigo fazer.
Aqui está a primeira reportagem da série: História do Rock Curitibano:
Também foi igualmente emocionantes falar com um cara chamado Edison, da banda Excelsior. Saí dessa conversa convencida que teve gente começando a fazer música própria antes d' A Chave. Edison me levou a seu estúdio e não parava mais de falar e cada vez que mostrava uma coisa, uma nova história o fazia procurar outra - até que ele achou uma gravação inédita no meio daquilo tudo. Não lembro onde é a casa dele, mas sei que ele vive pela região central e vou encontrá-lo novamente.
Foram dez textos dominicais que trataram da chegada do rock em Curitiba, na década de 50, até o começo dos anos 2000. Muitas histórias ficaram pelo caminho, afinal eu só tinha uma página de jornal. Mas, o efeito desse trabalho ficou para sempre em mim - e pelo que vejo ficou também com algumas outras pessoas. Eu nem tenho palavras para dizer o quanto isso é importante pra mim - valeu José Carlos Fernandes, que apostou junto comigo na pauta. Acho que se eu não tivesse feito mais nada no Caderno G, meus seis anos de Gazeta já teriam valido por essa experiência.
Bom, pela vontade de não deixar um projeto morrer - e também atendendo a pedidos - encontrei essas reportagens digitalizadas e vou disponibilizar aqui no blog. Eu as tenho, para quem precisar, em tamanho maior e mais fáceis de acessar. Também imagino que Gazeta e Biblioteca Pública do Paraná tenham esse material. Se eu fosse um tantinho mais organizada e centrada colocaria junto com este texto alguma (s) das entrevistas degravadas. Mas, não sou assim tão organizada e sempre encontro essas coisas no meio de prazos que estão exigindo minha atenção. Porém, como esta semana ainda falei disso vou logo começar a colocar esse material no blog e na sequência a gente vê o que mais consigo fazer.
Aqui está a primeira reportagem da série: História do Rock Curitibano:
11/27/2012
Estante nova
Tudo encaminhado - ou melhor mais ou menos encaminhado, porque ainda são muitos os Cds, livros e afins para organizar. Mas, o primeiro passo foi dado, a compra da estante, e com ele as intermináveis arrumações da minha vida. Nunca fui das mais organizadas, reconheço, talvez por isso fico sempre tentando arrumar a casa e ela nunca parece pronta. Pra ajudar, são dois jornalistas em casa, e jornalistas do século passado, o que significa muitos papeis por perto e um apego desgraçado, de minha parte, a algumas revistas, rabiscos, cadernos e blocos - e essas coisas do passado. Mas, o bom dessas arrumações cíclicas é remexer também nas passagens importantes que estavam lá juntando poeira. e foi assim, outra vez, semana passada. Aproveitei para digitalizar algumas preciosidades como estas aqui: Ella Guru, banda de Londrina que namoramos pra trazer para um Rock de Inverno, mas não deu tempo; Beto Só e os Solitários Incríveis, disco que ganhamos do Ju, do Phonopop, na primeira vinda deles para tocar em Curitiba (Ivan me ajude com as datas, foi antes da De Inverno nascer, oficialmente??!!!). Por alguma razão, ele achou que a gente ia curtir "a outra" banda dele.(Nada é por acaso, já dizia há tempos Cores d Flores); Johnz e suas canções românticas pra cantar; Astromato, a banda campineira que marcou época no independente brasileiro como uma das primeiras a apostar na língua portuguesa - também tentamos trazer, mas também não deu tempo. Hoje em dia, ela é Radiare e seguiu na mesma linha: belas e confessionais canções que falam do (nosso) tempo que não para, segue o seu rumo; La Carne de um tempo em que, confesso, não dei muita atenção aos caras (tsc, tsc, Adriane!)Mas, acho que me redimi, né, queridos e doces bárbaros? E o convite pra festa de um ano da Polexia, com momentos marcantes pois havia canções que o teatro todo cantava junto. Foi de chorar de tão lindo ver aquilo acontecer!
E, por último, o mais especial dos achados do acervo De Inverno: o show no qual foi gravação Take Um, disco ao vivo d'OAEOZ, no auditório Antonio Carlos Kraide em maio de 2001. O disco foi lançado em 2002. Eita aninho foda, esse 2001! Estava muuuito frio no Kraide, lembro bem: Foram duas lindas Noites De Inverno. Esta é uma cópia em VHS nos concedida por Marcelo Borges, que tem os originais captados em um formato para o qual não temos mais câmera para ver. Ela está indo daqui a pouco para as mãos de um especialista que vai limpar esse mofo que tá começando a deixa-la branquinha, e digitaliza-la. De pedacinho em pedacinho a gente mantém a nossa história viva.
