12/07/2007

Iê: capoeira!





Chegou mais um segundo sábado de dezembro e com eles agora sempre chegam também outro batizado do Grupo Força da Capoeira, do qual faço parte há seis anos. Desta vez pego a corda verde, uma graduação que me permitiria dar aulas de capoeira, se quisesse. Nunca pensei nisso, na verdade, não entrei na capoeira procurando outra profissão. Não imaginava, no entanto, que uma prática que entrou na minha vida porque gosto de me exercitar fosse me pegar desse jeito.
Ontem, quinta-feira, como sempre acontece também, foi a Roda com o pessoal de Niterói, o Jogar Capoeira, do agora Mestre Xangô e da professora Portuguesa. O Xangô, um cara muito legal, é amigo- irmão- camarada de fé do meu Mestre, o Kinkas. Eles foram parceiros aqui em Curitiba quando Kinkas chegou e, depois, cada um seguiu seu caminho, criando seus grupos e levando a capoeira adiante de uma maneira honesta e prontos pra encarar as pedreiras que viriam pela frente. São pessoas que admiro muito e pelas quais tenho cada vez mais carinho. Os dois têm a seus lados mulheres igualmente especiais. A Portuguesa, esposa de Xangô não veio este ano porque está doente. Áurea, minha professora também, e esposa de Kinkas, já entrou pro rol das minhas melhores e mais guerreiras amigas. Admiro demais da conta essa baixinha tão tagarela e pronta pra encarar uma briga, quanto eu, quando necessário - e às vezes quando nem seria tão necessário também, sabe como são essas baixinhas invocadas (rs)!.
Este ano estou no Coco e Maculelê. Foram ensaios tensos, alguns. Pouco tempo, a gente não se acertando nos movimentos, bate-bocas, estresse, foram inevitáveis e participei ativamente deles, infelizmente. Ainda bem que eu e Áurea estamos mais ou menos acostumadas a esse tipo de pressão e sempre nos entendemos depois que passa. Algumas pessoas ainda se assustam comigo e com ela, mas é assim mesmo. Pessoas intensas soltam faíscas, do mesmo jeito que nosso facões quando se encontram, certos, no maculelê.


O clima de Batizado já está entre nós há pelo menos dois meses, mas no último mês, o bicho pegou de verdade. Todo ano além da troca de cordas, nosso batizado tem um show a parte. Faremos coreografias, este ano, de xaxado, coco, maculelê, puxada de rede, frevo, ciranda e samba de roda junto com o pessoal do Jogar, que fará também seu maculelê. Ontem, no Aquacenter Batel, onde eu treino, aconteceu a Roda com o Jogar. Eu não sei o que acontece comigo, mas esta roda, em especial, é uma que desde a primeira vez que participei me emociona, quase tanto quanto o Batizado. Os caras chegam batido de mais de 15 horas de viagem e vão direto pra academia jogar com a gente. É uma roda alegre, solta, com amigos... quando o berimbau e o atabaque soam, me dá um arrepio, sinto as mãos suadas, como estão agora, aliás, só de falar disso.
Eu devia estar mais tranquila!. Mas, confesso que estou ansiosa, com um nó na garganta. Essa corda verde já está pesando, tenho que admitir, pra lidar melhor com isso. Devia estar cuidando de duas edições do jornal, mas não consegui começar o dia sem antes falar disso, pra ver se relaxo um pouco.
Este ano também é a despedida do capoeirista Boneco de Milho, o Miguel, um dos mais antigos do grupo que vai viver um tempo na Alemanha. Quando eu crescer na capoeira, quero ser como o Boneco: classe, tranquilidade, jogo limpo, estímulo aos novos e firmeza pra falar com serenidade de regras necessárias e nem um pingo de ansiedade na hora de jogar. Por isso o jogo dele é tão bonito, sereno, de movimentos claros, ataque fatal, se ele quiser, parecendo uma dança. É assim que a capoeira deve ser, força e leveza e juntos. Simplesmente amo ver o Boneco jogando, e pra mim, não é força de expressão dizer que ele é uma inspiração na capoeira. E outro ingrediente que gosto vem de outra das minhas inspirações, do Marcos Cigano: desde a primeira vez que o vi jogando, o que me chamou a atenção foi a alegria dele ao jogar. Dos amigos de capoeira – tirando mestre e áurea – são minhas principais referências. O Marcos faz o batizado dele hoje, às 17h na Escola Rio Negro, no Sítio Cercado. É outro batalhador que aprendi a admirar e muito. Não estarei lá fisicamente, Marcos, mas vou estar de coração. Boa roda e nos vemos amanhã. Bom, quem estiver a fim de conferir sabe onde me encontrar.

5 comentários:

Anônimo disse...

ivan baixei um video fodasso do mingus . qualidade de dvd, em montreux em 75. alem de outros muito bons , mas com qualidade mais baixa, do coltrane , ben webster e outro mingus. vou te fazer uma copia "de natal" heheh
abraço

Anônimo disse...

ainda bem que a legislação de internet& copyright é uma merda por aqui. odiaria ver o igor em cana... hehehehehe

Anônimo disse...

hahahaha vira essa boca pra la mermao. vai ficar sem uma copia. hehehe .. onde acha pra comprar aqui?
nao existe! no brasil o negocio é cópirata , saca? hehehe

Anônimo disse...

beleza Igor, com certeza quero ver isso. acabo de ler o livro sobre a gravação do Kind of Blue e soube que saiu um do mesmo cara sobre o A Love Supreme. abs. E Ruybens, vai tomá vodka e não enche o saco

Anônimo disse...

nem fudendo. ontem não deu pra pasar pegar o meu cd, mas de hj não passa.