“Não sei se foi Deus quem falou naquele dia, mas parte do paraíso desabou nas minhas costas quando as cortinas do palco do 92 se abriram e os Quatro Cavaleiros do Dia-a-Dia apareceram tocando uma musica nova. Carlinhos e Jorge com suas expressões impassíveis, só lavando os instrumentos no sangue dos cordeiros inocentes vitimados pela caridade burguesa; Sidnei quase invisível de trás da bateria e Linari, em um mood especialmente Linariano, comandando o maior carisma que brota das entranhas daquela pança. O La Carne é assim. Assim foi, assim será, para sempre será, como diria o Elegia. E os escravos somos nós.
O problema é a preguiça – preguiça de ter a cara de pau de ser igual a todo mundo e pagar pau para gente bosta. Preguiça de participar da institucionalização da música e dos vícios de uma “indústria”, que de indústria só tem os vícios, já que não tem os lucros. Muitos chamam isso de preguiça, a maioria de ingenuidade, outros talvez chamem de burrice. Eu chamo de dignidade.”
Trechos do emocionante depoimento do Leo Vinhas para o livro do Fernando Lalli sobre o La Carne
Vão lá e leiam a íntegra
E pra completar
Uma das minhas preferidas de todos os tempos
Black Future
não precisa dizer mais nada
4/27/2007
4/23/2007
Invasão curitibana
Do blog do Marcelo Costa (Scream Yell)
"Gostei muito do Folhetim Urbano, que abriu a noite. "Guerrilha", que fechou o show (e faz parte do CD "Cativeiro", que pode ser baixado no site oficial da banda), ganhou muito em sua versão ao vivo, incorporando o vocal de Linari (La Carne), que marca presença na gravação de estúdio. Grande show. Devido ao adiantado da hora, e o longo rolê por casas noturnas no dia anterior, perdi o La Carne (ainda estou em dívida com eles, mas pago assim que puder).
Já o show do TG foi típico. A banda começou se acertando no palco, e as coisas só começaram a fluir a partir da quarta música. Desse ponto em diante, o quinteto se soltou, mostrou a força das poderosas canções novas (destaque para "El Pueblo No Se Vá" e a faixa título, que crescem muito ao vivo) e tocou alguns mini-hits, como "O Bêbado de Úlisses" e "Esquimó por Acidente". Ao vivo, o TG não exibe sutilezas. É uma porrada atrás da outra. Muito bom.
Assisti ao show do Terminal Guadalupe com certo receio. Vi a banda nascer e venho acompanhando passo a passo a trajetória do grupo de lançamento a lançamento, mas nunca os tinha visto ao vivo. Imagina se a banda chega em São Paulo e decepciona no palco. Acontece muito. Mas foi o contrário. O grupo superou as expectativas, e o repertório do disco novo está bastante afiado. Dia 19 de maio eles estão de volta, para um show na Funhouse. Anote."
"Gostei muito do Folhetim Urbano, que abriu a noite. "Guerrilha", que fechou o show (e faz parte do CD "Cativeiro", que pode ser baixado no site oficial da banda), ganhou muito em sua versão ao vivo, incorporando o vocal de Linari (La Carne), que marca presença na gravação de estúdio. Grande show. Devido ao adiantado da hora, e o longo rolê por casas noturnas no dia anterior, perdi o La Carne (ainda estou em dívida com eles, mas pago assim que puder).
Já o show do TG foi típico. A banda começou se acertando no palco, e as coisas só começaram a fluir a partir da quarta música. Desse ponto em diante, o quinteto se soltou, mostrou a força das poderosas canções novas (destaque para "El Pueblo No Se Vá" e a faixa título, que crescem muito ao vivo) e tocou alguns mini-hits, como "O Bêbado de Úlisses" e "Esquimó por Acidente". Ao vivo, o TG não exibe sutilezas. É uma porrada atrás da outra. Muito bom.
Assisti ao show do Terminal Guadalupe com certo receio. Vi a banda nascer e venho acompanhando passo a passo a trajetória do grupo de lançamento a lançamento, mas nunca os tinha visto ao vivo. Imagina se a banda chega em São Paulo e decepciona no palco. Acontece muito. Mas foi o contrário. O grupo superou as expectativas, e o repertório do disco novo está bastante afiado. Dia 19 de maio eles estão de volta, para um show na Funhouse. Anote."
4/20/2007
Folhetim Urbano - Cativeiro - por Wellington Dias
Gramophone e-zine
Folhetim Urbano é de Curitiba – PR; conheço a banda desde que se chamava Sabadá (assisti um show deles em uma de minhas passagens pela cidade com o pessoal do La Carne); a mudança do nome veio por forças maiores, já existia uma banda (e de Axé!!) com o mesmo nome.
O trio é composto pelos irmãos Calão Zubek (guitarra/voz); Renato Zubek (baixo/voz) e o amigo Marcelo Chytchy (bateria). Mas nas gravações do ep “Cativeiro” eles acresceram as composições de várias participações.
“Guerrilha” abre o disco com um funkeado de levantar defuntos, nela as participações foram: Rodrigo Genaro (bateria); Linari “La Carne” (voz); Paulinho Branco (sax). A musica pega pelo ritmo, sacode a poeira e mostra ao ouvinte uma das facetas do Folhetim Urbano, que a exemplo do nome segue estações diferentes de uma música a outra, sem amarras a estilos. Destaque a excelente participação do saxofone na composição; a voz aguda do Linari complementa a urgência sonora da composição!
“F de todos nós” vem na seqüência e trás mais uma participação La Carneana: Jorge Jordão dispara sua guitarra ríspida e rápida como sempre a é, novamente a bateria foi gravada por Rodrigo Genaro e os backing vocais são de Rubens K. difícil não relacionar essa musica ao La Carne, pois a marca registrada da banda esta presente nela na forma dos acordes rápidos do Jorge... para quem conhece a banda em questão, imagine-os acompanhados por uma guitarra solo, chegarão bem próximo ao resultado desta que também é um destaque no EP.