E, por último, o mais especial dos achados do acervo De Inverno: o show no qual foi gravação Take Um, disco ao vivo d'OAEOZ, no auditório Antonio Carlos Kraide em maio de 2001. O disco foi lançado em 2002. Eita aninho foda, esse 2001! Estava muuuito frio no Kraide, lembro bem: Foram duas lindas Noites De Inverno. Esta é uma cópia em VHS nos concedida por Marcelo Borges, que tem os originais captados em um formato para o qual não temos mais câmera para ver. Ela está indo daqui a pouco para as mãos de um especialista que vai limpar esse mofo que tá começando a deixa-la branquinha, e digitaliza-la. De pedacinho em pedacinho a gente mantém a nossa história viva.
11/23/2012
imof no Último Volume - Full Download
Pra quem perdeu o programa, ta aí o arquivo completo do ÚltimoUltimo Volume Lumenfm com o imof ao vivo!
É só colar no Mofonovo e baixar.
11/14/2012
imof ao vivo no Último Volume
E neste domingo tem imof ao vivo no programa Último Ultimo Volume Lumenfm, apresentando três músicas inéditas mais uma faixa de nosso primeiro single.
A gravação foi feita no estúdio Sulco de Ideias, do nosso amigo Bhorel Henrique, e a mixagem/masterização foi feita pelo nosso baixista Fernando Lobo. A entrevista feita pelo Neri Rosa foi bem legal, e incluiu histórias sobre os trabalhos anteriores de cada um dos integrantes da banda, e sobre o selo De Inverno, com a Adriane Perin.
Vale a pena conferir, domingo, 18/11, as 23 horas
Pra quem é de Curitiba e região, é só sintonizar o 99,5 FM
Pra quem for de fora, dá pra ouvir pela internet. É só acessar o site da Lumen.
A gravação foi feita no estúdio Sulco de Ideias, do nosso amigo Bhorel Henrique, e a mixagem/masterização foi feita pelo nosso baixista Fernando Lobo. A entrevista feita pelo Neri Rosa foi bem legal, e incluiu histórias sobre os trabalhos anteriores de cada um dos integrantes da banda, e sobre o selo De Inverno, com a Adriane Perin.
Vale a pena conferir, domingo, 18/11, as 23 horas
Pra quem é de Curitiba e região, é só sintonizar o 99,5 FM
Pra quem for de fora, dá pra ouvir pela internet. É só acessar o site da Lumen.
11/03/2012
Grosso Calibre – Discos Raros
Algumas cenas marcam a gente. Eu lembro exatamente do instante em que vi o disco do Rodrigo Garcia em cima da mesa de redação na Gazeta do Povo. Voltara de alguma entrevista e aquele disco largado na mesa me chamou no instante em que larguei a bolsa e me preparava para empunhar o computador. Com uma capa horrível, escrita apenas: Grosso Calibre. Milênio.
Nome da banda, do artista, do disco???? Virei e reconheci a foto do carinha figura que circulava pelo James, amigo de alguns amigos. Não tinha ideia do nome dele. Peguei o cd sem dono e coloquei pra ouvir, curiosa. Não sabia que o carinha tocava, tinha banda, nada disso.
E como é bom se surpreender assim! Curti o disco logo de cara, ficou claro que era boa coisa mesmo na correria da redação, na primeira ouvida. Gostei do jeitão meio cru, a voz pra dentro e meio abafada. Essência, pra mim, as letras conseguiram minha atenção e o jeito de cantar também. No interno do encarte, uma confissão de inadequação.O encarte usa um desses modelos prontos de computador e foi uma unanimidade nas conversas, a sua ruindade. Já as canções, os poucos entendidos que ouviram concordaram comigo: pequenas preciosidades se escondem neste, que eu considero um dos melhores discos já feitos em Curitiba. E um dos melhores produzidos na chamada música alternativa brasileira. E na trilha sonora da minha vida ele tem lugar cativo. É um daqueles discos “para onde” preciso voltar de tempos em tempos.
