Logo reconheci o trecho de uma declaração de amor e saudade
eterna feita para um dos mais preciosos amigos e parceiros que tive, o
Dogui. Mais uma surpresa do Ivan, que
pela segunda vez catou rabiscos meus no blog para transformar em uma bela
canção. Nas primeiras vezes foi muito
difícil ouvir e eu disfarçava os olhos cheios, lavando a louça, com o rosto
virado para o outro lado, enquanto as imagens, tantas, voltavam aos borbotões,
trazendo de volta todo aquele amor e também essa saudade imensa que não acaba
nunca. Especialmente difícil era ouvir “essa imagem que volta toda vez que eu abro a
janela/ e vejo que vc não está mais ali/ que vc não vai mais estar/ esperando
eu chegar.”. Eu olhava pra fora, olhava
pro lado, e pro lado que eu olhasse...ele não estava mais lá esperando eu
passar para ir atrás...
Foram vários ensaios assim, até que aquela dorzinha
reavivada diminuísse (um pouco) e eu pudesse só rir, sem chorar, ao ouvir a
canção. No meio dessas sensações haviam outras.
Há tempos acompanho esse processo de
nascimento das canções. Mais do que
isso, acompanho os momentos de solidão, também, de um fazedor de canções. Os
momentos de frustração, de querer fazer e não rolar – e isso sem
falar das vezes que chegava, e sem ser percebida podia ouvir uma batida de
violão procurando o caminho certo para a música nova que lhe batia à porta. Mas, todo fim é também um recomeço e nada
melhor que bons parceiros para que o sopro traga de volta aquela
sensação de liberdade batendo no rosto.
E mais rápido ainda do que vieram novos parceiros para o
recomeço, vieram os outros novos parceiros para o novo recomeço. Aguinaldo Martinuci e Fernando Lobo passaram
pro lado de Ivan e Osmário Junior e reticênciaz se transformou em imof . O Osmario
Junior é um caso à parte. Há tempos o Ivan não tinha ao lado, em
banda, alguém tão ponta firme quanto
ele. Eu tenho certeza de que a presença
dele, intimando o povo para os ensaios, dividindo com o Ivan a responsa de
tocar uma banda adiante, foi imprescindível para que tudo caminhasse como
caminhou. E o que podia ser um fim virou
um começo tão forte, me parece, quanto foi OAEOZ. Nos meses que se seguiram, vi nascer as parcerias
que tanto bem fazem.
E mais, sábado a sábado, enquanto ouvia o Martinuci regendo
a criação, apontando caminhos, indicando possibilidades, provocando, instigando
todos, eu percebia nascendo um repertório muito forte de canções.
( No meio
disso, ainda havia as aulas de piano do Martinuci pro Ivan, cujo efeito
aparecia nos meus dias também ao longo da semana, cada vez que o meu amor
explicava um exercício ou compartilhava comigo uma nova descoberta. Tal qual um
menino em cujos olhos brilha a alegria de sentir-se bem).
E daí chegou o Fernando Lobo,
primo do Igor (parceiro dos primeiros), o cara que além de tocar muito baixo e esbanjando classe, ainda tem as manhas para captação e tal. Não podia ser mais
perfeito e a coisa toda foi a passos largos.
Aquele clima bom da música pela casa voltou a iluminar
nossos dias.
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O nome imof só surgiu bem no final disso tudo – e eu nem
queria a mudança de nome, pra ser sincera. Preguiça, confesso. Mas, quando me dei conta, até o nome, a
forma como ele nasceu, o que ele significa, é perfeito pra esta nova fase
. Parceria de verdade, criar junto,
acertar junto, marcar, desmarcar, fazer e refazer , dividindo as
responsabilidades e, mais do que tudo, sentir-se bem e querer estar um com o outro. Afinal, todo mundo tem muito o que fazer e é preciso muita disposição e persistência para no final de semana de folga, largar mulher, filhos, amigos para ir ensaiar. E é muito claro
que o clima entre eles é muito bom! E o astral deles se espalha pela redondeza. os imof gostam de estar juntos tocando todo sábado!
Eu sabia, portanto, que seria um grande show, a estreia, na
sexta passada, 03.08.2012, na 3ª Noite De Inverno. Mas, foi muito mais do que
pensei. O Ivan tava tão quieto
antes, eu via no semblante dele não nervosismo,
mas uma tensão. Quando cheguei no
bar, Martinuci também tava tão sério... Começaram e fiquei impressionada. Desta vez, algo foi diferente. Calmos, não é a palavra para defini-los. Acho
que “ à vontade”, é melhor. E foi mais
uma noitada, de estreia, muito bacana.
O Folhetim Urbano mandando cada vez melhor e o Leonardo
Vinhas finalmente voltando para Curitiba.
Ficou legal a leitura, com a participação pra lá de especial de um amigo
das antigas, Gelson Bini, que pra nossa alegria, volta a fazer parte do nosso
circuito de convivência. Quiçá, um novo parceiro para projetos culturais futuros...
Valeu, valeu e valeu.
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