“Avon” é uma balada pop ao estilo Iggy Pop em sua fase “Candy”; trás na letra uma bela homenagem ao Avon o avô dos irmãos Zubek que tive o prazer de conhecer e assino embaixo, uma figura impar, daquelas que basta um pequeno período de contato (foi o que tivemos) para ficar marcado na memória! Para quem não o conheceu, fica aqui uma bela composição Pop que agrada tanto pelo ritmo quanto pela letra, ambos carregados de sentimentalismo sem soar piegas!
“Fases, Frases e tempestades” trás novamente a participação de no saxofone (muito bem colocado na composição, sem excessos e devidamente incorporado na mesma); balada romântica gostosa de ouvir! Trás certo ar de saudosismo bem BRock 80’s.
“Sabadá” retoma o peso para encerrar o EP, a música foi uma das primeiras composições da banda e foi batizada junto com a mesma com o mesmo nome que depois viria ser substituído na figura do criador ficando apenas na criatura! Tem certa uma pegada 80’s principalmente na guitarra que remete ao Smack e outras menos conhecidas.
A apresentação gráfica esta bem feita, com letras no encarte, informações técnicas precisas de gravações e participações e uma bela colagem de fotos que mostra um macking off da gravação e produção!
Para quem quiser conhecer a banda e estiver em São Paulo no próximo fim de semana uma boa pedida é ir ao Jukejoint onde vai acontecer esse evento:
21.04 - Jukejoint - SP
Folhetim Urbano - Terminal Guadalupe - La Carne
Rua Frei Caneca, 304, São Paulo - SP
A partir das 22h - $ 10,00 (homens e mulheres)
Contatos:
Site: www.folhetimurbano.com
E-mail: fu@folhetimurbano.com
MySpace: www.myspace.com./folhetimurbano
Folhetim Urbano é de Curitiba – PR; conheço a banda desde que se chamava Sabadá (assisti um show deles em uma de minhas passagens pela cidade com o pessoal do La Carne); a mudança do nome veio por forças maiores, já existia uma banda (e de Axé!!) com o mesmo nome.
O trio é composto pelos irmãos Calão Zubek (guitarra/voz); Renato Zubek (baixo/voz) e o amigo Marcelo Chytchy (bateria). Mas nas gravações do ep “Cativeiro” eles acresceram as composições de várias participações.
“Guerrilha” abre o disco com um funkeado de levantar defuntos, nela as participações foram: Rodrigo Genaro (bateria); Linari “La Carne” (voz); Paulinho Branco (sax). A musica pega pelo ritmo, sacode a poeira e mostra ao ouvinte uma das facetas do Folhetim Urbano, que a exemplo do nome segue estações diferentes de uma música a outra, sem amarras a estilos. Destaque a excelente participação do saxofone na composição; a voz aguda do Linari complementa a urgência sonora da composição!
“F de todos nós” vem na seqüência e trás mais uma participação La Carneana: Jorge Jordão dispara sua guitarra ríspida e rápida como sempre a é, novamente a bateria foi gravada por Rodrigo Genaro e os backing vocais são de Rubens K. difícil não relacionar essa musica ao La Carne, pois a marca registrada da banda esta presente nela na forma dos acordes rápidos do Jorge... para quem conhece a banda em questão, imagine-os acompanhados por uma guitarra solo, chegarão bem próximo ao resultado desta que também é um destaque no EP.
“Avon” é uma balada pop ao estilo Iggy Pop em sua fase “Candy”; trás na letra uma bela homenagem ao Avon o avô dos irmãos Zubek que tive o prazer de conhecer e assino embaixo, uma figura impar, daquelas que basta um pequeno período de contato (foi o que tivemos) para ficar marcado na memória! Para quem não o conheceu, fica aqui uma bela composição Pop que agrada tanto pelo ritmo quanto pela letra, ambos carregados de sentimentalismo sem soar piegas!
“Fases, Frases e tempestades” trás novamente a participação de no saxofone (muito bem colocado na composição, sem excessos e devidamente incorporado na mesma); balada romântica gostosa de ouvir! Trás certo ar de saudosismo bem BRock 80’s.
“Sabadá” retoma o peso para encerrar o EP, a música foi uma das primeiras composições da banda e foi batizada junto com a mesma com o mesmo nome que depois viria ser substituído na figura do criador ficando apenas na criatura! Tem certa uma pegada 80’s principalmente na guitarra que remete ao Smack e outras menos conhecidas.
A apresentação gráfica esta bem feita, com letras no encarte, informações técnicas precisas de gravações e participações e uma bela colagem de fotos que mostra um macking off da gravação e produção!
Para quem quiser conhecer a banda e estiver em São Paulo no próximo fim de semana uma boa pedida é ir ao Jukejoint onde vai acontecer esse evento:
21.04 - Jukejoint - SP
Folhetim Urbano - Terminal Guadalupe - La Carne
Rua Frei Caneca, 304, São Paulo - SP
A partir das 22h - $ 10,00 (homens e mulheres)
Contatos:
Site: www.folhetimurbano.com
E-mail: fu@folhetimurbano.com
MySpace: www.myspace.com./folhetimurbano
4/19/2007
É sonhar ou morrer!
Jornal do Estado
No caso da banda curitibana Charme Chulo, as idéias não ficaram só num mundo idealizado, elas se concretizam como resultado de um trabalho competente
Adriane Perin
No dia em que assistiram ao filme Eterno Brilho de uma Mente Sem Lembranças os músicos Igor Filus e Leandro Delmonico saíram do cinema melancólicos: “Vamos em um bar gaúcho que a gente vai ter amores iguais aos do cinema cult”, conta Leandro, lembrando ainda o dia em que a letra de uma música de Zezé de Camargo e Luciano lhe caiu sobre a cabeça. “Como eu posso gostar deles? Eu gosto é de Belle & Sebastian!”, pensou. Histórias perfeitas para falar da banda dos dois, que tem o brilhante nome de Charme Chulo, que lança hoje seu primeiro disco, que tem a música “Amor de Boteco”, que nasceu no tal bar gaúcho. E agora não tem mais jeito, com Charme Chulo a moçadinha indie vai curtir também as influências caipiras e bregas tão naturais na música brasileira. “É um lado irônico e até meio vingativo nosso”, define Igor em tom de brincadeira. O álbum, homônimo da banda, registra muito bem o amadurecimento da sonoridade e dos músicos nesse caminho que começou em 2003.