Começa com “Maria Madalena”, foi aí que esse jeitão largado, esse “jeitão miserável” de cantar, todo largado, me pegou. Coisas assim:
(...) “ como eu ia dizendo ontem minha filha era virgem e queria um rapaz pra se casar” (...) “... sabe como é, é que esse mundo é tão grande... e o seu valor é imenso... se para, eu desço aqui, na hora..” Uma certa sabedoria latente: “não é possível vencer a maré, pois ela está agitada. (...) eu aprendi a nadar com a maré, me carregava na costas .. Irei viver esta hora, pequena fração despercebida, não vou esquecer de me entregar.. e o resto eu deixo pra depois... e o resto eu deixo com você... os que deixei... ” (A Maré)
Sequencia matadora: “Costumo ser pedra que cai, o ar se foi, sol que se vai... sou filho da vida... e você? Com quem andas, o que pensa, onde vai? Não me diga que sabe como escapar do dia de cada dia... vai moldando e toma conta de tudo... os seus lábios tocam minha testa... e quando isso acontece eu me sinto bem num lugar sem saída.. me diga com quem vc aprendeu a melhor parte da vida... eu não sou mais um mortal proletário - sem saída... estamos aí pro que der e vier, cada um cada um, esteja onde estiver de braços cruzados ou com a mão no peito sem preconceito não vou me curvar pr’essa vida...”(Devoto de São Judas).
Outra sequencia matadora “Se já não querem nada, não querem nem destino, me dizem que são jovens, que vão envelhecer, pois concordo com eles, que meio entorpecidos vão buscando o amanhã (...)acreditar que a vida não está comprimida num planetinha pequeno azul, em um só, não. alguns talvez, ou até mais. (...) Eles estão aí como um milhão de ordens e a ordem está escrita na mente de cada um... a seita não profana apenas acalma um pouco a dor... é ,meu, há monstros aí. Afogue eles! (...)Onde estão aqueles lugares que embalaram seus sonhos que fizeram amadurecer, então vamos querida, deixe pra trás a vida, que é pra poder viver assim” (Calango Armado)
Uma vida real pulsando: “eu só quero entender o que a vida me mostra, onde vou aprender/ eu só quero saber o motivo de tudo (...)mas me faça viver em horas transparentes (...) E o mundo está assim porque ninguém mais quer acreditar na força de uma vida, eu quero entender, eu quero saber/eu quero lutar/ não quero morrer/ não quero sair/ não quero sentir... eu quero viver, eu quero amar, que quero aprender (...) é o sopro da vida. Quem não sabe como escapar... venha me buscar... pra onde todos possam suar a camisa para ganhar o pão.. aqui não há mais vida, eu quero sonhar, eu quero lutar, quero aprender, quero me virar, quero ter um futuro na vida... Não é fácil entender porque uns nascem pra viver, não é fácil entender porque uns nascem pra sofrer. Eu quero sonhar, que quero um lugar, quero aprender...” (Um voto A favor)
Disco moderno, com clima Television aqui, bossa nova ali. Muito do que uma moçadinha antenada sonhava fazer e fez depois, tá aqui. Não achei a data do disco, mas ou é final de 99 ou dos primeiros anos 00.
Grosso Calibre ou Milênio este disco é uma preciosidade que ficou perdida, pouco ouvida e um dos mais belos momentos da produção local. Rodrigo Garcia não fez nenhum outro disco, se apresentou uma vez no James, abrindo pro OAEOZ. À convite da De Inverno ele espalhou suas folhas de caderno com as letras. Quase ninguém entendeu nada! Mas, foi um momento especial. Talvez um dia eu ache algum registro disso. NO disco, Rodrigo tocou guita, baixo, bateria e percussão, além de cantar e assinar as letras. Ou seja, fez tudo. É um disco de compositor. A despeito de que ele reclame de questões técnicas, do que poderia ter mudado e tal, do seu jeito de cantar, esse álbum é de uma entrega que me emociona sempre que ouço. Teve participação especial de Rodrigo Ribeiro (o Tio Zé), Alex Lourenço, Bhorel. Pelo que sei, Rodrigo Garcia viveu anos no EUA. Chegou a circular uma notícia de que ele estaria de volta, com a mulher e a filha. Nunca mais encontrei o figura, mas a música que ele fez e registrou nesse disco volta sempre a tocar aqui em casa. É um daqueles discos que me faz pensar sobre o que sou e de onde venho!
Nome da banda, do artista, do disco???? Virei e reconheci a foto do carinha figura que circulava pelo James, amigo de alguns amigos. Não tinha ideia do nome dele. Peguei o cd sem dono e coloquei pra ouvir, curiosa. Não sabia que o carinha tocava, tinha banda, nada disso.
E como é bom se surpreender assim! Curti o disco logo de cara, ficou claro que era boa coisa mesmo na correria da redação, na primeira ouvida. Gostei do jeitão meio cru, a voz pra dentro e meio abafada. Essência, pra mim, as letras conseguiram minha atenção e o jeito de cantar também. No interno do encarte, uma confissão de inadequação.O encarte usa um desses modelos prontos de computador e foi uma unanimidade nas conversas, a sua ruindade. Já as canções, os poucos entendidos que ouviram concordaram comigo: pequenas preciosidades se escondem neste, que eu considero um dos melhores discos já feitos em Curitiba. E um dos melhores produzidos na chamada música alternativa brasileira. E na trilha sonora da minha vida ele tem lugar cativo. É um daqueles discos “para onde” preciso voltar de tempos em tempos.
