1/15/2010
tem um silêncio novo em casa
a casa ficou tão silenciosa de repente, tá faltando algo no chão. aquele clec clec compassado atrás de mim, nem a correria do corredor de fora, acordando a gente de manhã. olho pro lado e so tem essa grande falta. o lugar vazio ao lado. insuportável. você já sentiu o coração pesado assim? a garganta doendo. pra todo lado que olho... a falta que você faz. mas, agora, sinto o coração até mais leve, só não queria que tivesse sido daquele jeito, com a lembrança do dogui saindo de casa, virando a cabeça, a minha procura, indo naquele carro sem que eu pudesse ir junto. nesses últimos dias, meu melhor amigo definhou, não havia mais como negar que sofria e a gente jamais prolongaria isso. uma porcaria de um bicho peçonhento aproveitou a fragilidade do nosso "vovo" dogui e acelerou o processo que já sabíamos batia na porta. ontem, pulei da cama logo cedo e lá estava ele, sem se levantar, triste, acabrunhado, não vinha mais atrás de mim, não aceitava mais o remédio ( ele que sempre foi tão compreensivo com o que sabia que iria aliviar o incômodol), não comia nada. nem queria vir pra sala com a gente. insuportável ver meu amigo assim.
de ontem pra hoje foram horas horríveis porque eu ficava pensando que ele tava lá na clinica, onde o tratam como príncipe, mas sem a gente por perto. sozinho. encaramos a decisão e fomos lá hoje, eu e ivan. ele tava lá abatido,mas olhando pra gente, procurando a gente. nem foi preciso medicamento, seu coração tava tão fraco que um anestésico o fez dormir, ali do meu lado. lindo.
me sinto mais leve agora, apesar dessa tristeza que volta toda vez que eu olho pro lado e vejo que ele não tá ali. que não vai mais estar ao lado do portão me esperando chegar, nem vai ficar bem no meio da cozinha, enquanto tento nos alimentar. achei várias fotos dele lá naquele jardim da casa do campina, bonitão, no seu auge, correndo, jogando bola, se exibindo, o safado. impossível não passar um filme na minha cabeça desde aquele dia que ele chegou no bagageiro do carro do Junior, da Patrulha, vindo da casa que ele dividia com a Relespublica. Um garotão pastor alemão; lembro da tristeza dele quanto perdemos a tatu; de como sempre recebeu bem os novos moradores, desde a baby, passando pelos filhotes da manu, até chegar à molly, que dormia entre as patas dele.
Como diz a mariele, que o viu logo depois da gente, ele é um cara de mais caráter do que muitos que a gente encontra por aí.
Enfim... meu grande amigo, companheiro de tantas horas, partiu e neste final de semana não acho que vou conseguir ir para nosso belo quintal. (Adri)
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12 comentários:
Ah, que droga, sinto muito. Nunca vou esquecer do mesmo olhar do PB indo pra clínica - ele não conseguiu nem chegar lá. Toda noite sinto falta de afagá-lo antes de dormir. Melhor amigo? Não sei definir, é bem mais. Adorei o título, um silêncio novo em casa.
puxa adri, que triste. não consegui ler até o final. desculpe mas não deu. bom, um dia todos vamos nos encontrar de novo (pois é, eu falando assim). imagino como vcs tão se sentindo - uma vida inteira juntos. sinto muita, mas muita saudade da Dusty - acho que nunca mais vou compor mais nada sem mimha "musinha". daqui pra frente é assim, sentir falta. bjo.
orra que pena hein? o dog era um bicho muito massa ..
Ele parecia um rei mesmo, da última vez que o vi. Dono de uma dignidade solene, e mais bonito e gigante do que nunca havia visto. Bom garoto. Mas vem outro por aí. E tomara que seja bem novinho, pra vocês poderem curtir desde o começo e dar uma sacudida rock'n roll neste quintal bacana.
Achei super legal da sua parte me mandar aquela mensagem.. SE nao me engano, a gente tinha conversado pelo telefone um dia antes e vc já havia me falado do Dogui! Ele foi parceiro!!!
Adri, o anônimo sou eu, karla.
Não consegui ler inteiro, Adri.
Um abraço pra vocês aí.
E deixei um pro Dogui lá no meu blog.
Até!
Ai Adri, texto lindo e triste...
bj
Poxa, to aqui no Ushuaia e fiquei bem triste com esta notícia... Dogui foi pra um mundo melhor, se bem que a casa de vocês já era um céu na Terra. abraços!!!!!!!!!
Lembro de uma tarde. vcs ainda moravam na casa azul, a gente tomando cerveja ali na varandinha, e o dogui circulando entre nós,na maior majestade...um Cacholão memo!
beijos Linari
nossa adri, entrei no blog de vcs creio que por uma espécie de instinto e li sobre o dogui. nem sei o quê dizer. estou muito triste. ele foi um dos maiores cavalheiros que eu conheci. era doce e alegre, gentil e amoroso, inteligente e audaz, um baita dum ser. agora é olhar pras estrelas e ver o fiel sorriso dele iluminando o céu. abraço bem apertado da geisa
ai, que dor! "que triste e lindo, que triste e lindo destino". ai que dor e saudade do nosso amigo!! mts bjs pra vcs
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