Conversei com eles ontem no estúdio de ensaio, e casa de Igor, onde estava também Leandro. A dupla segue sendo o centro nervoso e emocional do quarteto, mas agora sente que tem a formação definitiva, com Peterson Rosário, no baixo e Rony Jimenez na bateria, com disposição para encarar o périplo que cabe às bandas independentes brasileiras.
O disco foi feito em Florianópolis com Eduardo Xuxu, da banda Pipodélica, e Alexei Leão, responsáveis pela sensação de limpidez e equilíbrio. Que o Charme Chulo é uma das melhores bandas locais e nacionais da atualidade já é notícia velha, que vem sendo repetida até pela Veja, que também se rendeu ao poder dos independentes. O disco, no entanto, é divisor de águas, no registro da maturidade que a banda atingiu. A viola, marca registrada, por exemplo, ao mesmo tempo que se destaca, está cada vez mais orgânica e se mistura naturalmente. “Sonho com o dia em que ela será vista como uma segunda guitarra”, confessa Leandro, que agora vive a expectativa do público. É a fase mais gostosa, comenta, esta de ver as pessoas descobrindo o álbum. Leandro diz que a banda saiu pronta da gravação. Antes, era o tempo das dúvidas. “Quem gostar legal; quem não gostar, tudo bem porque este é o Charme Chulo, este é nosso momento”, diz. Agora o grupo vai se dedicar ao clipe da música “Mazzaropi Incriminado”, mas não pensa desesperadamente em MTV, como acontecia há alguns anos.
Maturidade é isso: ter tranquilidade pra dar cada passo e degustar ao máximo os frutos quando madurarem. Mais importante é seguir adiante sem atropelos. “Estamos circulando, temos amizades com várias bandas e estamos em sampa direto. Se a MTV se interessar, ok, mas não vamos sair correndo atrás”, pontua o guitarrista violeiro, cujo grupo lançou pelo selo paulista Volume I. “Esse interesse é o símbolo do momento do rock nacional: tudo está se estreitando e a distância entre o independente e o mainstrean, diminuindo. Não tô dizendo que vamos estourar, mas qualquer desses grupos que a gente vê tocando em Curitiba pode virar mainstream – inclusive os curitibanos”, analisa. “Sinto uma progressividade nisso tudo. Ninguém sabe direito o que vai acontecer, é um momento crucial”, completa Igor.
A Charme Chulo toca em breve na terra natal da dupla, Maringá. E a expectativa é grande. “O interior é o melhor porque a carência faz com que as pessoas curtam. É uma sinceridade que não tem preço”, nota Igor, apontando, porém, um lado ruim. Os pedidos de cover, aos quais a Charme não cede. “É perigoso abrir precedente”. Em Curitiba analisa Leandro, existe uma mítica de que o problema é falta de espaço na mídia. “Mas se em em bar de músico não tem equipamento legal... Falta de estrutura, de mercado, é o problema”, pondera o guitarrista cuja banda comemora o fato de não mais pagar para tocar, nem tocar de graça.
Charme Chulo conseguiu o desafio maior dos dias de hoje: criar uma sonoridade própria. Para isso, se apropia de elementos que vem da música gauchesca, do sertanejo pop e, claro da caipira. Do mesmo jeito que se agarra a influência do pós-punk, do rock brasileiro oitentista e da produção dos 90’s. Consegue soar como qualquer dessas bandas hype, apegadas aos anos 80, só que melhor ainda, porque não se priva de sua brasilidade sulista. É este, justamente, o grande charme, que não tem nada de chulo, de Igor, Leandro, Peterson e Rony.
Serviço
Charme Chulo e Mordida. Dia 19. R$10.
Jokers (R; São Francisco, 164).
No caso da banda curitibana Charme Chulo, as idéias não ficaram só num mundo idealizado, elas se concretizam como resultado de um trabalho competente
Adriane Perin
No dia em que assistiram ao filme Eterno Brilho de uma Mente Sem Lembranças os músicos Igor Filus e Leandro Delmonico saíram do cinema melancólicos: “Vamos em um bar gaúcho que a gente vai ter amores iguais aos do cinema cult”, conta Leandro, lembrando ainda o dia em que a letra de uma música de Zezé de Camargo e Luciano lhe caiu sobre a cabeça. “Como eu posso gostar deles? Eu gosto é de Belle & Sebastian!”, pensou. Histórias perfeitas para falar da banda dos dois, que tem o brilhante nome de Charme Chulo, que lança hoje seu primeiro disco, que tem a música “Amor de Boteco”, que nasceu no tal bar gaúcho. E agora não tem mais jeito, com Charme Chulo a moçadinha indie vai curtir também as influências caipiras e bregas tão naturais na música brasileira. “É um lado irônico e até meio vingativo nosso”, define Igor em tom de brincadeira. O álbum, homônimo da banda, registra muito bem o amadurecimento da sonoridade e dos músicos nesse caminho que começou em 2003.
Conversei com eles ontem no estúdio de ensaio, e casa de Igor, onde estava também Leandro. A dupla segue sendo o centro nervoso e emocional do quarteto, mas agora sente que tem a formação definitiva, com Peterson Rosário, no baixo e Rony Jimenez na bateria, com disposição para encarar o périplo que cabe às bandas independentes brasileiras.
O disco foi feito em Florianópolis com Eduardo Xuxu, da banda Pipodélica, e Alexei Leão, responsáveis pela sensação de limpidez e equilíbrio. Que o Charme Chulo é uma das melhores bandas locais e nacionais da atualidade já é notícia velha, que vem sendo repetida até pela Veja, que também se rendeu ao poder dos independentes. O disco, no entanto, é divisor de águas, no registro da maturidade que a banda atingiu. A viola, marca registrada, por exemplo, ao mesmo tempo que se destaca, está cada vez mais orgânica e se mistura naturalmente. “Sonho com o dia em que ela será vista como uma segunda guitarra”, confessa Leandro, que agora vive a expectativa do público. É a fase mais gostosa, comenta, esta de ver as pessoas descobrindo o álbum. Leandro diz que a banda saiu pronta da gravação. Antes, era o tempo das dúvidas. “Quem gostar legal; quem não gostar, tudo bem porque este é o Charme Chulo, este é nosso momento”, diz. Agora o grupo vai se dedicar ao clipe da música “Mazzaropi Incriminado”, mas não pensa desesperadamente em MTV, como acontecia há alguns anos.
