Rock
de Inverno 3:
Há
15 anos, nos dias 19, 20 e 21 de julho, o 92 Graus ferveu com a terceira edição
do festival
Existe uma fase da vida que a
gente tem a impressão que o tempo não passa nunca! Um ano durava um século e o tempo
da ‘miss Brasil 2000’ era algo quase impensável de tão longe que parecia. Ao
menos era assim pra mim. Agora, começo a contar os aniversários das realizações
importantes da vida profissional somando números em uma conta que, sempre que
faço, me causa espanto – e alguns sorrisos solitários embalados pelo barulho
das teclas do computador e pelo desejado silêncio que permite organizar as
ideias e informações.
Na próxima semana, nos dias 19, 20 e 21
de julho, mais especificamente, a terceira edição do Rock de Inverno, já com o
epíteto “Mostra da Música Independente”, completa 15 anos! Uau: 15 anos, desde
aqueles três dias de intenso frio que não foram nem percebidos dentro do porão
mais acolhedor que Curitiba já teve! Não era a primeira vez que a De Inverno
ocuparia aquele espaço ao mesmo tempo tão sagrado e profano, mas era algo muito
especial fazer ali o festival criado dois anos antes e que carregava em seu DNA
a inspiração impregnada em nós ali mesmo naquele ambiente enfumaçado e quente,
onde nos esquecíamos de tudo mais para nos concentrar em alguns dos melhores
momentos das nossas vidas. Sim, foi no
Espaço Cultural 92 Graus, no original, ali no nada insuspeito número 294 da Visconde
do Rio Branco. Era um ponto alto pra nós
fazer o Rock de Inverno no 92! Uma forma
de reconhecer ao JR, seu Geraldo, d. Claudete a importância deles pra gente,
uma forma de dizer obrigada e de também demonstrar nossa disposição em ajudar e
mover esses pesados, porém tão inspiradores moinhos.
E que edição foi aquela. Aliás,
vamos falar a verdade: que ano foi aquele – e o seguinte - para a música
autoral curitibana, com várias cenas atuantes e uma programação de festivais de
fazer inveja aos dias de hoje. Rsrsrs.
Bom, esta foi a edição em que
conseguimos concretizar um passo que estava nos planos desde o começo:
estabelecer uma conversa com as novas gerações nacionais da produção
alternativa. Desta forma, com o imprescindível apoio da Fundação Cultural de
Curitiba, patrocinadora do evento, conseguimos trazer não apenas as bandas
Casino (RJ), Hurtmold (SP) e Pipodélica (SC), como também jornalistas dos
principais veículos de comunicação da época, incluindo MTV, na pessoa do
Rodrigo Lariú, que aproveitou a temporada para conversar com vários artistas
daqui; Folha de São Paulo, Jornal do Brasil, TV Educativa de Minas (programa
Alto Faltante), para ficar entre os principais entre os 22 convidados da
imprensa.
Também estão ali registrados no
material gráfico nossos demais parceiros, a livrarias Curitiba, a 96 Rádio
Rock/Helinho Pimentel e Rádio Educativa (confesso que não lembro como foi este
apoio). Não tem como não falar da FCC, que deu, efetivamente, as condições pra
gente (toda a cena) ‘efervescer’. Foi um
momento em que os gestores – cito aqui Cassio Chamecki, Leandro Knopfholz e Janete Andrade, em especial estes dois
últimos, com quem tratei diretamente todo o processo -
deram um olhar contemporâneo para
a produção cultural de Curitiba.
Nesta gestão nasceram projetos muito interessantes, entre os quais o
Circuito de Festivais, do qual o Rock de Inverno fez parte – e depois os
inesquecíveis Curitiba Pop Festival e Curitiba Rock Festival.
O 92 (quase) ficou pequeno, e a
energia quente que rolava derrubou a luz três vezes no show da Aaaaaamalencada,
sem que ninguém arredasse o pé. Foi
também um momento em que dissemos nosso muito obrigada para a cena do 92 Graus,
a que escolhemos para chamar de ‘nossa’ (rs), ao convidar Magog, para um
retorno histórico, e Relespública, de volta ao trio original. Tudo registrado
pelas lentes de outra pessoa importantíssima para isso tudo, o fotógrafo e
videomaker Marcelo Borges.
Nossa programação ainda teve as
novatas Criaturas e Poléxia ((ah, se orgulho matasse...rs); Svetlana (já que
não tínhamos um piano pra colocar o Wandula no 92. Rsrs). Completaram a
escalação: OAEOZ, Sofia, Volume, Excelsior, Pelebroi Não Sei (o que foi este
show!! Os jornalistas de fora ficaram aos pés do Oneide!! Hehehe) e Lorena Foi
Embora... Além do já tradicional kit de
imprensa, com releases e a coletânea com uma música de cada banda participante,
enviado para imprensa nacional, os shows foram gravados e se transformaram em
um cd ao vivo e um documentário em VHS, com direito a entrevista com as bandas.
E neste ponto chegamos ao grande
momento: o documentário em VHS foi digitalizado pelo Marcelo Borges, que também
está mexendo em seu precioso acervo. E
foi isso que me fez cair a ficha dos 15 anos, quando olhei a data. Então, vamos celebrar junto esse pedaço da
história da música brasileira escrito 15 anos atrás?! Um brinde a todos que
participaram e ajudaram a fazer este belo capítulo da história da música
paranaense e brasileira!
Nesta e na próxima semana eu vou
lembrar na página da De Inverno Comunicação no Facebook um pouco desta história
e postar os links para o documentário, em três partes. Não espere nada. Comece ouvindo a coletânea
que, aliás, tem as inéditas: FAncy Dress, da Svetlana, e Bonde 77, da
Relespública, gravadas especialmente, por Lucio Machado e Luciano Vassão, para
a coletânea!
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