Black Maria e Imperious Malevolence, bandas com longo histórico, fazem a reabertura
Adriane Perin
Depois de quase um ano sem ir para palcos curitibanos - e de quatro anos de shows com casa cheia na primeira residência rock de sucesso na cidade - a Black Maria volta hoje a tocar na cidade, para apresentar o novo Teatro Universitário de Curitiba (TUC), que agora quer ser uma casa das bandas curitibanas. Junto na noitada, outra veterana que tem uma história muito interessante, a Imperious Malevolence. Além de reabrirem a agenda do simpático teatro – reformado –, elas também fazem o lançamento oficial do terceiro box da Grande Garagem que Grava (GGG), projeto criado pela Central Homem de Ferro, sob coordenação dos músicos e produtores Luiz Ferreira e Rodrigo Barros. Eles e o jornalista Fernando Tupan, do Estúdio Discos Voadores, foram vencedores de edital para gravação de 12 Cds, cada um, de grupos curitibanos que, a partir de hoje, ocupam as quintas-feiras até dezembro no TUC. O Teatro também volta a receber em agosto, as domingueiras Canja de Viola.
Gabriel Teixeira, guitarra da Black, contou que a banda se deu um descanso porque os quatro anos de shows semanais desgastaram o grupo - que também não teve o retorno que esperava em termos de permuta para shows em outros lugares. “Fizemos isso para tocarmos em outros lugares, e fizemos bons shows, mas não foi na mesma medida. Até eu que sempre fui otimista , noto que tem uma hora que a gente dá uma desaninada por não ver as coisas acontecerem. Às vezes penso que essas bandas dos anos 80, as que ficam se regravando, acabam ocupando o espaço que deveria ser dos novos, sem apresentar nada de novo”, comenta e emenda, “Mas aprendi a não esperar muito, ninguém escolhe ser músico por grana. Faço o que gosto e estou satisfeito”, diz.
Agora, a idéia é retomar os shows mas em ritmo menos acelerado. Amanhã, eles tocam no Shopping Mueller com entrada franca e também estão com agenda no programa Acústico Mundo Livre, da Rádio Mundo Livre. A GGG foi o primeiro registro captado com a potência ao vivo, com qualidade. Tanto que eles fizeram também o primeiro DVD. “Ficou muito diferente dos Dvds que se vê por aí, por ser em uma garagem”, conta. “Gosto dos registros em estúdio, mas aqui a vibração foi diferente, porque em estúdio sempre tem o produtor que acaba dando uma pasteurizada”, completa ele que, com a parada do grupo, se dedicou à produção solo e está se preparando para um disco.
E quem gosta da Black Maria vai conhecer outra banda das antigas de Curitiba, a Imperious Malevolence que tem 13 anos, 4 turnês européias no currículo e embarca, neste sábado, para mais uma temporada, já com 9 shows agendados, começando pela Ucrânia, com possibilidade de engatar direto para o Canadá. “Vamos para grandes festivais de Metal, o que eles chamam de open air, que são shows para 15, 20 mil pessoas”, conta Mano, o guitarrista da banda que tem 3 discos, um DVD e um Ao Vivo gravado na Alemanha.
Apesar da trajetória legal, os músicos não vivem só de música, embora só toquem com cachês e toda estrutura paga. Isso no exterior, porque no Brasil, a história é diferente. Tanto que mesmo em Curitiba, os shows são raros. “Aqui muda tudo. Falta qualidade, não se dá valor e o pessoal tem que pagar pra tocar”, comenta. “No metal existem muitas ramificações, como a gente está na ala mais agressiva, o death metal, acabamos tocando mais em festivais especializados. O público é pequeno mas muito fiel. Ser do metal é quase uma ideologia.”
Na volta da turnê estrangeira, o grupo quer pegar forte na pré produção do novo disco, para lançar ano que vem, antes de maio, quando parte em nova turnê, com nada menos que 60 shows já agendados, pela Europa, resultado do trabalho de uma agência contratada exclusivamente para fechar este tipo de shows.
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