Maturidade é isso: ter tranquilidade pra dar cada passo e degustar ao máximo os frutos quando madurarem. Mais importante é seguir adiante sem atropelos. “Estamos circulando, temos amizades com várias bandas e estamos em sampa direto. Se a MTV se interessar, ok, mas não vamos sair correndo atrás”, pontua o guitarrista violeiro, cujo grupo lançou pelo selo paulista Volume I. “Esse interesse é o símbolo do momento do rock nacional: tudo está se estreitando e a distância entre o independente e o mainstrean, diminuindo. Não tô dizendo que vamos estourar, mas qualquer desses grupos que a gente vê tocando em Curitiba pode virar mainstream – inclusive os curitibanos”, analisa. “Sinto uma progressividade nisso tudo. Ninguém sabe direito o que vai acontecer, é um momento crucial”, completa Igor.
A Charme Chulo toca em breve na terra natal da dupla, Maringá. E a expectativa é grande. “O interior é o melhor porque a carência faz com que as pessoas curtam. É uma sinceridade que não tem preço”, nota Igor, apontando, porém, um lado ruim. Os pedidos de cover, aos quais a Charme não cede. “É perigoso abrir precedente”. Em Curitiba analisa Leandro, existe uma mítica de que o problema é falta de espaço na mídia. “Mas se em em bar de músico não tem equipamento legal... Falta de estrutura, de mercado, é o problema”, pondera o guitarrista cuja banda comemora o fato de não mais pagar para tocar, nem tocar de graça.
Charme Chulo conseguiu o desafio maior dos dias de hoje: criar uma sonoridade própria. Para isso, se apropia de elementos que vem da música gauchesca, do sertanejo pop e, claro da caipira. Do mesmo jeito que se agarra a influência do pós-punk, do rock brasileiro oitentista e da produção dos 90’s. Consegue soar como qualquer dessas bandas hype, apegadas aos anos 80, só que melhor ainda, porque não se priva de sua brasilidade sulista. É este, justamente, o grande charme, que não tem nada de chulo, de Igor, Leandro, Peterson e Rony.
Serviço
Charme Chulo e Mordida. Dia 19. R$10.
Jokers (R; São Francisco, 164).
4/17/2007
A vida é doce
- E como dizia um amigo meu, "as coisas acontecem". Neste final de semana é a vez da invasão curitibana na terra da garoa. Terminal Guadalupe e Folhetim Urbano tocam no sábado, no Juke Joint, em São Paulo, tendo como anfitriões os grandes brothers do La Carne. Certamente será uma grande festa. Queria poder estar lá, mas não vai dar. Daqui, estaremos torcendo para que tudo corra bem. Façam um brinde pela gente lá e mandem um abraço praqueles meliantes de Osasco.
- Falando nisso, também já tá na rede o clip do Terminal.
- E na quinta-feira, 19, enquanto os aborrescente gotiquinhos estiverem choramingando na pedreira, e os tiozinhos, cantando Love Hurts, o Charme Chulo estará fazendo história, lançando seu primeiro disco, no Jokers. Já ouvi o disco e posso dizer que gostei muito. A produção capitaneada pelo grande Xuxu, da Pipodélica (SC) realçou as qualidades do trabalho dos caras, que por si só já era de alto nível. Belas canções, arranjos criativos, simplicidade e bom gosto, letras muito acima da média, que brincam com a fronteira entre aquilo que é "cool" e o "cafona". Com o perdão do clichê, imperdível.Eu queria colocar o flyer aqui, mas os caras me mandaram um negócio maluco. Qualquer coisa, vai lá no site deles ou se vira.
- E na sexta, mais um evento da Ruído Corporation, em parceria com o Só Para Losers,no Korova.Definitivamente, os caras são imparáveis.
- Gostei bastante do acústico do Lobão. Confesso que estava receoso, diante do histórico recente bunda mole desse programa/formato. Mas o Big Wolf não se deixou levar por isso, e privilegiou músicas dos discos mais recentes, que na minha opinião, estão entre os melhores trabalhos dele, mas que muito pouca gente ouviu. Pra mim são justamente essas músicas, como El Desdichado, Vou te Levar, A vida é doce, etc, são as melhores do programa/disco/dvd, sei lá.
4/12/2007
The show must go on
E para o horror dos coitadistas, tem muito mais gente se virando aí pras coisas acontecerem.
Hoje tem:
O mais legal é que o Hangar tá reabrindo com uma postura nova, e abrindo espaço para bandas com trabalhos autorais às quintas-feiras.
Amanhã, no mesmo lugar tem:
e também amanhã tem mais uma festa dos irredutíveis gauleses da ruído corporation:
falando neles, os Índios Eletrônicos foram indicados para concorrer ao Prêmio Toddy (antigo Dynamite) na categoria melhor álbum instrumental. Também estão indicados o Ciclojam, como programa de TV e o Caio Marques (Bad Folks), como revelação regional (seja lá o que for isso). Pra votar é só ir aqui ó: www.premiotoddy.com.br/
Hoje tem:
O mais legal é que o Hangar tá reabrindo com uma postura nova, e abrindo espaço para bandas com trabalhos autorais às quintas-feiras.
Amanhã, no mesmo lugar tem:
e também amanhã tem mais uma festa dos irredutíveis gauleses da ruído corporation:
falando neles, os Índios Eletrônicos foram indicados para concorrer ao Prêmio Toddy (antigo Dynamite) na categoria melhor álbum instrumental. Também estão indicados o Ciclojam, como programa de TV e o Caio Marques (Bad Folks), como revelação regional (seja lá o que for isso). Pra votar é só ir aqui ó: www.premiotoddy.com.br/
A minha influência nefasta.. (uau!).
