Terça-feira. O céu de curitiba tava tão bonito hoje de manhã, antes das 9. parecia aquele céu de um azul tranquilo de quando a gente tá chegando, cedinho, naquela praia sossegada, fora de temporada, sem tumultos. Tinha umas nuvens, mas elas compunham perfeitamente. Ônibus nem tão cheio, consegui até sentar. E a relativa tranquilidade, me fez pensar nesses dias em casa, o primeiro natal na nosso canto, brigadeiro, heineken, cigarrinhos, tigra, lu, dogui e baby... meu vô querido já foi conhecer e deu sua (imprescindìvel, pra mim) benção. Vim pensando nisso tudo, no embalo do ônibus sem correria, um solzinho já meio quente pondo lenha na fogueira......
há exatos 11 anos entrei pra ficar numa redação de jornal. Meu primeiro emprego com tudo certinho legalmente. Tava apavorada, mas decidida a agarrar minha última chance – já tinha desistido, na verdade, mas nem a mim eu obedeço.... deu nisso.
O meu natal também teve mário bortolotto. Terminei de ler as suas crônicas, Atire no Dramaturgo. A maioria eu não tinha lido no blog. O mário é engraçado, mas não o engraçado de fazer rir. Um outro tipo de engraçado, um engraçado que às vezes fica entalado na garganta, porque não dá pra rir do que ele escreve,não. Mas, de vez enquando dá pra ficar irritada... só que daí, logo adiante, ele dá outra rasteira certeira em algum tipo de lembrança coletiva (nem somos da mesma geração, hein) e bota à tona certas sensações incômodas, quase sempre, porém, comoventes. e como não abrir um sorriso, meio torto, não querendo ser, para concluir que o filho da mãe tem razão...
Esse jeito de ser ele mesmo, é de doer. Fico confusa, em algumas passagens. Com um tanto de raiva, em outras, pra logo perceber que não é raiva, não, é só ser obrigada a concordar com ele que certos tipinhos humanos tão mesmo devendo à vida. Eu não trouxe o livro comigo e,portanto, não vou citar trechos, embora vários merecessem citações. Resumidamente, acho que é a vida, toda irregular e confusa que salta das páginas de Atire no Dramaturgo, carregadas de verdades que não valem pra todos, mas que são preciosas; arranhões, cortes profundos, mentiras sinceras, verdades distorcidas, olhares cansados, vontades renovadas... é muita vida, nem sempre do jeito como a gente gostaria.
Gosto principalmente do jeito que ele não julga exatamente aquelas pessoas que seriam as "genis fáceis". Como ele entende o pai, se solidariza com a mãe. Como ele ama os amigos (errados?), como ele se declara, discreto, e meio sem jeito, à Fernanda; como ele se condena e se redime sob sua própria ótica, dolorida e dolorosa, mas sempre muito viva, muito vida. Não gosto de tudo, tudo o que o Mário escreve no blog, não. Gostei muuuuuuuiiiiiiiiito de vê-lo no palco e também gosto muito de Bagana na Chuva. Se troquei uma dúzia de palavras com ele, até hoje, foi muito. Mas,já tomamos cervejas na mesma roda de amigos – e tive(mos) o prazer de tê-lo lá em casa no primeiro churras. Até achei que não terminaria seu Atire no Dramaturgo. Pois, terminei. E gostei, gostei muito das suas palavras tão reais, tão sorrateiramente paupáveis. Agora sinto esse gosto de vida no céu da boca, nem sempre doce, nem sempre amargo. Também procuro meu silêncio, quero não falar, quero olhar. Não importa, os dias seguem. E outro ano está batendo a porta e espero sinceramente que tenhamos CORAGEM pra encará-lo de frente, olhos nos olhos, cheios de amor (e de ódio, também, sim, se preciso for).
Adri perin
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2 comentários:
que seja. esperar e fazer acontecer. é assim que deve ser. sem planos. momentos que nos aguardem. e este livro que um dia lerei. ainda estou me apaixonando por Henry Miller. mas no momento certo do ano que vem outro livro cairá na mão. outra garrafa, outro trago. outro dia. bjos ae e que a passagem seja "distorcida" pelos poderes do papel!!! ahahah...
que venha 2007!
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