20 anos! 20 anos é muito tempo e é apenas metade da história
toda! Só que é desta parte da história que tô tirando um pouco da poeira e,
daí, impossível não se surpreender! Não se surpreender com o tanto de coisa que
eu (nós) guardo (mos). Em pastas
coloridas, de papelão e de plástico, um tanto das lembranças vão se mostrando
de novo, uma puxando a outra pela mão. É coisa que faz rir, gargalhar, falar
sozinha, com gatos, cães e ate com a casa; é coisa que faz silenciar,
chorar e rir de novo! Não acredito que tenho isso guardado! Tem fanzines, os
polêmicos e os que marcaram, marcados pelo tempo, rasgados no canto, dobrados....e
pela metade. Nada importa, porque o que volta, mesmo quando não volta inteiro,
volta com a parte mais importante.
Tem
fotos de família perdidas no meio da papelada de faculdade; tem cartas, fotos e
trechos de fanzines com velhos poemas adolescentes (Mildo, achei um pedaço do seu
zine com meus escritinhos do tempo em que
eu escrevia muito e comecei a não mostrar pra quase ninguém).
Tem fotos e releases de bandas. Tem foto de
banda antiga até com a marcação do jornal atrás ( retranca!)! Tem até alguns TCCs sobre o rock em Curitiba esperando minha atenção. tem histórias do rock e da música feita aqui em Curitiba nos últimos anos!
E tem a história d’OAEOZ e da De Inverno, passo a passo,
tudo misturado: cartazes, flyes, capas de cds, fanzines com as letras; jornais
feitos por nós; projetos de fanzines/revistas; rascunhos de letras que estavam
nascendo e das que não ganharam a vida na banda quase como esperando outra
chance....
Tem fitas cassetes!!!!! Muitas, muitas, muitas! Empoeiradas,
com a capinha quebrada e as sem capinhas, também. Cassetes de bandas daqui e dos primórdios do
que depois chamaríamos de ‘indie’ ou independente brasileiro, os 90’s. Tem jams
com amigos que seguem por perto até hoje; ensaios e shows gravados. Tem no
susi, também (uma pré-produção que será eterna?).
Também tem Rock de Inverno, claro. Tem ingressos 01 e 02 da
edição 5, quando conhecemos o Luigi Castel. Tem os ingressos artesanais da quarta edição. Tem projetos aprovados,
propostas que nunca foram aprovadas e clipping e mais clipping! Tem os releases
e muitas fotos. Aliás, tem as fotos feitas por fotógrafos amigos do Festival também
(um dia eu desencavo a ideia de reunir alguns desses registros em uma edição
comemorativa! eu tardo, mas tento não falhar). Tem nota fiscal de serviços
pagos, do único cd prensado, tem
anotações de degravação de dvds...
Tem tanta coisa! Acima de tudo tem muitas e boas lembranças.
“É, Adriane, pensa o que? 20 anos não são 20 dias!, diz o Ivan). Vinte anos, no caso, é o tempo que estamos, 'assumidamente', juntos. Naquele longínquo 1994 já conhecíamos algumas das
pessoas que estão marcadas nessa parte da história, já estávamos no circuito e
Fábio Elias, Daniel Fagundes e Igor Ribeiro já eram considerados amigos e podiam
ser encontrados na nossa casa - ou melhor, no 1001 do Asa. O 92 era “o lugar” das descobertas para o que viria depois e onde conhecemos uma boa
parte dos que se aproximaram depois. Duas
décadas que passaram tão rápido. 20 anos de mudanças drásticas no mundo. computador, internet, email, cds e tudo mais!
20
anos de mudanças drásticas na minha (nossa) vida. Posso dizer que 20 anos incríveis da minha vida adulta. Não sei se serão superados (nem sei se
devem ser superados! ), mas estou
vivendo para que, no minimo, sirvam de alimento para os próximos 20.´
Ano intenso, esse 2014. Só fiz as contas quando comecei a
mexer na bagunça porque vem uma reforma grande pela frente. É hora não só de
assoprar a poeira, mas encontrar distanciamento para separar o que é pra ser
lembrado e o que, agora, é lixo. Confesso que é difícil fazer essa
separação. Encontrar a primeira versão da letra da canção que tanto amo hoje,
pra mim, é mágico! Esse é o desafio agora.
Então, pra começar, preciso de ajuda: guardo ou não guardo
esse exemplar selado dessa verdadeira raridade que é, hoje, uma fita VHS?! Rsrsrsrs.
EM TEMPO: Este texto foi rascunhado quando comecei a guardar as coisas todas para a mudança. AGora, já foram dois meses de muita poeira, caixas empilhadas e tudo mais. A casa já tem outros contornos.
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