Não é pra rir, é pra dar gargalhada, né? Além tudo é passado e acha que tá na crista da onda. Que coisa mais infantil o tal blog citado pelo ivan. Até achei que era algo mais "complexo", uma crítica apurada e bem argumentada. Me dei ao trabalho de ir lá ler... aquilo? Ele nem fala da de inverno, será que conhece? Fala de mim e do omar, puts, o cara tá no tempo do peçonha, ainda. Faria bem pra cena, se ensinasse muitas bandas por aí a se divulgarem decentemente. È, é verdade, agora não tem mais chance nenhuma pras bandas, né, elas não saem mais na Gazeta (porque será?), que é só o que os ignorantes acham que existe aqui. Bem, eu, de minha parte, vou logo avisando, a quem interessar possa: VOU CONTINUAR COM MINHA INFLUÊNCIA NEFASTA (poderosa eu, não!?) NA CENA LOCAL. Ah, por favor...tenho mais o que fazer...(só não resisti a tirar um sarro)
4/11/2007
"Se a gente não se abraçar, morre"
Felizmente, o mundo gira, e enquanto muitos vivem de reclamar, alguns insistem em fazer. Taí mais um exemplo na matéria de hoje da Adri, no Jornal do Estado, sobre projeto Prasbandas.
Projeto Prasbandas, criado por Getúlio Guerra em 2005, leva os grupos musicais curitibanos para tocar nos bairros da cidade
Adriane Perin - Jornal do Estado
Foto: Douglas Fróis
A equipe do Prasbandas e seu idealizador, Getúlio Guerra (seg.a partir dir.): sempre em frente
Getúlio Guerra sempre gostou de rock. Lá nos anos 80 era fã, especialmente, das bandas nacionais que tinha o (bom) português como língua mãe. Não raras vezes ficava sozinho nesta escolha que ia contra as ondas da moda, muitas vezes. Tanto que no primeiro show do Pato Fu na cidade, quando ainda não era banda do primeiro escalaão, não conseguiu convencer os amigos e foi sozinho. “Sempre gostei de rock, desde que era piá, mas do rock nacional com bons textos e não das novidades gringas”.
Das bandas curitibanas, apenas três lhe interessavam: BAAF, Abaixo de Deus e Opinião Púbica. A cena local do começo dos anos 90, não lhe interessou, calcada que era quase toda na língua inglesa - e ele casou, teve filhos e se afastou da onda que tornou Curitiba conhecida como a “Seatle brasileira”, nas palavras daquela mesma revista que era sua única fonte de informação, a Bizz.
“Daí, de repente você cresce e as responsabilidades se avolumam. E os anos 90 passaram batido pra mim. Um show aqui outro lá, mas as músicas em inglês não me interessavam”, comenta.
Porém, o rapaz que sempre sempre foi um tanto presunçoso, reconhece, não conseguiu se afastar da mania de mobilizar as pessoas. “Sempre fui meio arrogante, o dono da bola e do jogo de camisa, no futebol; o que organizava os jogos, as excursões para show, enfim, esses detalhes chatos”. Pois foi esse perfil empreendedor, na real, que o fez criar o belo projeto Prasbandas, em novembro de 2005. Trata-se de uma idéia muito simples que começou auto-centrada na vontade de ajudar as bandas dos amigos, dos sobrinhos e dos filhos.
Para tal, ele começou a promover o festival Prasbandas em bairros, se afastando do circuio central, mais tradicional na oferta de shows independentes. Até agora foram 4 edições que passaram pelos bairros do Sítio Cercado, Xaxin, Hauer e Boqueirão. “Todos pertos de onde moro, porque não tenho carro e tem que fazer pelo menso dois meses de divulgação”, diz ele que deixa filipetas e cartazes em tudo que é estabelecimento do bairro, do açougue a escolas. Como parte da ingresso, as pessoas fazem a doação de um livro, que é doado para as escolas e assim, conseguir apoio dos diretores.
Antes da idéia se concretizar, no entanto, em 2002, Guerra virou o produtor do Engenheiro do Hawai, Carlos Maltz – que também é astrólogo. Depois de algum tempo junto, o músico propos fazer o mapa astral de Guerra e viu que a existência do rapaz já havia sido marcada pelo tal egoísmo - mas em um grau mais maléfico. “Ele viu que eu tinha essa coisa de organizar, de fazer, perguntou porque eu não voltava a fazer isso direito, então, olhando também para o outro”, lembra Guerra.
Pronto, desse puxão de orelha para o nascimento do inspirado Prasbandas, foi tudo muito rapido. “Sei que é um papo messiânico do c*, mas eu sou ligado nesses assuntos e isso me leva a agir na vida, sei disso”. Bom “pras bandas” curitibanas, que ganharam mais um produtor arrretado, disposto a chutar por lado as pedras que vão aparecer.
Das bandas do filho e sobrinhos para o “resto” da cena contemporânea curitibana foi um salto que teve como impulso uma demo do Vadeco e os Astranautas, cujas músicas o fizeram voltar a se conectar com a produção local contemporânea. Desde então, arregimentou novos parceiros, como a Drum Shop, que apoiou desde o primeiro Prasbandas. Também devem vir este ano parcerias com o pessoal do Tinidos e do coletivo Situação. Contada assim, a idéia até parece a de um caminho óbvio. Só que que essa simplicidade exige uma tremenda disposição e muitas outras pessoas dispostas a serem voluntárias, trabalhar de graça, pelo amor à idéia. E nisso, Guerra hoje em dia se sente bem acompanhado. Cita várias pessoas importantes na entrevista e fez questão de ser fotografado com a turma de apoio. Agora, ele está preparando a quinta edição do Pras bandas, que deve ser na Praça Renato Russo, no Uberaba. Mas, ir para espaços públicos, exige articulação melhor ainda. Ele já começou a se inscrever em editais de apoio cultural. “Começou com uma tentativa de fazer algo pela minha turma, por isso no bairro. E virou algo maior quando conheci tanta gente legal que taí batalhando, hoje. É isso, se a gente não se abraçar, a gente morre”.