Começa com “Maria Madalena”, foi aí que esse jeitão largado, esse “jeitão miserável” de cantar, todo largado, me pegou. Coisas assim:
(...) “ como eu ia dizendo ontem minha filha era virgem e queria um rapaz pra se casar” (...) “... sabe como é, é que esse mundo é tão grande... e o seu valor é imenso... se para, eu desço aqui, na hora..” Uma certa sabedoria latente: “não é possível vencer a maré, pois ela está agitada. (...) eu aprendi a nadar com a maré, me carregava na costas .. Irei viver esta hora, pequena fração despercebida, não vou esquecer de me entregar.. e o resto eu deixo pra depois... e o resto eu deixo com você... os que deixei... ” (A Maré)
Sequencia matadora: “Costumo ser pedra que cai, o ar se foi, sol que se vai... sou filho da vida... e você? Com quem andas, o que pensa, onde vai? Não me diga que sabe como escapar do dia de cada dia... vai moldando e toma conta de tudo... os seus lábios tocam minha testa... e quando isso acontece eu me sinto bem num lugar sem saída.. me diga com quem vc aprendeu a melhor parte da vida... eu não sou mais um mortal proletário - sem saída... estamos aí pro que der e vier, cada um cada um, esteja onde estiver de braços cruzados ou com a mão no peito sem preconceito não vou me curvar pr’essa vida...”(Devoto de São Judas).
Outra sequencia matadora “Se já não querem nada, não querem nem destino, me dizem que são jovens, que vão envelhecer, pois concordo com eles, que meio entorpecidos vão buscando o amanhã (...)acreditar que a vida não está comprimida num planetinha pequeno azul, em um só, não. alguns talvez, ou até mais. (...) Eles estão aí como um milhão de ordens e a ordem está escrita na mente de cada um... a seita não profana apenas acalma um pouco a dor... é ,meu, há monstros aí. Afogue eles! (...)Onde estão aqueles lugares que embalaram seus sonhos que fizeram amadurecer, então vamos querida, deixe pra trás a vida, que é pra poder viver assim” (Calango Armado)
Uma vida real pulsando: “eu só quero entender o que a vida me mostra, onde vou aprender/ eu só quero saber o motivo de tudo (...)mas me faça viver em horas transparentes (...) E o mundo está assim porque ninguém mais quer acreditar na força de uma vida, eu quero entender, eu quero saber/eu quero lutar/ não quero morrer/ não quero sair/ não quero sentir... eu quero viver, eu quero amar, que quero aprender (...) é o sopro da vida. Quem não sabe como escapar... venha me buscar... pra onde todos possam suar a camisa para ganhar o pão.. aqui não há mais vida, eu quero sonhar, eu quero lutar, quero aprender, quero me virar, quero ter um futuro na vida... Não é fácil entender porque uns nascem pra viver, não é fácil entender porque uns nascem pra sofrer. Eu quero sonhar, que quero um lugar, quero aprender...” (Um voto A favor)
Disco moderno, com clima Television aqui, bossa nova ali. Muito do que uma moçadinha antenada sonhava fazer e fez depois, tá aqui. Não achei a data do disco, mas ou é final de 99 ou dos primeiros anos 00.
Grosso Calibre ou Milênio este disco é uma preciosidade que ficou perdida, pouco ouvida e um dos mais belos momentos da produção local. Rodrigo Garcia não fez nenhum outro disco, se apresentou uma vez no James, abrindo pro OAEOZ. À convite da De Inverno ele espalhou suas folhas de caderno com as letras. Quase ninguém entendeu nada! Mas, foi um momento especial. Talvez um dia eu ache algum registro disso. NO disco, Rodrigo tocou guita, baixo, bateria e percussão, além de cantar e assinar as letras. Ou seja, fez tudo. É um disco de compositor. A despeito de que ele reclame de questões técnicas, do que poderia ter mudado e tal, do seu jeito de cantar, esse álbum é de uma entrega que me emociona sempre que ouço. Teve participação especial de Rodrigo Ribeiro (o Tio Zé), Alex Lourenço, Bhorel. Pelo que sei, Rodrigo Garcia viveu anos no EUA. Chegou a circular uma notícia de que ele estaria de volta, com a mulher e a filha. Nunca mais encontrei o figura, mas a música que ele fez e registrou nesse disco volta sempre a tocar aqui em casa. É um daqueles discos que me faz pensar sobre o que sou e de onde venho!
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