5/05/2008

Trost: histórias de amor e perda em três línguas

Jornal do Estado/Bemparaná

The hole in the wall

Conheça a nova empreitada de Anicca Line Trost, musicista que foi da banda berlinense Cobra killer


Marcelo Borges/Especial para o JE


Annica Line Trost é mais conhecida como a outra metade da banda “eletropunkcabare” Cobra Killer de Berlim. Ela começou com o piano clássico aos dez anos, e aos treze, depois de descobrir punk music, trocou o piano pela bateria. Passou por varias bandas do underground berlinense nos anos 90, e aos vinte trocou a batera por um sampler.
Depois de uma carreira de sucesso com o Cobra Killer que alem de muitas outras bandas, ja abriu shows para o Sonic Youth, Atari Teenage Riot e Shizuo, Annica em 2004 partiu pra carreira solo. Não que tenha abandonado o Cobra Killer, a banda continua na ativa e tive a sorte de filmar um dos shows da turnee de 2007 no Corsica Studios. Só que o Cobra Killer, eletropunk no melhor sentido da palavra não é a minha praia, é ruidera total, com algumas referências pop retrô. Vale é a performance de Annica e Gina V. D`Orio com o mais que famoso banho de vinho que rola em todos os shows. E vale a pena conferir tambem o disco Cobra Killer & Kapajkos Des Mandolineorchester que mistura o medievalismo da instrumentação (o Kapajkos é formado por três bandolins) com o avant-garde das composições de Annica e Gina.
O primeiro disco solo de Annica, o homônino Trost de 2004 ainda tem fortes referencias ao trabalho do Cobra Killer, tão lá os samplers e as ruideras, só que agora, com uma atenção maior nas letras autobiograficas de Annica. “Tatoo My Name On Your Ass” pede ela como prova do amor verdadeiro. “Born to Porn” e “Bulletproffed” são duas boas canções ainda na praia dos samplers. Em “I See Cathedrals” e “Crying in the Sink” dava pra ter uma idéia do que estaria por vir no segundo álbum Trust Me de 2006. Este sim um bom disco, onde os samplers são deixados de lado e Annica aposta de novo em músicos na formação clássica: baixo, guitarra e bateria, alem do trombone e teclados.
Filmei um dos shows do Trost na turnee de lançamento do disco Trust Me e fiquei impressionado com a banda e o talento de Annica de cantar totalmente travada de vinho. Em vários momentos ela tropeçou nas garrafas no palco e teve que ser escorada, ou pelo guitarrista ou pelo baixista, ambos mais do que acostumados em manter um olho no instrumento e outro na vocalista.
Trust Me foi gravado na Austrália e finalizado em Berlim. Pra este disco Annica convidou seus músicos predilhetos, EffJott Kruger (Ideal) and Thomas Wydler (Nick Cave And The Bad Seeds) alem dos Devastations Tom Carlyion and Conrad Standish. Todas as musicas contam histórias pessoais de amor e perda em tres línguas: alemão, inglês e francêes. O disco é uma mistura de garage sounds com rock e punk ingredients temperados com boogie e jazz do jeito que só alemaes sabem fazer. Destaque pra “Cowboy”, “I Was Wrong”, “Guy le Super Hero e “Man on the Box”.

Um comentário:

marceloborges disse...

so uma correcao: a Annica continua no Cobra Killer.