Serviço
geto@prasbandas.mus.br
www.prasbandas.mus.br
Projeto Prasbandas, criado por Getúlio Guerra em 2005, leva os grupos musicais curitibanos para tocar nos bairros da cidade
Adriane Perin - Jornal do Estado
Foto: Douglas Fróis
A equipe do Prasbandas e seu idealizador, Getúlio Guerra (seg.a partir dir.): sempre em frente
Getúlio Guerra sempre gostou de rock. Lá nos anos 80 era fã, especialmente, das bandas nacionais que tinha o (bom) português como língua mãe. Não raras vezes ficava sozinho nesta escolha que ia contra as ondas da moda, muitas vezes. Tanto que no primeiro show do Pato Fu na cidade, quando ainda não era banda do primeiro escalaão, não conseguiu convencer os amigos e foi sozinho. “Sempre gostei de rock, desde que era piá, mas do rock nacional com bons textos e não das novidades gringas”.
Das bandas curitibanas, apenas três lhe interessavam: BAAF, Abaixo de Deus e Opinião Púbica. A cena local do começo dos anos 90, não lhe interessou, calcada que era quase toda na língua inglesa - e ele casou, teve filhos e se afastou da onda que tornou Curitiba conhecida como a “Seatle brasileira”, nas palavras daquela mesma revista que era sua única fonte de informação, a Bizz.
“Daí, de repente você cresce e as responsabilidades se avolumam. E os anos 90 passaram batido pra mim. Um show aqui outro lá, mas as músicas em inglês não me interessavam”, comenta.
Porém, o rapaz que sempre sempre foi um tanto presunçoso, reconhece, não conseguiu se afastar da mania de mobilizar as pessoas. “Sempre fui meio arrogante, o dono da bola e do jogo de camisa, no futebol; o que organizava os jogos, as excursões para show, enfim, esses detalhes chatos”. Pois foi esse perfil empreendedor, na real, que o fez criar o belo projeto Prasbandas, em novembro de 2005. Trata-se de uma idéia muito simples que começou auto-centrada na vontade de ajudar as bandas dos amigos, dos sobrinhos e dos filhos.
Para tal, ele começou a promover o festival Prasbandas em bairros, se afastando do circuio central, mais tradicional na oferta de shows independentes. Até agora foram 4 edições que passaram pelos bairros do Sítio Cercado, Xaxin, Hauer e Boqueirão. “Todos pertos de onde moro, porque não tenho carro e tem que fazer pelo menso dois meses de divulgação”, diz ele que deixa filipetas e cartazes em tudo que é estabelecimento do bairro, do açougue a escolas. Como parte da ingresso, as pessoas fazem a doação de um livro, que é doado para as escolas e assim, conseguir apoio dos diretores.
Antes da idéia se concretizar, no entanto, em 2002, Guerra virou o produtor do Engenheiro do Hawai, Carlos Maltz – que também é astrólogo. Depois de algum tempo junto, o músico propos fazer o mapa astral de Guerra e viu que a existência do rapaz já havia sido marcada pelo tal egoísmo - mas em um grau mais maléfico. “Ele viu que eu tinha essa coisa de organizar, de fazer, perguntou porque eu não voltava a fazer isso direito, então, olhando também para o outro”, lembra Guerra.
Pronto, desse puxão de orelha para o nascimento do inspirado Prasbandas, foi tudo muito rapido. “Sei que é um papo messiânico do c*, mas eu sou ligado nesses assuntos e isso me leva a agir na vida, sei disso”. Bom “pras bandas” curitibanas, que ganharam mais um produtor arrretado, disposto a chutar por lado as pedras que vão aparecer.
Das bandas do filho e sobrinhos para o “resto” da cena contemporânea curitibana foi um salto que teve como impulso uma demo do Vadeco e os Astranautas, cujas músicas o fizeram voltar a se conectar com a produção local contemporânea. Desde então, arregimentou novos parceiros, como a Drum Shop, que apoiou desde o primeiro Prasbandas. Também devem vir este ano parcerias com o pessoal do Tinidos e do coletivo Situação. Contada assim, a idéia até parece a de um caminho óbvio. Só que que essa simplicidade exige uma tremenda disposição e muitas outras pessoas dispostas a serem voluntárias, trabalhar de graça, pelo amor à idéia. E nisso, Guerra hoje em dia se sente bem acompanhado. Cita várias pessoas importantes na entrevista e fez questão de ser fotografado com a turma de apoio. Agora, ele está preparando a quinta edição do Pras bandas, que deve ser na Praça Renato Russo, no Uberaba. Mas, ir para espaços públicos, exige articulação melhor ainda. Ele já começou a se inscrever em editais de apoio cultural. “Começou com uma tentativa de fazer algo pela minha turma, por isso no bairro. E virou algo maior quando conheci tanta gente legal que taí batalhando, hoje. É isso, se a gente não se abraçar, a gente morre”.
Serviço
geto@prasbandas.mus.br
www.prasbandas.mus.br
4/08/2007
"Nova" - Fluid - Rock de Inverno 5 e o onanismo crítico by internet
Por mais que muitos ainda torçam por isso, a gente não pára. Pelo menos ainda não. Taí mais um vídeo do Rock de Inverno 5. “Nova” dos guris do Fluid, que atualmente atendem pelo nome de Estática.
Por incrível que pareça, ainda tem neguinho que a essa altura do campeonato insiste na ladainha do coitadismo, de justificar a sua própria incompetência e inércia não pelas iniciativas que ele mesmo banca, mas pelo que os outros fazem ou deixam de fazer. Digo isso porque quando eu esperava que com o recolhimento que a gente adotou nos últimos tempos, os arautos da babaquice já tivessem nos esquecido, novamente topei essa semana com esse tipo de comentário, em um blog, segundo o qual o que a De Inverno faz nada mais é do que puxar os sacos dos amigos e trabalhar em causa própria. De acordo com um blog até bem intencionado que eu conheci esses dias, tudo o que a gente fez até hoje é classificado como uma “influência nefasta” para a cena curitibana.
