1/06/2011

Acervo De Inverno: Candyland 1



Na arrumação de final de ano que fez aqui em casa a Adri acabou encontrando essa pérola. Um exemplar da primeira edição da Candyland, quando ainda era um fanzine xerocado e grampeado. O expediente informa que a mesma foi produzida em maio de 1994, com "textos de Olavo Castro, desenhos de Guilherme Santos". Também informa que foram feitos "90 exemplares com o apoio financeiro do Centro Acadêmico Lupe Cotrim (FCA/USP)".

Não me pergunte como ou onde a gente conseguiu isso, porque eu nem lembrava mais que a gente tinha. Como fanzineiros de carteirinha, a gente sempre colecionou fanzines e publicações alternativas, então em algum momento dos anos 90 devemos ter topado com essa edição, hoje uma raridade.

Esse lance na verdade me fez pensar como as histórias se entrelaçam mesmo sem que a gente perceba. Já conhecia de ouvir falar o trabalho da Candyland há muito tempo, desde, como disse, os anos 90. Mas só fui descobrir que o Olavo é o roteirista dos quadrinhos muito recentemente, mais exatamente no final do ano passado, quando teve o lançamento do belo livro da Candyland, aqui, na Itiban. Só aí fiquei sabendo da história dos dois, que se conheceram na USP e começaram fazendo fanzines até chegar ao que a história é hoje.

Até então a gente conhecia o Olavo (Rocha) como vocalista letrista de duas bandas que são prediletas da casa. Nunca vou esquecer quando, lá por 2003/04, recebemos o EP "Os Gianoukas Papoulas", que já chamava a atenção pelo cuidado visual e gráfico. Lembro bem que foi um daqueles discos que foi me conquistando aos poucos. Na primeira audição você fica pensando "interessante isso", mas não dá muita bola. Na segunda já alguma canção, melodia gruda na cabeça. E daqui há pouco, sem perceber, eu não conseguia mais parar de ouvir a bolacha.

Em 2005, tivemos o prazer de conhecer a banda pessoalmente, quando eles vieram tocar no Rock de Inverno 5, e a boa impressão do disco só se confirmou.

De lá pra cá o Olavo e o Humberto criaram um novo projeto, o Lestics, que tocou em 2009 no Rock de Inverno 7, e já lançou quatro discos merecidamente bem recebidos e elogiados quase que de forma unânime. Hoje, tenho a maior satisfação de ser amigo dos caras, que são pessoas boníssimas, daquelas que mesmo a gente estando distante e não se encontrando por muito tempo nunca deixa de querer bem e se sentir bem quando se vê. Fico feliz pelo quarto disco deles, "Os abutres", estar sendo comentado na maioria das listas de melhores do ano, pois há muito tempo já considero o trabalho desses caras como estando entre as mais belas músicas produzidas no País nessa década, e não entendia o porque esse trabalho não recebia mais destaque. Mas é aquela coisa, como muita gente boa por aí, os caras não são do tipo que "frequenta" o mundinho, não fazem média com os mídia, nem correm atrás do hype do momento, então aí já viu nê, ficam no limbo. Menos mal que essa burrice esteja começando a ser corrigida, mesmo que parcialmente.

Encontrar a Candyland #1 só confirmou que nossa sintonia não é de hoje, nem é por acaso. De alguma forma, esse encontro ia acontecer algum dia.

5 comentários:

adri disse...

sincronicidade. é, quantas vezes, pasmos os dois, ouvíamos, emocionados, mais uma vez, Gianoukas e depois Lestics e nos perguntavaamos: o que acontece, será que ninguém mais ouve essas canções? Não consigo entender". O que me dá muito orgulho na história da De Inverno é que várias vezes, quando algumas bandas foram "descobertas" por "entenddidos do assunto" suas canções já eram favoritas da casa. E todos autores que tivemos a chance de conhecer, se tornaram muito mais que "uma fonte", que peça de produção. Não existe bilheteria capaz de pagar esse prazer.

Guilherme disse...

E eu ainda lembro de como a gente (eu e o Olavo) ríamos, inventando essa história.

Unknown disse...

o guilherme, eu, você, ivan, e a adri, a gente faz o que faz porque não existe outra maneira de viver, né? e se tem mais ou menos gente que fica a par disso, é uma contingência. claro, audiência é bom, mas a gente sabe que continuaria a fazer o nosso trampo a troco de nada - ou de continuar respirando...

Ivan disse...

sem dúvida Olavo. a gente faz e continua fazendo simplesmente porque não conseguiria viver sem isso. e porque é justamente isso que faz a gente se sentir vivo.

Alex L.C. disse...

tem q colocar no http://zinescopio.wordpress.com/

: )