Primeiro eu não acho que a gente tenha tanta importância assim. Segundo que esse tipo de comentário só mostra que a burrice é mesmo contagiosa, e neguinho continua cultivando o péssimo hábito de repetir besteiras que ouviu por aí sem nem prestar atenção no que tá dizendo. Sim, pois o mais engraçado é que em uma passada de olhos pelo mesmo blog, o que eu vi foram textos destacando muitas das bandas que passaram pelo Rock de Inverno e que tiveram destaque através das reportagens da Adri. Ou seja, o cara acusa a gente de falar sempre das mesmas bandas, de só fazer “panelinha”, e daí destaca as mesmas bandas que a gente ajudou a divulgar. Estão lá por exemplo, Charme Chulo, Poléxia, Terminal Guadalupe, Mordida, Cores D Flores, só pra ficar nas que eu lembro agora. Quer dizer então que quando tocam no Rock de Inverno essas bandas fazem parte de uma panelinha odiosa e mau caráter. Mas quando é pra falar de bandas legais da cidade no blog, aí elas servem? Faz sentido? Eu só queria entender a lógica. Das duas uma, ou o cara também faz parte da tal panelinha, e fala uma coisa e faz outra, ou não sabe do que tá falando, pois está apenas repetindo uma bobagem que outros falam por aí, sem se dar ao trabalho de ver se aquilo tem sentido.
Enfim, tudo isso me traz à mente as circunstâncias que nos levaram, por exemplo, a escalar o Fluid no Rock de Inverno 5. Foi assim: a gente recebeu a demo dos caras, gostou, foi no show, gostou mais ainda e chamou eles pra tocar. Não rolou jabá (aahahaha, quem dera), nenhuma conspiração internacional. Não tenho parentesco ou sequer relacionamento pessoal com os caras. Não tenho nenhuma amizade com eles, não sei onde eles moram, estudam, o que lêem, se são casados ou solteiros. Nunca sentei em um bar pra tomar uma cerveja com os caras. E com exceção do vocalista, o Will, os outros caras da banda, se eu cruzar na rua, provavelmente sequer vou reconhecer. Mas mesmo assim, os babacas coitadistas ainda insistem na ladainha de repetir bobagens para justificar a própria falta de coragem de tomar iniciativa e fazer alguma coisa. É a cultura do choramingo. “Eu não faço nada, porque não vai dar certo mesmo, porque ninguém vai me dar espaço, ninguém dá apoio, então eu nem sequer tento”. Pra essa gente, como eu já comentei, o pior crime que alguém pode cometer é fazer algo e aquilo dar certo, ter algum tipo de repercussão. Porque aí fica evidente que o problema não é que “não tem espaço, apoio, etc”, mas porque o cara é que não tem coragem de tomar as rédeas do próprio destino e ir à luta. É mais fácil ficar colocando a culpa nos outros. Mais cômodo ficar fazendo comentariozinhos em orkut, e blogs, batendo punheta, criando espinha e reclamando da vida. Afinal, se eu fizer algo, vai que dá certo, e daí do que é que eu vou reclamar? Em quem vou colocar a culpa pela minha própria incapacidade?
Tomei o cuidado de contar e descobri que nas cinco edições realizadas do Rock de Inverno, passaram 46 bandas diferentes. Muitas delas eram de meus amigos. Com certeza. Eu escalaria uma banda que acho ruim só porque tem amigos meus? Nunca. Deixaria de escalar uma banda que eu acho legal só por isso? É claro que não. Mas o fato – por mais que os idiotas tentem negar – é que boa parte, se não a maioria das bandas que a gente escalou no festival a gente sequer conhecia os caras pessoalmente. Escalou porque ouviu o som e gostou. Muitos se tornaram amigos depois. Outros continuam sendo estranhos pra mim. Muda alguma coisa? Não. Tô me justificando? Ahahaha. A essa altura da vida não tenho que provar nada pra ninguém. Se quiserem acreditar, beleza. Se não, vão tomar nos respectivos orifícios anais. Faço o que faço porque quero, gosto, ninguém paga minhas contas e não tô nem aí para o que indiezinhos onanistas metidos a criticuzinhos de blog acham. Não gostou? Vai procurar tua turma. Acha o Rock de Inverno uma bosta? Organize o seu próprio festival e chame as bandas que você gosta. Do contrário, cala a boca e não enche o meu saco.
O que eu sei é que enquanto neguinho perder tempo e desperdiçar energia com esse tipo de picuinha inútil e medíocre, a coisa não vai pra frente mesmo. Até por isso, tenho feito questão de manter uma distância segura desse tipo de babaquice. Tenho mais o que fazer do que ficar alimentando polêmicas vazias de quem não sabe o que tá falando e não mexe a bunda da cadeira a não ser pra coçar o rabo.
Tenho, por exemplo, que terminar o vídeo do Rock de Inverno 5 junto com o Marcelo, pra gente lançar em dvd ainda este ano. E a gravação do novo disco do OAEOZ. E a gravação do disco ao vivo na Grande Garagem que Grava, dos grandes brothers e esses sim, heróis da música local do BAAF e seus comparsas. E tem a comemoração dos dez anos do OAEOZ, que se tudo der certo, vai render um documentário. E ainda tem o vídeo do Rock de Inverno 6, que a gente ainda nem começou. Enfim, tem muito trabalho pela frente. Quem não gosta, é muito fácil, não vai no show, não baixa o mp3, não compra o disco, nem assiste o vídeo. A gente vai continuar fazendo do mesmo jeito, nem que seja só pelo prazer de fazer o que gosta e dar assunto pros idiotas continuarem reclamando da merda da vida deles. Fazer o que. Alguns vieram pro mundo pra isso. Eu, pessoalmente, quero muito mais da minha vida. E não tenho do que reclamar, pois já fiz muito mais do que esperava, e com certeza, ainda vou fazer muito mais, com a ajuda do meu amor, dos meus parceiros queridos e daqueles que realmente tem algo a dizer que valha a pena ser ouvido.
4/05/2007
O dia em que a gente parar...
não sei o que acontece ou sei muito bem, né). Dá um susto mesmo, entendo o rubens, ouvir que o Edson parou. Mas, ele já parou (ou tentou) algumas vezes. De vc mesmo, rubens, algumas vezes ouvi a mesma coisa. Do igor já ouvi, de tantos desses amigos especiais. Do ivan não ouvi, (que “ele” pararia), ele não é dado a esses desabafos, pode até pensar. E já pensou que OAEOZ tava parado quase parando, nós dois já paramos o Rock de Inverno...mas, na real a gente não pára. Não consigo pensar no dia em que vcs irão parar. Ivan, rubens, igor, andré, coelio, Jr, wallace, tupirô, bauducko, mariele, marcelo borges, camarão, ro, carlão, mestre kinkas, aurea, boneco, marco cigano, lacarnianos, deod, blanched...ah, enfim, essas pessoas incríveis que povoam meus dias... essas pessoas, definitivamente, não param. Porque, como já sabemos, é impossível parar, é uma questão de sobrevivência... de respiração, o mais básico e imprescindível dos movimentos humanos. a gente acorda uns dias mais fechados, leva a vida no mau humor, tentando equilibrar nas pernas e às vezes caindo na calçada, mas não tem como... por isso, agora, quando ouço esse tipo de conversa, fico na minha, é só deixar o dia ruim passar... tem dias que baixa “um anjo triste”perto da gente e só sobra se encolher num canto e não ver o dia. Se deixar quieto....
essa semana fui ver pela primeira vez Chico Buarque. E fiquei embasbacada. Temia o cansaço e nem senti o show passar. Simplesmente maravilhoso, das composições ao visual do palco. Os músicos dão seu show a parte, se escondem e se mostram ao sabor da canção. Chico parece de uma simplicidade desconcertante.E que iluminação do show (não sou muito d prestar atenção, confesso, mas dessa vez...) pensei muito na lu raitani e no marcelo borges enquanto as cores de tons quentes ajudavam a criar o clima pra tramas sonoras. Muito legal. Valeu cada segundo dessa disposição de, neste ano, ver os(bons) medalhões da música brasileira.
Já o show dos Mutantes me deixou com uma tristeza imensa no coração. Esperei tanto, defendi o direito deles de fazer shows de retorno sim, mas o que vi no palco do Curitiba Master Hall só serviu para me deixar triste e irritada. Desrespeito total com aquele que é um dos maiores nomes de todos e todos os tempos da música brasileira. Arnaldo Baptista! Em uma das mais lindas canções,Dia 36, que ele cantaria, o microfone simplesmente falhou. Qualé, produção. Depois me vêm falar de (falta) profisisonalismo nas bandas independentes. Como é que uma coisa dessas acontece num show desses. E o sergio dias, megalômano constrangedor com suas guitarras incomodamente mais altas que o resto. O pior é que o cara não precisa disso (ou precisa, né, e eu é que tô sendo ingênua de novo). O som como um todo estava uma porcaria, abafado. A banda não pareceu empolgada, não tinha brilho, não estava em um dia legal – e ainda assim, ouvir aquelas canções.... fiquei triste sim. Não foi nem de longe a magia que deveria ter sido. Lamentável.
Terminal Guadalupe tá de parabéns por toda movimentação. O tempo todo recebo no jornal material deles. Profissa e com boa música. É isso aí.
Marcelo, já falei isso por email pra ti e vou repetir aqui. Teus vídeos me deixam orgulhosa, por ser sua amiga, pelo Rock de Inverno, pelo OAEOZ, pelas bandas curitibanas, pelas bandas alternativas brasileiras, por sermos capazes de perceber a beleza, não apenas a sonora, disso tudo. Me deixam com vontade de não parar nunca, me dão vontade de chorar, de alegria por poder desfrutar disso, de tristeza e de frustração por tanta gente não perceber isso tudo... no fim das contas é o que nos resta para pelo menos tentar fazer essa vida um pouco mais especial. Às vezes a gente ( esse a gente é todos nós) consegue!(adri)
essa semana fui ver pela primeira vez Chico Buarque. E fiquei embasbacada. Temia o cansaço e nem senti o show passar. Simplesmente maravilhoso, das composições ao visual do palco. Os músicos dão seu show a parte, se escondem e se mostram ao sabor da canção. Chico parece de uma simplicidade desconcertante.E que iluminação do show (não sou muito d prestar atenção, confesso, mas dessa vez...) pensei muito na lu raitani e no marcelo borges enquanto as cores de tons quentes ajudavam a criar o clima pra tramas sonoras. Muito legal. Valeu cada segundo dessa disposição de, neste ano, ver os(bons) medalhões da música brasileira.
Já o show dos Mutantes me deixou com uma tristeza imensa no coração. Esperei tanto, defendi o direito deles de fazer shows de retorno sim, mas o que vi no palco do Curitiba Master Hall só serviu para me deixar triste e irritada. Desrespeito total com aquele que é um dos maiores nomes de todos e todos os tempos da música brasileira. Arnaldo Baptista! Em uma das mais lindas canções,Dia 36, que ele cantaria, o microfone simplesmente falhou. Qualé, produção. Depois me vêm falar de (falta) profisisonalismo nas bandas independentes. Como é que uma coisa dessas acontece num show desses. E o sergio dias, megalômano constrangedor com suas guitarras incomodamente mais altas que o resto. O pior é que o cara não precisa disso (ou precisa, né, e eu é que tô sendo ingênua de novo). O som como um todo estava uma porcaria, abafado. A banda não pareceu empolgada, não tinha brilho, não estava em um dia legal – e ainda assim, ouvir aquelas canções.... fiquei triste sim. Não foi nem de longe a magia que deveria ter sido. Lamentável.
Terminal Guadalupe tá de parabéns por toda movimentação. O tempo todo recebo no jornal material deles. Profissa e com boa música. É isso aí.
Marcelo, já falei isso por email pra ti e vou repetir aqui. Teus vídeos me deixam orgulhosa, por ser sua amiga, pelo Rock de Inverno, pelo OAEOZ, pelas bandas curitibanas, pelas bandas alternativas brasileiras, por sermos capazes de perceber a beleza, não apenas a sonora, disso tudo. Me deixam com vontade de não parar nunca, me dão vontade de chorar, de alegria por poder desfrutar disso, de tristeza e de frustração por tanta gente não perceber isso tudo... no fim das contas é o que nos resta para pelo menos tentar fazer essa vida um pouco mais especial. Às vezes a gente ( esse a gente é todos nós) consegue!(adri)
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